sábado, 1 de fevereiro de 2014

Dupla Perseguição - Capítulo 8

            Cinco dias depois...

            Neal acordou entediado. A vida parecia ter entrado numa rotina ruim. No FBI os casos se repetiam, andavam, se resolviam e davam espaço a outros. Não terminava nunca. Rachel não parecia disposta a sair da toca onde tinha se escondido. Ela e mãe mantinham uma relação carinhosa, mas não conversavam ou entravam em detalhes de nada. Mesmo sem desgrudar daquele receptor, continuava sem fazer ideia da onde ela estava.
            Além disso, alguns dias atrás ela e Nicolle tiveram uma conversa que o deixou muito preocupado. Rachel parecia não ter nenhum cuidado com a saúde daquele bebê.
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            - Rachel...você lembra do Dr. Richard? Aquele amigo do seu pai.
            - Sim. – Rachel tirou os olhos da tela do computador. – Mas não estou gostando dessa conversa. O que tem o Dr. Richard? E nem sabia que estava vivo ainda.
            - Está aposentado, mas se eu chamar...eu sei..
            - Não. – Foi a resposta crua.
            - Filha...
            - Não. Já disse.
            - Rachel quanto tempo exatamente você tem de gravidez?
            - Uns 2 meses e meio ou três...eu não sei exatamente. Sabe mãe, eu não marcava no calendário quando eu e o Neal transávamos.
            - Já passou da hora de você ir no médico, Rachel. E o Dr. Richard é confiável. Ele vem aqui. Te examina. E pronto.
            - Eu já respondi. Não vou voltar na decisão, mãe. Se eu começar a abrir exceções, logo vou estar vestindo um macacão laranja...e essa cor definitivamente não é a minha cor.
            - Eu não estou brincando, Rachel. É da sua saúde que nós estamos falando.
            - Nem eu estou brincando. É assunto resolvido.
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Eram 9hs e só tinha que estar no FBI às 11hs. Mozzie ia vir mais tarde. Devia ir fazer uma corrida, tomar café na rua...qualquer coisa assim. Mas não...acabou sentado à mesa da cozinha, ao lado do maldito receptor.
            Rachel acordou se sentindo mal. Logo que se ergueu da cama sentiu o enjoo crescer no estômago. Correu para o banheiro do seu quarto e vomitou tudo o que pôde. Pensar em se sentir pior do que já estava era impossível.

            - Rachel...está enjoada? – Disse Nicolle à porta.
         - Não mãe...só vomitando por vontade de limpar o estômago. O que você acha? – Pergunta mais idiota.
            - E acordou de bom humor também...lava o rosto e vai pra cama. Eu vou fazer um chá pra você.

Depois de um tempo...

            Quando já estava recuperada do enjoo e com fome, Rachel foi trocar de roupa para descer pra sala e ficou olhando o próprio corpo. Era impressionante como a barriga apareceu rápido. Ficou se olhando no espelho por algum tempo. Um ângulo, depois outro...era outra mulher.
 


            - Filha...vai ficar aí...a está se olhando. Vem comer alguma coisa.
            - Mãe...olha isso. Cresceu muito. – Ela disse um tanto encantada com aquilo.
            - Filha, você tem três meses de gravidez. Estranho seria se continuasse com a barriga reta.
            - Eu sei, mas... torna tão real. Sem barriga era mais fácil fingir que ele não estava aqui. – Ela passou a mão na barriga. – É firme.
            - Claro. É uma criança, não gordura. Aceite que você terá um filho, Rachel.
            - Que eu vou parir um filho? Já aceitei...não vou tentar um aborto a essas alturas. Seria burrice. Mas eu não vou criar um filho. – Ela vestiu a roupa rapidamente. – Vamos comer. Ainda por cima ele me dá uma fome desgraçada.

