quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Por Um Filho - Capítulo 19: A manhã seguinte






            Fazia mais de sete meses que não dormia enroscado em Bella e só agora percebia o quanto era bom passar horas sentindo o perfume de morango em seus cabelos. Ela não teve um sono tranquilo, falou bastante, como sempre fez. Primeiro eram coisas alegres, sussurrou meu nome e chegou muito perto de uma declaração de amor, mas eu ainda terei de aguardar mais para ouvir um eu te amo. Depois seus sonhos devem ter ficado piores, em certo momento ela quase chorou. Dizia que não queria ficar sozinha, que precisava de ajuda, que seu bebê precisava de alguém. Tentei de todas as formas me convencer de que toda aquela tristeza era responsabilidade de Charlie e não minha. Mas sabia de minha cota de culpa em tudo aquilo, então passei a alisar seus cabelos e sussurrar palavras doces até o sono se normalizar.
            Na manhã seguinte Bella estava preguiçosa demais e, por ela não poder ficar tantas horas sem se alimentar, resolvi acordá-la. Tarefa difícil, ao que parecia estava com o corpo cansado e dolorido.
            - Não devia se aproveitar assim de uma gestante. – Ela disse brincalhona. – Tudo dói agora. Não devia ter ficado acordada até tão tarde. Droga!
            - Calma Bella. Te acordei para você comer, depois dorme novamente. OK?
            - Agora eu não quero mais. Tem uma certa pessoa que não para de pular aqui na minha barriga!
            - Então quem sabe um banho de banheira? Uma massagem...
            - Não, massagem não. – Um olhar dos mais desinibidos. – Fiquei traumatizada com a última.
            - Não faz assim Bella.
            - É sério Edward, nada de massagem. Ontem eu abusei na dança e... na cama, preciso de descanso.

            Depois de bem alimentada, Bella tomou banho, infelizmente sozinha, e veio ficar comigo na sala. Ela não tocou no assunto de como estávamos depois da transa de ontem, nem foi carinhosa ou fogosa como eu esperava, mas acho que era melhor esperar. Então voltamos a fase de amigos, bom, não exatamente já que ela lia um livro praticamente no meu colo, mas não chegava nem perto de suprir meu desejo.
            - Tem notícia de Esme? Jurei que ela viria com Alice.
            - Eu também. A baixinha disse que ontem conversaram e, sabe onde ela ia? Jantar com Carlisle.
            - Não lembro deles fazerem isso antes. – Seus olhinhos castanhos brilhavam como menina levada. – Será que...
            - Não sei. Sei achei que meu tio arrastava um bonde pela mamãe, mas ela nunca quis se envolver com ninguém.
            - Pelo seu pai?
            - Talvez.
            - Edward, eu sei que sua dificuldade em aceitar nossa filha tem algo haver com seu pai. Seria tão mais fácil para eu entender se...
            - Não Bella. Vamos deixar isso no passado.
            - Mas por quê?
            - Porque eu quero Bella. – Eu tinha erguido um pouco a voz e resolvi esclarecer tudo melhor. – Não espere nenhuma explicação mirabolante que faça você entender. Apenas aceite que eu sofri com o abandono dele e, de uma forma totalmente torta, tentei privar você de um sonho.
            - Ok. – Foi apenas o que ela disse.

            Nossa tarde passou tranquila e enquanto Bella assistia a um DVD, meu pensamento viajou para o comportamento de Charlie. Ele tinha sido mais do que desrespeitoso, tinha sido cruel. Será que via o quanto sua filha precisava de apoio? Bella estava frágil, se fazia de forte, mas estava lutando para se manter tranquila e não prejudicar a bebê. Ela não merecia ser destratada daquela forma e alguma coisa deveria ser feita.
            Pensei em ir até Forks e tentar fazer com que os pais de Bella compreendessem que agora ela precisava de afeto e auxílio. Se eu, com meu coração duro, tive de me render, o que faria com que eles, os avós, não aceitarem essa gravidez. Para eles, qual a diferença dela estar casada ou não? Era incompreensível tamanha rudeza de palavras.

