quarta-feira, 29 de julho de 2015

Enfim Vidas Ocultas na Amazon

Enfim, após muito esforço, muita organização, edição, revisão e inúmeros finais de semana de digitação intensa Vidas Ocultas - primeiro volume da Série Vidas - está disponível para download. Para quem já leu no Wattpad, informo que a versão da Amazon tem um cap extra, o primeiro de Vidas Roubadas, sequência da série.
Para os leitores ansiosos peço desculpas pela demora. É que isso se tornou um processo mais longo e demorado do que nós imaginávamos. Mas Vidas Roubadas já está em produção e, pelos caps prontos já posso afirmar que muitas surpresas manterão vocês ligadas pelo livro todo.

Quem quiser acessar o site da Amazon e adquirir o E-book pode clicar aqui.

domingo, 26 de julho de 2015

Diaba Ruiva - Passado Revelado: Capítulo 19



            Rachel encarava seu pai sem nenhuma disposição em ouvi-lo. Após tantos anos de afastamento e sabendo que não foi ontem que ele descobriu seu paradeiro, não estava interessada em aproximar-se e formar uma família feliz. Isso incluía Brígida e Melissa. Sua irmã, que se aproximou disfarçadamente, protegendo-a e enganando ao mesmo tempo. Mesmo que mentiras não sejam novidade em sua vida, seria difícil aceitar sua família de sangue, não os perdoaria facilmente por tê-la enganado.
            David já esperava por isso. Após tempos observando Rachel, decidiu que era hora de tê-la à sua frente e contar a ela toda a história. Antes, porém, testou-a muito. Já sabia a quão forte era. Já conhecia sua coragem. Sua lealdade para com amigos e, principalmente, seu espírito livre. Ninguém era capaz de segurá-la. Nem mesmo guardas armados.

            - Não haja assim, minha filha. É o meu sangue que corre em suas veias. E você se parece tanto com sua irmã que não entendo como não percebeu tudo assim que a viu. Sempre fui contra a vinda de Melissa para os EUA. Ela deveria ter deixado tudo nas mãos de Nohan. Veio de teimosa que é. Está aí outra característica que vocês dividem.
            - Nohan também é outro membro mentiroso da família? – Rachel perguntou provocando seu pai.
            - Não, minha filha. Nohan é um amigo fiel e servidor eficiente de nosso país. Nosso, meu e seu. Já que você tem sangue inglês nas veias.
            - Obrigada pela informação. Agora vá embora da minha casa.
            - Ainda não. – David respondeu friamente antes de se aproximar de George. Percebia que a pequena Helen estava feliz em ser embalada nos braços de Neal, mas George o olhava com a expressão curiosa. – Venha cá meu menino, venha se sentar com seu vovô. Eu vou lhe contar uma história.

            Os seguranças ficaram tensos, viam na ruiva postada à frente do Primeiro Ministro uma raiva ainda efervescente. Ela não estava se acalmando diante de David. Quando viu o filho atender ao pedido do avô os olhos dela vibraram ainda mais. George aceitou o convite do avô e para surpresa de Rachel e Neal, logo estava sentado sobre seu joelho, esperando a história começar.

            - George saia daí agora! – Rachel lhe disse.

            Ela, porém, estava prestes a descobrir que seu filho também havia herdado a teimosia típica da família. George estava adorando ter tantas pessoas na sala de sua casa. Inclusive Melissa, com quem tinha simpatizado desde o início. Agora ela lhe afagava os cabelos e piscava o olho, garantindo-lhe que tudo ficaria bem. Brígida o surpreendeu com um beijo na bochecha. Achou aquilo bem estranho, mas ela também parecia legal. George decidiu que gostava daqueles visitantes.

            - Senta aqui mamãe! Vem ouvir a história do vovô. Você sempre diz que temos de ouvir os mais velhos!

            Rachel olhou para Neal e Mozz. Eles não lhe pediriam nada. Mas era óbvio que desejavam ouvir David. Talvez não servisse para reatar nenhum laço ou perdoar erros do passado. Rachel não desejava perdoar. Mas precisava ouvir e conhecer definitivamente seu passado, a história de seu nascimento. Então sentou-se de frente para David Williams.



            - Fale. Irei lhe ouvir. Mas saiba que estou cansada de mentiras. Tente me enganar e o preço será alto. – Avisou ao pai. Melissa e Brígida também se sentaram, assim como Neal e Mozz. Aquela sala nunca esteve tão cheia.

            David começou narrando fatos já conhecidos por Neal e Rachel graças a Mozz. Muito antes de se tornar o Primeiro Ministro e ainda casado com outra mulher David mantinha um caso com Brígida. Ela, mais jovem que ele, bailarina e apenas uma estudante. Ele já um político conhecido na Inglaterra.

