domingo, 20 de dezembro de 2015

Vida Roubada - Cap 10


   Beatriz entrou no carro de Sebastian confusa e amedrontada. Se já não o conhecia bem e não sabia o que esperar das atitudes daquele homem, com alcoolizado precisaria tomar muito cuido. Ela acabara de ver Sebastian espancar uma mulher, mais uma. Curioso como isso parecia não combinar com o homem carinhoso e misterioso que ela conhecia.
        O percurso até o hotel levou 25min e foi impressionante ver a cidade se transformar. Das ruas barulhentas e cheias de luzes que ofertavam bebida e mulheres até a tranquilidade de um bairro residencial onde o silêncio imperava para o descanso das famílias. O carro entrou direto para o estacionamento subterrâneo do hotel e em segundos eles foram para o quarto. O motorista parecia habituado a ver o patrão naquele estado e não mostrou nenhuma surpresa e ter de lhe amparar. Em português Sebastian mostrou que nem mesmo bêbado deixava de ser esperto.

            - Cuidado, Francisco. Fique de olho nela...não deixe minha garota escapar.
            - Sim senhor, patrão. – Quando ele compreendeu e respondeu na mesma língua, Beatriz percebeu que Sebastian tinha mais ligações com o Brasil do que ela imaginava.
            - Não vou fugir. – Ela disse a Francisco. – Trabalha para ele há muito tempo?
            - Muito, em qualquer parte do mundo em que ele esteja. Por isso, é bom não me criar problemas.



            Os anos de entrevistas ensinaram Beatriz a entender um pouco das pessoas, decifrá-las pelo olhar e pela postura. O tom de voz daquele homem negro e forte lhe dizia que havia uma relação de lealdade entre eles. A ajuda dele para escapar estava descartada. Francisco mantinha distância do patrão. O volume na parte de trás de sua roupa denunciavam que ele trazia uma arma presa na calça. Não era apenas o motorista, era também um segurança. E a liberdade com que Sebastian se apoiou nele revelava que aquilo costumava se repetir.
           Orientada pelo funcionário, ela seguiu à frente mesmo até o quarto de hotel no qual já havia estado. Ao que parecia, ali era o lar de Sebastian na Rússia. Ela entrou e viu Francisco trancar a porta. Estava presa, mas, por alguma razão, aquelas correntes não a incomodavam. Ficou na sala enquanto o funcionário seguiu com Sebastian até o quanto. Um instante depois ele voltou.

            - Agora é com você. – Disse-lhe ainda observando-a em sua roupa de boate. – Darei ordens para ninguém vir aqui durante o final de semana. Há um roupão e algumas roupas para você no banheiro. Na segunda bem cedo virei para levá-la de volta. Enquanto isso, será você a cuidar do patrão. É provável que ele peça comida. Se não, a geladeira está abastecida.
            - O que ele gosta de comer?
            - Ele não lhe pedirá mais do que um sanduíche. – Ele respondeu e saiu.
           
            Quando chegou ao quarto Sebastian a aguardava e palavras não foram necessárias para Beatriz entender o que ele necessitava. Em silêncio ela tirou seus sapatos e meias. Ele apenas observava sem tirar os olhos do profundo decote que utilizava. Ela tirou sua camisa, calça e cueca sem que ele reclamasse. E depois de tê-lo nú à sua frente, debruçou-se sobre seu colo achando que era esse o seu desejo. Estava errada.



            - Não! – A bebedeira estava longe de passar. - Já disse que não a quero com o cheiro do suor de outro homem. Vá para o chuveiro. Eu a aguardo aqui. – Sebastian disse numa imponência que lembrava histórias de realeza.

