segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Diaba Ruiva - Passado Revelado - 24


         Neal chegou ao apartamento de Melissa acompanhado de Verônica. Nas discretas mochilas usadas por ambos, alguns equipamentos disfarçados. As roupas eram similares as dos funcionários do condomínio. Por segurança Neal deu a parceira forçada algumas orientações de como entrar no prédio, escapar das câmeras de segurança, entrar num apartamento sem deixar vestígios e procurar um tesouro sem rastros de impressões digitais. Foi uma longa lista de orientações. E isso irritou verônica.

            - Se fosse Rachel aqui você a cansaria com todas essas recomendações? – Questionou a loura.
           


            Neal riu da comparação Caso Rachel estivesse ali com ele, a pedra já teria sido roubada. Não apenas por ela saber de cor tudo o que havia dito à Verônica como ela não seguiria boa parte daquelas regras. Rachel não obedecia regras, seguia seu próprio extinto criminoso. E sabia improvisar como poucos. Verônica era uma criminosa também. Mas tinha falhas básicas. Foi pegar pela Interpol ao tentar realizar crimes muito simplórios. Era um soldado de ponta, do tipo que servia de escudo e morria no primeiro tiro. Por isso John a arriscava em momentos como aquele. A vida de Verônica não lhe valia nada. Por outro lado, se não era especialmente inteligente ou habilidosa, Verônica era cruel e vingativa e isso a fazia perigosa.

            - Não se compare a Rachel, Verônica. Você sempre irá perder. – Respondeu secamente. – Se fosse Rachel aqui, eu não precisaria dizer nada. Ela conhece meus planos antes que eu chegue a formá-los. E se encaixa neles perfeitamente.
            - Mas ela não está aqui. Então cale a boca e roube essa maldita pedra. E pare de me provocar porque basta uma ligação minha para John dar um tiro na sua brilhante parceira.

            Nesse ponto Neal não pode discordar. John aparentava ser louco o bastante para matar a filha no menor sinal de que não conseguiria o diamante. Neal então deu início ao plano. Não foi difícil passar pela portaria. Sabia o horário de troca dos porteiros e usou no exato momento de intervalo para, utilizando-se da beleza de Verônica, distrair o guarda. Essa qualidade da garota era inegável. Depois do acesso ao elevador, a sequência do plano surpreendeu Verônica. Eles desembarcaram um andar abaixo do que servia de morada a Melissa. Saíram pela janela do corredor e pelo lado de fora escalaram até a sacada.

            - Para que facilitar se você pode dificultar. – Disse Verônica.
            - A menos que você queira alguém vendo-a arrombar uma porta, onde mora a filha do primeiro ministro inglês, acho que a sacada é a melhor alternativa.

            Já a porta de vidro da sacada foi fácil abrir. Como a informação que Neal obteve mais cedo se confirmou e Melissa não estava no apartamento, foi fácil invadir e começar a procurar. Verônica foi para a sala, Neal direto ao quarto. Meia hora depois e nada havia aparecido. Mesmo sendo óbvio, Neal descobriu o código e abriu o cobre. Nada lá dentro também. Nem documentos importantes, nem diamante, nem dinheiro.

            - Se isso tudo for uma invenção sua para ganhar tempo, Neal, eu nem sei do que sou capaz! – Verônica gritou.
            - Tem razão, você não sabe, Verônica. Mas relaxe. O jogo está apenas começando. É claro que Melissa não deixaria o diamante em qualquer lugar. Vamos continuar procurando. Onde você guardaria um diamante, Verônica?

            A loura levou a pergunta a sério e tentou imaginar como esconderia aquela pedra. O cofre era o mais seguro, o porta joias o mais óbvio. E ambos já tinham passado por revista. A criminosa pensou que talvez a pedra realmente existisse e estivesse de posse de Melissa, mas não ali.

            - No banco. – Respondeu ela.
            - Não. Melissa tem apego emocional com esse diamante. Não está em um banco. E ela tem seguranças o bastante para evitar furtos.

            Neal seguiu a procura. Olhou sob cada móvel, verificou os utensílios da cozinha e o quarto da filha de Melissa. Estava mais difícil do que esperava. Quando a pedra enfim apareceu ele já estava cansado. O diamante estava na estante na sala, numa caixa disfarçada de livro muito conhecida por Neal. Com um sorriso nos lábios ele comemorou a vitória.

            - Estão é por essa pedra que meu pai passou a vida lutando? – Verônica ficou encantada.
            - É. E por essa pedra ele destruiu tantas vidas. – Neal lhe respondeu. – Agora vamos de uma vez lhe dar o que ele quer. E é bom que ele não tenha desfeito nosso trato e machucado Rachel!