            - Ela me enfeitiçou com seus olhos azuis e cabelos ruivos. A vi pela primeira vez em um palco, dançando lindamente. E a quis para mim. – David contou.
            - Sei bem como é. – Neal concordou. Também fora enfeitiçado pela dona de uma cabeleira ruiva.
            - Eu me separei discretamente logo após descobrirmos que Brígida estava grávida. Seria um escândalo caso viesse a público que um político teve um caso extraconjugal com uma mulher mais de dez anos mais jovem e agora seria pai. De gêmeos, ainda por cima. As revistas de fofoca falariam disso por semanas, meses. Seria o fim de minha carreira. Eu me separei e planejava casar tão discretamente como, ainda antes de você e Melissa nascerem.
            - Mas não foi assim. – Os dois mantinham um diálogo. Os demais apenas ouviam.



            - Não. Fomos adiando, adiando e o parto teve de ser antecipado. As bebês estavam muito grandes para útero. Nasceram prematuras, mas com ótima saúde.
            - Mas você não tinha como nos assumir publicamente.
            - Exatamente. Então resolvi esperar mais um pouco e enviar vocês três para uma casa discreta. Seriam bem cuidadas e assim que fosse possível eu as assumiria como a minha família. Antes da viagem eu dei para cada uma de vocês um diamante lapidado. Joias raríssimas que pertenceram a corroa inglesa há séculos atrás, mas que foram dadas à minha família.
            - Existem lendas sobre essa pedra que nada falam sobre ela ter sido dada à família do primeiro ministro inglês. Ela deveria estar escondia há mais de 100 anos aqui nos EUA. Pistas levaram eu e John a três lugares. Como pode ser da sua família?
            - Nossa família, Rachel. – David sorria docemente à filha, mesmo vendo que ela não o encarava com carinho. – Sabe quando uma mentira é tantas vezes repetida que se torna verdade? Foi esse o caso. Essas pedras estiveram envolvidas com crimes desde sempre.
            - Você disse que elas foram dadas à família. Não roubadas. – Rachel provava que estava atenta. Não seria enganada.
            - Sim, um eufemismo de minha parte. Em respeito a minha querida avó paterna. Que descanse em paz. O fato é que o boato dessa pedra estar desaparecida começou há séculos, mas por boa parte desse tempo ela esteve com minha avó, minha mãe e depois comigo.
            - Então ela jamais esteve nos EUA? Eu procurei-a em vão! Matei por esse diamante em vão!

            Brígida enrijeceu o olhar ao ouvir da boca da filha a grave confissão. Logo ela disfarçou a desaprovação. Rachel a encarou, desafiando-a a dizer algo, a recriminá-la. Se o fizesse diria que não tinha direito algum, já que não teve sua companhia nem compreensão durante a infância. O que eles pensavam dela era irrelevante. Porque aquelas pessoas não eram nada. Mas Brígida não disse nada. Até sorriu em compreensão.



            - Sim, ela jamais esteve nos EUA. Eu criei os boatos dos três lugares nos quais você tinha esperança de encontrar o diamante. – David afirmou e com isso fez Rachel se revoltar ainda mais. Neal e Mozz trocaram olhares curiosos. A história estava ficando ainda melhor. – Acalme-se. Eu explicarei, minha querida filha.
            - É bom mesmo.
            - Quando vocês tinham três meses de idade eu fui participar de um evento na Suíça. Fora da Inglaterra, seria a chance de passar algum tempo perto de Brígida e de minhas meninas sem gerar um escândalo. Passei três dias podendo embalar minhas duas filhas. Mas meus seguranças avisaram que havia a ameaça de um sequestro. Uma quadrilha havia descoberto quem vocês eram e iria pegá-las para me chantagear. Por isso decidi que era melhor irem embora. Naquela noite você começou a ter febre e nós resolvemos que não deveria viajar. Melissa e Brígida foram, portanto, um dia antes. Na noite seguinte a babá e um guarda costas levariam você.

            O desespero daquelas horas ainda seguia muito firme na mente de David e Brígida. Ele preferiu que a então companheira leva-se as joias das duas filhas. Aquela foi a primeira vez que sua menina se separou do diamante. Era para tê-lo recebido de volta assim que Brígida a recebesse em Estocolmo, antes de pegar o voo para a Inglaterra. Mas Brígida nunca mais viu a filha.
           
