sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Por Um Filho - Cap 7: Gravidíssima






            Três meses depois...

            Alguém muito sábio disse que ser mãe é padecer no paraíso.  Meu bebê nem nasceu e eu já posso concordar. Estar grávida é maravilhoso, com descobertas a cada dia. Quando o bebê mexeu pela primeira vez diversas mãos voaram até minha barriga. Menos o par que deveria estar mais interessado. Essa era a maior dificuldade, não ter com quem compartilhar cada pequena novidade.
            Não que seus amigos não participassem. Seth chegava a perguntar se não estava com nenhum desejo especial na hora do almoço. Não tinha dúvidas, se a resposta fosse positiva, ele sairia para comprar seu prato especial. Jack fazia questão de lhe dar carona no fim da tarde e já se ofereceu para trazê-la para o trabalho muitas vezes. Ela é que julgava um abuso. A volta só aceitava porque a barriga já estava pesada e no fim do dia estava cansava para pegar ônibus. Eram grandes amigos
            Mas estar grávida também tinha outras dificuldades. O fato das roupas não fecharem, não conseguir se mover com a mesma facilidade e os gastos. Não havia dinheiro que bastava para comprar e arrumar tudo e parecia que os meses corriam. Só faltavam três e sua vida estaria transformada para sempre. É claro que Esme e Alice não mediam quantia ou esforço para mimar o mais novo Cullen, mas elas estavam proibidas de comprar nada que não roupinhas, brinquedos para bebê e assessórios baratos. Foi obrigada a colocar essa regra ou Esme mobiliaria todo o quarto e Alice teria lhe comprado um enxoval de moda gestante. Mas além dos gastos com os preparativos com a chegada de seu filho, outros também pesavam. Exames de pré-natal custavam muito e tinha que reservar um dinheiro para os gastos com o parto. Mantinha orçamento muito controlado para dar conta de tudo.
            Aí é que começavam suas desavenças com Alice e Esme. Elas não sabiam o significado da palavra economia e consideravam a solução muito simples: pagar por tudo que ela precisasse. Mas isso estava fora de questão! Seria atestar que Edward estava certo e não conseguiria me manter sem a ajuda deles. É claro que não estava descuidando da saúde do bebê, da sua alimentação, das muitas vitaminas e de todos os exames que tinha de fazer, mas era obrigada a dizer não a alguns luxos, para elas essenciais. Seu bebê parecia ignorar a ansiedade de todos para saber se era menino ou menina e em todos os ultra-sonos feitos não deixou a médica ver.  Alice estava histérica e quando soube de mais um exame frustrado decidiu que o melhor era refazer a Ultra até descobrirem. Os custos para ela não importavam, mas não tinha sentido fazer isso se o bebê estava se desenvolvendo perfeitamente. Esme era mais discreta, mas exigia receber fotos para ver como seu neto estava crescendo e vivia reclamando que faltava ganhar peso. Ambas estavam ameaçando se mudar para Port Angeles de vez.
            No escritório estava tudo perfeito. O serviço era tranquilo, permitia um período maior sentada e sempre podia sair para as consultas. Sem falar no carinho com que era tratada. O quarto de seu filho não estava pronto, mas já estava cheio de presentes de Jack e Seth, fora tudo que Esme e Alice mandavam. No início ficou com receio de surgirem comentários quanto a sua amizade com dois rapazes bonitos e solteiros, mas ao menos na empresa nenhuma intriga surgiu. Eles a mimavam, mas sempre como cuidado a uma amiga grávida. Eram como irmãos.
            Algo, no entanto, ainda preocupava. Edward e seu advogado não deram sinal de continuar no processo de divórcio. Ninguém entrou em contato e Esme evitava tocar no nome do filho:
- Sei o que é passar por isso e não vou ficar torturando você. Agora tem é que aproveitar o que a vida está lhe dando e esquecer o passado. Quem sabe tudo não se resolve?
            O próximo passo é pintar o quarto para poder comprar os móveis. Pensava em fazer isso no próximo final de semana. Talvez contando com a ajuda de alguns dos colegas.

POV Edward

            Estava evitando encontrar com minha mãe no escritório e a muito não fazia visitas em sua casa. Tudo para não ter de ver roupinhas, sapatinhos e coisas de bebê. O lado negativo era que também não conseguia notícia alguma de Bella. Nada! Até Alice fazia questão de não tocar no assunto e já faziam três meses de distância. Sabia que elas mantinham contato e mandavam muitas coisas para os EUA, tinham feito viagens para lá e de uns tempos para cá ameaçavam se mudar. Alice, se não fosse por Jasper, já tinha largado tudo para cuidar da criança. Cuidar do filho dele. Sim, porque se aquela solidão teve algum resultado, foi fazê-lo ver que fingir não ter um filho era bobagem. Podia não se envolver, mas seria pai dentro de alguns meses. Era inútil negar.
            - Precisamos conversar Edward. – Esme veio a sua sala.
­            - Sim, pode falar.
            - Eu acho, meu filho, que você já teve tempo o suficiente para pensar nas suas atitudes quanto a sua mulher e seu filho. Está na hora de tomar uma decisão.
            - Não tem volta mãe.
            - Então por qual motivo não deu continuidade ao divórcio.
            - Eu dei, é meu advogado que está muito lento. – Mentiu.
            - Ok. – Ela não sabia como entrar no assunto. – Filho, uma história de vida não se repete. O que eu vivi com seu pai, não tornará a acontecer. Ele cometeu alguns erros, você cometerá outros.
            - Não misture os assuntos mãe.
            - Você mistura. Castiga a você mesmo, a Bella e a uma criança. Tudo por medo de tentar ser pai.
            - Não tem haver com medo, é uma decisão. Não quero desistir da vida que tenho para cuidar de uma criança. Não vou fazer o mesmo que ele fez e depois ir embora sem dar explicações. Não quero a criança então não vou iniciar uma relação para ser quebrada depois.
            - Ele fez as escolhas dele, era outro tempo, com outros valores. Você tem de fazer as suas escolhas.
            - Já fiz.
            - Está fazendo pior que ele Edward. Antony ao menos tentou ser um bom pai para você. – Ela sabia que adiantaria insistir sem deixá-lo pensar. – Mas não foi só por isso que vim. Quero que defina suas atitudes logo. Se realmente for abandoná-los, vou tirar uma licença e permanecer com Bella até o nascimento. Ela sozinha não vai se cuidar como deve e como não aceita dinheiro, é muito difícil ajudar à distância. Não terei data para retornar. Pense bem.

Quando Esme ia sair ele se manifestou

            - Mãe?
            - Sim.
            - Como ela está?
            - Como qualquer jovem na situação dela estaria. Curtindo a parte boa e deixando de lado as tristezas. Eu estou insistindo para que se cuide, mas sabe como é bailarina, sempre se alimentando mal. Mas está tudo bem. O bebê está forte, só ainda não...
            - Eu perguntei dela mãe.
            - Não existe mais essa diferença Edward. Ela me contou da sua proposta do apartamento. Acho que você não quer entender algo, mas vou repetir mesmo assim: A felicidade da sua mulher e do seu filho estarão ligadas para sempre. Não existe mãe feliz com filho sofrendo. Como acha que eu me sinto neste momento? Péssima.
            - Desculpe.
            - Não precisa se desculpar. Faz parte da maternidade. Só que eu preciso te dizer mais uma coisa. Quero lembrá-lo de que ela não ficará eternamente sozinha esperando você abrir os olhos. Vai aparecer alguém disposto a dar o apoio que você negou. Disposto a assumir o seu filho e aí você não terá como impedir. Fico me questionando se você aceitará ver seu filho ser educado por outro homem, respeitar outro pai, ganhar irmãos por outro relacionamento de Bella.
            - Ela já tem outro?

            Essa possibilidade era tão dolorosa que ele evitava pensar.

            - Não Edward, não tem. Mas uma mulher linda, talentosa, jovem e delicada como ela não fica muito tempo sozinha.
            - Sabe se a família dela está apoiando?
            - Ela ligou avisando onde estava morando, mas nunca recebeu uma visita. É por isso que preciso de sua definição. Ela não pode entrar na reta final da gravidez sem nenhum apoio.

