segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Casamento, Fuga e Vingança - Capítulo 32 - Uma grande família








                   
Não era possível esquecer a cena protagonizada por Bella na sala de espera da maternidade. Era uma leoa de garras afiadas pronta para fatiar a pele de quem ousasse sugerir qualquer coisa que não fosse eu e os bebês ao lado dela e somente dela. E isso me fez sentir um verdadeiro macho alfa sendo disputado pela mulher amada. Não que fosse necessário. Eu era todo de Bella sem ela precisar fazer esforço algum.
Mas além de estranha, aquela reação exagerada não fazia bem para a saúde de Bella e deixa a todos estressados. Todos inclusive as crianças que ainda choramingavam.

 - Calma bebês da mãe. Eu não vou mais gritar. A moça feiosa já foi. – Dizia Bella e eu me perguntava se isso era culpa do distúrbio hormonal.
- Amiga! Você abalou! Colocou a cabelinho em chamas pra correr. – Alice estava achando a cena divertidíssima.
- Ela já me tomou um Cullen. Não vou deixar ela ficar com o outro. No meu filho ela não toca!
- Bom... e Edward, eu acho que você e Bella precisam conversar. – Minha mãe sugeriu. – Acompanhe ela até o quarto.

Depois que ela se acomodou eu toquei no assunto.

- Bella, vamos deixar uma coisa bem clara. Eu...                                         
- Eu sei o que irá dizer Edward. Você não me pertence. Me pediu uma nova oportunidade e eu negue e agora você está reconstruindo sua vida com Victória. Vão certamente formar uma família. – De repente ela começou a chorar. – Uma família cheia de Edwardzinhos ruivos.
- Bella eu n...
- Mas ok, eu aceito que não posso evitar. Mas meus filhos não! Você pode ter outros bebês e eu não então...
- Você também pode. Seu útero está perfeito.
- Mas eu não quero se não for com você!
- Eu também não quero que você tenha os filhos de outro.
- Seu machista!
- É ser machista não aceitar que minha mulher dê a luz crianças que não são minhas? Não Bella. Eu chamo isso de fidelidade mútua, já que eu também só terei filhos seus.
- Mas...
- Mas nada! Porque acha que eu estava tão alucinado para você engravidar? É por que se não fosse com você, eu não desejava bebês. E tem mais, eu amo você! Só me aproximei de Vic por fraqueza, por carência. Volta pra mim Bella...por favor!
- Eu...também te amo.

Eu não deveria, era muito cedo. Nós ainda estávamos engatinhando uma reconciliação e eu deveria aguardar o tempo dela. Mas sensatez nunca foi meu forte e eu me debrucei sobre o leito hospitalar e a beijei com sofreguidão para tentar apagar a fome de tantos meses de afastamento. Ela não fugiu, não revidou e também não se satisfez com pouco. Oi um beijo longo, nenhum de nós queria descanso. Oxigênio pra que mesmo?
 - Bella eu...
 - Cala a boca e me beija!

Como eu ousaria negar? Eu teria de não ser homem para ficar distante dela. Infelizmente, alguns poucos momentos depois, após uma leve e rápida batida na porta a médica de Bella entrou e fez cara feia para minha posição sobre a cama. Se bem que meus lábios inchados podem tê-la chateado mais.

 - Que bom que cheguei a tempo. Poderia ter chegado tarde para avisar aos papais do período de resguardo... – Ela disse mesmo sabendo que não faríamos nada a mais que trocar alguns beijos.
 - Desculpe.
 - Tudo bem. Só não se esqueçam. Serão dois meses de descanso Bella. Nossas avós chamavam de ‘quarentena’.
 - E não deveriam ser 40 dias, então?                                                        
 - Não, porque nossas avós costumavam parir um filho de cada vez.
 - Elas eram mais espertas que eu então. – Bella disse sorrindo.

Mas tudo se tratava de brincadeiras sem muito sentido. Eu e Bella não estávamos certos de nossa relação e mesmo que ela não tivesse negativas médicas, não iríamos nos atirar na cama mais próxima. Um simples ‘eu te amo’ é lindo, cheio de significado, mas não resolve tudo. Ambos já amávamos um ao outro há muito tempo, anos sem compreender exatamente o que sentíamos e isso não nos impediu de fazer o outro sofrer. Nem só de amor é feito um casamento e o nosso, em especial, dependeria de sermos sinceros.

