quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

NOVIDADEEEEEEEEEEEEEEEEEE

Vem novidade meninas!

Quero dizer  vocês que a fic Casamento, Fuga e Vingança, de todas as que já escrevi, a que melhor foi aceita e avaliada pelos leitores, será corrigida e postada cheinha de imagens bacanas.


Não pode perder, ok? Quem quiser comentar sinta-se convidado.

Pra quem ainda não conhece, coloco a sinopse.



                - O que faz aqui? – Era gostoso ver o pânico instalado em seus olhos.
            - Hora Bella, achava mesmo que poderia fugir de seu MARIDO pelo resto de sua vida? – Eu já sabia de seu paradeiro há alguns meses. Ela trabalhava como estilista junto com uma amiga e seus relacionamentos eram muito discretos. Eu não tinha nenhuma pista do cara com quem fugiu do casamento. – Vejo que está sem aliança.
- Joguei fora. No primeiro esgoto que encontrei. – Aquilo me fez ranger os dentes.
- Uma pena, terá de usar outra então.
            - Vá sonhando. – Ela riu debochada. – Vá pro inferno.                            
            - Você o conhecerá em breve.
            Ela arregalou os olhos e, tive certeza, não duvidou de minhas palavras. Sem esperá-la sequer falar algo a peguei pelo braço e levei até onde meu motorista aguardava com a porta aberta.
Minha vingança apenas começava.

Edward e Bella, ambos de famílias conhecidas da sociedade americana, com estudo, influência e belos, não se conheciam até que seus pais optaram por um casamento que faria bem a vida financeira e social das famílias. O acordo era simples: ambos se casavam e viveriam no mínimo 2 anos juntos. A família de Edward, que não tinha bom nome, pagaria uma verdadeira fortuna a de Bella, que estava na falência pelos maus investimentos de Charlie, mas tinha relevância. Não poderiam se divorciar, no entanto, enquanto não tivessem um herdeiro. Se fosse embora Bella deixaria a criança com a família do pai. No início nenhum dos dois gostou da ideia, eram jovens, gostavam de festas, curtição e nenhum compromisso. Bella tinha certeza de que Edward não aguentaria a vida de noivo e logo desistiria daquela loucura. Ele agindo assim, seria o responsável pela anulação do compromisso e ela não entraria em conflito com seu pai, continuando a receber sua gorda mesada e o melhor, sem marido. Edward, no entanto, não estava nem um pouco interessado em abandonar as amantes e a vida de festas, acreditando que Bella depois de passar o noivado sendo traída iria cancelar o casamento.
Mas nenhum dos dois tomou a iniciativa de cancelar o noivado. Passaram meses em pé de guerra, mas com a sociedade acreditando no casamento de conto de fadas. O grande dia chega, a cerimônia ocorre. Logo depois eles assinam os papéis que passam grande fortuna à família de Bella. Logo após o dinheiro ser transferido, Bella foge da festa e o casamento nem mesmo é consumado. As consequências disso são o pai do noivo, Carlisle tendo um infarto e por pouco não morrendo, o pai da noiva, Charlie com muito dinheiro para torrar novamente e sem nenhuma consideração com o acontecido, Bella desaparecida após ser vista com um moreno musculoso e Edward, abandonado e com fama de corno, jurando vingança.
Ele encontra Bella apenas dois anos depois, muito mudada. Edward tem um plano montado. Já tem Charlie em suas mãos e fará com que seu contrato pré nupcial seja cumprido. Bella terá os dois piores anos de sua vida.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Regras Quebradas, Limites Ultrapassados - Capítulo 15: Família


            Propositalmente, Ana demorou muito no banho. Lavou o cabelo duas vezes e ainda passou todos os seus cremes. Algo lhe dava esperança, lhe dizia que Teddy sendo bem cuidado pelo pai. Estava onde merecia e com quem sempre desejou estar. Desligou o chuveiro, vestiu uma roupa leve e saiu do quarto. Teddy havia levado o pai para seu quarto o mostrava a coleção de carrinhos organizados de forma quase militar na batente da janela.
            - Esse eu ganhei do tio Elliot, esses da mamãe e o último do tio Raff. – Dizia o menino.
            - Você gosta do tio Raff? Ele é bacana com você?
            - Sim, ele e o Gabby são legais. – Ele ficou calado por alguns segundos. – Me pega no colo?
            - Porque? Você tá com sono. – Christian respondeu fazendo Ana rir imaginando Teddy com os braços estendidos para um papai apavorado.
            - Não, mas eu quero colo.

            Quando entrou no quarto Ana ainda pode admirar a cena.

            - Menos Teddy. Não precisa se dependurar no pescoço do papai. Vamos tomar café?

            Tudo ia bem até que, enquanto comiam, Ana ligou o televisor para assistirem ao noticiário. Uma trágica notícia internacional  fez seu coração de mãe doer. Ela empalideceu e Christian aproximou-se.
            - Ana? O que foi. – Ele estava distraído com Teddy.
            - Um incêndio no Brasil.
            - Grave?
            - Matou mais de 230 jovens. Eram universitários que estavam em uma boate. – Christian a ajudou a sentar. Pensou que Ana fosse desmaiar. – Deus....o desespero dessas mães. Perder os filhos assim. Não pode haver dor pior.

