domingo, 9 de dezembro de 2012

Regras Quebradas, Limites Ultrapassados - Cap 1: O maior erro da minha vida





Pov: Christian

            - É por isso...é por esse tipo de coisa que eu gosto do controle! Nunca deveria ter deixado você ser mais que as outras, Anastásia.
            - Eu sou sua mulher, não sua submissa. – Ela me lembrou.
            - Esse é o nosso problema. Se fosse minha submissa, saberia me obedecer cegamente, não me desafiaria, não brigaríamos tanto e, principalmente, não estaria grávida!
            - Não grita assim, por favor. – Ela começou a chorar.
            - Não comece com lágrimas...você só tinha que lembrar de tomar um injeção a cada três meses. É simples porra! Mas é claro que você não lembrou. ESTÚPIDA!

            Eu vi a mágoa em seus olhos, mas nada importava. Ela sabe como sou, sabe que não desejo filhos...não agora pelo menos. Não posso perdê-la para um bebê chorão e dependente. Quero toda a atenção de Ana pra mim, seus braços só a minha volta, não posso permitir que sua atenção seja dividida entre eu e esse bebê que eu não quero.
            E que bosta de pai eu vou ser? Não vou saber tratar essa criança bem. Sou um dominador bruto. Uma mulher aceita isso se realmente estiver satisfeita na cama e na vida, mas uma criança não. Eu não vou ser pai...não posso ser. Inferno! Porque a Ana foi me desafiar? Eu jurei que nunca iria desrespeitar os limites que ela impôs. Refreei meus instintos mais violentos e, para não cair na tentação de lhe castigar por qualquer insubordinação, livrei-me dos açoites, varas e réguas usados em surras cruéis. Já os usei em muitas mulheres, mas não desejava ferir minha Anastásia. Ela que trazia cor ao meu mundo acinzentado.
            Mas agora ela me desobedeceu, desafiou e merece ser punida. Palmadas? Não. Eu sei que, apesar dela não assumir, tem prazer em sentir os golpes dados com a palma da mão em seu belo e redondo traseiro. Conforme o vermelho pinta as nádegas naturalmente branquíssimas e sem nenhuma mancha, eu a sinto ficar molhadinha pra mim. Foram tantas as surras deliciosas que terminaram em sexo inesquecível.
            Mas não dessa vez! Hoje ela merece um castigo rigoroso. Não vai sentir prazer, apenas dor. Assim vai aprender a não me desobedecer. Peguei-a pelo braço e joguei-a de bruços na cama macia, coberta de travesseiros e almofadas. Ela imaginou o que iria acontecer e tentou escapar.

            - Pare com isso Grey. Não é na cama que vamos resolver nossos problemas. – Disse se levantando.
            - Se pensa que quero te comer, está enganada. Agora não estou com a mínima vontade. – Era uma mentira descarada. Vê-la de bunda pra cima me deixava excitado independente do momento. Coloquei-a novamente de bruços e aproveitei para descer sua calcinha até a altura dos joelhos e erguer a saia do vestido. Bateria na bunda nua para doer mais. – Vou te punir pra você aprender a me obedecer Anastásia. - Disse e lhe dei uma palmada.

            - Ai! – Ela gritou.
            - Economize os gritos querida. Não tem ninguém na casa e, além disso, ainda nem começou a doer. – Tirei a cinta que estava usando. Era de couro. Iria servir bem.
            - Christian NÃO! Você não vai me bater com isso! Eu nunca apanhei de cinta. Ray nunca me bateu. – Ela tentou escapar da posição, mas a segurei. Hoje Ana levaria seu castigo sem dó nem piedade. Primeiro golpe pegou a polpa da bunda, bem na junção com as coxas. AIII! PARA! – Mais dois seguidos acertaram o centro das nádegas. – Seu desgraçado! Grey pare agora! Eu nunca vou te perdoar por isso!

