sábado, 12 de abril de 2014

A Mentira - Capítulo 37: vingança gera mais vingança – parte 2





            Passados 7 dias do ultimato de Anastásia, Alice decidiu que chegara o momento de acabar definitivamente com sua prima. Ela não havia sido presunçosa o suficiente para ameaçá-la? Agora que aguentasse a retaliação. Tinha combinado com Jasper o cenário perfeito para destruir Ana e tirá-la de sua vida para sempre.
            Já tinha seus horários mapeados e sabia que Ana deixava sua empresa por volta dos 13 horas todos os dias para almoçar. Na maioria das vezes encontrava-se com Grey em algum restaurante, mas costumavam escolher um diferente a cada dia. E era sempre no centro da cidade, com movimento. Então não podiam simplesmente marcar um lugar para Ana morrer. Precisariam esperar o local certo.
            - Não quero mais esperar, Jass! Chega!
            - E quer que eu dê um tiro nela no meio da cidade? Vão me pegar! – Matar não era impedimento, mas tinha que ser bem feito.
            - Hoje, Jass! Hoje. Faça quando ela estiver saindo da empresa ou voltando do almoço. É num bairro menos movimentado. Faça parecer que foi um assalto!
            Sabia que Jasper faria o que mandou. Ele sempre foi obediente. Ao fim daquela tarde, Anastásia estaria morta, esticada no asfalto em frente a empresa. E Grey iria chorar mais uma morte. Quem sabe não fazia igual o irmão e se suicidava logo.
            Alice passou boa parte do dia olhando para o relógio e esperando o telefone tocar. Achava que a qualquer momento Jasper iria avisar que o serviço estava feito. Estava nervosa, ansiosa. Pulou da cama quando às 14hs o telefone tocou.
            - Fez? – Perguntou sem nem mesmo cumprimentar o amante.
            - Não...houve algo diferente.
            - O que? Tem que matar, Jass!
            - Eu os segui. Mas ela não foi para  a empresa na volta do restaurante. Eles separaram e ela entrou num shopping. O que você quer que eu faça? Que vá atrás dela?
            Alice pensou rapidamente no que fazer.
            - Não! Fique aí. Quando ela sair, você atira. Aí mesmo. Não pode passar de hoje. Se posicione bem, e atire de longe. Assim que ela cruzar a porta.
            Alice ficou nervosa. Quantas vidas Ana tinha? Parecia que cada vez que a morte se aproximava, ela conseguia se salvar, ganhar uma sobrevida do destino. Mas não dessa vez! Ana não podia viver para destruir seus planos.
            Sem conseguir esperar em casa, resolveu ir até o shopping. Não poderia de forma alguma arriscar estar presente na cena do assassinato, mas poderia ajudar Jasper mesmo a distância ou, quem sabe, ficar apenas a distância e ver sua prima morrer.

            Ana comentou com Grey durante o almoço que estava com vontade ir mais tarde ao trabalho naquela tarde. Pretendia comprar algumas coisas para o enxoval do bebê. Christian não podia acompanhá-la. Tinham compromissos importantes, mas prometeu ir encontrá-la em três horas para voltarem juntos. Então seguiu sozinha, contente em escolher roupinhas de bebê para seu filho. Era tudo tão lindo e delicado que, mesmo sem saber se era menino ou menina, comprou muitas coisas.
            Mas de duas horas depois, após tomar sorvete e carregando muitas sacolas ligou para o marido. Será que ele ainda iria demorar. Já se sentia cansada.
            - Não...espera só mais uns minutos estou chegando. – Ele respondeu prestativo.
            - Claro. Espero lá na entrada, está bem? Assim você não tem que estacionar no shopping.
            - Está bem.

            Alice observava Anastásia caminhar pelo shopping distraída. Até que horas ficaria ali? Viu quando ela falou ao telefone e logo depois começou a se dirigir a saída lateral do conjunto comercial. Ligou para Jasper e avisou que Ana iria deixar o prédio logo. Como o shopping tinha a entra muito próxima da rua, uma avenida movimentada, seria fácil para ele atirar a certa distância e fugir, misturando-se aos carros. Sequer veriam de onde veio a bala que acertaria o peito de Ana.
            A ansiedade e a vontade de ver Ana morrer a levaram a se aproximar da porta de saída. Queria ver a expressão no rosto da prima no momento em que a bala a atingisse. Já estava lá fora quando ouviu Anastásia chamando-a.
            - Pensa que não te vi? Porque está me seguindo, Alice? – Disse Ana dando mais um passo em direção a rua.
            - Você nem imagina priminha.
            Uma raiva repentina tomou conta do Ana. Estava cansada de ter de olhar para a cara de Alice, cansada de ver sua falsidade e de ouvir suas frases dúbias. Com o ódio fervendo o seu sangue, Ana puxou a prima por ambos os braços, sacudindo-a rapidamente a sua frente. Só percebeu o que se passou quando Alice gritou e seu branco e elegante blazer ganhou uma mancha crescente de sangue. Alice havia sido baleada...
            - Ana! Ana!!! – Ainda segurando a prima, Ana ouviu os gritou de Christian. Ele se aproximava correndo.
            Em um completo choque, Ana não falava nada. Apenas teve força para colocar a prima no chão antes de desabar. Desmaiou pelo choque da cena que presenciou.
            - ANAAAAA! – Christian a pegou nos braços apenas olhando para Alice sangrando ao lado. Ele pegou o telefone e chamou a ambulância.
            Grey também estava em choque. Não por ter Alice baleada ao seu lado. Mas porque, de longe, viu o que se passou. O alvo era Ana. Era ela quem o atirador desejava sangrando naquela calçada. Ana apenas estava a salvo porque sem saber havia usado Alice como escudo.

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