            Beatriz deixou a água correr por sobre eu corpo e sentiu um pouco do nervosismo se perder. Estava sozinha ali com Sebastian e sem a mínima chance de escapar. E, caso escapasse, sem saber onde ficava a embaixada brasileira, não chegaria muito longe. O melhor que tinha a fazer era agradar Sebastian em tudo o que ele desejasse e fazê-lo acreditar nela, confiar no que dizia. Só assim conseguiria sair para a cidade com ele e então escapar. Depois do breve banho, Beatriz vestiu o roupão e voltou para o quarto pronta para satisfazê-lo como nunca. Mas encontrou Sebastian adormecido na cama, encostado nos travesseiros.
            Ajeitou-o na cama e o cobriu com o lençol. Aquela era uma boa oportunidade para conhecer o quarto e verificar as coisas de Sebastian. O celular, infelizmente, tinha senha. O tablet e o notebook também. Ainda assim, algumas informações foram úteis. A foto de uma menina sorridente dobrada dentro da carteira lhe disse que Sebastian não era tão sozinho no mundo quanto aparentava. Satisfeita com o que havia encontrado, Beatriz deitou-se ao lado dele na cama e dormiu abraçando-o.

            Sebastian acordou confuso no meio da manhã de sábado. Estava nú na cama. Isso era normal. E sozinho sobre os lençóis. Isso não era habitual. Levantou-se fazendo cara feia para o cheiro de álcool que sentiu no próprio e foi ao banheiro. Só depois de clarear o pensamento sob o chuveiro é que lembrou-se de não estar sozinho. Fugir daquele hotel era muito improvável então o medo não lhe tomou. Sentiu sim muita ansiedade por tê-la em seus braços.
            Quando a viu, Beatriz estava enrolada em um roupão e curvada à frente da geladeira. Ver aquelas fartas curvas não era a pior maneira de começar o sábado. Por isso, o pouco que restava de seu mau humor se esvaiu e ele aproximou-se com um sorriso no rosto incomum após bebedeiras.

            - Está com fome? Podia ter pedido algo à cozinha do hotel. – Disse abraçando-a por trás e sentindo a maciez de seu corpo.
            - Oi...não sabia se você iria se importar.
            - Deixar alguém fome não faz o meu estilo, Beatriz.
            - Eu mesma fiz. Só queria um sanduíche. Quer um?

            Ele queria, mas ao invés de fazer ou pedir que ela o fizesse, mordeu as fatias de pão recheadas de maionese e queijo que ela comia.

            - Gostoso. Como tudo o que vem de você.

            Beatriz não se surpreendeu ao ser puxada para a cama minutos depois. Ele podia estar de bom humor e não se parecer em nada com o homem que machucou Alexia na véspera, mas, ainda assim, estava bem claro qual era a sua função naquele quarto. Sebastian desejava prazer sexual. E ela lhe daria tudo o que pudesse suportar.

            - Fica nua para mim. Quero vê-la.

            Analisar aquela mulher, seja pelas pesquisas que fez tentando descobrir quem é ou vendo seu corpo foi um deleite para Sebastian. Até agora não havia descoberto nada ao seu respeito. Além daquilo que seria clara a qualquer homem em sua posição: Beatriz não é uma prostituta qualquer. Sua pele é diferente, evidenciava anos de cuidado. O mesmo podia ser dito de seus cabelos. No olhar de Beatriz se via maturidade, mas não o ódio das ruas. Ela mantinha um olhar doce que parecia ficar o tempo todo decifrando-o. E, acima de tudo, Beatriz não falava nem agia como uma qualquer. Suas atitudes eram pensadas. Beatriz não veio do Brasil por vontade própria e o maior pavor de Gregory seria perdê-la de vista. Por isso sua insegurança sobre deixá-la sair de sua vista.



            Ao colocá-la sentada sobre seu corpo, soltar-lhe os cabelos e acariciá-la, Sebastian se perguntava se gostaria de saber o que acontecia ou se fazia apenas o que sua natureza pedia e usava o corpo dela enquanto lhe interessasse para então substituí-la por outra e seguir com a vida enquanto ela passava para as mãos de outros homens. Sem chegar a nenhuma conclusão, escolheu aproveitar aquele momento e perdeu-se nela sem mais pensar em nada.
            A sensação de Bia era que Sebastian a tocava em cada milímetro do corpo. Sentia sua pele quente aquecer-lhe o corpo e não pensava em afastá-lo. Seu toque era forte e delicado ao mesmo tempo. Parecia que deixaria marcas, mesmo sem o objetivo de machucá-la.