            - Como eu me chamava? – Rachel perguntou.
            - Melanie. – Foi Brígida a responder. – A minha Melanie. Que jamais deveria ter deixado meus braços. Eu jamais me perdoei por tê-la deixado para trás com a babá. Eu deveria estar lá para te proteger.
            - É, deveria. Mas não estava. – Rachel respondeu. – E teria morrido no lugar da babá. Não poderia ter feito nada.
            - Exatamente. Muito tempo depois nós descobrimos o que aconteceu. Mas aí era tarde. Originalmente, quem tentava lhe pegar era Josef Harabo, mas John Turner, então agente da MI5, o investigava. John viu que poderia lucrar mais se ao invés de prendê-lo, se aproveita-se do golpe. Então ele se antecipou em roubar você, forjando aquele acidente. Vitimou duas pessoas e poderia tê-la matado. Ele não se importava. Queria a pedra. E nunca aceitou ter ficado sem.
            - Ele me criou. Sempre me tratou como filha.
            - Eu não sei o por que. Talvez a tenha levado com o objetivo de me chantagear. Mas não sei. Se te faz bem pensar que ele te amou, ótimo. Mas entenda que ele só lhe fez mal e nunca a tratou como a uma filha de verdade.
            - Você sempre soube que eu estava com John? Desde o início?
            - Não! Entenda, Rachel, meus investigadores conseguiram chegar até Harabo, mas descobriram que apesar de ter planos, ele jamais se aproximou de você. Mas não fazíamos ideia que um agente da MI5 o tinha feito. Por isso as pistas falsas. Eu não sabia com quem você estava. Mas eu sabia o que essa pessoa desejava.

            Nesse momento Mozz não aguentou mais. Seu coração estava batendo intensamente, juntando cada pedacinho daquela história. Unindo o que ele já havia levantado com o que David contava, ele já conseguia finalizar a história. E se o fim fosse exatamente o que ele antecipava, tinha muitos motivos para sorrir.

            - As pistas serviam para atrair o sequestrador! – Disse sem conseguir evitar.



            - Mozz, por favor! – Neal repreendeu o amigo. Queria passar sem ser percebido. Aquele assunto era para pai e filha.
            - Mas é óbvio. – Mozzie ainda não estava disposto a interromper o raciocínio. – Ele inventou a pistas para atrair John. Só não contava que ele tivesse treinado Rachel para que ela seguisse as pistas.
            - Seu amigo está certo, Neal. Descobri Rachel quando ela aproximou-se do primeiro lugar. E então eu fiquei sabendo do que ela era capaz. Soube que a minha menina era uma assassina, que tinha enganado um agente do FBI, sido presa e desaparecido no mapa. Foi um duro golpe. Quando lancei esses boatos do diamante eu deseja pegar o criminoso, mas não imaginava que a minha filha tivesse se transformado em alguém tão má quanto. Eu decidi que aquela assassina não era a filha que eu procurava. E abandonei esse assunto.
            - Não ouse me julgar. Você também não é o meu pai! – Rachel respondeu. – Vão embora daqui! Vocês não são a minha família!
            - Somos! Eu sou sua mãe! Eu não a abandonei. – Brígida antecipou-se ao marido. - David não me contou que a tinha encontrado. Se tivesse, eu teria vindo atrás de você e contado toda a verdade, mas só fiquei sabendo quando a Melissa veio para EUA e eu exigi que me contasse os motivos. Não importa quem você matou. Aceitando ou não eu sou sua mãe, eu sofri todos esses anos sem saber onde você estava, se passava fome, frio, e você deve entender o que é isso, pois hoje também é mãe.
            - Eu não preciso de uma nova família. Eu já tenho uma e também já tenho uma mãe. Ela foi assassinada por culpa desse maldito diamante. Vão embora!
             - Mamãe não pode falar palavrão! – George voltou a se manifestar.
              - Sim filho, desculpa a mamãe.
            - Ainda não vou embora, Rachel! – David tomou a palavra novamente. – Falta eu lhe entregar algo.

            Ninguém imaginou aquilo. David colocou a mão no bolso interno do paletó e de lá puxou o maior e mais belo diamante que poderiam ver. Numa lapidação elegante que a fazia brilhar e quase ofuscar os olhos que nem piscavam de vontade em contemplá-la. Os olhos de Rachel também vibraram. Mas não o bastante.

            - Eu não quero. Não preciso de nada que venha de você! Agora, já que se nega a ir embora, eu vou para o meu quarto. Saia da minha frente e não ouse me seguir!

            Rachel deu às costas para o diamante e subiu as escadas. Seu pai realmente não a seguiu, pensava que a filha tinha direito e necessitava de tempo. Brígida discordou. Há muito tempo deixou de seguir as orientações de David. Ela e Rachel mereciam uma conversa de mãe e filha. Ela seguiu a filha e só parou quando estavam as duas no mesmo quarto.

            - A palavra privacidade não significa nada para vocês?
            - Não quando eu estou, finalmente, podendo conversar com a menina que coloquei no mundo e que me foi tomada quando tinha apenas três meses. Eu nunca lhe fiz nada de ruim, acho que mereço uma chance de me aproximar, de te amar. Sou sua mãe.
            - Não é. Minha mãe está morta.
            - Eu respeito Nicole. Sei que te amou, te recebeu de braços abertos e fez o seu melhor como mãe. Foi ela quem ninou você, quem lhe alimentou, banhou. Foi ela quem fez o que eu não tive chance. Mesmo assim, a sua mãe sou eu. Olhe para nós duas.



