domingo, 1 de setembro de 2013

A Mentira - Capítulo 21: Pesquisa e sedução




            Na manhã seguinte, o clima no café da manhã era constrangedor e, por um momento, Ana achou que José poderia ter ouvido alguns barulhos vindos do quarto que dividiu com Christian. A culpa fora de Grey, cheio de carícias e também de seus gostos peculiares. Ele lhe havia amarrado à cabeceira da cama e vendado os olhos. A sensação de entrega dava grande prazer e na cama sabia que podia confiar nele totalmente. Grey é mestre em esgotar uma mulher em gritos e gemidos de prazer.
            - Hoje quero lhe mostrar o povoado, José. – Disse para cortar o clima estranho.
            - Tenho muito trabalho, Ana. Será que não prefere continuar na fazenda?
            - Não. – Respondeu simplesmente.
            - Fique tranquilo, Christian, cuidarei para que Ana não se esforce demais. Sei que ainda se recupera.

            Se José soubesse de todo o ‘esforço’ da noite passada não diria isso.

            Não tinha muito o que mostrar na pequena cidade. O que José queria era um tempo para conversar a sós com Ana. A fazenda era confortável e eles pareciam viver bem, mas a energia entre eles era enervante. Grey e Ana pareciam sempre prontos para desafiar um ao outro, faíscas ameaçavam iniciar um incêndio a cada olhar.
            - Você quer ficar aqui, Ana?
            - Eu o amo.
            - Não foi isso que eu perguntei. – Ainda doía ouvir Anastásia de declarar a outro homem. – Vocês não se olham como um casal que ama, estão sempre nervosos na presença do outro.
            - Ele desconfia de mim. Acha que eu tive algum envolvimento com seu irmão que já morreu.
            - Emmett...sim papai o conheceu. Mas por que ele acharia isso?
            - Emmett frequentou nossa casa em uma ou outra festa. Parece que lá conheceu uma mulher que o seduziu e fez se suicidar.
            - E? – O que Ana poderia ter a ver com isso?
            - E...ele acha que essa mulher sou eu. Mas eu vou descobrir o que se passa?

            Era muita informação para ser absorvida por José. Por enquanto ele só desejava saber o que ainda prendia Ana ali.
            - Se não confia em você, porque permanecem casados? Ana...isso não é um casamento saudável. Casais têm de ter confiança?
            - E você e sua noiva, Alice, são o casal perfeito?!
            - Não é disso que estamos falando! – José respondeu. – Eu ainda não casei.
            - Sabe que Alice te idolatra...vai fazer de tudo para casarem.

            Ele pensou por um momento antes de responder.

            - Talvez essa decisão esteja nas suas mãos, Ana. Eu esperaria por você. Eu não amo a Alice, Ana. Ela é uma garota legal, mamãe acha que será a esposa perfeita, mas eu não a amo e a largaria sem pensar duas vezes se você apenas acenasse com a possibilidade de ser minha mulher.
            Ana sentiu pena pelo primo. Era triste estar noivo dessa forma.
            - Eu vou lutar pelo meu casamento, José. – Ela abraçou-o longamente. – Mas se não ama Alice, deve acabar com esse noivado e esperar por quem realmente te fará feliz.

            Já que a prima realmente não desejava ir embora com ele, José resolveu partir. Sem esperar por Christian, voltaram à fazenda para José pegar a mala e foram de carro até a pista onde pegaria um voo particular. Era distante e demoraram bastante. Foi emocionante se despedir do primo. Dessa vez, deixando claro que manteria contato através dos celulares e, se fosse necessário, não deixaria de ir embora.
            Antes de voltar para casa, foi procurar Gail. A conversa que tiveram antes de seu acidente tinha sido reveladora e desejava saber se ela tinha mais alguma informação.

            - Não. Eu só sei que o Sr. Grey chegou aqui pouco tempo depois da morte e se revoltou quando Padre Henrique contou o que tinha acontecido. Daí os empregados contaram que ele estava envolvido com uma mulher e ele jurou vingança.
            - Mas porque eu?
            - Ele diz que tem provas.
            - Provas?!?! Como provas?!?!? Não pode ter provas porque isso não é verdade.
            Dois de observar a jovem amiga, Gail perguntou se ela iria embora. Depois de tantos anos sem uma amiga, tinha gostado de conviver com Ana.
            - Eu vou tentar provar minha inocência.

            Mas não era fácil se não conseguia sequer conversar com Christian sem iniciar um briga. Quando chegou em casa, ele estava nervosíssimo, afinal, fora informado que no meio do dia Ana e o primo vieram pegar a mala e sumiram. Ele entrou em choque achando que ela o havia abandonado. Quando entrou no quarto, Ana encontrou-o com Jéssica. Ela juntava cacos de vidro de coisas que ele tinha quebrado enquanto Christian dizia bobagens. Estava bebendo.
            - Vamos ter de nos livrar de tudo que é dela...mas hoje não...eu quero sentir seu cheiro e...e..- Ele estava com seu travesseiro nas mãos. Ana gostou de ver isso.
            - Posso saber o que se passa no meu quarto? – Disse claramente e viu a surpresa dos dois. – Jéssica! Saia desse quarto agora!
            - O patrão me mandou lim...
            - A patroa está mandando você sair e se não obedecer AGORA eu mesma te jogo pra fora. Essa é a MINHA casa e eu quero falar com MEU marido. Entendeu? Agora suma da minha frente!
            Quando ficaram sozinhos ela falou com Grey.

            - Nem um dia fora de casa e você já quer se livrar das minhas coisas?
            - Achei que tinha de deixado e voltado pra casa com seu primo. Ele quer você!
            - Talvez eu devesse ter feito exatamente isso, Chris, mas eu sou sua mulher e não vou sair correndo como se fosse uma culpada em fuga. Casou comigo! Agora terá de me aguentar. Posso ser bem teimosa, Christian Grey!

Nenhum comentário:

Postar um comentário