quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Regras Quebradas, Limites Ultrapassados - Capítulo 2: Recomeço parte I

Silêncio! Um completo silêncio tomava conta de toda a casa, tomava conta de minha vida, de meu coração. Era Ana quem trazia vida a tudo. E agora ela se foi. Sem saber bem o que fazer fui para o escritório. Ali normalmente era o lugar onde me sentia melhor, ali eu era o dono do mundo. Nos negócios eu sabia encontrar a perfeição. Na vida pessoal eu acabara de jogar fora minha única chance de encontrar a felicidade.
            Só que dessa vez nem mesmo no escritório encontrei paz. Sobre a mesa vi os cartões de crédito que tive de insistir para dar a Anastásia. A maioria ela sequer utilizou. De que serve ter tanto dinheiro se sua mulher não quer gastar? Agora não tenho mulher alguma.





No canto da mesa, enrolada, estava a planta da nossa nova casa. Com uma linda campina, total conforto e muitos quartos, a casa era um paraíso sustentável e seria construída por Elliot.
            - Melhor cancelar essa obra. Vou querer essa casa pra que? – Disse em voz alta.

            Pra onde será que a Ana foi? Não sei como, mas tenho de trazer ela de volta...tentar ao menos.

            - Taylor? – Liguei para meu braço direito.
            - Senhor. – Ele respondeu.
            - Eu preciso que descubra onde Anastásia está. Nós tivemos um desentendimento e ela saiu. Preciso que coloque alguns homens na rua procurando por ela. Provavelmente ela foi procurar Kate ou o pai.
            - Senhor...ela está comigo.
            - O que? Como assim? Pra onde você a levou. Passe o telefone pra ela agora! – Como assim...o segurança que eu pago está ajudando minha mulher a fugir?
            - É impossível senhor. Ela está no celular e...e não quer conversar com o senhor.
            - Mass...ok. Para onde está levando ela? Não, não me responda. Traga-a de volta agora, apenas isso Taylor.
            - Isso também não será possível. Ela não deseja ir para o Escala.
           
            Taylor já estava me irritando.

            - E para onde ela deseja ir? – Era simples. Eu iria para lá, nós conversamos e eu a trago de volta.
            - A Senhora Grey ainda não decidiu o destino. – Senhora Grey, como é bom ouvir isso. Independente de qualquer coisa Ana é minha mulher.  – Ela está no telefone resolvendo isso.
            - Ok, diga para ela...não diga nada. Largue-a em algum lugar seguro e confortável. Depois volte pra casa. Quando chegar venha falar comigo.
            - Sim senhor.

Quando Desligou Taylor tinha um sorriso triste nos lábios. Pensava que aquele casal tão jovem e bonito passaria por problemas sérios. Ana tinha apenas 22 anos e agora se encontrava entre o casamento e uma gravidez indesejada. Indesejada por muita gente.
            - Não mãe, claro que não foi planejado. Se fosse eu não estaria me separando. – Taylor ouvia ela falando. – Não estou pedindo para morar com você. Também não estou fugindo de nada. Minha vida, meu emprego, tudo é aqui. Só quero sumir por um tempo.

            Não ouviu a resposta, mas parecia não ter agradado Ana.

            - Ok, eu vou encontrar outra alternativa.

            Ela ficou em silêncio encarando o telefone por algum tempo.

            - A ordem do senhor Grey é leva-la para algum lugar seguro e confortável. Pode escolher o hotel de sua preferência.
            - As ordens do senhor Grey não me dizem mais respeito Taylor. – Ela respondeu. – Vou tentar Kate.

            Essa ligação era fácil de entender. Kate gritava muito.