            - Bella, você tem planos para amanhã? – Algo teria de ser feito e eu não podia esperar.
            - Não, por quê?
            - Eu tenho alguns compromissos do trabalho. Pensei em você passar o dia com Alice. O que acha.
            - Eu não preciso de babá Edward. Vá aos seus compromissos e eu vejo o que farei.
            - Não, assim fico preocupado.
            - Sem motivo algum! Olhe, eu passarei o dia no salão.
            - Está bem. – Mas não querer a companhia de Alice era estranho.

            Eu não fui convidado para dormir em sua cama, mas tudo bem. Amanhã o dia seria difícil e estar cansado não era uma boa pedida. Vou confrontar Charlie e se não conseguir nada, ao menos convencer Renee a ir visitar a filha.

No dia seguinte...

            Logo que amanheceu liguei para Bella e depois dela reafirmar que estava tudo bem segui a Forks. A viagem foi tranquila e logo estava batendo a porta dos Swan. Fui atendido por Renee e, por muito pouco, não fui expulso da casa. Insisti e deixei claro que a senhora Renee deveria chamar o marido para conversarmos, caso contrário eu não iria embora. Ela ligou, ele esbravejou dizendo que mandaria a polícia, mas por fim informou estar vindo a sua cada. Enquanto isso, resolvi apelar para o coração de mãe.

            - A senhora não tem curiosidade para saber de sua filha? De sua neta?
            - Ela fez suas escolha. – Mas logo depois amoleceu o coração. – Olhe Edward, eu seu tudo sobre ela e Charlie também. Jacob conversa com Mike e nosso filho nos conta. Sei que você a fez sofrer muito e sei que agora resolveu apoiá-la. Eu a amo!
            - Não é o que parece!
            - Quem você pensa que é para entrar em minha casa e julgar minhas atitudes? Não fez nada melhor!
            - Não pode pensar dessa forma. Eu posso ter cometido os piores enganos, mas  vocês são os pais dela. Não podem abandoná-la agora.
            - Eu não quero conversar com você quanto a isso. Se insiste em ficar aqui, fique. Será apenas o tempo de Charlie chegar e expulsá-lo.
            - Eu não sei o que há no coração de vocês. Sabe que sua filha tem sérios problemas de saúde? Sabe que ela enfrenta uma gravidez de risco e que nunca abandonou a fé de poder cuidar da filha? Eu me pergunto de quem ela herdou esse amor, já que a própria mãe a abandona em um momento tão difícil.

Eu estava perto de desistir e ir embora, afinal se a mãe era assim, o pai nem daria atenção. E Charlie chegou nesse momento.

            - Fora de minha casa. Não convidei você a entrar seu inglês irresponsável. Já fez estrago demais em minha família. Agora viva bem longe daqui, você e Bella podem criar a menina em outra cidade. Pobre criança no meio dessa relação estranha de vocês, sem serem separados, nem viverem como marido e mulher, mas convivendo na mesma casa.
            - Nossa relação será resolvida. E não é disso que vim falar.
            - Claro que não. É mais fácil falar dos defeitos dos outros. Vá resolver sua vida, bem longe daqui. – A campainha tocou e ele gritou também com a esposa. – Vá abrir essa porta logo.
            - Você é um imbecil Charlie. – Eu avancei sobre ele e o esmurrei com toda a força. – Não vê que só a faz sofrer?
            - E o que é melhor? Você também a abandonou. Não suporta a ideia de ter um filho, mas voltou feito um cachorrinho fingindo aceitar para tê-la novamente. Ela mentiu, o enganou, mas foi perdoada apenas por você anular totalmente seus desejos. Pra que? Por não conseguir ficar sem ela na sua cama? – Ele também avançou para revidar o soco, mas eu me esquivei e o deixei cair no chão.
            - O que eu fiz não é da sua conta e muito menos minhas razões para voltar na minhas atitudes.
            - Isso mesmo, não tenho nada a ver com essa pouca vergonha. Eu SEI muito bem que você não está nem ligando para essa criança. Pode negar isso? Diga, diga que voltou para cuidar de sua filhinha e nem liga para a mãe, diga. É isso?
            - É claro que voltei por Bella, sei idiota. Mas o que quer? Que eu abandone minha mulher, minhas responsabilidades? – Eu o soqueava enquanto falava. - Eu vou apoiar Bella no que ela precisar, mesmo não sendo nos meus sonhos. É minha obrigação!