            Eu já não ouvia mais nada. Era como se eu observasse essa cena, mas não participasse dela. Parecia que não era meu o braço desse carrasco que aplicava o eficiente, eficaz, porém cruel castigo.  Eu apenas via a cinta abraçar o quadril de Ana repetidas vezes. Comecei a intercalar com golpes também nas coxas. Talvez com pena de machucar demais um bumbum tão lindo e gostoso de tocar.

            - Para Christian...por favor...para. – Ela já chorava e pouco falava quando finalmente os golpes cessaram. Acho que no total foram umas 18 ou 20 cintadas que atingiram seu corpo.

            De repende olhei para seu rosto banhado em lágrimas, olhei novamente para a bunda e as coxas lanhadas e baixei os olhos até encontrar minha mão ainda segurando a cinta responsável por aqueles machucados. Eu fiz isso? Era o fim.
            Abri a mão e deixei a cinta cair no chão. O metal da fivela fez um barulho alto, incomodo. Só não tão incomodo quanto o olhar congelado de Ana. Ela estava em choque pelo que lhe fizeram, eu em choque pelo que fiz.
            O que dizer nesse momento? Nada resolveria a situação. Devo tentar falar, conversar? Lhe trazer algum analgésico? Não sei! Não Sei! Não sei!

Saio correndo...não sei pra onde vou. Não sei o que fazer de minha vida.



            Beber definitivamente não me faz bem. Algumas doses de whisky meu telefone está discando para Elena. Eu queria apenas desabafar, mas, mesmo assim, sentia que estava traindo minha esposa.

            - Venha no meu apartamento. Estou só. – Ela disse forte como sempre. – Mas pegue um táxi...está com voz de bêbado, não pode dirigir.

            Vinte cinco minutos depois eu estava com uma caneca de café nas mãos e Elena me obsevava atentamente.

            - Bom, agora que já jogou uma água no rosto e está se afogando em café, me conte o que aconteceu para te deixar nesse estado. Aquelazinha parece que tem o poder de te pisotear e de devolver para o lixo de onde você saiu.
            - Não fale assim da Ana. Ela é um anjo...eu é que sou o demônio. Eu só lhe faço mal.
            - Diga logo o que aconteceu.

            Eu contei e ela não pareceu surpresa nem assustada. Isso pertencia ao mundo de Elena.