            Edward foi para casa pensar em tudo que sua mãe falou. Era verdade que tinha pedido para deixar o processo de divórcio parado e como Bella não questionou a demora, nada foi feito. Apesar de separados, continuavam casados.  Mas há três meses não via sequer uma foto dela. Como estaria? Mas isso não era o mais importante, mas sim o que faria. Sua mãe estava certa, ele não podia odiar o bebê apenas por não querer a responsabilidade. Claro que a atitude de seu pai pesou, mas não pelo passado, como ela achava. Era pelo presente. Gostaria de ser como seu tio, o homem que realmente o criou, mas era muito parecido com Antony e não tinha vocação para paternidade. Não poderia voltar para tornar a abandoná-los. Tinha de ser algo bem pensado. Resolveu conversar com Esme mais um pouco e foi a sua sala, mas teve outra surpresa. Ela e Alice estavam entretidas assistindo algo no computador, mas quando ele chegou pararam.
            - Algum segredo?
            - Nada que você tenha interesse. – Alice continuava dura com ele.
            - Menos Alice, se controle. – Esme apontou para ele se sentar junto delas. – Assista conosco.
           
            Quando o vídeo voltou viu que era a gravação do ultra-som. Não conseguia ver muita coisa, mas mesmo assim era mais real do que imaginar uma vida. 



A última vez que viu Bella ela sequer aparentava estar grávida. Era o meu filho naquelas imagens.
            - Mas fale Edward. Precisava de algo?
            - Não. Só vim avisar que vou para Port Angeles e não sei quando volto.
            - Isso! – Alice pulou da cadeira.

            Os preparativos foram rápidos e no dia seguinte Edward embarcou deixando Carlisle no comando de tudo. Esme e Alice já se preparavam às compras. Tudo iria se resolver. Ele não perdeu tempo e logo que se instalou no hotel partiu para o endereço do trabalho de Bella. Na recepção a viu, primeiramente de costas, em uma roupa discreta, calça preta e blusa no estilo camisa. Quando se virou tinha os olhos eufóricos, mas logo ficaram tristes ao percebê-lo ali.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Dica de leitura: Tróia

TRÓIA

Li esse livro há muito tempo...lá se vão alguns anos. Havia sido lançado o filme de mesmo nome e a curiosidade me levou às livrarias. NÃO me arrependi em nehum momento.

E, eu dizendo isso, não entendam que se trata de uma obra com história exatamente igual a do filme. Não, são muito distintas. Mas isso não diminue em nada a beleza do texto de Cláudio Moreno nem a do filme lançado em 2004.

Eu simplesmente amei o passeio que fiz nesse romance de guerra que conta a história de amor de Helena e Paris. Um amor que originou uma guerra. É perfeito!

Tão perfeito que decidi jamais lê-lo novamente. O que? Como assim? Sim, exatamente isso. Fiquei com uma impressão tão maravilhosa que não quero modificála. Prefiro guardá-la na memória. Fica a dica então: quem tiver um tempinho, leia Tróia.

E para quem ainda não viu o filme:







terça-feira, 21 de agosto de 2012

Por Um Filho - Cap 6: Hora da Partida







POV Edward

            Algo me dizia que o certo era fazer ao menos uma tentativa. Não sabia bem como, mas tinha de tentar manter algum contato com Bella. O problema era encontrar uma forma de ficar perto dela e longe da criança. Impossível! Se ela estava desesperada para ser mãe a ponto de me enganar, de fazer essa farsa, nada a faria se separar do bebê. Mas talvez conseguissem uma alternativa aceitável como ter pouco contato ou ...não nada disso ela topará. O que Alice disse ainda ecoava em sua mente: Mas deixa, que se o mundo for justo ela vai encontrar um gato, bronzeado, gostoso, lindo e bom de cama e vai te mandar pastar! Isso parecia TÃO errado. Bella era sua mulher e de ninguém mais. Tinha que ao menos tentar conversar com ela.
Resolveu ir ao trabalho de Bella.

Quando chegou ao estúdio percebeu o tanto de tempo que ignorou o lugar. Sempre pensou na profissão de sua esposa como prazer e não trabalho. Bella nunca precisou daquilo para se sustentar. O pai era bem financeiramente e após casados ela não tinha responsabilidade alguma nas despesas da casa. A criação e manutenção do estúdio era seu sonho e ele gostava dela ter algo para se ocupar. Em uma das paredes viu uma foto tirada anos antes, no dia da inauguração, quando Bella e ele dançaram tango juntos.