            Quando parei de soquear meu sogro vi ele olhando em direção à porta e só então lembrei que alguém havia tocado a campainha. Só não esperava ver Bella, pálida e em choque observando a triste cena.

- Obrigações Edward? – Foram as últimas palavras antes de Bella perder os sentidos.

domingo, 25 de novembro de 2012

Amor Sem Limites - Capítulo 6: Um aliado



            Seus olhos estavam marcados pela mágoa no instante em que ela abriu a porta. Fiquei envergonhado. Deveria pedir desculpas? Explicar porque saí correndo? Contar a conversa que tive com mamãe. Não...nada disso era realmente importante. Preferi avançar um passo e abraçá-la bem apertado. Senti minha Bella gelada em meus braços. INFERNO! Eu a havia feito sofrer ainda mais.
            Após alguns momentos passados em completo silêncio, abri a boca para implorar por mais uma chance, mas não pude falar nada. Charlie apareceu no alto da escada.

            - Fora daqui Cullen!
            - Sr. Swan eu...                                                                         
            - Fora, já disse. A Bella não precisa de um fedelho que a faça sofrer ainda mais. NINGUÉM, ouviu bem? NINGUÉM a tratará mal novamente.
            - Eu não a farei sofrer...eu prometo.
            - Fala isso porque não a viu quando chegou da escola. Você fez minha filha chorar! – Ele me acusou e eu sabia que estava certo em não confiar na minha palavra. Enquanto isso, Bella não dizia nada, apenas me olhava.
            - Eu não a farei chorar nunca mais...eu prometo.
            - Papo furado. Fora daqui!
            - Mas...
            - Sem mas. FORA!
            - Não Charlie...eu...eu quero falar com ele. Eu e o Edward precisamos conversar.

            Não aguentei de tanta felicidade e a abracei novamente. Seja o que for que Charlie pense de mim, minha Bella iria me dar uma segunda chance. Ela ainda me quer.

            - Se você quer assim filha, tudo bem. – Ele ainda me encarou. – Mas CUIDADO garoto! Estou de olho em você.

            Fomos até o jardim para conversar. Bella caminha de cabeça baixa.

            - Bella...eu te devo um pedido de desculpas. Quando você disse tudo aquilo eu não aguentei...foi chocante. Eu...eu..eu...não sou perfeito Bella. Sou egoísta.
            - Egoísta? – Ela não havia entendido.
            - Sim, egoísta. Achei que teria você só para mim. E aí descubro que tem um bebê e, eu sei, que quando a gente encontrar ele, você não será mais só minha.
            - Quando ‘a gente encontrar’? Quer dizer ‘nós dois’? – Seus olhos brilharam.
            - Claro Bella. Eu vou te ajudar...vou estar junto de você nisso. Prefiro ter um pouco da sua atenção do que nada.
            - EDWARD! Não seja ciumento. Meu bebê vai gostar de você...e de mim, espero.
            - De você eu não tenho dúvidas. É impossível não te amar Bella. – Lhe disse antes de lhe beijar a testa e os lábios.
Depois de algum tempo...