            - Quer dizer que ela fez algo que te irritou e você a disciplinou com uma cinta. – Ela parou por um momento. Tinha um amplo sorriso nos lábios. – Era sintética ou natural?
            - O que? – Perguntei ainda meio tonto.
            - O couro da cinta? Era sintético ou natural?
            - Natural.
            - Quantos golpes? – Ela parecia estar se divertindo.
            - Não contei...acho que uns 20. Eu estava fora de mim. – Como pude fazer isso?
            - Nossa...o rabo da ‘senhorita independente de nariz empinado’ deve ter ficado ardido. – Ela riu alto agora. – Ora Christian...qual é a razão do drama? Quantas você já surrou assim ou muito pior?
            - Ela é a minha mulher! – Será que Elena não via a diferença?
            - Por isso mesmo. Para ela você deu mais do que para qualquer outra. Portanto Ana também precisa se esforçar para agradar você. Quer saber? Essa garotinha demorou foi muito pra levar essa surra! Se ela fosse a MINHA submissa apanharia com muita frequência...até abaixar a crista e aprender quem manda.
            - Ela não gosta do que nós gostamos Elena.
            - Ela casou com você! Ficou rica. Leva vida de rainha. Tem de te agradar em tudo!
            - Ana não liga para dinheiro.
            - Balela! Todos ligam.
            - Ela vai me deixar, eu sei que vai. – Eu estava um caco. Sem a Ana não sou nada.
            - Só te deixa se não gostar de macho e de vida boa. Ora Grey, ela tem com você tudo o que pode desejar da vida.
            - Tem uma coisa que ela quer...e eu não quero dar. Não posso!
            - O que? – Ela não entendia. Sabia que eu desejava dar o mundo a Ana.
            - Ana quer um filho. – Vi a surpresa em seus olhos. – Não posso ser pai. Não sirvo pra isso. – Não disse que Ana já estava grávida, isso é assunto só nosso.
            - Que menininha exigente essa. Acha que ainda pode exigir mais de você. Christian Grey você ficou baunilha demais por Ana. Se imponha homem! Mostre quem é o dono do universo, o grande empresário que veio do nada e hoje é dono de tudo. Dono de sua vida, de seus desejos.
            - Eu preciso dela. – Respondi.
            - Não, não precisa. Você viveu sem ela por muito tempo e era feliz.
            - Isso não é verdade Elena. Eu só conheci a felicidade nos braços da Ana.
            - Esqueça-a Grey! Ela não curte o que nós precisamos. Lembra quando você era meu? Lembra como eu te batia?
            - Claro.
            - Você não me desafia como a sua esposinha faz e mesmo assim eu te punia. Só pra ter prazer, só pra te fazer ver quem era a dona. Devia ter surrado a Ana desde o início.
            - Não é simples assim Elena.
- Agora você só tem uma alternativa: tome as rédeas dessa relação. Ela estará com medo de você.
- Eu não quero que ela tenha medo de mim. – Eu nunca desejei isso.
- O medo dela é o seu maior aliado agora. – Elena respondeu. – Você dará as cartas do jogo e, se ela te quiser, vai obedecer mansamente. Se não, melhor abrir a gaiola e deixar o frágil passarinho fugir. Você precisa de uma companhia forte ao seu lado. Diga que apesar de sua esposa, é sua submissa, sua propriedade. Você a sustenta e mima como princesa, oras!
- Ana trabalha. Ela não depende de mim, Elena.
- Trabalha numa empresa que é sua. Só está lá porque você diz que é assim. – Ela continuou falando coisas que eu não sabia se desejava fazer. – Lhe diga que daqui em diante a relação será como você desejar. Sexo a hora que você quiser, bruto, sem nada de baunilha, porque é desse jeito que somos. As surras vão acontecer e ponto final! Não interessa se os pais dela foram relapsos na disciplina, você tem regras e quando ela as descumprir, será rigorosamente castigada. E obviamente, filhos estão fora dos planos para sempre. Em hipótese alguma. Tem de ser assim Grey.

Fui embora sem saber o que fazer. Não podia dizer tudo isso pra Ana. Temos de conversar. Eu posso pedir perdão e implorar...sim, é isso. Ana nunca aceitaria as regras que Elena considera necessárias para o relacionamento.

Só que quando cheguei em casa Ana não me deu chance nenhuma de falar ou implorar. Ela já estava de mochila pronta pra me deixar.

- Solta isso! Você não vai a lugar algum. É uma ordem! – Berrei.
- Vá dar ordem aos seus empregados. Não sou nada sua e não vou te obedecer.
- É minha mulher Anastásia. Não vai embora
- Basta Christian. Acabou. Eu vou embora agora e não quero mais te ver.
- Não ANA! Não pode fazer isso. Sou seu marido!
- Você ultrapassou TODOS os limites. Eu NUNCA te autorizei a me bater dessa forma. Eu conto que estou grávida e o que você faz? Me espanca!
- Não fala assim Ana! Eu não te machuquei tanto...
- Porque não é o seu corpo que está doendo. Porque não é você que sente a humilhação.
- Eu sei o que é ferir uma mulher Ana...já feri muitas. Mas você não.
- Isso sou eu que sei. – Ela apontou para a cama. – Aí estão todas as joias. Eu peguei apenas algumas roupas básicas. A chave do carro está sobre a mesa da sala e deixei meus cartões de crédito na sua mesa do escritório. Adeus Christian.
- Ana não! – Implorei.
- Você não vai ter mais nenhuma chance de nos machucar.

Quando ouvi a porta bater cai de joelhos no meio do quarto e chorei. Não tinha mais nada que pudesse fazer.

2 comentários:

  1. Amei essa fic bem do geito que eu procurava
    Beijos!!

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    1. Uhuuuuuu
      Q legal. Eu amei escrever ela. passa nas outras ;)

      bjsss

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