Lembrei das horas que passamos em exaustivos ensaios. Eu nunca fui um bailarino profissional, mas não quis nenhum outro sendo seu par em noite tão especial. Então se preparou para não fazer feio. Em agradecimento, Bella usou o mesmo vestido vermelho da noite em que me conquistou e ele pôde enfim retirar aquela peça de seu corpo. Uma noite inesquecível.
Quando cheguei, vi que algumas turmas estavam em aula e me surpreendi com a elegância da decoração e na quantidade de alunos que avistei. Ao que parecia ela era bem sucedida.  Então porque ir embora?Ele era o único motivo. Passou reto por Jéssica e foi procurar Bella. Encontrou-a fazendo alongamento em uma barra.
- Que quer aqui?
- Conversar.
- Será que ainda temos algo para fala?
- Acho que sim. Podemos ir a um lugar mais reservado?
- Sim. – Quando chegaram a sala da diretoria ela continuou. – Fale de uma vez.
- Quero saber por que vai embora. Alice disse que irá voltar para seu país. Eu sou o único motivo? – Fui direto.
- Não tenho que dar explicações!
- Tem sim, ainda não estamos separados. – Droga. Não era o que gostaria de dizer. – Vai dificultar o divórcio.
- Quer saber. – Bella estava mais amarga. – Problema seu! Mande seu advogado ir atrás de nós nos EUA. Não vou pensar minha a partir dos seus planos. Quer o divórcio? Se responsabilize por ele.
- Mas você já tem uma vida estabilizada aqui! – Ele voltou a perder o controle. – Será que não vê? Essa criança nem nasceu e já destruiu a nossa vida.  Você está abandonando tudo por nada!
- Cala a boca! – Ela pegou um cinzeiro e atirou em Edward. Passou bem perto de seu ombro. – Nada é o que você sente por nós duas. Escute bem o que vou te dizer Edward. Nunca mais chame meu bebê de ‘essa criança’. Eu desejei, eu sonhei com ela por muito tempo para você tratá-la como qualquer coisa. Eu vou embora e quando tiver os papéis você fará com que eles cheguem até mim. Tenho certeza que encontrará uma forma. E eu também tenho um papel para você assinar.
- O acordo da pensão?
- Não. – Ela riu sarcástica. – Pedi que meu advogado redija um documento onde você abre mão de qualquer direito de ver ou poder de decisão quanto ao bebê.
- Acha realmente que eu irei solicitar visitas a essa criança? Só trouxe problemas.
- Chega! Pare de colocar nela responsabilidades suas.
- Nela? Já sabe o que é? - Isso era possível?
- Não te interessa?
- Sabe ou não sabe?
- Não, não sei. Mas torço para ser menina. Se for um garotinho, provavelmente terá sua cara. E seria muita injustiça eu ser obrigada a olhar para ela pela vida toda. Não quero que tenha nada seu!
- Terá o sangue. Eu não tive escolha. – Fui cruel, mas falei sem pensar.
Edward se esforçou para lembrar o real motivo se estar ali. Convencê-la a não ir embora. Se continuasse assim, ela iria ainda hoje ao aeroporto.
            - Olhe, talvez essa não seja a única alternativa. Talvez possamos encontrar uma forma de você viver aqui, mesmo sem estarmos juntos.
            - Para que?
            - Ora, você não precisa mudar toda sua vida e Alice e minha mãe estarão por perto se precisar de algo. Eu nunca vou querer contato com essa criança, mas...
            - Já disse para não falar assim. – Ela gritou.
            - Que seja. Eu nunca vou querer contato com seu filho, mas isso não significa que precisamos nos afastar tanto. Eu compro um ótimo apartamento para você, com tudo, mobiliado, com carro na garagem e no bairro que escolher. Você vive lá e nós podemos encontrar uma forma de...
            - Não termina essa frase se não quiser que eu atire tudo que está sobre esta mesa em você. – Vi Bella ficar vermelha. – Pode colocar a vagabunda que quiser para morar nessa casa. Nós, eu e meu bebê, não precisamos de você. E mesmo sem precisar dar explicações, vou dizer para que assim vá embora de vez. Eu decidi vender o estúdio por outra razão além de você. Ele será reestruturado e eu não quero investir nisso.
            - Não quer ou não tem o dinheiro? – Droga! Eu tenho dinheiro de sobra. Posso resolver isso.
            - O estúdio não é minha prioridade agora.
            - Claro, só uma coisa é prioridade agora.
            - Sim, só meu bebê.
            - E como pretende se sustentar?
            - Se eu falar vai embora? – Ele apenas assentiu. – Vou fazer como qualquer um, trabalhar. Com o dinheiro da venda aqui compro um apartamento e depois retorno a vida normal. Eu sobrevivi sem marido rico por muitos anos.
            - Acredita realmente que alguém vai te dar emprego grávida?
            - Seu otimismo é comovente, mas já chega. – Ela só questionou mais uma coisa. – Vai assinar o documento abrindo mão dela?
            - Quando formos legalizar o divórcio eu assino isso. – E saiu do escritório e da vida de Bella.

POV Bella

            De volta para casa. Bom, não era bem a sua cidade, mas era próximo. E tinha o mesmo clima terrível. Não se mudou para Forks para não encontrar seus pais, afinal agora queria paz para trazer seu bebê ao mundo. Tinha decidido parar de chamá-lo de menina, afinal ele poderia ficar ofendido se estivesse enganada. Era momento de vida nova. Alimentou muitas esperanças e errou em todas. A gota d’água foi Edward dizer que assinaria o documento abdicando do filho. Por um instante acreditou que ele iria ao menos pensar. Mas não, ele não titubeou.
Tinha comprado um apartamento em Port Angeles por ali ser distante o suficiente para não encontrar com Charlie e também porque foi lá onde conseguiu trabalho. Apesar de jamais assumir para Edward, sempre soube que seria impossível viver da dança nos próximos tempos. Mas tinha amigos e dos mais maravilhosos que há no mundo. Jacob e Seth eram seus amigos desde a infância e lhe ofereceram para trabalhar como secretária do escritório deles. Ambos eram irmãos, cursaram direito e, ao que parecia, a sociedade estava indo muito bem.
- AAAAAAA Bella, há quanto tempo. – Jack a abraçou e girou levando-a junto. Que bom te ver.
- Calma Jack. Não esquece que temos uma gravidinha na equipe agora. – Ele também me abraçou. – Tem até uma barriguinha aparecendo.
- É mesmo. – Jack se surpreendeu. – Conseguiu ficar ainda mais bonita.
- Assim vou ficar encabulada. Já basta o tanto que tenho de agradecer por me deixarem trabalhar aqui assim.
- Não seja boba. Todos vão te adorar.

domingo, 19 de agosto de 2012

Por um Filho - Cap 5: Recomeço







Pov Bella

            Deixei a empresa de Edward cuspindo fogo. Quem ele pensava que era para ter o direito de rejeitar seu bebê desta forma? Se pensava que iria conseguir fazer com que eu rasteje mais estava enganado.
            Fui para o apartamento e peguei tudo de uso pessoal, nada a mais. Mais um recado para ver se aquele OGRO entendia que eu nunca desejei seu dinheiro. Sem pensar juntei minhas roupas, cremes e livros e coloquei no carro. Tive o cuidado de deixar todas as joias sobre a cama para que ele não se atrevesse a falar em acordos financeiros novamente. O único problema é que não tinha para onde levar tudo aquilo, não tinha outro apartamento e um hotel não era solução aceitável. Solução? Tudo foi parar no estúdio de dança temporariamente.
            Este era outro assunto que precisava resolver. Há algum tempo minha sócia, Jéssica, vinha falando em ampliar o lugar para instalar uma academia de ginástica. A ideia era boa e tornaria o negócio mais rentável. O problema era o investimento que era necessário, dinheiro alto que não tinha no momento, ainda mais agora, quando a prioridade era o bebê.

            -Se não quer participar do negócio, venda sua parte. Eu compro!

            No primeiro momento a oferta soou errada. Quase fiquei ofendida com Jéssica! O estúdio era o meu projeto profissional de vida. Aquele era o meu sonho de viver da dança e estaria abrindo mão de vê-lo prosperar. Mas a proposta era boa e com todo o problema familiar em que se envolveu, talvez fosse a melhor alternativa. Ainda estava pensando nisso quando Esme chegou.