            - Bella...eu tenho de te dizer uma coisa: estou apaixonado por você e entendo que passou por muita coisa difícil. Vou te ajudar, vou estar com você, mas eu só tenho 17 anos...não sei...não sei ser pai.
            - Edward...eu não vou te pedir para ser o pai do meu bebê...quero você como meu namorado. Só preciso que aceite que não terá uma namorada como as outras meninas...como as namoradas dos seus amigos. Sua namorada foi mãe aos 13 anos.
            - Você é muito melhor e mais especial do que todas elas. – Disse em completa sinceridade.
            - Não vai se envergonhar de mim? – Seus olhinhos estavam tristes.
            - Não, claro que não.
            - Então porque você sumiu da escola?

Optei pela sinceridade.

            - Foi informação demais Bella! Eu nunca poderia imaginar algo assim. Foi um choque saber que a minha garotinha já tinha um bebê...eu precisei de um tempo pra colocar os pensamentos em ordem.
            - Pra onde você foi?
            - Fiquei andando sozinho um pouco e depois fui falar com a minha mãe.
            - Ela deve ter ficado apavorada né? Deve achar que sou uma menina terrível pra você.
            - Nada disso. A Dona Esme acha que você deve ser uma garota muito boa e forte para aguentar tudo o que passou.
            - Sério?!?! – Que sorriso lindo!
            - Sim, sério...e ela quer que você vá jantar lá em casa um dia.
            - Eu vou, claro. – Ela disse e nós entramos. Agora eu teria de convencer Charlie.


            Ele caminhava pela sala, nos encarando, parecia diluir a informação de que estávamos juntos novamente. Andava, parava, me encarava, andava mais um pouco...parecia armar o bote para me atacar e atirar pela janela. Bella podia ser filha de Charlie há pouco tempo, mas ele era como um leão protetor de sua cria.

            - Você pensou bem Bella?! Ainda quer ele? Confia nele? – Charlie não queria papo comigo.
            - Sim Charlie nós conversamos e está tudo certo...o Edward faz parte da minha vida. – Foi tão bom ouvir isso.
            - Ok, não vou tentar impedir. Mas apareça chorando aqui novamente e esse garoto vai ver o que é bom pra tosse!

            Eu apenas acenei em compreensão à ameaça de meu sogro.

            - E você pretende se envolver na busca pelo bebê, é isso? – Charlie finalmente falava diretamente comigo.
            - Sim Senhor – Respondi. -  Hannn Bella, qual o nome dele? Ou qual nome você iria lhe dar?
            - Arthur. Seria Arthur.
            - É um lindo nome. – Eu disse.
            - Ok. - Depois de uns instantes em silêncio Charlie voltou a falar. – Tenho novidades.
            - O que descobriu Pai?! – Bella disse ansiosa.
            - Bella...existe uma família que mora no lado norte da cidade....eles adotaram um menino na mesma época que você deu a luz. Ele tem três anos agora. Meu investigador acha que pode ser o seu filho.

            Fiquei feliz e ao mesmo tempo preocupado. Forks não era uma cidade grande...quem seria?

            - Qual o nome das pessoas? – Eu perguntei.
            - Peter Jones e Carmen Denali, sua esposa, o adotaram. Moram na casa as irmãs dela. Se chamam Irina e Kate. – Charlie respondeu e eu empalideci. Não! Não era possível...eles não!
            - O que há Edward? Você os conhece? – Bella me olhava espantada.
            - Diga Edward! – Falou Charlie.
            - São nossas...primas...quero dizer...Carmen, Irina e Kate são primas em terceiro grau de Carlisle. Não pode ser, elas são boas pessoas. Não roubariam um bebê.
            - Mas elas têm um menino de três anos em casa? – Bella perguntou esperançosa.
            - Sim, elas adotaram um menino. Mas a mãe dele morreu no parto...não tinha família e, como Kate não pode ter filhos, Peter o trouxe.
            - Como ele se chama Edward?
            - Bella...não crie esperança de que seja o seu bebê...não pode ser. – Mas no fundo eu também achava a coincidência grande demais.
            - Responda Edward! Qual o nome do bebê? – Ela gritou.
            - Ele...ele se chama Arthur.

            As lágrimas escorriam pelos olhos de Bella novamente. Dessa vez por felicidade e esperança.

sábado, 17 de novembro de 2012

Por Um Filho - Cap 18: Surpresa!





            Aparentemente Bella estava bem, apenas não quis tocar no assunto ‘seus pais’ e pediu que eu a deixasse sozinha. Fiquei chateado com seu pedido, afinal em outros tempos, quando não tínhamos segredos, ela jamais teria deixado seu marido distante de nenhum assunto. Mas é claro que os tempos eram outros. Fui embora sozinho e preocupado por deixá-la ali, sem minha companhia e proteção.
            Já no hotel, após o banho e tentando descansar fui surpreendido com o celular tocando insistentemente. Levei um susto pensando que era Bella, mas não, a surpresa era boa. Alice estava na cidade e, ao que parecia, disposta a tirar Bella da tristeza.
            - Passa pra Bellinha. – Ordenou a baixinha.
            - Não estou com ela. Estou no hotel.
            - Mas você não aprende né maninho...fica longe pra ver se o Ricardão não aparece.
            - Dessa vez a culpa não foi minha. Tudo que desejo é estar lá com ela, mas nós fomos a Forks e encontramos Charlie. Ele foi grosseiro e deixou-a triste, magoada.
            - Grosso! Mas a tristeza da Bella acabará em breve.
            - Por... – Tinha até medo da resposta.
            - Porque com Alice por perto ninguém fica triste e eu estou no aeroporto. Quanto tempo leva até aqui?
            - E quem disse que eu vou te buscar? – Era uma convencida! – Já estou saindo.
           
Eu pouco enxergava Alice. Ela estava escondida em meio a malas e muitas, muitas, sacolas e caixas de presentes.

- Você queria uma carona ou um carregador de mudanças? – Ela estava se mudando ou visitando?
- Acha que eu não traria presentes para Bella e minha sobrinha linda? Imagina, mas não fique chateado, alguns são para você. Agora ajude a sua irmãzinha favorita e vamos largar as malas e seus presentes no hotel. Depois, rumo ao apartamento de Bella.
- Sim senhora. E o Jasper?
- Chega amanhã. Vai trazer algumas outras coisinhas. – Meu pai?!?! Ainda tinha mais? – Encomendas de mamãe. Eu não tinha condições de trazer mais nada e ela comprou dois carrinhos que são as coisinhas mais lindas e fofas. Um rosa e outro lilás, perfeitos.
- Alice, eu terei apenas uma filha. E já temos o suficiente para criar meia dúzia.
- Deixe de ser mão de vaca Edward Cullen! – Era uma ordem. Melhor não desobedecer Alice Cullen.

Como não adiantava contrariar Alice, fiquei calado. Ela estava hiperativa e falou a viagem toda. No hotel abriu as malas e arrumou todos os pacotes de presentes para irmos a casa de Bella. Acho que teria de fazer outra reforma e montar um closet para minha filha, não tinha espaço para tanta roupa nos armários. Ela não me deixou ver nada.

- Papai verá junto com a mamãe. Vamos? – E lá estava eu carregado de sacolas novamente.

Logo que tocamos a campainha não tivemos resposta alguma, será que havia algo errado? Eu tinha uma chave reserva desde a troca da porta, mas nunca havia entrado sem ser convidado. Estava decidido a valorizar a opinião de Bella com tudo. E finalmente a porta foi aberta e eu pude ver uma Bella com os olhos inchados pelo choro. Alice se espantou com a situação, mas ignorou e logo estava com os braços envolta da inchada barriga e beijando seu rosto. Bella também estranhou a situação, não esperava por ninguém naquele horário e muito menos a anã consumista.
- Alice, é bom te ver!
- Pois é, meu irmão foi incompetente em te levar embora, então eu vim. E não precisa olhar de cara feia, se quer viver aqui, tudo bem, mas eu tinha que trazer umas lembrancinhas.
- Lembrancinhas?
- Quase nada. Venha ver. – E daí em diante foi um tal de roupa rosa pra cá, sapatinhos, variados pra lá e vestidos de grávida lindíssimos. - Olha esses que arraso!