            Rachel olhou, viu uma mulher bela, apesar de envelhecida. Podia ver claramente seus traços ali. A mesma linha na boca. O mesmo formato de queixo. O avermelhado dos cabelos. E o azul dos olhos. Só que os olhos maternos estavam doces enquanto os da filha ainda guardavam amargura. Não conseguia esquecer. Não conseguia superar. Não se sentia filha daquela mulher apesar de seus olhos lhe provarem o contrário.

            - Eu sinto pela sua dor, Brígida. Mas não posso. Não consigo recomeçar assim. Sou Rachel, a filha de Nicole e John, a assassina. Não Melanie, a filha de Brígida e David. Melanie não existe, ela morreu naquele acidente em Estocolmo. – Rachel falou sabendo que aquilo faria Brígida sofrer. – Fique com Melissa e com a lembrança da Melanie. Não sou perfeita o bastante.
            - Tem razão, não é perfeita. Cometeu erros graves. Mas isso não a torna menos integrante da família. E até onde sei, o crime é passado em sua vida. Me deu dois netos com os quais eu desejo conviver.
            - Não posso...não posso.
            - Acalme-se, Rachel. Eu posso esperar por um abraço. Ele virá, tenho certeza.
            - Como pode ter tanta certeza?
            - Sou mãe. A gente sempre entende os filhos. E vejo além dessa mágoa. Há muito amor no seu coração. Amor que você dificilmente deixa alguém alcançar. Neal conseguiu. Vou me inspirar nele. Quem sabe um dia você também me permite entrar no seu coração.

            Rachel quis responder. Mas a resposta ficou presa em sua garganta. Brígida caminhou em direção a porta sozinha, sem receber um abraço da filha. Ela disfarçou a decepção e sorriu para Rachel.

            - Se eu pudesse, agradeceria a Nicole por tê-la criado no meu lugar e tê-la transformado nessa mulher maravilhosa. E a invejo por ter tido esses anos da sua vida. E por ter cuidado de você enquanto esperava George. Eu daria qualquer coisa para ter podido afagar você e sentir meu neto crescer. Será que você me permite visitar George e Helen?

            Rachel não respondeu. Não estava em condições. Queria chorar e entender  tudo aquilo. Estava perdida em todos aqueles sentimentos. Precisava de tempo. Ouviu os passos de Brígida avisando que ela tinha deixado o quarto. Mas aquilo não aliviou sua dor.
            Na sala Brígida encontrou David conversando tranquilamente com Neal. Eles falavam do diamante e Neal o segurava, surpreso com seu peso e beleza.



            - Eu sempre soube que ela era linda, mas nunca pude imaginar o quanto. Pena que foi responsável por tanto sofrimento. – Neal disse ao sogro. – Muitas mortes foram geradas pela ganância em tê-la. Eu nunca matei por ela. Mas também me envolvi em coisas graves para tê-la. É uma pedra maldita.
            - Não, Neal. Não é. Maldita é a ganância das pessoas por ela. Esse diamante para mim é abençoado. Foi por ele que minha Melanie, ou Rachel, se ela assim o é agora, voltou para nós.
           
            Neal estava diante de um dos homens mais importantes do mundo. E ele era seu sogro. Não pode evitar pensar nas benesses e problemas que aquilo traria. Rachel podia até não ter notado ainda, mas seu tão esperado acordo com o FBI e a MI5 acabara de perder muito da importância. Eles haviam se tornado um caso de atrito diplomático entre as duas nações. Estava claro que David Williams estava disposto a pagar a dívida que tinha com Rachel e não lhe negaria auxílio.
            David já havia estudado Neal Caffrey o suficiente para entender o que ele pensava. Ele não ligava para a pedra. Não a estava cobiçando. E talvez por isso mesmo a merecesse. Ele amava Rachel. Sua filha estava em boas mãos. Mas não era ingênuo a ponto de ignorar os desdobramentos que sua chegada aos EUA trariam.

            - Eu tenho uma reunião com o Presidente Obama amanhã às 16hs. Rachel estará na pauta. Verei o que posso fazer para flexibilizar a situação legal de vocês. – Ele disse antes de ver Brígida descer as escadas. – Tudo bem, meu amor?
            - Sim. Não adianta querer recuperar décadas em uma tarde. Precisamos ser pacientes. – A esposa respondeu ainda emocionada.
            - Ótimo. Vamos embora.

            Antes deles se aproximarem da porta, no entanto, a campainha tocou deixando a todos os seguranças eriçados. Mozz ofereceu a sua hiper discreta câmera de segurança para descobrir o invasor, mas eles preferiram cercar a família inglesa e protegê-los com suas armas e mandar Neal abrir a porta.

            - Os ingleses seguem avessos a tecnologia. – Mozz disse em provocação. – Neal, guarde a pedra, por questão de segurança, é claro.