            -Podemos conversar? Jéssica me autorizou a subir.
            -Esme, serei direta. Não estou em condições de discutir com ninguém. Por isso vá comemorar o divórcio em outro lugar.
            -Não seja injusta Isabella. Podemos não ser amigas, mas nunca fiz nada para separá-la de meu filho. – Esme estava tranquila ao falar com a nora. – E isso apenas por ver diariamente que, por algum motivo que eu desconheço, você foi capaz de fazê-lo feliz.
            -Ele não concorda.
            -Concorda sim. Só puxou a teimosia Cullen. Faz 30 anos que vejo ele agir assim. Quando percebe o que perdeu, corre atrás para ter novamente. Mas não vim falar disso. – Seu sorriso cresceu. – Quero é saber de meu neto. Conte tudo!
           
Meu coração se alegrou. Alguém, além de mim, deseja ver meu filho nascer feliz e saudável.

            -Eu não esperava por isso. – Ela respirou aliviada e acariciou o ventre. – É bom saber que alguém gostou da novidade.
            -Isso porque não viu Alice. Está enlouquecida. Precisamos saber de quantos meses está para começar o enxoval.
            -Três. – Disse com um grande sorriso.
           
O papo foi longo e Bella teve que contar cada detalhe, cada desejo ou enjôo. Somente em uma coisa Esme não acreditava.

-Como ele não notou nada?
-Provavelmente não queria notar. Percebeu que eu havia engordado, nada a mais.
-Homens! – Mas ela sabia que o papo estava leve demais para a situação. – Não se preocupe. Depois isso passa e ele voltará ao normal. Não conseguirá ficar sem você.
-E será que eu irei querer Edward novamente, depois de tudo que houve?

Três semanas depois...

Tudo esta à perfeição quanto à gravidez. Não sabia se era menino ou menina, mas estava tudo bem. Com quase quatro meses, podia jurar que já tinha sentido mexer, mas podia ser só seu coração de mãe inventando. Esme estava enganada e Edward não foi procurá-la, nem advogado algum. Ele simplesmente sumiu de sua vida. E isso era doloroso.
Nessas semanas tomou algumas decisões. Iria mesmo deixar a Inglaterra. Já estava tudo certo com Jéssica, que ofereceu uma ótima proposta de compra. A única tristeza era ter de se afastar de Esme logo agora quando estavam se dando bem. Alice chegou a empalidecer quando soube que o sobrinho não seria criado ali e vestido por ela todas as manhãs. Mas era melhor assim. Não suportaria encontrar com Edward e estando em seu país isso seria inevitável.

POV Edward

Momentos de paz se tornaram raridade. Quando não eram os problemas na empresa, eram as lembranças de Bella ou os ataques de Alice e Esme. Aquela criança já deveria ter roupas e brinquedos para toda infância. Isso quando Alice não invadia sua sala para mostrar algum presentinho perfeito que adquiriu na mais recente visita ao shopping. A gritaria no corredor o alertou que ela estava chegando e Jasper estava atrás.

-O que é isso Alice? – Tentei repreendê-la.
-Isso sou eu invadindo a sala de um idiota!

Falando isso Alice sobre mim, batendo o mais forte que podia. Por ser muito pequena, praticamente teve que me escalar enquanto estapeava e gritava o que pensava:

-Seu cachorro, ordinário, safado! Pensa que pode fazer o que quer é? Agora, depois de todas as suas grosserias a Bellinha está indo embora. Idiota! Mas deixa, que se o mundo for justo ela vai encontrar um gato, bronzeado, gostoso, lindo e bom de cama e vai te mandar pastar!
 Os tapas não chegavam a doer, mas era humilhante ter de ouvir sua irmã o xingar disso tudo. E Jasper parecia concordar já que não fazia nada.

- Do que está falando? O que aconteceu Alice?
- Aconteceu que você fez a Bella quer ir embora. Ela vai voltar para os EUA!

Embora? Não...não era isso que eu queria.

- Segura essa louca. Droga! -  Foi que eu disse esperando que Jasper fizesse algo.
-Não precisa amor, eu já vou. – Com essa resposta ela me largou e saiu calmamente enganchado no braço do namorido.





            Ela sabia bem o que aquela informação causou na minha cabeça. A irritante Alice foi embora feliz.