            Vendo a mãe chorar Teddy se aproximou. Logo Ana abraçou-o apertado.

            - Fica aqui filho, abraça a mamãe. – Ela chorou calada por um minuto. – Se eu perdesse você, meu bebê, a mamãe morria. Eu não vivo sem você.


            A cena tocou Christian. Realmente, não deveria haver dor pior que perder um filho. E, nesse momento, observando a dor de outros pais, ver seu filho forte, saudável, vivo era um alento. Por mais afastada que fosse sua relação com Theodore, a ideia de perdê-lo era dolorosa demais. Isso era amor.

            Para aliviar o ambiente foram passear no parque. Enquanto Ana observava, Teddy deixava Christian exausto de tanto jogar futebol. O menino estava encantado, suas risadas eram ouvidas de longe. Christian podia dizer que estava feliz. Era estranho para ele, mas parecia fácil estar com o garoto. Eles pareciam se entender facilmente.
            - Quem sabe a gente vai almoçar, garotão. Tomamos muito sorvete de sobremesa e depois a gente vê o que faz a tarde.
            - Eu não posso tomar sorvete. A mamãe disse que eu passo mal se comer qualquer coisa que tiver leite. Mesmo que seja só um pouquinho bemmmm pouquinho mesmo.
            - Aaaa mas você escolhe outra coisa.
            - Eu quero um picolé de framboesa. Você me dá?
            - Claro! – Será que ia conseguir dizer não pra ele?

            Ele acabou descobrindo que não. Ele queria comer batata frita, acabaram num restaurante que devia bater o recorde de gordura por metro quadrado. Era um ambiente diferente do que estava habituado, mas era bom, era agradável.

            - Onde a gente vai depois, papai?
            - A mamãe não existe mais, não? – Ana se fez de ofendida.
            - Você vai também mamãe!
            - Que bom saber que não fui esquecida. – Disse ela sujando a ponta de seu nariz com maionese. – Termina de comer pra podermos ir.
            - Não antes da sobremesa! – Disse Christian se levantando. – Espera aqui que eu já venho.

            Ele demorou um pouco e voltou trazendo três sobremesas. Dois eram picolés de framboesa. O de Ana era diferente.

            - O que é o seu, mamãe? – Teddy era sempre curioso.

            E Ana respondeu sabendo que aquela era a forma de Grey dizer, sem falar nem mesmo uma palavra, que estava disposto a compensá-la por tudo que negou.

            -É sorvete de flocos com cobertura de chocolate. A mamãe adora. – Ela olhou para Christian. – Obrigada.
            - Estamos aqui para satisfazer.


            Resolveram ir brincar no fliperama do shopping. Eram poucos os brinquedos para a idade de Teddy, mas a diversão foi boa. O problema foi quando, saindo do fliperama, passaram enfrente ao petshop. Theodore não queria apenas um bichinho de estimação, mas dois. Um gato e um cachorro. E lá estavam eles, olhando, pidões, pelos vidros. Ana viu que estava perdida.

            - Tá bom Teddy. Um. Escolhe um gatinho e a mamãe deixa você ter no apartamento. Só um.
            - Mas eu quero o cachorro também. – Ele disse e Ana sentiu que vinha choro. Grey só observava. Não sabia o que fazer.
            - Cachorro precisa de espaço Teddy.
            - Eu do o meu quarto pra ele! – A inocência das crianças chegava a ser engraçada.
            - Não Teddy. – E as lágrimas começaram a escorrer. – Filho, não faz assim. A mamãe não pode levar dois animais pro apartamento.
            - Mas o cachorro pode ir pra casa do papai.
            - O que? – Primeiro veio o susto, mas depois..., sim podia. Tinha bastante espaço. – É, eu acho que seria legal ter um cachorro lá em casa. Claro. Por que não.

            Ana não acreditou naquilo, mas, como pai, Christian devia ter sua cota de sacrifícios então permitiu.

            - Ok. Então Christian e Theodore Grey, ouçam bem o que eu vou dizer. Vocês dois vão cuidar desse gato e desse cachorro. E não vão devolver o pobre bichinho depois que ele tiver acostumar a viver com a gente. – Por dentro Ana ria do quando os dois estavam parecidos olhando-a e, ao mesmo tempo, ansiosos para ir pegar os animais. – Ok. Vão logo escolher o tal gato e o tal cachorro antes que eu me arrependa.

            Para desespero de Anastásia, o que seriam dois viram três rapidamente. É que Christian se apaixonou por um filhote de labrador marrom e Teddy não abriu mão de levar o branco, da mesma ninhada.



            - Seria pecado separar os irmãozinhos, mamãe.
            - Vocês são um par de chantagistas isso sim! – Mas no fundo ela estava adorando aquela tarde com eles.
            - Tem espaço de sobra lá em casa Ana. – Christian disse avisando ao vendedor que levaria os dois e ainda iriam ver os gatos.  

            Escolheram uma gatinha muito pequenininha. Branca e cinza, ela logo foi batizada. Charlote.



            - E os cachorros? Já tem nome?
            - Ainda não. – Teddy respondeu ao pai.

            Saíram da loja carregados com casinhas, comidas e brinquedos para três animais de estimação. Grey foi levar Ana, Teddy e Charlote ao apartamento. A gatinha logo já estava na cama de Teddy, espalhada e sentindo-se em casa.

            - Vai se dar bem com dois cachorros? – Ana perguntou.
            - Sim. Qualquer coisa eu grito. Pode deixar.
            - Seus empregados vão odiar isso.
            - Que nada. O Taylor adora cachorros.
            - O Teddy vai querer ir lá brincar.
            - Leva ele sempre que ele quiser. A casa é de vocês. – Ele se aproximou e lhe deu um leve beijo nos lábios. – Podiam ir os três morar lá.
            - Calma Grey. Muita calma.

            Apesar da negativa Christian foi embora feliz. Os latidos vindo de seu carro o lembravam que ele não estava mais sozinho.

            O final de semana foi bom. Mas além de deixar Ana com os sentimentos e pensamentos confusos, ele também passou rápido demais. A noite de sábado para domingo passou gemendo na cama de Grey, a de domingo para segunda na sua cama pensando nele e consolando uma gatinha ainda bebê que parecia muito carente.

            - Dorme Charlote, por favor. – Dizia para a gatinha deitada em seu peito.

            A segunda feira foi de muito trabalho e coisas para resolver. Largou Teddy na escola logo cedo e já ouvindo que ele queria ir na casa do pai ver os cachorros.

            - E a Charlote? Pobrezinha.
            - Eu vou brincar com ela também. Mas eu quero ver os cachorros.
            - Tá bom. Depois a mamãe vê isso. Agora entra que a tia da creche tá te chamando.

            Quando chegou no trabalho um buquê de flores a aguardava. O Recado era claro e espirituoso.

“Existem dois corações caninos aguardando ansiosos por Teddy. E um coração humano louco para rever você e ele. Venham jantar aqui em casa.
CG”


            Ela ia, claro que ia. Mas antes precisava resolver as coisas com Raff. Tinha errado muito com ele. Não podia ter se envolvido com ele ainda sentindo algo pelo marido ou, pior ainda, deixar Christian se aproximar estando com Raff.  No horário de almoço foi até a casa de Raff. Ele trabalhava por lá e logo atendeu a campainha.

            - Oi Ana.
            - Oi. Eu posso entrar.
            - Pode, claro. – Ele estava constrangido. – Ana, eu acho q a gente não tem muito o que falar. A cena que eu vi na festa foi bem clara. Vocês estão juntos.
            - Eu não sei o que vai acontecer com a gente, mas eu...de qualquer forma, errei com você. Não podia ter deixado você pensar que havia uma chance pra nós. Desculpe-me.
            - Ana...ok. Eu não sou criança. Pode não parecer, mas eu também já amei, já me apaixonei e sei como é. Ok, tudo resolvido entre nós.

            A magoa ia ficar, mas ao menos tinha pedido desculpas.

            A tarde de trabalho foi normal. A não ser por uma ligação. Uma voz estranha ligou para o seu celular três vezes. Só falou na última.

            - Você pode ser a próxima. – E desligou. Do que ele estava falando.

            No meio do trabalho logo as ligações ficaram esquecidas. Ana foi para casa de carro e resolveu buscar Teddy a pé. Não era muito longe. Para ir foi tranquilo, menos de 15 minutos de caminhada. Entrou na escola. Ouviu da professora que ele contou e recontou que tinha ganho cachorros e uma gata do pai.
           
            - Como foi seu dia? – Pela sujeira da roupa parecia que tinha sido animado.
            - Bom. A gente pintou com tinha.
            - Legal.

            Ao sair da escola, no entanto, Ana viu fotógrafos. Parece que já tinham descoberto que ela e Christian tinham passado o dia de ontem juntos. Inferno. Talvez fosse a notícia do assassinato de Jéssica que os deixou desconfiados. Era público que Grey seria chamado para depor. Ana tentou sair. Caminhou uma quadra com Teddy no colo tentando protegê-lo dos flashes. Ouviu perguntas desagradáveis e, entrando num centro comercial ligou para Grey.

            - O que aqueles moços querem mamãe?
            - Nada filho. Só tirar fotos. A mamãe vai ligar pro papai. – Chamou somente duas vezes. – Precisamos de você.
            - O que houve? – Ele ficou alarmado.
            - Tem fotógrafos aqui. Eu entrei numa loja. Eles querem saber de nós, da tal Jéssica. Ficam tirando fotos.
            - Fala o endereço eu estou indo. – Foi a resposta.
            

domingo, 27 de janeiro de 2013

LUTO






Como todos os braileiros, em especial os gaúchos (como eu), passei o dia sentindo um nó na garganta. Sofremos por esses jovens, estudantes, cheios de sonhos, planos, cheios de vida. Além deles, nos entristecemos por milhares de amigos e familiares de vítimas que sofrem de uma dor sem fim. 

Levará tempo até Santa Maria, o Rio Grande do Sul e o Brasil se recuperar dessa tragédia.
Esquecer? Jamais. Ainda bem...para não permitirmos que nada assim se repita.