            Naquele momento Peter já estava na rua em busca de pistas. Enquanto aguardava Diana fazer uma busca pelas câmeras de segurança de toda New York, Peter vistoriava alguns lugares. O registro da tornozeleira de Rachel não ajudou em nada por ela ter sido desativada próximo da casa de June. Aquele, por tanto, foi o ponto de partida de Peter. Pouco conseguiu descobrir.
            No FBI Diana solicitou o auxílio de Henrique. E o agente, para conseguir estar lá fora do horário de trabalho, aceitou a oferta de Sara, que naquele momento cuidava de seu sobrinho. Eles não tinham reatado o relacionamento, mas Sara não escondia que sua intenção ao voltar para os EUA e procurá-lo era ser perdoada e ganhar mais uma chance. Naquele momento Diana percebia que Henrique trabalhava com mais fôlego e felicidade.
            - Você está tão calado e sorridente, Henrique. Tudo bem? – Diana chegou a comentar.
            - Tudo sim. Só estou...concentrado. Temos de encontrar Rachel. – Ele desconversou. – Aliás, veja essa imagem aqui. Acho que é o John!

            Sem conseguir esperar para agir, Peter já tinha deixado a casa de June sem muitas informações e seguido para o lar de Henry. O amigo de Rachel também pouco sabia do que acontecia e nada pode fazer além de oferecer-se para ajudar no que fosse preciso. A única pista confiável que Peter conseguiu veio de David Williams. Mais do que saber onde estava o diamante de Rachel, o Primeiro Ministro Inglês lhe afirmou que naquela pedra Neal não tinha conseguido colocar as mãos. E juntos eles anteciparam o próximo passo do consultor do FBI.

            - A pedra de Rachel está no FBI, Neal não sabe. Por isso foi procurar na casa. Ele tentará usar a de Melissa. – David concluiu.

            A ida ao apartamento da filha do político não resultou em nenhuma descoberta, a não ser o fato de Melissa também estar desaparecida. Nem ela ou Chiara estavam por lá. E nada do diamante. A aposta de Peter foi que Neal já tinha passado por lá. Ele tinha conseguido a pedra. Restava saber para onde estava indo e como. David resolveu esse problema. Ele pegou o celular e acionou Nohan.

            - Rachel desapareceu. Preciso que lance mão daquele acessório. É nossa última alternativa. Achamos que John Turner está com ela e Neal foi chantageado. Melissa também foi envolvida. Forneça o sinal ao FBI, por favor.

            Peter pouco entendeu daquela estranha conversa.

            - De que sinal você está falando? Como um acessório pode nos ajudar a encontrar Rachel?
            - Não seja ingênuo, Burke. – David respondeu. – Como foi que seu consultor acompanhou Rachel quando ela esteve desaparecida com George na barriga? Ele a ouvia por meio de um colar, espertamente desenvolvido por Mozzie. Eu achei a ideia maravilhosa. E resolvi fazer uso dela, com algumas adaptações, é claro.



            - O colar com que Nohan presenteou Rachel quando ela deu a luz não é apenas um colar. – Peter concluiu.
            - É clara que não. – David confirmou. – Eu demorei muito para encontrar minha filha, Peter. Não deixaria ela sumir novamente. E ordenei que Nohan preparasse aquele presente especial. Na pulseira de Helen também há um dispositivo de segurança.
            - Eu acho muito opressor.
            - Pode ser. Mas eu não estou aqui para brincar, Burke. Assim que tiver a localização eu te passo. – Disse ele.
            - E posso saber aonde você vai?
            - Eu tenho meus compromissos. Tenho certeza de que você compreende, agente Peter Burke.
            - É claro. – Sem ter como impedir, Peter viu o governante inglês se afastar e ligou para Diana. – Fique de olho em David Williams. Quero alguém na sombra dele e de Nohan. Não consigo confiar neles. E também encontre Mozz. Tentei todos os contatos que eu tinha e nada consegui. Seja qual for o plano de Neal, tenho certeza de que Mozzie foi incluído nele.

            Diana nada descobriu sobre Mozz. Tentou todos os contatos que tinha, mas, nada. Concordava com o chefe. Mozzie estava metido até o pescoço naquela fuga de Neal Caffrey. E se encontrassem Mozz, saberiam o paradeiro de Neal.



            Eles não foram os únicos nem os mais ágeis a chegar aquela conclusão. Assim que Peter deixou a esposa sozinha em casa, Elizabeth foi procurar por Mozzie e a ligação dela o amigo não ousou ignorar. Quando Peter e David ainda pensavam em onde Mozz poderia estar, Elizabeth já estava cara a cara com ele.

            - Você pode mentir para todos, Mozz. Não para mim. Não para a sua amiga. Vamos, me conte tudo.

