sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Dupla Perseguição - capítulo 7







O FBI amanheceu nervoso naquela manhã. Dessa vez não por culpa de Rachel, mas sim de um roubo a banco ocorrido naquela madrugada. Sem deixar rastro, uma quadrilha limpou um dos cofres do maior banco da cidade. Câmeras de segurança mostraram pessoas entrando e saindo normalmente durante o dia e, ao fechar as portas tudo vazio. Salvo a do cofre, que não tinha gravação. Alguém ou algumas pessoas, ficaram dentro do banco, roubaram e saíram de lá sem deixar pistas.

            - Fantástico. – Neal disse quando lhe contaram.
            - O que disse, Neal? – Peter perguntou.
            - Nada, nada. – Mas que o golpe era muito bem bolado, isso era. – Já revistaram o cofre?
            - Não. Vamos agora. Eu, você e...a investigadora Lucy Moore.
            - Quem? – Como assim outra investigadora.
            - Teremos o auxilio dela, é investigadora de seguros e atua com o banco.
            - Tipo...a Sara.
            - Exato. – Peter deu três batidinhas no ombro de Neal e sorriu. – Espero que você se dê bem com ela...tão bem quanto com Sara.
            - Ei...Peter...calma. Eu...
            - Está na hora de deixar a Rachel no passado, Neal. Quem sabe com Lucy...
            - Petter...a Rachel é passado e eu não preciso de Lucy nenhuma para...


            - Ouvi meu nome? – Quando olhou para trás Neal viu a mulher elegantíssima e realmente linda. – Muito prazer, senhores. Eu sou Lucy Moore.

            - Olá Lucy, eu sou Peter. Esse é Neal...tenho certeza de que vocês vão trabalhar muito bem juntos.
            A vistoria no banco foi longa. Interrogaram funcionários e todos pareciam bem sinceros ao negar qualquer envolvimento. Era sempre assim. Mentira. Sempre havia alguém lá dentro para facilitar o roubo. Teriam que investigar mais. Ele, Peter e Lucy.

            - Por hoje chega garotos. – Lucy disse do alto de seus saltos altos. – Se surgir algo novo me avisem.

            Ela saiu andando e eu estava prestes a me despedir de Peter pra ir pra casa quando ele resolveu armar um encontro de casais.

            - Eu e Elizabeth vamos fazer um jantarzinho...quem sabe, Neal, você e Lucy nos acompanham?

            O olhar de Neal foi claro. Não estava interessado. Lucy percebeu e negou o convite antes dele falar algo.
            - É melhor não, Peter. Depois que a gente concluir isso, se for para comemorar a gente marca.
            - Ok. – Peter não insistiu.

            Depois que ela se foi, Neal cobrou do amigo o que ele queria com aquilo.

            - O que foi isso, Peter Burke? Versão cupido?! Acha mesmo que eu preciso?
            - Ora Neal...ela faz o seu tipo e...
            - Que mania que inventaram agora que eu tenho um tipo! Você e a Rachel com isso!
            - Aaaaa a Rachel...ainda a Rachel...
            - Ela tá por aí com um filho meu na barriga...não tenho cabeça pra conquistar outra mulher agora. – Era verdade. Chegaria esse momento, mas ainda não conseguia. – E quando eu quiser...não será uma imitação da Sara. Vocês superestimam o que tive com a Sara. Não foi tão importante assim.
            - Ok,ok...você quem sabe. Mas que a ‘imitação de Sara’ é linda você não pode negar. – Peter ressaltou.
            - A Elizabeth vai adorar ouvir isso. – Neal também sabia jogar esse jogo. – É bonita...mas poderia ter um pouco mais de carne nos quadris.

            Pra essa frase Peter não teve nenhuma resposta. Desde quando Neal dispensava uma linda companhia feminina...ele realmente estava abalado.

            - É só pelo bebê mesmo? Ou você se apaixonou, Neal?
           - Claro que é só o bebê. Eu não aceitaria uma assassina de volta na minha vida. Eu gostei dela. Mas acabou e não tem volta.
            - Ok, então...mas o convite pra janta está de pé. Aparece lá em casa. – Peter insistiu.
            - Acho que não...tô cansado.