#ForçaSantaMaria

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Regras Quebradas, Limites Ultrapassados - Capítulo 14: A última oportunidade






            Morta? Como assim morta? Teria sido louca a ponto de se matar por Grey tê-la abandonado, sofreu um acidente ou algum atentado?



            -Qual o seu problema Grey? Só se mete com louca? Vai me dizer que ela se atirou da ponte por depressão quando você a abandonou?

            - Não Ana. Ela foi assassinada.

            - Nossa! – Agora Anastásia estava em choque.

            - Encontraram o corpo num terreno abandonado assim que o sol clareou. A polícia acha que a morte ocorreu no meio da noite, início da madrugada. – Ele sorriu triste. – Veja...agora você é o meu único álibi.



            Não estava nos planos de Ana sair por aí dizendo que passou não só a noite, mas também a madrugada com seu ex-marido e patrão. Só que jamais poderia permitir que Grey tivesse problemas com a justiça tendo ela a oportunidade de sauvá-lo.



            - Onde que eu tenho de ir depor?

            - Faria isso?

            - Claro. – Ela pensou antes de completar a resposta. – Não vou deixar meu filho ter um pai presidiário.



            Ela saiu do carro, mas ele acompanhou-a.



            - Você não foi convidado para subir, Grey. Teddy acorda cedo. Logo estará de pé e se te ver, vai te alugar pelo dia todo.

            - E se eu quiser ver o garoto? – Ele perguntou inocentemente.

            - Você não quer.

            - Quero, Ana. – Dessa vez não houve clima sensual no elevador. Falaram sério. – Eu não percebia o quanto estava te machucando Anastásia. Se soubesse, teria feito alguma coisa. Teria me esforçado mais,sei lá.

            - Amor não exige esforço, Christian. Quer saber? Eu é que sou a errada aqui. Eu não posso te obrigar a amar o Teddy. Simples assim.

            - Calma com essas suposições Ana. Eu posso não ser o pai modelo, mas...mas...é claro que eu gos...eu amo ele, Ana. Eu não sei bem como demonstrar, como tratar ele, mas eu sofri ouvindo ele chorar aquele dia na maternidade. Até hoje eu lembro do som. Ele chorava mais forte que todos os outros bebês. Era a fome! Essa sensação eu lembro bem. Querer alimento e não ter. Ali eu sabia o que fazer. Precisar lhe proporcionar o que comer. Mas depois...eu não sei. Eu entrei em pânico.



            Ana abriu o apartamento em silêncio. Sentia um nó se formar em sua garganta. Podia ver a sinceridade das palavras de Christian. Ele nunca fora tão aberto quanto aos seus sentimentos. Para ter privacidade, Ana foi liberar a babá.

            - Obrigada por tudo. – Pagou a moça e abriu a porta sem deixar de notar que ela observava Grey na sala. – Até uma próxima.



            Depois voltou suas atenções ao ex.



            - Agora nós. Teddy está dormindo ainda. Então podemos terminar nossa conversa.

            - Eu não sei ser pai Ana. – Uma lágrima escorreu silenciosa pelo rosto de Grey. – Se eu tentar, eu vou fracassar.

            - Não tem como saber isso. Você adorava a Mia quando era bebê. Vive mimando a Ava. – Ana procurava um argumento.

            - Eu não tinha responsabilidade por Mia e a não tenho por Ana. Ser irmão, tio e amigo é fácil. Mas pai? É ter autoridade Ana. E eu não sei dosar a autoridade. Você sabe bem como eu reajo quando algo me desagrada.



            Ana tremeu imaginando Christian batendo no filho e afastou o pensamento.



            - Você nunca iria agredi-lo. Eu sei que não. – Afirmou.

            - Como pode ter certeza?

            - Entre outras razões, porque sabe que eu faria pedacinho de você caso desse UM tapa no Theodore!

            - É um bom argumento, Ana. Mas e se?



            Ana não tinha resposta para isso. Era apenas uma questão de insegurança. Mas ele teria que resolver. Não ela.



            - Já falou com Flynn quanto a isso?

            - Não vou às consultas faz um tempinho.

            - Então acho bom voltar e seguir com o seu tratamento, Grey.  Vai precisar dele se quiser aproveitar essa última oportunidade de ser feliz com o seu filho.

            - Mas Ana...

            - ÚLTIMA Grey, não esqueça.



            Ele ia responder, mas foram interrompidos por Teddy. Com cara de sonolento e agarrado ao seu cobertor ele estava irresistível.



            - Papai! Você veio! Eu mandei meu desenho e você veio!



            Ana se aproximou tomando uma decisão. Talvez Grey precisasse de uma ajudinha para ver o que estava a sua frente. Pegou o filho no colo.



            - Meu pequenino já acordou. – Apertou bem Teddy e decidiu o que faria. – Você lembra o que você pediu pra falar pro papai?

            - Pra ele vir me ver, vir brincar comigo.

            - E aqui está o papai. Vai pro colo dele, vai.

            Ana viu Grey estender os braços, mas manter um olhar assustado.



            - A mamãe vai tomar um banho pra gente tomar café e sair. Eu, você e o papai. Tá bom? – Ela disse.

            - Claro!!!!! Papai eu quero ir no parque com você, quero jogar futebol! – Theodore estava animado.

            - Ana! Mas eu...

            - Última, Grey, não se esqueça. – Ele entendeu o recado. – Vou tomar banho e já volto.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Regras Quebradas, Limites Ultrapassados - Capítulo 13: Explosão de emoções



            - Eu realmente deveria ir atrás dele! – Disse Ana vendo as portas do elevador se fecharem.
            - Não vai mesmo. – Respondeu Christian. – Eu passei a noite louco pra arrancar esse seu vestido Ana e te lembrar que você é minha, somente minha. Então tudo que você não fará, é correr atrás de outro homem. Muito menos esse aí!
            Christian a virou de costas segurando seus pulsos a frente do corpo. Calmamente arrumou os longos fios de cabelos cor de mogno por cima do ombro de Ana e, satisfeito pelo imenso decote que exibia a delicada e perfeita pele das costas, salpicou beijos da nuca até onde o tecido permitia. Ana só conseguia suspirar.

            - Quantos andares tem o prédio? – Perguntou.
            - 37. E nós estávamos na cobertura. – Christian respondeu satisfeito em ouvir sua voz trêmula.
            - Alguém pode chamar o elevador, Grey. Pare!
            - Não.
            - Ninguém vai chamar?                        
            - Não sei, mas eu não vou parar de te beijar. -  Disse ele com a segurança de quem nunca é contrariado.

            E só parou de beijar quando quis ver em seus olhos o desejo que já ouvia em seus gemidos. Virou Ana e beijou, com força, muita força, seus lábios. Apertou o quanto pode seus seios. Lembrou que não tinha visto a alça do sutiã nas costas nuas.

            - Está sem sutiã. – Era uma costatação
            - Estou com um adesivo. – Respondeu Ana antes de lembrar que não devia satisfação.
            - Logo não estará!

            Logo Ana sentiu suas mãos descerem. Droga! Como assim? Ele acha que pode sair apertando a minha bunda em locais públicos? Uma olhadinha no painel do elevador e ainda estavam no 15º andar. Desce mais rápido!
            Ele tinha ótima coordenação nessas horas. Ana estava encostada na parede acinzentada. Grey com apenas uma mão segurava seus dois pulsos, a boca acariciava, e provavelmente marcava, seu pescoço enquanto a outra mão apertava sua bunda. 11º Andar! Vamos elevador. Mais rápido antes que eu cometa uma loucura. A mão passou por baixo da saia do vestido e entrou na calcinha.

            -AAAaaaa...não, não pode. Aqui não...aaaa. – Ana não sabia se gemia ou reclamava.

            9º Andar.

            - Porque não? Eu sempre achei que os elevadores nos faziam muito bem. Quer saber Ana? Sempre quis te fuder no elevador.

            Droga! Sempre adorou Christian Grey falando sacanagem. Na verdade, adorava Grey falando qualquer coisa, em qualquer idioma. Ou mudo. AAAA INFERNO!

            7º Andar.

            - Estamos chegando Grey!
            - Não! Muito cedo pra você chegar lá amor...sem orgasmos ainda. – Ele respondeu com uma daquelas pisadelas que só ele sabia fazer soar sensual.

            6º Andar.

            - Não. O elevador tá chegando.

            5º Andar.

            - Tira a calcinha! – Ele ordenou.  Pronto. Agora ele estava no modo dominador.
            - O que?

            4º Andar.

            - Você só sai daqui depois que a sua calcinha estiver no meu bolso. – O brilho negro que estava em seus olhos dizia que ele falava sério.

            3º Andar.

            - Não. Isso seria indecente. Eu não sou mais a sua mulher.

            Ele pareceu mais irritado com essa lembrança.

            2º Andar.

            - Eu posso te arrancar dela, Anastásia, e te fuder aqui mesmo. Com força. Do jeito que vocâ gosta. Nós dois sabemos que você não ia dizer não.
            - Mas...
            - Tira a calcinha e coloca na minha mão!

            1º Andar.

            Anastásia correu, atrapalhada pelas mãos trêmulas e saltos altos e, arrancando a minúscula calcinha preta fio-dental, colocou nas mãos de Grey instantes antes do visor dizer:

            Subsolo 1 – Estacionamento.

            As portas se abriram e eles saíram. Ele aparentando calma, porém com os olhos vibrantes e um constrangedor volume nas calças. Ela trêmula, caminhando agarrada ao seu braço.

            - Você me paga Christian Grey! – Falou quando ele a acomodava no banco do passageiro.

            Christian respondeu apenas depois de dar a volta no veículo, sentar-se ao volante, ligar a ignição e colocar o cinto.

            - Vai querer o pagamento em beijos ou palmadas?

            Ana não sabia bem o que responder e foram em silêncio pelas ruas desertas. Estavam chegando ao apartamento de Ana quando ela falou.

            - Como pôde nos expor assim. Alguém podia ter entrado em qualquer um daqueles andares.

            Grey deitou a cabeça no encosto do banco e riu amplamente. Gargalhou.
           
            - Ainda ri da minha cara! Me tratou como se eu fosse uma vadia!

            O sorriso de Christian morreu.

            - Não diga isso JAMAIS. Eu nunca te trataria dessa forma. – Revoltado, dá um soco no volante. - Você não percebeu?
            - O que? – Ana perguntou desconfiada.
            - Eu não te levei para o elevador principal, Anastásia. Era um elevador exclusivo. Precisa de senha para usar e não tem câmera de vigilância. Eu jamais iria te expor a nada que nos envergonhasse.
            - Você não é o dono daquele prédio. – Na torre funcionava uma apart-hotel caríssimo e a editora havia alugado o salão da cobertura para a festa.
            - Mas sou muito amigo do dono do principal apartamento. Ele que utiliza o elevador. O que dá no mesmo! Eu tive apenas que pedir o código de acesso – Ele lhe ofereceu um olhar que alertava para não duvidar da sua palavra. – Sempre quis ter um elevador só pra nós. Eu só queria te lembrar como nossos joguinhos são bons. Como você sente prazer em ser dominada.
            - Isso n...
            - Não negue Ana. Você gosta de ter um comando na cama. Você curti ser dominada. E isso é bom por que eu sei te comandar como ninguém. Agora mesmo, depois de você ter duvidado da minha palavra...acho que eu devia te castigar.

A oferta estava no ar. Será que desejava isso? Christian queria uma noite de dominação...nada de baunilha. Não era arriscado...podia ser doloroso...mas seria muito  prazeroso.

            Com o carro parado em frente ao prédio de Ana ambos se encaravam. Ana desejava Grey. Grey queria Ana. Era uma questão de entender o quanto cada um era capaz de ceder frente a vontade do outro. Eram um casal apaixonado, mas não precisavam das mesmas coisas. Grey necessita de comando, Ana quer independência. Ela deseja família, ele liberdade. Christian gosta da violência, da combustão do sexo, Anastásia sente prazer com o carinho, o ‘baunilha’ que tanto ele desmerecia. Mas seriam diferenças tão profundas a ponto de mantê-los separados?

            - Eu te quero, Ana. – Ele sussurrou em seu ouvido.
            - Mas não quer ao nosso filho. – Ela respondeu. – Quer uma mulher submissa, não uma família.
            - Eu quero você, Ana. Eu preciso de você. Seu cheiro, sua pele, suas mãos, seu toque...tudo grita que me quer. – Devagar ele soltou o os cintos de segurança e puxou-a para o seu colo. Beijando seu pescoço e sentindo o perfume emanado pelos cabelos castanhos e longos que ele sempre adorou. – Passa essa noite comigo. Por favor.
            - Christian eu não sei se a gente se envolver novamente não vai apenas trazer mais sofrimento.
            - Eu nunca implorei por uma mulher, Ana. Mas por você...eu imploro.

            Era impossível resistir.Mesmo com medo de mais uma decepção, Ana não conseguiu negar a si mesma mais uma noite de amor com Christian Grey.

            - Sim. – Disse e viu os olhos acinzentados brilharem feito diamante. – Eu não vou deixar você se arrepender. Vou te dar a melhor noite que você já teve. Comigo, ou com outro, nenhuma vez vai poder ser comparada a hoje.

            Nossa....como ele tava romântico.

            - Não é da noite que eu tenho medo, Chris. Nisso eu sei que você é um expert. Mas e amanhã? – Mas a decisão estava tomada. – Aqui não. Deixa eu ligar pra babá.
            Christian aguardou em silêncio enquanto ela discava.
           
            - Oi, é a Ana. Ele tá bem? – Ouviu a resposta? – Ótimo. Tem como você ficar até amanhã cedo. Não, bem cedo eu to aí. Não passa das 8hs. – Mais um momento de silêncio. – Obrigada.

            - Pronta? – Grey disse assim que ela desligou.
            - Sou toda sua. Vai me levar pra onde? – Mas resolveu sugerir. – Pro Escala?

            Christian olhou-a.

            - Você gostaria de ir pra lá? Nós vivemos bons momentos naquele apartamento, Ana. Bons e ruins. Foi lá que nós tivemos aquela briga e você fez as malas.
            - Mas é lá que fica o quarto-vermelho-da-dor.
           
            Com essa Christian riu.

            - Ana, Ana, o que eu faço com você? Assim me confunde.
            - Eu não sou de todo contra os seus jogos Christian.
            - Mas me deixou depois que eu te bati com o cinto. – Grey disse tristemente.
            - Não se faça de burro. Você não é. Sabe muito bem que quando me surrou daquela forma nós não estávamos jogando. Aquilo foi uma agressão Christian. Até onde sei, essa coisa de sadomasoquismo é para dar prazer e eu não tive nenhum. E tem mais: a minha magoa com você vai além das cintadas. É muito mais do que você fez naquele dia. É o que você faz há cinco anos! Eu e o Teddy merecíamos mais que um valor mensal na conta no banco e um cartão bonito no natal!
            - Eu sei que estou em falta com você, Ana. Com vocês...não é fácil pra mim. Por favor, vamos deixar para discutir isso amanhã.
            - Não disse pra onde vamos.
            - Pra nossa casa. É injusto que você nunca tenha dormido no quarto desenhado para você. Aquela casa tá a tempo demais sem a dona.

            Ana não caminhou pelo corredor rumo à porta de entrada. Christian a carregou feito noivo que voltava da lua de mel. Nesse caso, ele desejava que essa noite fosse o início. Aos beijos Ana nem prestou a atenção a decoração do quarto. Não viu que ele era exatamente como ela tinha imaginado quando começaram a reforma da casa. Não viu as cores delicadas, típicas de um ambiente de casal. E, principalmente, não viu o porta retrato na cabeceira. A imagem mostrava eles em lua de mel.
            Mas Ana só tinha olhos para Christian e viu ele assumir sua postura de macho dominador.

            - Tira toda a roupa e fica de quatro na cama. – Disse já tirando os próprios trajes.

            Só de se colocar em posição, Ana já se sentia excitada. Só de imaginar a noite que teria com seu homem...

            - Pronta? – Ele perguntou.
            - Pra que? – Ela respondeu.

            Seu traseiro ardeu com o tapa.

            - Esqueceu como deve falar comigo?
            - Pronta pra que, senhor?
            - Pra eu te fuder com força.
            - Não sei. – Disse sinceramente. – Eu também gosto de carinho, de baunilha.
            - E quem disse que eu não  te darei carinho, Anastásia.
            - Você disse fuder com força.

            Outro tapa estalado.

            - O SENHOR disse fuder com força.
            - Melhor assim. Eu vou te dar as duas coisas Ana. A foda e o carinho. – Ele saiu da cama e quando voltou trazia duas gravatas.

            A primeira atou seus pulsos a cabeceira da cama. A outra lhe cegou os olhos.

            - Vou te lembrar como é bom ser minha.

            Era um óleo, algo que esquentava sua pele suavemente. As mãos...essas não eram suaves. Ana sentia o corpo ser massageado. Todo ele recebendo atenção. Até as partes mais íntimas. Christian era assim. Com ele a palavra intimidade era levada ao limite. Ele não tem frescura.

            - Seu corpo é meu. Todo onde quiser. – E sabia como tocar.

            Quando ouviu o barulho do preservativo se abrir Ana pensou que eram as portas do paraíso. Estava numa posição intermediária entre a ajoelhada e de quatro. Ele a abraçou por trás fazendo-a sentir sua ereção. Puxou seus cabelos fez uma trança.

            - Assim que eu gosto...bem comportada e gemendo na minha mão.

            Sem dizer mais nada ele meteu. Fundo. Exatamente como prometeu que seria. Com estocadas rápidas, profundas e intercaladas por fortes tapas em seu quadril e mordidas no pescoço. Ele era bruto. Sempre foi. Mas era uma brutalidade boa. Daquelas que faz uma mulher ver o quanto é desejada. A cada vez que o sentia fundo dentro de si, percebia que ele sofria com a distância tanto quanto ela.

            - Ah!
            - Você – é – muito – gostosa! – Falava metendo mais fundo a cada palavra.
            - Ah!Mais...vai...ah...mais.


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            Quando Ana abriu os olhos naquela manhã e viu que o sol estava nascendo percebeu a burrada, pra lá de prazerosa, que tinha feito. Eram 6h40. Tinha que levantar. Logo o cheiro de café invadiu o quarto sendo trazido pelo mais lindo descamisado que já tinha visto. E ela ali, nua e descabelada. Vida injusta.

            - Bom dia. Você não dormiu o suficiente.
            - E a culpa é sua.
            - Ninguém manda ser gostosa e insaciável.

            Só voltaram a falar depois que Ana bebeu o café, tomou banho e se vestiu. Ao vê-la pronta Grey percebeu que deveria ter feito sua proposta antes dela acordar totalmente. Agora tinha ficado mais difícil. Decidiu arriscar mesmo assim.

            - Ana, nós tivemos mais uma noite maravilhosa e, novamente eu te digo: não será a última. Vamos ficar juntos. É isso que nós dois desejamos.
            - Está me convidando para passar mais noites aqui? – Ela sabia que não era isso.
            - Estou dizendo que essa casa é sua e está na hora de você vir morar no seu lar. Eu acho que estou pronto para conviver com Teddy. A casa é grande e ele vai gostar, terá com que se distrair. Nós podemos ser amigos...e seria um meio termo legal pra nós dois. Faremos um acordo.

            Ele achava que estava fazendo uma grande concessão, dando um grande passo para se acertar com Ana. Ela discordou.

            - Quer um conselho Grey? Fique coma boca fechada se for pra falar besteira.
            - Ana? O que foi? Ele ia gostar de ficar aqui!
            - Ele não é uma coisa, um vaso, um quadro que você não gosta de olhar e esconde naquele cômodo que menos usa da casa. Ele não é um bichinho de estimação pra você brincar de vez em quando. Ele é seu filho! Merda! Quando é que você vai crescer Grey!?
            - Ana...eu não achei que você fosse ficar assim.
            - E, principalmente, quando é que eu vou deixar de ser idiota?! Chega! Vamos encarar a realidade. A gente gosta de fuder, gosta de passar algum tempo junto, mas é só. – Ela pegou a bolsa pra sair, mas Christian a pegou pelo braço.
            - Nem pense que vai sair assim! Essa explosão não é apenas por eu ter te feito um convite! E você vai falar!
            - Quer ouvir? – Cinco anos de magoa estavam vindo a tona. – Claro que não é só esse convite imbecil. É tudo! São cinco anos da minha vida jogados fora. Cinco anos esperando por você cair em si e nos procurar. E sempre que você veio foi para aumentar a decepção porque você ia embora logo após me comer.
            - Nunca foi assim! – Ele tentou se defender.
            - Foi assim e continua sendo. Você acha que foi fácil? Criar um filho sozinha não é fácil Christian. Só não é pior do que ter de fingir. Sorrir e dizer pra todos que está tudo perfeitamente bem quando não está. Quando tudo o que você deseja é gritar que o pai do seu filho está fazendo falta.
            - Ana eu...
            - Cala a boca e ouve. Não queria a verdade? Agora vai ter. Eu adoro a Kate. É a irmã que eu não tive na infância. Mas eu tentei ficar afastada dela enquanto esperava Ava. Não queria sentir inveja. Porque doía olhar nos olhos do Elliot e ver o amor que ele já tinha pela filha, e ficar me perguntando porque eu e o Teddy não merecíamos aquilo. Porque eu tinha que ir sozinha ao médico enquanto todas as outras grávidas tinham maridos ansiosos por ouvir o coração de seus bebês baterem. Porque não tinha ninguém pra cuidar de mim quando eu ficava enjoada? Porque não tinha ninguém pra rir dos meus desejos estranhos no meio da noite. Sabia que um dos seus seguranças foi comprar sorvete pra mim?
            - O que?
            - Sim, o cara que você colocou na minha porta no primeiro ano do nosso divórcio para espantar os fotógrafos e tal...ele me ajudou uma noite. Eu estava com uma barriga de mais de 8 meses e louca por sorvete de flocos com calda de chocolate. Ele fez a boa ação de buscar.
            - Me desculpe por não ter estado lá. – Christian estava sofrendo.
            -Mas, é claro, eu continuei sendo burra e criando esperanças. Quando Teddy nascesse você não iria conseguir desprezá-lo. Nem o seu coração seria tão duro. Eu alonguei aquele parto o quanto pude na esperança de você aparecer. Até a médica me dizer que Teddy correria perigo se não fizéssemos a cesárea. Eu apaguei com a anestesia ainda achando que você viria conhecer seu filho.
            - Eu não estava no país! Eu voltei, estive no hospital. Comprei o leite especial que ele precisava.
            - Como dá uma esmola na esquina! Não quis vê-lo! Não quis ver seu próprio filho! Como Grey? Me explica como? Como você conseguiu ouvir ele chorar e não sentir nada?
            - E quem disse que eu não senti? Eu fiz o que eu podia por ele, Ana. Por isso eu nunca quis ser pai. Não posso fazer mais que isso. Naquele momento eu nem consegui encarar você. Pedi pra te enviarem flores e fui embora.
            - Flores que eu joguei no lixo. O tempo passou e nada Grey. Você não evoluiu em nada. Daí eu me pergunto...se um filho não foi capaz de amolecer seu coração, alguma coisa faz você ter sentimentos?
            - Você! Eu te amo Merda!
            - Não! Ama merda nenhuma. Se amasse não tinha me deixado criar nosso filho sozinha. Não sabe como eu desejei ter podido dividir com você cada evolução dele, cada dor. As madrugadas de cólica, o nascimento dos dentinhos, a primeira palavra, o primeiro passo. Para nada o Teddy teve o pai. E o pior é não ter com quem dividir o medo.
            - Não tem porque temer. Ele é saudável. Nunca vai acontecer nada com Teddy.
            - E comigo? Eu fico pensando no que aconteceria com Teddy se alguma coisa me acontecesse. Pra onde ele iria? Kate e Elliot? Grace e Carrik? Um lar adotivo. A sua casa...esse lugar aqui, o sonho de qualquer criança, aqui é o último lugar que me passaria pela cabeça. Porque aqui Theodore não é bem vindo. A não ser em finais de semana esporádicos quando ele que aliviar a consciência e se ilude achando que minimiza seus erros posando de amigo do Teddy. Meu filho quer um pai, não de um amigo com quase 30 anos mais que ele.

            Ana chorava compulsivamente. Sentia que estava dando um ultimato em Christian. E excluindo-o de sua vida. Ele abraçou-a e deixou o pranto correr.

            - Eu não queria te fazer sofrer assim Ana.
            - Eu sei. Me leva pra casa?

            Antes de responder o celular tocou. Ana não conseguiu ouvir a conversa, mas era grave. Christian parecia ainda mais irritado. Só que ele não quis dizer nada e fizeram a viagem em silêncio. Em frente ao apartamento Ana o pressionou.

            - Diz logo o que há!

            Ele pensou, mas depois respondeu.

            - Eu terminei com uma submissa há pouco tempo.
            - E? – Isso não era novidade.
            - E ela apareceu morta essa madrugada.