- E esses são para minha sobrinha.


- E naquelas sacolas têm alguns looks fantásticos.



A surpresa de Alice foi agradável e ela conseguiu deixar Bella relaxada e até fazê-la sorrir um pouco. Ela visitou o quarto, deu pitacos na decoração e, quando já estávamos saindo para deixar Bella dormir, tirou mais uma sacola da IMENSA bolsa que carregava.
- Era para eu te obrigar a usar hoje, mas para que não digam que sou mimada, abrirei uma exceção. E não abra agora. Edward só verá amanhã quando nós e Jasper vamos sair para dançar. Você vai arrasar conosco na pista, mas tudo bem, eu não ficarei por menos. Edward e Jasper que se preparem!
- Alice eu não sei se é adequado.
- Deixe de ser boba cunhadinha. Claro que é, minha sobrinha tem que aprender desde cedo a mexer o esqueleto. Nas outras sacolas tem lingerie adequada, sapatos e acessórios. Vamos Edward?
No dia seguinte...

            Depois que Jasper chegou, eu tive algum descanso. Passei a manhã com Bella, assistindo DVDs e preparando o almoço. Alice estava perdida em algum shopping da cidade e nós tivemos tranquilidade, mas no início da tarde ela ligou para avisar que estavam passando no apartamento, eu sairia com Jasper e ela teria tempo para arrumar Bella para a noite. Nem mesmo contou onde iríamos! Mas como não sou maluco obedeci.
            Eram 20hs quando bati na porta do apartamento e  Alice atendeu.
            - Ela já virá. Está linda!
            - Sempre foi.
            - Idiota.
            - Anã! – Nossa relação não mudou nada.







            Quando ela entrou na sala meu coração disparou. O vestido era em um tom entre o rosa lindo. A manga tinha um detalhe e o comprimento era médio. Perfeita. Entramos no carro e só quando chegamos foi que soubemos qual era a surpresa.
            - Danças latinas Alice?
            - Sim, eu disse que Bella ia arrasar.
            - Alice, olhe o meu tamanho.
            - Pare com isso amor. – Nesse momento minha irmã era a mais amada do mundo. – Vamos aproveitar essa noite. Só dança se quiser.

            Mas é claro que ela quis. Bella não conseguia ficar parada e, mesmo com o ventre dilatado, dançamos muitas músicas de diversos ritmos. Samba, salsa, merengue e tudo o que tocou. Claro que nosso tempo era mais lento, ela precisava disso e por vezes tínhamos que parar e tomar ar, mas a sensualidade de Bella seguia a mesma. Ela conseguia me enlouquecer só com o rebolado, nosso balançar de corpos foi esquentando e a expressão ‘pedir água’ ganhou outro significado. Alice e Jasper já estavam invisíveis para nós na pista e talvez já até tivessem ido embora, não fazia diferença. Nos também já estávamos pensando em ir, mas ai tocou um tango e não resistimos.
            Não há música mais sensual, mais convidativa ao sexo. Os corpos se enroscam, dão voltas, se esfregam como numa antecipação do futuro. Um casal que dança tango não termina a noite em camas separadas e nós não seríamos os primeiros. Levei Bella para o carro e ela sabia o que aconteceria, talvez esse fosse seu plano. Não importava. Quando chegamos, ainda no elevador já estávamos aos beijos e amassos.  Dentro, o vestido dela e minhas roupas não duram muito tempo, tirei tudo com pressa, nem vi a lingerie, só percebi que a calcinha era muito pequena e delicada, a falta de sutiã tinha me atormentado a noite toda.
- Vem de uma vez Edward! Não enrola!
            - Calma amor, faz muito tempo, tenho que aproveitar. A fome é muito, não vou me satisfazer apenas com um lanchinho, quero a refeição completa.

            E eu tive, cada pedacinho de minha mulher. Minha novamente.