            Neal sentia inveja ouvindo aquelas palavras. Ela estava descobrindo a gravidez, aceitando, de certa forma, vivendo aquilo. E ele tinha de se contentar em ouvir escondido. As vezes tinha vontade de ir até Peter e contar a verdade. Quem sabe o FBI conseguisse encontrá-la...não...aí seu filho nasceria numa prisão.
            Foi para o FBI com a cabeça presa em seu apartamento. Precisava encontrar um meio de encontrar Rachel e ela não fazia nenhuma menção a cidade onde estava. Peter percebeu seu mau humor lhe deu uma pilha de papéis para analisar...trabalho burocrático era capaz de piorar o dia de qualquer um. Lucy também apareceu por lá. Vestia um macacão vermelho nada discreto.

            - Neal, querido, nenhuma novidade? Eu queria muito resolver esse caso, recuperar o dinheiro...e ter aquele jantar comemorativo com você.
            - Eu não sei, Lucy. Realmente estamos sem saída nesse caso. O ladrão foi muito esperto.
            - É...e se a gente jantasse...sem comemorar então?

            A primeira reação era dizer não e dar uma desculpa qualquer. Mas Peter estava olhando do alto da sua sala. E Lucy era uma mulher interessante...poderia ser uma boa distração. Iria enlouquecer se passasse mais uma noite acordado ao lado daquele receptor.

            - Porque não? – Respondeu e pegou um papel da mesa. - Apareça lá em minha casa. Está aqui o endereço. Vou te preparar o jantar.
            - Uhhh...estarei lá, Neal. Pode apostar que estarei.

            Realmente preparou o jantar. Separou um vinho. E pediu pra Mozzie sumir...levando o receptor. Não queria Rachel na sua cabeça essa noite. A campainha tocou e lá estava ela. Linda e sensual em sua porta.


            Ficou bem claro que ela não queria só jantar. Uma mulher como Lucy merecia conseguir o que desejava. Ele também podia desejá-la...era linda...e não era uma assassina mentirosa. Jantaram deixando mensagens sensuais um pro outro a todo momento. Ela tocou seu rosto. Ele encostou em sua perna por baixo da mesa.

            - Você é linda, sabia?
            - Já me falaram antes...mas é bom ouvir de você. 

            Ela foi aproximando o rosto, bem devagar. Quando sentiu a temperatura de seus lábios Neal levantou-se da mesa. A comida esquecida. Queria que em seus braços Lucy apagasse qualquer lembrança de Rachel. As mãos dele foram direto ao fecho do vestido, queria ela nua logo. Mas sua cabeça estava nas curvas de outra mulher. O cabelo que ele cheirava era loiro, não ruivo, e mesmo com os olhos fechados, não conseguia deixar de notar a diferença. O perfume era outro. As mãos dela abriam sua camisa.

            - Neallll! – Mozzie entrou sem aviso algum. – Por favor a senhorita podia se retirar...nós temos um assunto importante pra tratar.
           - Mozzie! Por favor! O que nós combinamos? – Neal falou fechando o vestido de Lucy. – Me desculpe por isso.
            - É...Neal eu vou embora...outra hora a gente se fala.
            - Não...que grosseria...não vai assim...
            - Isso Lucy. Melhor você ir. – Disse Mozzi já instalando o receptor na mesa. – Você não vai acreditar, Neal.
            - Eu não acredito é no que você fez! – Ela já voltava da porta depois de se despedir de Lucy. -  Eu falei que não queria o fantasma da Rachel nessa casa hoje a noite.
            - Pois vai mudar de ideia quando eu te falar o que ela resolveu fazer.
            - Diz logo. – Partindo de Rachel podia ser qualquer coisa.
            - Sua amada e odiada Rachel disse simplesmente que terá de vir buscar algumas coisas que ficaram em seu antigo esconderijo.
            - O FBI esteve lá. Limpamos tudo. Foi para o depósito.
            - Ela acha que ainda tem algo. Não importa Neal. O que interessa é que não conseguimos ir até ela, mas Rachel virá até nós. Será sua chance de falar com ela. E, pra isso...você terá que se livrar do Peter e estar lá.




Pra quem tá curtindo a fic, eu achei que nosso casal merecia um vídeo. Eles são quentes juntos. Isso é inegável.

 

2 comentários:

  1. Ameiiii estou adorando a história! Neal é o amor da minha vida! Espero mais capítulos e parabéns pela sua dedicação :)

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  2. Obrigada! Vamos dividir o Neal hemmm. :)

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