domingo, 4 de agosto de 2013

A Mentira - Capítulo 18: Mais mentiras


            Não passava pela cabeça de Christian matar ninguém, nem mesmo Anastásia, ainda que ele não merecesse viver depois de ser a responsável por duas mortes. Mas jamais sujaria suas mãos de sangue. Ela só podia estar delirando.
            - Você está descontrolada! Vou deixar você descansar. – Sua aparência ainda não era boa. – Depois conversamos.
            - Peça para minha família entrar.
           
            A ideia de José ficar a volta dela, paparicando-a, o irritava terrivelmente. E nada poderia fazer. Com toda a família dela ali, precisava se manter distante e torcer para ela não fazer nenhum escândalo sobre o relacionamento deles.
            Saiu para verificar o andamento de alguns negócios pelo celular e, ao voltar, passou na cafeteria. Lá viu Alice, sentada enquanto mexia em seu tablet. Parecia aborrecida.
            - Alice? – Disse ao se aproximar. – Achei que estaria com sua prima.
            - É...bom...o quarto está cheio de gente. A família e os amigos de Ana também apareceram então...melhor eu não atrapalhar.
            - Mas vocês são primas...

            Nesse momento Alice teve a ideia que poderia resolver seus problemas. Precisava afastar Ana e José novamente. Afinal ele estava novamente ao lado dela e, com ou sem noivado, se continuassem assim, ele voltaria a ter esperança e não aceitaria casar. Estava na cara que Christian era apaixonado e possessivo por Anastásia...tinha que usar isso a seu favor.
            - Nem pude contar para a prima que eu e José vamos casar...se bem que...com ela assim tãoooo próxima de José, talvez nem haja casamento?
            - Vocês estão noivos, não é? Seu tio me comentou. – Mas por que ela dizia isso? – Ana ficará feliz por você.
            - Não...eu sei...e ela também sabe que no fundo é dela que o José gosta. E ela disse pro tio que não está feliz...- Fez sua melhor expressão de arrependimento. – Desculpe, Christian. Eu não quis dizer nada de ruim.
            - Não se preocupe, Alice. Ana teve dificuldades em se adaptar à fazenda, não tenho como negar isso. Mas ela é MINHA mulher e seguirá assim. Portanto...se você irá ou não casar com José não é um problema nosso.
Surpreso, Grey viu Alice começar a chorar. Ficou comovido com o nervosismo da moça com quem nunca teve muito contato. Ela tinha uma aparência frágil, delicada, sem a garra de Anastásia. Era uma mulher fraca e, também por isso, não lhe despertava nenhum sentimento. Ela realmente tinha razões para se sentir inferior. Não chegava nem perto de Ana...em beleza, carisma, garra, sensualidade ou o que desejasse avaliar.
- Me ajude...por favor. – Ela choramingou.
- Eu não tenho como te ajudar, Alice. – Bem que gostaria de ver José casado e longe de Ana. – Já tenho meu casamento para cuidar.
- Afaste José de Ana! Faça isso por mim.
- Como?
- Leve Ana para a fazenda!!!! Ela não está tão mal assim. Trate dela em casa!
- Não posso simplesmente colocar Ana em um avião. A equipe médica ainda está avaliando. Ana não corre risco de morte, mas ainda sofre muitas dores. Não vou levá-la enquanto ela estiver sofrendo tanto. – Isso podia afirmar.

Só que Alice não estava disposta a aguardar Ana sarar completamente. Já tinha o plano armado, mas precisava da ajuda de Jasper para conseguir colocar em prática.
- Tem certeza? E se matar a garota? – Ele questionou.
- Não seria tão mau...mas não. Os médicos disseram que ela está fora de perigo. Nunca vi! Cai do cavalo e não quebra o pescoço! É uma inútil!!! Me traz o remédio ainda hoje!
- Qual o plano?
- O Grey parece ser tão incompetente como homem quanto o irmão. A Ana está visivelmente insatisfeita com a vidinha no campo. Se ela abrir a boca e voltar pra casa o José gruda nela e banca o enfermeiro. E lá se vai o meu casamento e a nossa grana! Ela precisa dormir...muito pelos próximos dias. A gente vai apagar a Ana e, aos poucos, eu coloco na cabeça do Grey que ele precisa levar a mulher dele embora.
- Garota você é perversa! – Brincou Jasper. – Vai estar com você o mais rápido possível.
- Ótimo.
Assim que consegui a medicação, Alice se ofereceu para ficar com a prima enquanto os outros familiares iam lançar. Foi fácil colocar o medicamento no soro.
Por suas constantes interferências, no pouco tempo em que ficou consciente, Ana não conseguiu conversar o que desejava com os tios e agora Alice garantia que ela não conseguisse pedir para voltar para casa.
- Priminha...olha como eu sou boazinha...vou ajudar você a dormir bastante. Só vou deixar você acordar na maldita fazenda e, me faça um favor...se for se acidentar novamente, morra de uma vez!

Vídeo da cena minuto 20:15 até 21:18


Dois dias se passaram e Ana pouco ficava acordada. Quando abria os olhos parecia estar com a mente confusa. Por mais que seu corpo estivesse aparentando melhora, a mente parecia confusa. Mesmo acordada ela não ordenava os pensamentos e apenas balbuciava palavras.
- Ti...t...tio eee eu que...
- Descanse, querida. Quando estiver melhor a gente conversa.
Ninguém desconfiava de que aquele sono não era natural. Para a equipe médica, era bom que Anastásia dormisse para se recuperar. Christian também não gostava de não poder ouvir a voz de Ana ou vê-la sorrir.  Ele se dividia entre o hotel e o hospital e na terceira manhã encontrou Alice saindo esbravejando.
- Que bom que te encontrei! Vá lá no quarto e vai ver o José se colocando aos pés da sua mulher. Se cuida Grey! Se depender deles, a Ana vai assinar o divórcio aqui mesmo! Eu ainda não casei...mas você vai fazer papel de corno pra todo mundo ver! – Bradava ela.
Não era nada tão grave, mas ao chegar no quarto Christian realmente encontrou Ana e José sozinhos. Ela dormia enquanto ele beijava sua testa e acariciava suas mãos enquanto falava baixinho em seu ouvido. Era impossível ouvir o que José dizia para sua esposa adormecida, mas, após a explosão de Alice, imaginava o rapaz fazendo planos para lhe tirar Ana. Não!
- Como ela está? – Perguntou.
- Na mesma. Ela não abre os olhos. – José não percebeu o tom irritado de Grey.
Christian pensou rapidamente e resolveu que sua única chance de manter Ana era seguir o conselho de Alice. Tinha que levar Ana embora! Já!

- Vou na diretoria do hospital! – Viu o olhar do José mudar. – Resolvi que Ana já pode se tratar em casa. Vou levá-la ainda hoje. – Disse e saiu. Precisava ser rápido para Ray e José não tentarem impedir.

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