domingo, 5 de abril de 2015

Vidas Ocultas: Capítulo 21


            Elizabeth não esperou o marido responder sua provocação. Deixou a mesa de jantar e subiu para o quarto. Entendia claramente que o desejo de sua sogra era gerar uma crise, talvez levá-la a passar mais uma noite fora de casa. Não desejava dar aquele gostinho à Rúbia. Mas estava difícil. Era sofrido imaginar Miguel e Alejandra juntos.

            - Você a ama? A quer de volta? – Perguntou a Miguel assim que o sentiu a presença dele no quarto.
            - Não! É claro que não! Eu quero você, só você, Liz. – Ele torcia para Elizabeth não perguntar claramente se haviam passado a noite juntos. Porque não conseguiria mentir e esse seria o fim de seu casamento.
            - Então porque foi procurá-la?
            - Não fui procurá-la. Fui beber. Encher a cara pra esquecer todos os erros que cometi e também o fato de você ter me abandonado. E ela apareceu no bar. Nós conversamos e depois eu fui embora.
            - Eu vim bem cedo te procurar e você não estava em casa.
            - É, eu sei. – E lá estava ele, mais uma vez, enredado em mentiras. – Eu fui direto para a empresa. Vamos esquecer isso, Liz. Por favor. Uma vida nova daqui para frente.
            - Com a sua mãe sempre achando uma brecha para atirar você sobre Alejandra?
            - Alejandra não existe para mim. Falarei com mamãe. Tire isso da sua cabeça. Eu te amo.

            A crise foi esquecida e após passar a noite nos braços de Miguel, Liz amanheceu feliz. Foi para a central de polícia cedinho e muito bem disposta. Miguel tinha amado-a calma e docemente. Gostava das tormentas, mas a calmaria também tinha seu valor. Preferiu não tomar café. Encarar Rúbia já era difícil, engolir a comida de frente para ela quase impossível.

            - Você precisa comer, esposa minha. – Miguel disse, sorridente. – Mediu sua glicemia?
            - Estou ótima! Sossegue.
            - Nem pensar. Se não vai comer, ao menos vamos medir. É rápido. Seu kit está na bolsa? Me dê.



            Miguel furou o dedo dela com a agulha apropriada e colocou uma gota de sangue no medidor. Não gostou do resultado. Mas antes de falar qualquer coisa colocou algodão no dedo dela e beijou-lhe a mão.

            - Está baixa. Apenas 64mg/dl.
            - Ainda no aceitável.
            - Aceitável não é bom, querida Liz. E eu desejo você bem de saúde, não apenas aceitável. Se vai sair sem comer, leve uma furta e me prometa que vai almoçar decentemente. Não apenas um sanduíche ou barra de cereal. Comida, Liz.
            - Sim, Dr. Miguel, eu prometo.

            Antes de sair Elizabeth ainda fez questão de beijar apaixonadamente Miguel à frente de sua mãe. Era bom Rúbia ver que estavam bem e, se possível, que ela levasse aquele recado para Alejandra. Ela estava disposta a entrar naquela brincadeira e ia lutar por seu homem. Alejandra teve sua chance de lutar por Miguel. Agora que desistisse de mexer com seu homem.
            O golpe foi certeiro e atingiu Rúbia duramente. Alejandra tinha lhe confidenciado ter encontrado Miguel e passado a noite com ele. E agora ali estava seu filho, beijando e cuidando daquela mulher estranha. Como era possível ele não enxergar que Elizabeth e ele simplesmente não combinavam.

            - Entendeu o recado, mamãe? – Miguel lhe disse enquanto servia-se de salada de frutas.
            - O que quer dizer, meu filho?
            - Entendeu sim. Eu e minha esposa nos amamos e Alejandra não faz parte dessa equação. Nem fará. Avise para ela manter distância.
            - Mas você e Ale sempre tiveram ótima relação! Mesmo após o divórcio!
            - Acabou! Pensei que pudéssemos manter uma relação amistosa. Agora sei que é impossível. Não quero Alejandra enfiada nessa casa. Aliás, voltar para a Espanha é o melhor que ela pode fazer!



            Elizabeth chegou sorridente à polícia. O que não facilitou seu dia. Sem nada do que acusar Caleb, Elizabeth viu-se obrigada a colocá-lo rua. E isso a irritava terrivelmente. Ele tinha chantageado seu marido e planejado atentados contra ela. Mesmo assim nada podia fazer contra ele.

            - Rebeca, solte o Sr. Estevam até o fim da tarde. – Orientou.
            - Tem certeza?
            - Não tenho alternativa.

            O trabalho continuou e logo Tom veio em sua sala. Ela sabia a razão. Há semanas, quando retornou da lua de mel e voltou a trabalhar com seus casos de exploração sexual, o chefe lhe comentou de um acordo que vinha tentando. Esse era o primeiro assunto da reunião.

            - Meu informante virá depor daqui alguns dias. Eu prefiro esperar a matéria de sua irmã ser publicada. Ele está disposto a falar, mas tem medo. Se estourarmos o lugar onde são aliciados, ele estará protegido.
            - Bia esteve lá. Me disse que a matéria está explosiva. Há pouco ela me enviou uma mensagem. Parece que desejava encontrar com um deles ontem e não conseguiu. Mas a matéria está boa e, a menos que algo bombástico ocorra antes, será capa amanhã.
            - Ótimo. Estou sedento pelos nomes que esse informante por me dar. Vamos puxar cada um desses fios, Elizabeth. E arrebentá-los de uma vez por todas.
           
            Elizabeth desconfiava de coisas muito fáceis. Mas queria poder ter a mesma confiança que Tom demonstrava. Admirava isso em seu chefe e amigo. Tomaz nunca perdia a fé ou o otimismo. Para ele sempre havia um meio de vencer pelas leis.

            - Pena que logo outra quadrilha assume o lugar. Às vezes me sinto secando gelo, Tom.
            - Pode ser, Elizabeth. Mas alguém tem de secar o gelo até o dia em que ele acabe. Além disso, desânimo não combina com a minha investigadora favorita. O que há com você?



            - Nada. Talvez eu esteja ficando sentimental demais.
            - É o mal do casamento. Mas você supera. – Ele lhe sorriu charmosamente. – Agora me conte como vão suas investigações. E o que quis dizer com ‘é na Rússia que esse nó irá fazer sentido’?
- Lembra-se daquele cativeiro onde surgiu o nome BTez na investigação?
- Sim. Na Rússia. Mas nós sabemos que eles existem por toda a Europa, cheios de garotas e garotos da América do Sul se prostituindo ou sendo escravizados.
- Sim. Mas depois a Rússia e um tal de Nikolay apareceram no interrogatório de Patrícia, a menina que chegou ao Brasil carregando cocaína no estômago. O voo partiu da Rússia. Ela afirma que um homem chamado Nikolay a mantinha na Grécia, mas não vivia lá. Quando não a quis mais, passou a usá-la como mula. Minha teoria é que da Rússia ele controlava um esquema por toda a Europa.
- Ótima teoria, mas não passa disso. Prossiga, Liza. – Ele estava ficando bem interessado.
- Faz algum tempo você me enviou até um desses falsos concursos de dança que selecionam garotas. Lá eu conheci um tal Pedro Ferraz. A fixa dele não tinha nada de muito interessante, mas o passaporte contava com passagens frequentes por Grécia e Rússia. Foi aí que comecei a juntar os fatos.
- Faz sentido, Liza. Muito.
- E agora, por fim, preciso te contar algo difícil e você vai querer arrancar o meu fígado. Mas tenha em mente que eu não tive alternativa. – Ela não deixou Tom começar a questionar e falou tudo de uma vez. – Há dois dias Rebeca prendeu um homem chamado Caleb Estevam. Ele está sendo liberado porque não consegui elementos para mantê-lo prezo. Não sem incriminar meu marido numa tentativa de assassinato e a eu mesma em um novo escândalo.
Sob o olhar atento de Tomaz, Elizabeth narrou os estranhos acontecimentos envolvendo Miguel, o advogado de seu marido e Caleb. Dividiu aquilo tudo com ele apenas por terem uma relação antiga e não ter alternativa.

- E eu pedi a você e seu marido manterem-se discretos. – Tom ficou preocupado. – Elizabeth, se isso vazar você será expulsa da corporação. Percebe que você está omitindo um crime?
- É claro que percebo. Mas consegui impedir Miguel de fazer essa bobagem. Meu marido não é um assassino, apenas estava desesperado pela minha segurança.
- Eu acredito, Elizabeth. Mesmo assim, é um tremendo risco para vocês. Eu só não entendi ainda qual a ligação disso com o caso que você me explicava.
- O alvo da chantagem era Miguel, mas a vítima eu. Eles enviavam fotos minhas em situações íntimas. Ou seja, estavam me seguindo. E tudo isso começou quando eu me aproximei dessa quadrilha. Inclusive os atentados. Tentaram me matar para que eu não chegasse ao líder.
- Então você acha que Caleb é da quadrilha?
- Sim. E não posso mantê-lo preso! Isso me revolta! E tem mais.
- Mais? – O que mais poderia ter? Tom já estava pálido.
- Você chegou a olhar para Caleb?
- Não. O nome me leva a imaginar alguém de origem árabe. Por quê?
- Loiro, alto, de constituição física quase frágil e uma fala estranha. Não chega a ser um sotaque. Mas é uma forma diferente. O nome não combina com ele. Nem o sobrenome Estevam.



- Você acha que são falsos?
- Sim. Até porque a fixa dele é limpa demais. A identidade é falsa.
- Deixe-me ver se entendo aonde você quer chegar, Elizabeth. Você acha que Caleb teria origem russa e escondeu isso adotando um nome árabe. E, de alguma forma que ainda não descobrimos, integra a quadrilha que perseguimos há anos. E quando finalmente nos aproximamos deles Caleb recebeu a missão de matá-la?
- Exatamente. E por alguma razão, talvez ganância, percebeu que poderia lucrar chantageando Miguel. – Ela sentia-se mais leve dividindo aquilo tudo com Tomaz. – Estou ficando louca?
- Não, nenhum pouco. Faz sentido. E mostra o quanto você esteve em risco.
- E o que faço agora?
- Fique atenta. Se os atentados começaram por você aproximar-se deles. Prender Caleb, ou seja qual for seu nome verdadeiro, servirá apenas para irritá-los. Eles vão tentar pegá-la novamente, Liza.
- E nos darão a oportunidade.
- Exato. Tome cuidado. – Tom orientou antes de sair da sala de Elizabeth.


Beatriz não ficou muito com a filha naquele dia. Depois de mais aquela noite de investigação jornalística, ela seguiu até a casa de Matt e Paty para pegar Eva. Mas apenas deixou a menina na creche antes de tomar banho, dormir algumas poucas horas e voltar à redação. Estava cansada. E satisfeita. A sensação apenas melhorou quando seu editor lhe confirmou o destaque de sua matéria no dia seguinte.

- Vai repercutir nas TVs e rádios. Prepare-se, Beatriz. Amanhã você ficará conhecida nesse país. – Disse ele sorrindo após ler o texto. – Eu escolhi a repórter certa. Parabéns.


Quando deixou a carceragem da polícia federal Caleb estava irritado e confuso. Deveria ter ouvido a chefia e tomado mais cuidado com aquela investigadora. Ela é realmente muito esperta e parecia contar com proteção divina ou sorte. Já era para estar morta. E ainda assim conseguiu enganá-lo e salvar o maridinho.
Saiu era ainda dia claro. E preferiu não procurar os outros membros do esquema. Na verdade estava um tanto incomodado. Impossível que seu sumiço não tenha sido percebido. Eles ficaram sabendo da prisão e não enviaram um advogado para colocá-lo na rua. Se a policial tivesse descoberto algo, ficaria trancado por muito tempo. E eles não o ajudaram. Para piorar, agora já não tinha como arrancar dinheiro de Miguel Benitez e suas reservas estavam acabando.
Quando o relógio marcava quase 1h da madrugada ele foi à rua, seu ponto de costume. Viu as mesmas garotas de sempre e deixou-se ser visto por elas. Para impor respeito. Quando o dia nascesse, elas teriam de lhe pagar a comissão para trabalharem ali. De longe, porém avistou um conhecido e começou a desgostar ainda mais de seus parceiros.