            E estava. Não só dos casos do FBI, mas de mentir pra Peter, de envolver Mozzie em seus problemas, de usar aquela tornozeleira e, principalmente, de ser sozinho. Entrava e saía dia e ele continuava só. A única pessoa com quem podia ser totalmente sincero era Mozzie.

            - O dia foi parado...sem informações interessantes. – Mozzie disse assim que chegou. – A não ser por essa conversa que eu gravei pra você.

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            - Mãe, quero que traga esses livros da livraria. Eu podia comprar pela internet...mas não quero deixar nenhum rastro.

            Fez-se um minuto de silêncio enquanto Nicolle lia a lista.

            - Vai começar tudo novamente? – Perguntou.
            - Eu não vou desistir, mãe. Essa pedra vai ser minha. É só nesse dia que isso vai acabar. Faça o que estou pedindo, por favor.
            - Ok, eu vou na livraria e compro isso. Só que vou ter de encomendar...eles não vão ter isso na prateleira. Vou te trazer umas outras leituras também.
            - Não tem problema.
            - Rachel...você não quer que eu acesse minha conta bancária então...
            - Não se preocupe com dinheiro. Eu tenho em espécie e em contas em vários bancos. – Rachel se levantou e abriu uma gaveta. – Aqui. É só pegar qualquer cartão, ver a senha correspondente, e sacar no automático. Sempre em quantias que não chamem a atenção.
            - Esse dinheiro vem do que, Rachel? Se for dinheiro sujo...
            - Mãe, por favor. Claro que tem dinheiro sujo aí...mas também tem a minha herança. Não fique cheia de frescura para usar. Ok?
            - Mas a sua herança estava numa conta...
            - Numa conta com o nome de Rachel Turner, claro. Mas eu tirei de lá e pulverizei em vários lugares antes da MI5 começar a me caçar. São contas seguras, abertas com outras identidades. Essas o Neal não descobriu. Eu não ia perder tudo pra eles. Não se preocupe, mãe. Dinheiro não é problema.
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            Rápido de raciocínio, Neal entendeu o que Mozzie queria que ele ouvisse. Eram duas informações importantes. Rachel realmente ia atrás de diamante e não era pelo dinheiro, afinal ela o tinha de sobra e já era rica antes de entrar para o crime. Essa mulher era um mar de enigmas.

            - O FBI continua acreditando na nossa história? – Mozzie perguntou.
            - Sim. Eu acho...apareceu um outro caso. E o Peter ainda começou a tentar me aproximar de uma mulher...só o que faltava.
            - Ele que se cuide...se a Rachel descobre, aí que ela dá um tiro no engravatado! – Mozzie e seus comentários irônicos.
            - Não existe Rachel na minha vida...existe a mãe do me filho. Eu e ela nunca vamos ter nada.
            Um barulho bem mais alto saiu do receptor e eles interromperam a conversa. A campainha da casa onde elas estavam tocou. Parece que Rachel e a mãe receberiam uma visita.
            - Espera, não abre ainda. – Rachel disse rapidamente. – Eu vou ficar no topo da escada com a arma. Lembra...você está sozinha. Despacha, seja quem for, o mais rápido que puder.
            - Não precisa de arma! Deve ser só um vizinho.
            - Se for, melhor. Se não, eu estou preparada. Não dá muito papo, não quero visitinhas. – Disse Rachel antes de subir a escada.

            Neal e Mozzie não ouviram o que se passava na porta da casa, mas podiam perceber a tensão de Rachel. Imaginavam ela, escondida, no topo da escada, com o visitante, seja lá quem fosse, na mira da arma. Se fosse da polícia, ela atiraria.

            - A palavra nitroglicerina, te diz algo, Neal? – Mozzie perguntou.
            - Sim. Isso não é uma mulher, Mozzi...é um furação com pernas...
            - Belas pernas...
            - Já chega, Mozzie.

            Demorou pouco mais de cinco minutos pra Rachel voltar para a sala e tornar a guardar a arma.

            - Não sei pra que isso tudo. Era a nossa vizinha, Mary. Ela parece ser uma graça...veio me desejar boas vindas.
            - Ótimo. É só não vir bisbilhotar muito que vai ficar tudo bem, então.

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