            Quem estava à porta não era um sequestrador, muito menos John Turner. Ao contrário, era o homem da lei responsável por recapturá-lo. Peter Burke, muito surpreso pelo que via ali.



            - Senhor Primeiro Ministro...porque eu não consigo me surpreender mais. Bom...eu esperava recebê-lo no FBI, mas já que nos encontramos, vamos conversar?
            - Não. – Melissa intrometeu-se. O Primeiro Ministro veio aqui resolver problemas de família, não policiais. Amanhã iremos encontrá-lo, Sr. Burke.
            - Se prefere assim, Melissa. – Peter respondeu. – É ótimo que tenham vindo. Sabe que estamos procurando por um homem chamado John...
            - Turner.  -  David respondeu. - Sim, obviamente eu sei, senhor Burke. O homem que tomou minha filha. Eu espero que o prenda. Mas nós dois sabemos que isso não está em suas mãos. Estamos lidando com um homem muito inteligente. Nenhum de nós é capaz de entendê-lo, saber como pensa, como age, quais seus planos. Apenas Rachel. Ela poderá pegá-lo, caso queira. Porque ela tem laços sentimentais com ele.
            - John assassinou a mãe dele. Duvido que o proteja.
            - Nada na vida é tão simples assim. Agente Burke, em especial quando tratamos de sentimentos. Mas vamos deixar isso para amanhã. Boa noite. Vamos Brígida, Melissa.
            Rachel voltou a sala quando todos já saíam. David e Brígida viram. E encararam aquilo como uma demonstração de força. Ela desabava. Mas não levantada em se reerguer.

            - Brígida, espere. – Rachel gritou do topo da escada e desceu os degraus quando a mãe esperou. – Não estou pronta para conviver com vocês. Mas não a impedirei de ver seus netos. Venha vê-los. Tenho certeza que George e Helen vão adorar.

            Brígida saiu sorrindo apertando a mão de David. Estava recuperando sua filha. Com décadas de atraso reunia sua família.
            Na sala ficou apenas Peter, Mozz, Neal, Rachel e as crianças. Todos um tanto surpresos com o que se passava. Tudo o que acreditavam desabou. E Peter ainda nem sabia de tudo. Neal resolveu que não esconderia nada do amigo e tirou a pedra do bolso, passando-a para Mozz.

            - Acho que, tantos anos depois, você quer tocá-la Mozz. Pegue-a.



            - Meu Deus! Depois de anos de amor platônico você finalmente vem para os meus braços, minha belezura. A mais bela de todas. A mais brilhante. A mais fantástica. A rainha do meu coração.  – Mozzie não suportava a emoção de pegar o diamante.
            - Menos, Mozz. Por favor. – Neal reclamou.
            - Estava com ele o tempo todo? – Peter ficou pálido. – David Williams terá muito o que explicar amanhã no meu escritório.

            Em um instante os pensamentos de Peter ganharam novo rumo. Seus olhos brilharam, não pelo diamante, mas por uma ideia. Aquela pedra poderia mudar os rumos da investigação.

            - Espere! Se essa pedra está com vocês então... – Ele começou a articular um pensamento, mas foi interrompido por Mozz.
            - Nós não roubamos. Eu juro! – Gritou ele ainda segurando a pedra.

            - Eu sei, Mozz. Mas alguém está inda bem interessado em roubá-la. – Peter sorriu. Havia descoberto um meio de pegar John.

Alguém Para Amar - Capítulo 16



            Enquanto Emily se arrumava junto das mulheres da família, Jonas já estava pronto, escondendo-se do sol em um dos alojamentos de turistas que ficava próximo da tenda em que ocorreria o casamento. A calma dos dias anteriores já o havia abandonado. Lá no fundo tinha medo que Emily se deixasse levar por suas angústias e desistisse de se casar.



            - Acalme-se. Jéssica ligou informando que a noiva está pronta e em alguns minutos estará aqui lhe dizendo sim. – Lorenzo lhe disse.
            - Quando você se casar eu me lembrarei de te provocar também.
            - Se um dia isso acontecer novamente, estarei feliz demais para me preocupar com provocações.

            Diante do aviso do irmão Jonas saiu, cumprimentou o idoso padre e se postou no altar à espera da noiva. Viu quando Milena e a mãe chegaram e se sentaram em seus lugares. Também observou Jéssica se colocar junto de Lorenzo. Avistou Marta, sentada e observando-o emocionada. Ela foi a última convidada a chegar e seria a primeira a deixar o RS. Ainda naquela tarde ela retornaria ao abrigo. Não queria deixar as crianças sem sua proteção. Ainda mais agora, com uma recém nascida.

            - Cuide bem de minha filha. – Ela disse a Jonas ao cumprimentá-lo.
            - Sempre. E você, cuide bem da minha. – Foi a resposta de Jonas.