            - Adoro o seu corpo, Beatriz. Se não fosse uma puta, diria que a desejo só para mim. – Sebastian falou e Beatriz não se ofendeu. Já havia aprendido que na cama ele tinha a estranha reação de ofendê-la. Nesse caso, ele disse a verdade. Então ela nada podia fazer além de responder-lhe, também, com sinceridade.
            - Mas sou puta. Então deveria aproveitar enquanto me tem aqui, só para si – Respondeu-lhe.



           O sábado passou rápido e quando o domingo chegou, Beatriz estava quase acreditado que aquela agressão havia sido forçada ou forjada por Alexia. Impossível aquele homem atencioso ter sido capaz de feri-la. Naquelas mais de 24 horas juntos, Sebastian havia lhe tratado melhor do que qualquer cliente, talvez até do que alguns de seus namorados e, certamente, melhor do que o pai de sua filha. Em alguns momentos ela até sorriu sinceramente nos braços dele. Em alguns. Nos demais, fingiu como fazia em cada uma das outras noites.
            O mais assustador dos momentos foi quando, já na noite de domingo, Sebastian a levou para tomarem banho juntos. Estavam na banheira, de frente um para o outro, quando seu celular tocou. E quando ele o pegou Beatriz prestou a atenção para ver o código que destravava o aparelho. Depois, quando deixaram a água, Sebastian saiu do banheiro por um instante, deixando ela e o celular. Beatriz estranhou que ele o fizesse, mas acreditou se tratar apenas de um esquecimento e aproveitou o momento para mexer no aparelho. Era sua chance de entrar em contato com Liz. Não foi isso. Era um teste e ela foi reprovada.
    Quando percebeu, Sebastian estava à sua frente, arrancando o telefone de suas mãos e segurando-a pelo pescoço. Beatriz assustou-se. Não com o aperto, nem pela agressividade. Era o olhar dele a lhe trazer medo. Não parecia o mesmo homem relaxado e controlado de momentos antes. Naquele instante Sebastian parecia capaz de fazer qualquer coisa, inclusive machucá-la ou até mesmo matá-la. O seu silêncio tornava a tudo ainda pior.

            - Nunca mais mexa nas minhas coisas. Jamais. Fui claro? – Rosnou em seu ouvido. E logo depois lhe soltou o pescoço somente para ter livre as mãos e puder puxá-la pelos cabelos até o quarto. – Responda!
            - Sim! – Assustada, Beatriz gritou. – Me solte!
            - Eu não dou segundas chances Beatriz. Me disseram que você não era confiável e eu resolvi testar. Gregory está certo em mantê-la sob vigilância.
            - Vai contar para ele o que eu fiz?

        Sebastian observou-a antes de responder. Na verdade, aquela hipótese nunca passou por seu pensamento. Seus problemas eram resolvidos entre quatro paredes e nunca recorreria a alguém como Gregory, um homem que não tinha a capacidade de tomar decisões por si só. Podia ele mesmo dar uma lição em Beatriz ali naquele quarto, ninguém a ouviria gritar. Mas se o quisesse, já teria feito. E sóbrio como estava naquele momento não costumava bater em ninguém. Seus lapsos de agressividade chegavam junto com o álcool.

            - Não é Gregory que você deve temer, Beatriz. Ele não vai te ferir. Eu o proibi. E ele sabe que não deve me desobedecer. Você ainda não aprendeu isso. Vista-se. Vou chamar Francisco para levá-la de volta.
            - Já? Achei que só me devolveria na segunda!
            - Eu também...mas você me decepcionou. Vista-se, eu já disse.
            - Vou vê-lo novamente? Irá me buscar?
            - Talvez. – Era um blefe e os dois sabiam. – Se eu te quiser, você saberá.



            Quando chegou de volta à boate, Beatriz estava em choque. Aquele homem era explosivo, sempre no extremo da elegância e suavidade num ponto e agressividade em outros. Equilibrar essa personalidade impossível de frear seria difícil. Ainda assim, já se sentia ansiosa por estar com ele novamente.


            Para Elizabeth a semana começou diferente. Passou aquele final de semana acompanhado de perto Miguel transformar a sala de seu apartamento em quarto e carregando caixas com suas coisas. Ternos e gravadas, jeans e jaquetas de couro, pilhas de sapatos e muitas camisetas. O banheiro agora tinha a sua escova de dentes e um frasco daquele perfume que ela adorava.
            E toda aquela mudança e bagunça tornou o seu final de semana muito divertido. Por algumas horas Elizabeth conseguiu esquecer que tinha uma irmã desaparecida, muitos problemas no trabalho e uma gravidez complicada com que lidar. Por algumas horas ela se sentiu feliz.