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Por Um Filho: Cap 4: Realidade difícil








            Edward não conseguiu se concentrar no trabalho e não podia voltar para sua casa por correr o risco de encontrar Bella. Não suportaria mais um embate com a esposa. Horas depois seu celular tocou e era Alice:

-Está em casa ou no escritório?
-Escritório.
-Sabe onde Bella está?
-Espero que no apartamento, fazendo às malas. – Sabia que ia se arrepender por perguntar, mas o fez. – Por quê?
-Estou com dúvida em algumas roupinhas. Sabe com quantos meses ela está?
-Isso é deboche, Alice. Sei que mamãe já deve ter te contado tudo– Ele decidiu entrar no jogo. – Mas eu não sei.
-Que pena. Aí eu não sei em que mês vai nascer e se compro roupa de calor ou frio? – Ela suspirou. – Claro que mamãe contou por isso vim as compras com ela. Será que Bella já sabe se é menino ou menina?
-Vai pro inferno Alice! – Falando isso ele encerrou a ligação. Era só o que faltava. Agora elas vão ficar enlouquecidas.

            Mais algumas horas totalmente perdidas no escritório e Edward decidiu que já era hora de voltar para casa. Quando colocou a chave na fechadura ele pensou que era hora de buscar forças para mais uma discussão onde Bella insistira mais uma vez para ele desistir do divórcio. Quando abriu a porta, no entanto, se deparou com o ambiente exatamente igual ao de quando saiu. Arrumado perfeitamente, mas sem vida. Se ela estivesse lá arrumando às malas ainda, teria barulho e se já tivesse levado tudo, estariam faltando objetos, ao menos um porta retrato ela iria levar. Ou não?
            Com um pouco de ansiedade foi passeando pela casa totalmente vazia. Lembrou do fato de não terem empregados fixos, apenas a diarista que vinha sempre pela manhã e deixava tudo organizado. Bella não gostava de estranhos sabendo da vida do casal e dormindo na casa. Agora teria de contratar uma empregada. Deixou o quarto por último, ainda tendo um pouco de esperança de encontrá-la lá. A imagem foi dolorida! A cama perfeitamente arrumada e sobre o lençol estavam dispostas as joias. Cada uma representava uma data, um motivo, ou um sentimento diferente. A última era uma pulseira decorada com Safiras que Bella recebeu quando completaram seis anos de casamento. Mas a joia mais valiosa era a aliança e ela também foi deixada ali.
            Quando abriu o lado do closet destinado a Bella o perfume sempre usado por ela inebriou o ambiente. Ver todos os cabides vazios e alinhados foi a confirmação de que acabou. 



Foram sete anos jogados fora.

            -Para Edward. – Gritou para si mesmo. – Você quis assim. Chega de ficar sofrendo.
            Decidido por deixar o passado ir embora, Edward pegou uma roupa limpa e foi tomar banho, mas a visão do banheiro também era dolorosa. A bancada da pia, antes lotada de cremes, loções, óleos e todo tipo de maquiagem agora estava vazia. Quem pensaria que a visão de uma escova de dentes solitária, pudesse representar tanto? Mas para ele representava. Entrou no chuveiro e chorou. Não por arrependimento, chorou pelas circunstâncias que o levaram a se separar da mulher que tornava sua vida plena. Mas estava feito e jamais voltaria atrás.

Três semanas depois...

            A vida seguiu em frente e o nome Isabella não era mencionado na família. Na verdade Esme e Alice praticamente o ignoravam e era provável que gastassem o tempo todo mimando Bella.




-Olá maninho. – Alice entrou sem bater. – Como vai?
-Educação mandou lembrança. – Edward falou mais para provocá-la do que repreendê-la.
-Vamos ser objetivos já que seu humor não está bom. - Ela estudava as palavras e isso não era bom sinal. – Só vim aqui dizer que se quer economizar uma viagem aos EUA, deve ir conversar com Bella e trazer ela logo para casa. E nem adianta olhar de casa feita, nós dois sabemos que logo você estará rastejando.
-O seu humor está passando dos limites Alice! – Só que um detalhe lhe chamou a atenção. – Ela vai embora da Inglaterra? Por quê? E o estúdio?
-Parece que não está bem financeiramente. Acho melhor fazer algo logo. Que foi? Ficou preocupado.
-Só se for com ela ir antes de assinar o divórcio. – Mas os olhos dela brilhavam de esperança. – Por favor Alice, vá cuidar de Jasper um pouco.

Era só o que faltava.