 Levei Bella, Thomas, Soph e Marie para casa três dias depois. Foi uma verdadeira aventura! Esme carregava um bebê, Rose outro e o terceiro ia no colo de Bella enquanto eu empurrava a cadeira de rodas dela. Jasper e Emennt ajudaram com as bagagens. Foram três carros! Bom...Bella não estava nada satisfeita por sair carregada do hospital. Mas era só um cuidado a mais, feito à pedido da equipe médica. Em casa também, ela deveria fazer repouso por mais uns dias.

 - Isso significa que quem terá de levantar à noite será você ED! – Debochou Emennt.

 Mal ele sabia que eu passaria todas as madrugadas obsevando minha família dormir, de guarda à segurança deles se isso garantisse que tudo voltaria ao normal definitivamente.
 Fiamos temporariamente no apartamento de Bella porque esse estava melhor equipado para nossos filhos. Quando os três já estavam alimentados e banhados, nossos convidados foram embora e nós pudemos finalmente ficar à sós.

 - Cansada? Quer dormir um pouco?
 - Estou um pouco sonolenta, mas antes precisamos acertar...as...coisas entre nós.
 - Sim.
 - E...você...vai ficar com a gente agora ou vai voltar para a Victória?
 - Bella, faz três dias que eu venho beijando você em cada brecha de tempo que consigo ter minha mulher só para mim. Acha mesmo que eu iria querer Vic novamente?
 - Odeio quando chama ela de Vic!
 - Ótimo, agora que me falou isso, não chamei Victória dessa forma novamente.
 - Simples assim?
 - Sim, é muito simples. Se conversarmos abertamente, tudo será simples.
 - Você já sabe de tudo, Edward. Eu sempre te amei, mas não desejava casar com você daquela forma.
 - Mas iria casar...se não fosse a Tânia aparecer você teria consumado o casamento naquela noite.
 - Sim, teria. Mesmo tendo a certeza de que não poderia dar os herdeiros que você e seu pai tanto desejavam, eu iria viajar com você em lua de mel. Daí ela me ameaçou...não sei como descobriu.
 - Com a ajuda do irmão dela...o James.
 - O que? – Eu a choquei com essa informação.
 - Eu descobri há pouco tempo. Eles sempre estiveram juntos nisso. O plano era tirar você de campo antes de casarmos para Tânia assumir o posto de senhora Cullen.
 - E ela chegou perto né? Ficou com ela todo o tempo em que estivemos separados. Podia ter denunciado minha fuga, conseguido a anulação do casamento e se unido a ela.
 - Não, jamais. Não sabia das barbaridades de que era capaz, mas nunca me enganei a ponto de querê-la como senhora Cullen. Esse posto não é para qualquer uma. – Lembrei de algo importante. – Mas tem de contar o que ela disse para fazê-la passar mal.
- Uma ameaça boba.
 - Qual?
 - Disse que nos viu almoçar e passear no shopping. Nos observava sempre, por tudo o que é lado. E que seria assim para sempre. Falou que quando menos esperássemos ela iria aparecer e nos fazer pagar.
 - Pagar?! – Como assim.
 - Tânia acha injusto eu ter engravidado e não ela de seus bebês. Para ela não é ‘natural’ já que ela sabe de meus problemas de saúde e do tratamento médico. Falou que...
 - Diga Bella!
 - Que um dia iria matá-los e deixar as coisas novamente com têm que ser.
 - Desgraçada!
 - Eu me desesperei, meu batimento cardíaco acelerou e, de repente vi tudo escurecer. Só lembro de acordar no hospital para descobrir que meus bebês haviam nascido.
 - Foram as piores horas da minha vida Bella. Se algo acontecesse eu não iria sobreviver...eu não iria querer viver.
 - Mas no fim, deu tudo certo e aqui estamos. Agora é esquecer.
 - Não Bella! Não vou esquecer nada. Ela está sendo procurada e vai presa assim que for localizada. Além disso...
- Além disso... – Ela ficou curiosa.
 - Algo me diz que Carlisle tem mais participação nessa história. Tenho muita coisa para averiguar.
 - Por Deus Edward, o que fará? – Bella estava tremendo.
 - Não precisa se preocupar.
 - Como não? Eu sei bem como você fica quando está com raiva e ódio de alguém. Não quero que voltemos àquele inferno...
 - Eieieiei calma. Nada afetará nossa família. Tenho apenas de colocar essa história toda em pratos limpos. Algum dia farei você esquecer da forma horrível com que te tratei. Eu não sou um monstro Bella. Eu não quero ser um monstro.
 - Eu sei...eu não tenho medo de você. Não mais.

Selamos nossa conversa com mais um beijo apaixonado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário