segunda-feira, 24 de junho de 2013

A Mentira - Capítulo 13: tensão


                          
            Arisco foi o nome dado ao cavalo. Era muito pertinente seja porque realmente parecia um animal agitado, mas também por conta do comprador e de sua dona. Naquela fazenda ninguém parecia facilmente domável. Já faziam dois dias da visita do Padre e de Jacob. Brigaram muito, mas dessa vez a discussão não terminou em uma sessão de sadomasoquismo. Não houveram algemas, cordas nem palmadas. Na verdade, não houve mais sexo. E isso colaborava e muito com a tensão que pairava no ar.

            -  Carlisle...me faça um favor? – Ana pediu ao encontrar o administrador do lugar.
            - É claro, Senhora.
            - Peça para selarem o Arisco e o cavalo do senhor Grey. Nós vamos sair.
            - Sim, Senhora.

            Já há vários dias avisa que gostaria de conhecer a cidade e ele a vinha enrolando. Hoje, finalmente, tinha dito que era para ela aguardá-lo. Quem sabe um passeio a dois não melhorava o humor de seu turrão marido?

            - Anastásiaaaaaa. – Ele chegou a casa gritando. – Onde você está?
            - Aqui no meu quarto.  – Gritou mas ele já vinha entrando. – O que foi? Não precisa gritar.
            - Quem mandou você dar ordens aos meus homens? E quem disse que eu vou sair?
            - Você disse que sairia comigo hoje. Nós vamos a cidade.
            - Não! Eu disse para você não sair antes de eu chegar.

            Era muita ignorância dentro de um brutamontes só!

            - E por que eu esperaria você se não fosse para irmos juntos!?!?!
            - Por que eu mandei e você tem que me obedecer.
            - É pra rir agora ou daqui a pouco? – Disse encarando-o

            Ser desafiado era algo com o que Christian nunca soube lidar muito bem. Aliás...só recebera ordens de uma mulher em toda a vida. E não era algo que deseja relembrar.

            - Você pensa que se manda? Não Anastásia...você é minha e faz o que eu mando. Será que você não vê que aqui as mulheres obedecem aos maridos?
            - E será que você, Christian Grey, não percebeu que eu não aceito isso? E se quer saber? Você é um imbecil completo se pensa que eu vou dizer amém a tudo que me diz. Não! Não e Não! Será que do alto da sua burrice você consegue entender, querido marido?

            Ana não sabia, mas Kate ouvia a briga completamente apavorada. Sabia que Grey tinha momentos de descontrole, era nervoso e gostava de dar ordens. Podia ser violento...mas Ana sempre garantia que ele não seria capaz de machucá-la de verdade.
            - Você não vai sair Anastásia.
            - Vou...e nesse exata minuto! – Saiu do quarto descendo as escadas em direção a sala.

            Quando menos esperava ele a puxou e colocou no ombro como se não passasse de um saco de batatas.

            - Me larga Grey!
            - Você passou de todos os limites Anastásia...acho que precisa de um lembrete do nosso contrato.

            Ele entrou no quarto de jogos com ela. Largou-a sobre a cama sem nenhuma delicadeza e andou até a parede onde ficavam as varas.

            - Eu vou te ensinar o que significam as palavras castigo e obediência. – Estava tomado pela raiva.

            Ana sabia que tinha duas opções. Correr como um animal acuado e acabar apanhando, o que nessa situação resultaria no divórcio, ou, enfrentar Grey e lutar pouco que restava daquela reação. Ergueu-se da cama e foi até ele.

            - Eu não quero apanhar! – Disse olhando em seus olhos e vendo-o fraquejar em seus planos. Ele já podia ter ferido muitas mulheres, mas nenhuma com essa raiva toda e, jamais, sem a aceitação delas.

            - Você merece ser castigada!

‘É tudo ou nada’. – Ana pensava.

            - Quer saber Grey?! Larga esse troço e, se quer tanto me surrar, bate com o punho mesmo! Não é isso que quer? Me ferir? Então ferre de verdade?! Não te esconde por trás de um...prazer, por trás de sexo...coisa que, pelo jeito você nem gosta tanto assim.
            - Anas...
            - Bate! Vem! Mas bate de verdade! Bate pra valer. Aproveita a chance que vai ser única. Porque quando eu me recuperar...eu vou embora e você nunca mais vai ter a chance!

            Ele ficou em choque pela força que via em Ana. Ela o desafiava de um modo estarrecedor. E chocante! Nunca machucou uma mulher gravemente...mas ela parecia realmente achar que ele iria esmurrá-la. Largou a vara e sentou-se na cama.

            - Se resolveu deixar meu castigo pra outra hora...acho que vou fazer minha cavalgada. Sozinha!

            Rapidamente Christian saiu da cama e puxou-a para seus braços.

            - Tudo bem...não vou te bater. Mas você merece um castigo. – Rasgou-lhe a camisa mordendo o colo e os seios. – Se não posso te surrar...ao menos vou te comer como gosto. Com força!
            - É...acho que isso é uma boa razão para eu não ir cavalgar. – Que ficasse bem claro que ela não ia porque não queria.
            - Mas isso é para o meu prazer Ana. Você está sendo castigada!
            - Ahaaa...claro. – Levou uma palmada...e gostou. – E como pretende me impedir de sentir prazer?
            - Não quero que você goze. Lembra do nossa jogo das cartas?

            Era inesquecível...a ideia de estar nas mãos dele a inebriava. Mas era arriscado.

            - Então...se gozar você terá que tirar outra carta. Não sei que tipo de tortura, castigo ou surra sairá de lá. E eu vou te obrigar a cumprir.
            - Mas...

            - Sem mas. Agora eu quero é comer você...e gozar fundo. Só eu. Vou te enlouquecer e te castigar ao mesmo tempo.

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