            Mozz já estava acompanhado de Melissa. E depois de explicar a Ell tudo o que tiveram de fazer nas últimas horas, Mozz achou que precisariam de mais ajuda. Formava-se uma equipe de resgate que ainda ganhou o apoio de Henry. Eles precisavam ir atrás de Neal e Rachel.

            - Não deveríamos contatar Diana? Ela pode nos ajudar com a localização. – Elizabeth sugeriu.
            - Não. – Mozz negou – Ela é leal demais ao seu marido.
            - Eu já tenho a localização. – Melissa afirmou. Sua fonte era a mesma de David. – Vamos?
            - Podemos usar o meu carro.  – Ofereceu Henry.

            Estavam todos operando em equipes diferentes. Neal seguia com Verônica e o diamante. Peter estava com Henrique, Diana e contando com o auxílio duvidoso de David e Nohan. Já Mozz tinha como parceiros Elizabeth, Melissa e Henry.
            Juntos ou separados, chegaram ao esconderijo praticamente no mesmo. Neal apenas alguns segundos antes. No momento em que se depararam com o lugar, ele estava vazio e com um assustador rastro de luta. Havia sangue pelo chão e marcas de tiros nas paredes. Cordas arrebentadas sobre uma cama. Peças de roupa que Neal reconheceu como sendo de sua esposa. Só não havia Rachel nem John Turner. E então Neal entrou em desespero. Ele encarou Verônica e deixou todos sem fôlego ao lhe apontar uma arma. Raras vezes Neal pegou em uma pistola. Em apenas uma chegou a matar. Foi por Rachel. E estava mais do que disposto a repetir.



            - Eu estou com a droga do diamante! Onde está a minha mulher? – Gritou com ela na mira e quase uma dezena de par de olhos sobre ele.
            - Eu não sei, Neal. Avisei John que estávamos vindo, com o diamante. Não sei por que eles sumiram.
            - Baixe essa arma, Neal! Agora! – Peter gritou. Todos os outros estavam ainda em choque pelo que viam.
            - Não, Peter. Se ela não falar agora onde Rachel está, não falará mais nada nessa vida! Acredite, não fará falta nenhuma no planeta!
            - Não faça papel ridículo Neal! – Verônica respondeu. – Nós dois sabemos que você não é capaz de matar ninguém. Não vai puxar esse gatilho, sei que não vai.
            - Você era ao acreditar nisso, Verônica. Eu já matei sim. Matei Josef Harabo.

            Aquilo fez Peter entrar em choque. Nunca acreditou que o agente da MI5 Edbert Shepherd, amigo e antigo parceiro de John, tivesse cometido o crime pelo qual respondeu juridicamente e o fez se afastar da polícia. Mas sempre creditou que aquela morte à Rachel, seria apenas mais uma no longo currículo fatal da ruiva. Agora Neal fazia uma confissão tão emocional quanto real. Neal havia assassinado Josef Harabo e estava prestes a voltar a matar.

            - Neal... – Peter tentou novamente interferir.
            - Calado, Peter. Não é a sua mulher que está à mercê de um demente. Pois se ele é louco, agora eu também sou. Matei Harabo quando ele me tomou Lis e ameaçou Rachel. Tive prazer em vê-lo morrer. E terei também em matar você, Verônica, e John, assim que encontrá-lo. E eu vou encontrar! Não tenha dúvida!
           
            As reações aquela cena foram muito diferentes. Peter estava nervoso, não queria que Neal tivesse um assassinato para responder a justiça. Ell estava mais preocupada com o emocional de seu amigo. Henry e Melissa tinham no rosto e nas mãos dadas um ar de preocupação. Pouco se importavam com Verônica. Queriam apenas que ela os levasse até Rachel. Já David era bem menos tranquilizador. Quando Peter lembrou ao amigo que cometer um assassinato poderia lhe trazer mais problemas que soluções, David surpreendeu a todos sacando a própria arma.

            - Comigo esse papo não cola, Peter. – Disse David, descontrolado e longe de aparentar o político tranquilo que sempre foi.
            - Papai... – Melissa se assustou.

            - Chega! Se essa garota não começar a falar agora mesmo, não precisará Neal atirar, eu mesmo descarrego essa pistola nela e alego legítima defesa. Quero ver quem irá me contrariar. Agora, diga, Verônica, está disposta a morrer?

2 comentários:

  1. Pqp qse infartei junto com Neal e os outros,aiiin meu core num guentaaa posta logo karai,cadê Rachel meu pai cadê?

    ResponderExcluir
  2. ixiiiii amiga corre pro próximo q tá demais. Já estamos no penultimo.

    ResponderExcluir