            - O que esse desgraçado te fez?!?!? Eu sabia que ele não era homem pra você. Ele te machucou Ana, é isso?
            - Eu não quero conversar agora Kate. Liguei pra saber como está o apartamento onde íamos morar. Posso ficar lá?
            - Poderia...se eu não tivesse liberado a imobiliária para alugar ele. Acho que tem um casal lá agora.
            - Merda!
            - Ana me diz. O que houve? Vocês estavam bem.
            - Eu to grávida Kate...é isso que aconteceu. Christian não pode nem pensar em ser pai, então colocamos fim no casamento.
            - Grávida Ana? Mas que azar! Que merda mesmo, você precisava ter se cuidado mais e...
            - Chega Kate!!!!! Eu já ouvi demais dessa merda por hoje. Eu DEVERIA, eu PRECISAVA, eu TINHA quer ser assim ou assado. BASTA!!! O filho é meu, eu vou criar e essa decisão é minha. Agora tchau que eu ainda tenho de encontrar um lugar para ficar.
            - Mas Ana eu não quis dizer...piiiipiiiii. – Anastásia desligou antes dela terminar de falar.
           
            Taylor então resolveu tentar ajudar.

            - Não quer mesmo o hotel?
            - Não por conta dele.
            - E seu pai? Não vai lhe negar um teto. – Ray era um pai modelo.
            - Provavelmente não. Mas vai me criticar por engravidar tão cedo. E eu não aguento mais isso. Já chega! Cansei de ser pisoteada. – Pelo espelho retrovisor Taylor viu ela abraçar o próprio ventre. – Ninguém o quer. Ninguém me disse uma palavra boa, de carinho.

            - Não fique assim Ana. Você quer o seu filho, isso basta.
            - Sabe? Quando alguém me diz que está grávida eu respondo ‘parabéns’. Pra mim só falam que eu não podia ter deixado acontecer. O Christian então...esse bateu o record de pior reação à paternidade.
            - O senhor Grey é um bom homem. Vai se acostumar com a ideia.
            - Não Taylor! Agora sou eu que não o quero perto de nós. O que ele fez foi muito grave.

Ela o encarou pelo espelho.

            - Você vai dizer pra ele pra onde eu fui, não é?
            - Ele é meu patrão Ana, paga a escola da minha filha. Não posso desobedecer.
            - Sim, eu sei. – Ela pensou por um minuto – Pare o carro Taylor, por favor.

            Ele o fez e ela saiu do carro enxugando algumas lágrimas.

            - O que vai fazer Sra. Grey?
            - Ana, Taylor, por favor, me chame de Ana. Não sou nada sua além de uma possível amiga. Eu não posso te obrigar a fazer segredo de onde estarei. Por isso, você também não saberá. Muito obrigada por tudo nesses meses e...
            - Diga Ana. O que precisa?
            - Eeee, por favor, cuide bem do Christian.
            - E você cuide bem do filho dele. – Num impulso Taylor lhe deu um abraço e, logo depois, esticou o braço para chamar um táxi. Logo um parava. – O que digo para o Sr. Grey? Você irá viajar? Ele irá procurá-la como um louco.
            - Não, eu apenas vou esfriar a cabeça. Hoje é sábado, na segunda estarei no escritório seguindo com meu trabalho.

            Anastásia entrou no carro e deixou Taylor preocupado. Christian iria surtar até saber exatamente onde sua esposa estava.


            - Como assim você a viu sair em um táxi e não sabe pra onde? Você é pago para saber!
            - Ela não quis que eu a levasse justamente para o senhor não saber.
            - Você saber Taylor que eu poderia te demitir por isso! INFERNO! Era só seguir ela!
            - Sei, Sr., mas não pude contrariar a Senhora Grey. Ela já estava muito nervosa e chorando.
            - Chorando? – Grey perguntou.
            - Sim...ela ligou para a mãe e para senhorita Katerine, mas elas não puderam ajudar.
            - Ana queria ficar com elas e disseram não? É isso.
            - A mãe disse não, a amiga não pode ajudar porque o apartamento está com inquilinos.
            - E Ana está magoada com elas, além de mim. Isso?
            - Sim...magoada. Mas não pela falta de moradia. Ela disse que ninguém lhe disse uma palavra de carinho quanto ao bebê. São só críticas e recomendações. Acho que a Sra. Grey está sensível com toda essa situação. Mas ela garantiu que segunda-feira estará no trabalho.
            - Mas que ÓTIMO! Ela não dá satisfação ao marido, mas respeita o patrão! – Grey não parava de despentear os cabelos. – Ok Taylor. Vá descansar. Eu vou pensar no que fazer. Talvez ligar para os amigos dela...não sei. Qualquer coisa eu te chamo.
           

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