            Emily caminhou até Jonas lentamente, de braço dado com seu fiel amigo Márcio. Na falta do pai ou do irmão, o amigo e funcionário se ofereceu para guiá-la até o altar. Jonas observava-a e só tinha olhos para ela. Sabia que estava nervosa, mas não transparecia. Seus passos eram firmes como os de uma rainha, o olhar tinha como destino o seu. Belíssima em um vestido branco, discreto e moderno, seus cabelos louros estavam soltos. Não poderia ser uma noiva mais simples e elegante. Ela surgiu exatamente como ele imaginou. Emily Fruett em alguns instantes seria uma Vicentin. E Jonas não conseguia estar mais satisfeito com isso. Um aperto de mão com Márcio e ela lhe foi entregue. Com ambos diante do Padre, com as mãos dadas, a cerimônia teve início.
            O sermão do Padre foi breve, falou sobre a vida. Não a menina que ambos esperavam levar para casa muito em breve, mas o tempo a que todos temos na terra. Tempo que devemos aproveitar para ser feliz.

            - O tempo passa. E lá no fim todos queremos olhar para trás e ver uma trilha de felicidade. – Lembrou o religioso.

            Quando chegou o momento das juras Jonas e Emily ficaram de frente, ainda segurando as mãos um do outro. Havia paz no coração de cada um deles. Tinham um passado juntos, se conheciam intimamente e, agora, teriam um futuro. E ele seria lindo, ambos acreditavam.



            - Eu aceito me casar com você, para estarmos juntos na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da minha vida. – Eles disseram juntos, num único som, que garantiu o que todos já haviam percebido. Jonas e Emily complementavam-se, desejavam o mesmo da vida e estavam prontos para trilhar aquele caminho.

            O beijo dos noivos foi rápido. Não desejavam desagradar ao Padre e tinham tempo para carinhos mais afoitos depois. Seguiram para os cumprimentos. Beijos e abraços, votos de felicidade e muita euforia. De vovó Ângela veio o voto mais afoito. E também o que mais cedo Emily gostaria de atender.

            - Pegue meu neto de jeito nessa noite de núpcias e faça meu bisnetinho. – Orientou a idosa, avó de Jonas. Todos riram, mas poucos imaginaram o quanto Emily torcia para que aquele desejo se realizasse.
            - Eu vou tentar vovó, eu vou tentar.

            Logo todos os convidados estavam servindo-se de um almoço que misturava pratos típicos do sul com o refino dos temperos que Emily tanto gostava. O resultado foi uma grande reunião de amigos, regada a vinho de ótima qualidade, pratos deliciosos e música tradicional. Jonas não parava de sorrir tendo Emily em seus braços.
            Eles passaram de mesa em mesa, agradecendo a presença naquele dia que tornava-se o mais feliz de suas vidas. Para ser perfeito, faltou apenas a presença de Vida junto deles. Infelizmente as leis não permitiam que nenhuma criança naquela situação saísse do abrigo.

            - Logo ela estará com vocês. – Marta disse enquanto acariciava o rosto de sua filha. – E eu também me sentirei avó de Vida.
            - Claro, porque é minha mãe. – Uma lágrima solitária rolou pela face de Emily.

            Antes de se sentarem para comer, os noivos ainda saíram pela vinícola para uma sessão de fotos. Tudo ali representava lindos cenários, da adega onde os vinhos ficavam armazenados aos campos de vinhedos. As câmeras puderam captar muitos beijos e afagos, pouco comparado com o amor que havia entre eles.



            Foi só depois que todos haviam encerrado o almoço e saboreavam as sobremesas que Emily chamou a todas as mulheres para pegar o buque. Algumas correram para tentar pegar as flores.  Outras, como Milena, sequer se animaram.

            - Isso é para quem tem namorado, pelo menos. – Disse a irmã do noivo.

            Jéssica também não quis participar da brincadeira. Estava feliz com Lorenzo exatamente daquele jeito. Sem cobranças, nem planos. Só aproveitando o que a vida lhes deu. Lorenzo, aliás, naquele momento, servia mais doce para Clara. Ela estava muito feliz ali. Tinha tios, avós, bisavós e logo ganharia uma prima. Apesar de ter apenas quatro anos, Clara entendia as conversas que ouvia. E ficou curiosa para saber quem era Vida. Jéssica lhe explicou que o irmão de Lorenzo e Emily iriam adotar uma bebê, chamada de Vida.

            - Será filha deles. Mas não sairá da barriga dela.
            - E pode isso? – Clara estranhou. Sabia que os bebês saíam da barriga das mamães.
            - Pode. Emily escolheu ser mamãe dela e Jonas escolheu ser seu papai. Porque a amam.

            Elas não falaram mais a respeito disso. O que não significava que Clara tenha deixado o assunto de lado. Agora, tendo o ‘tio Lorenzo’ ao lado, lhe deixando provar todos os doces que tinha vontade, Clara pensava que se pais e mães podia escolher uma filha, ela também podia escolher um pai.




            - Tio Lorenzo...você gosta de mim né? Minha mãe sempre diz para eu ser bem comportada e eu sou, não sou?
            - Você é, Clara. E eu gostaria de você mesmo que não fosse tão comportada assim. – Lorenzo respondeu achando graça de Chiara.
            - Gosta muito, muito, muito? – Perguntou ela com o rosto sujo com mais uma colherada cheia demais com um doce de chocolate.
            - Muito, muito, muito. Mais do que você imagina.
            - Então escolhe ser meu papai. Eu quero ser a sua filha. Eu prometo que vou me comportar bem como sua filha.

            Lorenzo olhou para Clara emocionado. Ela era uma criança carente de atenção. Por mais que Jéssica se esforçasse, não conseguia suprir a falta do pai. Pegou-a no colo e, mesmo não podendo confirmar aquilo, lhe disse o que ela precisava ouvir.

            - Vou te contar um segredo Chiara. Mas não pode contar pra ninguém, nem mesmo pra mamãe.
            - Tá bem!
            - Eu quero ser o seu papai sim. Um dia você será a minha filhinha. Mas a mamãe ainda não sabe disso. Então fica sendo um segredo nosso, está bem. Enquanto isso, eu sou o ‘tio Lorenzo’, que está aqui para te ajudar sempre que precisar. Está bem assim?
            - Sim. Mas tios também podem colocar a gente pra dormir ou é só os papais?
            - Os tios também podem.
            - Então está bem assim sim. – Ela lhe deu um beijo estalado na bochecha e lambuzou-o de chocolate. Lorenzo não poderia estar mais feliz.


            Quando Clara foi correr junto de outras crianças o baile do casamento já estava animado. O relógio já marcava quase 16hs. Leonel e Giovanna prepararam tudo para que a comemoração entrasse a noite. Emily e Jonas dançavam colados, sem parecer ver mais ninguém, Lorenzo resolveu fazer o mesmo com Jéssica. Naquele momento um grupo tocava músicas antigas da cultura gaúcha, alguns convidados riam da letra que enaltecia às terras do sul, outros tentavam acompanhar com passos de dança.

            - Eu não sei dançar essas músicas. – Jéssica avisou ao namorado.
            - Eu sei, não se preocupe. Nem com a dança nem com nada. Só sorria. – Era muito tentador para ela seguir aquele conselho.


“Quem quiser saber quem sou
Olha para o céu azul
E grita junto comigo
Viva o Rio Grande do Sul

...

Oh, meu Rio Grande
De encantos mil
Disposto a tudo pelo Brasil
Querência amada dos parreirais
Da uva vem o vinho
Do povo vem o carinho
Bondade nunca é demais

...

Deus é gaúcho
De espora e mango
Foi maragato ou foi chimango
Querência amada
Meu céu de anil
Este Rio Grande gigante
Mais uma estrela brilhante
Na bandeira do Brasil”

            Jéssica dançou como pode, colada a Lorenzo, sentindo seu calor durante todo o fim de tarde na Serra gaúcha. Era bom sentir aqueles braços envoltos de sua cintura, em especial depois da noite de amor vivida na véspera. O desejo foi crescendo e ela quis repetir tudo aquilo.



            - Afirmar que ‘Deus é gaúcho’ não é um pouco exagerado, não? – Jéssica provocou-o quando finalmente deixaram a pista de dança. Lorenzo sorriu e ela se perdeu naquele riso feliz e relaxado. Beijou-o, surpreendendo-o em tomar a iniciativa.
            - Nós não somos um povo reconhecido por sua modéstia, Jéssica. Somos orgulhosos. Para o gaúcho, tudo que é daqui é mais belo, mais forte e mais saboroso. Por isso dizemos que Deus é gaúcho, por ele ter sido muito generoso com nossa terra.
            - E você concorda com a música? Mesmo quando ela fala da beleza da mulher gaúcha?
            - Concordo. São belas. Mas eu me apaixonei por uma paulista, por isso melhor eu me calar nesse momento.
            - É, das mulheres não posso falar. Mas quanto aos homens, eu e Emily podemos atestar que são muito especiais.

            Lorenzo pressupôs que aquela falta de timidez toda fosse efeito do vinho. E resolveu aproveitar. Sabendo que seus pais olhariam Clara, levou Jéssica para conhecer a casa da família. Passou pela sala, cozinha, biblioteca e chegou ao seu antigo quarto. Jéssica pensou que fossem passar a noite ali, naquela cama, mas logo depois viu o olhar de Lorenzo perder a leveza de minutos atrás. Ele entrou naquele cômodo porque desejava lhe mostrar o antigo quarto, mas aquele lugar lhe dava tristeza.

            - Você não gosta de estar aqui. – Ela concluiu. A decoração era muito antiga e ela quase conseguia imaginá-lo naquela cama com Alice.
            - Não. Nós vamos dormir numa das cabanas turísticas ou voltar para minha casa na cidade. Esse lugar não me faz bem.
            - Você ainda a ama?
            - Não! Por favor, Jéssica. Não crie fantasias. Alice está morta e ela se tornou passado na minha vida há tempo suficiente para não nos atrapalhar. Ela é apenas uma lembrança triste. É difícil imaginar que Alice perdeu a vida tão jovem. Isso não tem nenhuma ligação conosco. Meu futuro é você. Então vamos esquecer o passado. Vou pedir que mamãe se desfaça de tudo que há aqui, monte outro quarto para nós, em outro cômodo e com ligação com um quarto para Clara.

            O sol caiu e foi hora de Jonas e Emily se despedirem dos convidados após 10 horas de festa, vinho e muita dança. Emily estava exausta já que negou-se a descer dos saltos altos. Jonas teve de carregá-la. O que não foi nenhum incômodo ao noivo.

            - Seus pés devem estar inchados.
            - Agora você cuida de mim.



            Emily não sabia quais surpresas seu marido havia lhe reservado. Sua noite de núpcias não seria na casa da família, nenhuma das cabanas nem hotéis da cidade. Ele preparou o seu lugar favorito na vinícola, a adega de barris de carvalho onde o vinho ficava envelhecendo. Lá havia um espaço com lareira, mesa de jantar e, desde aquela tarde, uma cama. Que talvez nem fosse utilizada.




            - Eu nunca, jamais imaginava que você pudesse ser tão romântico, Jonas. Imaginei uma suíte de hotel, algumas garrafas de vinho e uma cama macia. Mas não isso.
            - Garanto que a cama é macia e há bem mais que algumas garrafas de vinho, minha esposa. Eu gosto desse lugar. É aqui, desde a minha adolescência, que eu venho para pensar. O cheiro do carvalho e do vinho me faz sentir em casa. Espero realmente que você goste de ter aqui a nossa primeira noite como casados.
            - Estou achando maravilhoso até agora. Para ficar perfeito, só falta você tirar essa roupa e abrir o meu vestido.
            - Sim, mas bem perto da lareira para você não sentir frio.
            - Não tem chance alguma de eu sentir frio, Jonas. Eu estou fervendo de ansiedade. Eu quero você, agora, pela primeira vez como oficialmente sua.
            - E quem sou eu para negar uma ordem da senhora Vicentin?
           
            O vestido, de corte moderno, não tinha uma carreira de botões em pérolas. Ótimo. Foi simples descer o discreto fecho e deixar a cascata branca cair até seus pés revelando um justo corpete rosa claro. Rendas e fitas misturavam-se numa combinação sensual, mas não vulgar. Era uma lingerie romântica e recatada. O busto do corpete deixava seus seios mais altos e fartos. Jonas não resistiu a sentir-lhes o perfume.

            - Fantástica. – Disse salpicando beijos na pele macia e perfumada de seu colo. Ela era tão branca que sua pele era repleta de pequenas sardas.

            Emily sentiu quando as mãos de Jonas correram de sua cintura até o quadril e depois para as coxas. Conhecia aqueles toques muito bem. E, ainda assim, ele conseguiu surpreendê-la e arrepiá-la. Jonas desceu sua calcinha rendada enquanto ainda mantinha o corpete cobrindo a parte superior de seu corpo. Ajoelhou-se e lhe deu o mais íntimo dos beijos.

            - Aaaa Jonas. – Ela gritou e agradeceu por não estarem num hotel com pessoas nos quartos ao lado. Ali ela podia gritar muito sem medo de se expressar.
            - Acalme-se, minha esposa, estou apenas começando.

            Sentindo a parceira tremer, a fez deitar-se à frente da lareira e continuou acarinhando-a. Queria tornar aquela noite inesquecível.



            Quando ele finalmente tirou as próprias roupas e abriu o corpete de Emily, ela já tinha a pele formigando por mais carícias. Precisava daquele homem, completo, sem segredos ou mistérios que ela desconhece-se. Jonas era o seu par perfeito na terra. E ela sentia-se feliz em ser amada por ele ali, perto do fogo e do vinho.

            - Eu te amo. Quero ser sua para sempre. – Lhe disse no auge da paixão.
            - E vai ser. Eternamente amada por mim.

            Jonas perdeu-se naquela mulher sem pensar em mais nada que não fosse sua beleza, sua perfeição e o tanto de felicidade que ela conseguia pôr em sua vida. Emily tornou-o um homem completo. E, naquele momento, ele reforçava todas as juras feitas. Ela seria amada e respeitada.


            - Por todos os dias da nossa vida. – Sussurrou em seu ouvido enquanto amava-a.