domingo, 23 de março de 2014

A Mentira - Capítulo 36: mais vingança





            Christian e Anastásia desembarcaram em São Paulo de mãos dadas. Agora eram realmente um casal. Casal que discutia por muitas coisas, divergia em temas, mas agora havia confiança além do amor e da paixão.

            A noite sádica na fazenda acabou com Grey finalmente pedindo perdão pelos erros que cometeu. Se durante a cena sensual Ana havia se posto de joelhos e aceito seu castigo, ao fim, Christian estava aos seus pés para implorar que ela lhe desse nova oportunidade para fazê-la feliz. Mal Christian sabia que estava perdoado, obviamente perdoado ou, Ana não teria entrado em seu quarto de jogos. Isso exigia confiança e compromisso. Duas coisas que eles tinham agora. Eram verdadeiramente marido e mulher.

            - Levanta Chris...claro que eu te perdoo. Acabou. – Ela lhe disse antes de um beijo.
            - Tem razão. Acabou. Agora nós vamos seguir nossas vidas e esquecer esse passado trágico. Meu irmão, sua prima...eles não podem definir o rumo das nossas vidas. Vou sempre lembrar do Emmett, mas vou deixá-lo no passado.
            - Mas eu não deixarei Alice no passado, Grey. – Ana ainda tinha sua própria vingança para cuidar. – Não antes dela pagar por tudo o que fez.
            - Ana...será que a minha vingança não te ensinou que isso nunca dá certo. Veja o que eu te fiz. É melhor esquecermos. A gente merece ser feliz.

            Sim, mereciam. Mas ela não conseguiria ser feliz sabendo que Alice continuava casada com José, bancando a rainha da casa, esposa leal ao marido e usufruindo de um dinheiro que não merecia.

            Durante todo o tempo que permaneceu sozinha em São Paulo, cuidou de outras coisas além de reaver sua herança e abrir uma empresa. Tinha contratado um detetive particular para investigar sua prima. A descoberta de que Alice não era quem pensava lhe atiçou a curiosidade. O que mais Alice escondia?

            O detetive trouxe informações importantes. Alice mantinha um ‘caso’ com um homem chamado Jasper. Eles se encontravam regularmente em um motel discreto. Alice não se satisfez em roubar José. Ela continuava traindo-o e gastando sua fortuna com o amante. De posse das fotos, Ana tinha agora uma grande arma para fazer Alice deixar sua família em paz. Ela saberia com também era capaz de uma vingança. Alice teria que escolher entre o prestigio social e a fortuna da família. Primeiro, no entanto, era necessário falar com José.

            Grey não escondia que isso o desagradava.

            - Não quero que se envolva mais nisso. José pode pedir o divórcio. Ele não deseja o escândalo. – Argumentava.
            - Ele é meu primo e eu vou ajudá-lo.

            Para evitar brigas, concordaram que Ana ira fazer as coisas a seu modo, mas nunca se poria em risco.
            - Não se esqueça do nosso filho aí na sua barriga.
            - Eu jamais esqueço. – Era verdade. – Mas que tipo de mãe eu seria se deixasse José passar a vida com Alice quando tenho em mãos a arma para tirá-la de nossas vidas?

            Sem lhe dar alternativa, Ana convenceu José que essa era a melhor coisa a fazer. Ele não suportava viver ao lado de Alice. Não dormiam na mesma cama, mas, socialmente, eram casados. Iam a eventos juntos e mal conseguiam se olhar. A única ligação que tinham era na fatura do cartão de crédito.

            - Não quero que se arrisque, Ana. Me dê as fotos e fique longe disso. – Foi o pedido do primo.
            - Não. Eu terei o prazer de jogar na cara de Alice que também sou capaz de derrubá-la. Ela armou para eu e Grey tantas vezes, agora chegou a minha vez.

            Armou um encontro com Alice em um restaurante bem movimentado. As duas conheciam o lugar há bastante tempo, vinham ali com os tios durante toda a infância. O ‘charme’ de seu plano estava em Alice não saber com quem ia comer. Lhe enviou apenas uma foto dela e Jasper aos beijos e a indicação de hora e local do encontro. Claramente era possível ver a aliança em sua mão deixando provado que a imagem era recente. Sem saber quem sabia de seu segredo, Alice foi obrigada a ir ao almoço.

            - Então foi você! – Não se surpreendeu de todo. Ana sempre foi curiosa demais. – Foi você quem me enviou aquela foto.
            - Obviamente. – Foi a resposta de Ana. – Lembra daqui, Alice?
            - Claro. Por isso pensei que era o José a me encontrar aqui...bobagem...ele nunca foi inteligente o bastante para mandar me seguir, nem corajoso para me exigir nada. – Alice tinha os ódios ardendo de ódio.
            - Vou encarar como um elogio...priminha. – Anastásia usava do mesmo veneno da prima.
            - Diga logo o que deseja.
            - O que eu desejo, Alice? Não imagina? – Como a prima não respondeu, Ana abriu o jogo. – Você tem duas opções: a primeira é entrar com processo de divórcio e aceitar uma parcela justa de dinheiro. Não pense que vai extorquir José e titio o resto da vida!
            - E a outra alternativa?
            - Eu envio as provas da sua traição para todos os jornais do país. Jogo o nome da nossa família na lama, mas livro o José de você. E com essas fotos, José consegue o divórcio facilmente e você sai com bem menos dinheiro. – Era uma opção bem pior para ela. Perderia dinheiro e o status social.
            - Você, Anastásia...está me chantageando? É isso mesmo? – A vontade Alice era avançar sobre o pescoço do Ana e acabar com ela ali mesmo.
            - Estou te provando que eu não a garotinha tola que você imaginou a vida toda. Você armou, Alice, agora aguente. Você sair da nossa vida porque eu estou te expulsando dessa família. Você tem uma semana para dar início ao processo de divórcio e sair da casa de meus tios.
Dizendo isso, Ana se levantou e deixou a prima sozinha à mesa.
           
            Alice ficou sim desesperada...mas não tanto quanto Anastásia imaginava. Ana queria guerra? Teria. Sem pensar mais, pegou o celular e ligou para Jass.

            - Preciso de você. – Afirmou apenas.
            - Isso não é novidade. Pra que? – Ele já a tinha ajudado tantas vezes que mais uma não seria problema. – Achei íamos nos ver só amanhã no lugar de sempre.
            - Não. Nossos encontros estão cancelados até eu resolver um probleminha....você resolver na verdade. A sua arma tem munição, querido?

Nenhum comentário:

Postar um comentário