            - Você pode usar o quarto de Bia, por enquanto. – Ela ofereceu. Não iria dar o braço a torcer e lhe oferecer o espaço vago em sua cama.
            - Não. Logo, logo a dona dele estará aqui e vai precisar do quarto. Eu fico na sala mesmo.
            - Miguel...você não vai aguentar isso. Precisa de conforto.
            - É. Mas preciso mais de você. – Ele reconheceu. – Além disso, você logo vai pensar em se mudar, não é? Vamos precisar de um lugar maior quando o bebê nascer.
            - Eu nem comecei a pensar nisso ainda, Miguel.



      Ele já havia percebido isso. Não entendia como Elizabeth conseguia ser tão eficiente e com raciocínio rápido para as investigações e lenta para resolver questões básicas da vida em família. Ainda assim, tudo o que ele não pretendia agora era pressioná-la. Estava feliz em vê-la mais relaxada e com um aspecto mais saudável.

            - Tudo bem. Temos tempo ainda. Vou começar a ver alguns apartamentos perto daqui. Quando tiver uma boa seleção de algo confortável e seguro você escolhe.
            - E acessível ao meu salário, não esqueça.
            - Eu e meu filho também vamos morar nele, Liz. Tenho o dever e o direito de colaborar. Mas não se preocupe ainda com isso.


            Discutir não era uma boa alternativa. E Liz estava tão satisfeita em tê-lo ali, para si, como nunca teve nem depois de casada, já que viviam sob a sombra de Rúbia, que brigar não estava nos planos. Quase como um casal, logo pela manhã ele se cumprimentaram e seguiram cada um para seus compromissos. Os de Miguel diziam respeito a uma nova campanha publicitária para elevar as vendas da BTez no Brasil. Elizabeth precisava convencer Tom a assinar o acordo com Pedro para que deletasse seus parceiros e ela, enfim, tivesse acesso a mais pistas do paradeiro de Beatriz e pôr fim na quadrilha que lhe tirava o sono há tantos anos.



            - O que você me pede não é fácil, Liza. Eu sei o quanto é importante para você, mas Pedro Ferraz está muito bem amarrado pelas provas.
            - Eu sei! Fui eu a amarrá-lo!
            - Nenhum juiz abonará muito de sua pena, Liz. Podemos relaxar a sentença por tráfico de drogas, mas ele terá de responder por sequestro, abuso de menores e por no mínimo dois homicídios. Temos índicos que ele atuou para forjar as mortes de Kara e Olívia.
            - Porque não me surpreende!
            - Se ele falar, Liza, terá de ser sem achar que saíra.

            Então teria que ludibriá-lo. E, para isso, nada melhor do que o conhecimento. Antes de tornar a interrogá-lo, Liz procurou informações de sua vida fora do crime. Mesmo os bandidos tinham laços, tinham alguém dentro do coração, ao menos uma mãe, namorada ou esposa que lhe despertasse preocupação. Assim era Pedro. E Liz não demorou a descobrir um ponto frado dele.

            - Enfim nos reencontramos, Pedro. Eu espero que hoje você esteja disposto a falar mais. – Ela disse ao entrar na sala de interrogatório junto de Tom e ver Pedro acompanhado do advogado.
            - Meu cliente já disse tudo o que sabia, investigadora. Essa reunião é totalmente desnecessária. – Disse o homem vestindo um terno pequeno demais.
            - Isso quem decide sou eu. – Elizabeth respondeu. – Batista, você só está aqui porque a lei me obriga. Então não abuse da minha paciência.
         - Vamos direto ao ponto. – Foi Tom a trazer a conversa novamente ao objetivo. – Eu estou aqui, Pedro, para lhe garantir que a justiça brasileira está disposta a fazer um acordo de delação com você. Se nos entregar nomes e endereços e qualquer tipo de informação que consigamos confirmar como verdadeira, terá diminuída a sua pena.
            - Acordo? Delação? Meu cliente não tem nada para delatar, senhor. – O advogado voltou a se manifestar.
            - Tenho sim. E não se meta, Batista. Se ninguém mais se preocupa em me ajudar, vou cuidar do que é do meu interesse. – Ele então se voltou ao agente da lei. – O que exatamente vou ganhar? Não vão me enganar. Quero sair livre!
            - Sem chance, Ferraz. Mas te garanto uma redução de pena. É o melhor que terá!



            Liz observava a conversa calada. Esperava a hora de agir. O momento certo. E quando Pedro pareceu querer dar um passo atrás por Tom não lhe oferecer as garantias que exigia, ela colocou na mesa sua carta surpresa.

            - Acho que Cristina e Eduardo ficaram mais felizes se você voltar para casa em liberdade condicional em 10 anos do que passar 20 em regime fechado. – Disse lentamente, assistindo-o empalidecer.
            - Não se meta com minha família! Minha mulher e meu filho não têm culpa de nada.
            - Concordo. Eles não são culpados de você levar crianças para fora do país, nem participar de um esquema de prostituição. Mas serão eles a sofrer com a sua falta. A escolha é sua, Pedro. Pode mandar seu advogado sair e conversar comigo ou pode ouvi-lo e perder toda a infância e a adolescência do Eduardo. Decida!

            Pedro estava em dúvida. Podia decidir por uma coisa ou outra. Era apenas um passo de diferença. E que viraria a investigação ao avesso caso fosse no sentido que Elizabeth desejava. Claro que ele podia escolher falar na frente de Batista. Mas, nesse caso, a delação seria comprometida porque o advogado poderia avisar os chefes da quadrilha do que a polícia tinha. A decisão era de Pedro e Elizabeth fez o que podia para guiá-lo na direção que lhe interessava.

            - Saia, Batista. Você não é mais o meu representante legal. – Pedro Ferraz disse, para alívio de Liza e de Tom.
            - Agora sim, vamos começar o depoimento. – Disse colocando-se na frente do preso e sentido-se muito perto de um importante avanço na investigação.

            Naquela noite, quando Liz chegou em casa estava cansada e em choque. Pedro tinha falado muitas coisas. Coisas demais. Nomes e endereços. Tudo em Moscou. Tom lhe afirmara que o próximo passo seria entrar em contato com a polícia da Rússia. Mas para Liz, ela tinha de embarcar e ver aquilo tudo in loco. Autorização para isso, no entanto, seria muito difícil. E isso já preocupava Liz. Essa preocupação estava em seu rosto. E não passou despercebida por Miguel. Liz teve de contar tudo o que aconteceu.

          - Ele falou alguns nomes que terei de checar. Ninguém que eu me recorde de já ter investigado. Mas foi um passo imenso para a investigação. Eu me aproximei de encontrar Bia.
            - Então porque não está feliz? – Miguel não entendia aquela ruga de preocupação.
            - Estou feliz! Mas acho que ainda conseguirei arrancar mais dele. Pretendo interrogá-lo mais uma vez e, talvez, ir para a Rússia. Vou verificar um a um cada endereço e, se for necessário, a cidade toda. Mas vou encontrar Bia.
            - Você vai para a Rússia?
            - Pretendo. Mas não sei se a PF autorizará. O custo é alto. – Liza respondeu sem notar a surpresa de Miguel.
            - Muito arriscado isso sim. Sozinha você não vai! Vamos juntos.
            - Não serão férias, Miguel. É uma investigação policial. E você é um civil.
            - Não importa! Sou seu marido e pai do seu filho. Se você embarcar, eu vou junto! E isso não está em discussão! – Miguel falou sem deixar margem a reclamações.

            Diante daquela declaração tão intensa, restou à Liz a certeza de que Moscou estava em seus planos e Miguel ia junto. Ela conhecia aquele olhar muito bem. Significava que ele não ia desistir.

AVISO DAS AUTORAS: Nessas semanas de Natal e Ano Novo vamos tirar uma pequena folga das postagens. Então no domingo, dia 9 de janeiro, postaremos o novo cap. Bjs, Feliz Natal e uma linda entrada de 2016 para todos vcs.


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