- Pedro Ferraz! Colocaram você no meu lugar? – Foi rápido, muito rápido.



- Você conhece a chefia. Paciência não é o seu forte.
- Sei...bom...mas já estou aqui. Tive probleminhas com alguém que a chefia conhece bem.
- Elizabeth. Ficamos sabendo da sua prisão. E da forma como ocorreu. Estão achando que você foi muito afoito e colocou o esquema todo em risco por uma vantagem pessoal. O Hernandez ficou bem chateado. Você irritou os mais poderosos.
- Você sabe que o Hernandes não manda nada.
- Faz assim...fica mais essa noite fora. Amanhã nós três conversamos e o Hernandez te passa a decisão do ‘primeiro escalão’.
- Vocês só podem estar de brincadeira...são anos nisso sem deixar rastro. Não podem me colocar pra escanteio agora! – Ele acendeu um cigarro. – Está bem. Eu tenho o contato direto da chefia. Vou à Deus enquanto Hernandes banca o Santo.
- Deusa, nesse caso. – Pedro provocou. – Faça como quiser. Mas essa noite eu comando por aqui. Mas...Caleb...antes de ir me explica uma coisa. Ontem esteve aqui uma mulher chamada Sandra. Ela disse que você ia ‘colocá-la no esquema’. Não sabia que ia selecionar garotas pra sair do Brasil. Sabe que essa área é minha.
- Não sei de Sandra nenhuma. – Nem queria se meter em mais encrenca no momento.
- Estranho. Mandei segui-la, mas o imbecil a perdeu de vista. Vamos acompanhar. Vá dormir Caleb. Amanhã eu e Hernandez passamos no seu AP e acertamos tudo.


Se Caleb adormeceu irritado, tudo apenas piorou na manhã seguinte. Seu celular tocou às 5hs45min, quando ele ainda tinha dormido poucas horas. Ele desligou o aparelho sem olhar quem ligava. Às 7hs45min sua porta era esmurrada. Quando conseguiu abrir teve o apartamento invadido por Pedro, Hernandez e mais dois homens. Pouco entendeu até lhe atirarem um jornal. Numa matéria de quatro páginas estavam estampadas fotos e declarações suas, além de entrevistas com outras pessoas vinculadas ao golpe de prostituição.

- Aquela vagabunda! Não posso acreditar! – Lembrava exatamente para quem tinha dito as frases descritas naquele jornal.
- É, aquela vagabunda para quem você falou o que não deveria. – Hernandes gritou. – Não bastava ter sido preso pela mulher que deveria matar? Tinha de nos expor assim?!?! Ela chegou ao local onde fazemos os testes! Sabe o que é isso, Caleb?!?! Não estamos falando de favela! Ela entrou no nosso endereço nos Jardins! Área nobre!
- Eu não falei pra ela disso! Não fui eu quem abriu esse endereço.
- Difícil acreditar, Cabeb!
- É verdade!
- A chefia está querendo te trucidar.
- Eu falo com ela. A chefia confia em mim, ou não teria me enviado a missão de acabar com a investigadora. Vou me explicar...vou ligar agora. Onde está meu telefone, droga.

Cabeb deu as costas para os dois homens sem perceber que já não havia o que falar ou explicar. De homem de confiança a estorvo foi preciso pouco tempo. Ele havia falhado em matar Elizabeth, expôs a todos naquela chantagem frustrada e foi pego por uma mísera jornalista. Não merecia confiança. Quando tornou a virar-se Caleb viu Hernandez lhe apontar a arma e nem mesmo implorou. Não serviria de nada.



           
- Não adianta falar com a chefia. Eu já falei e a ordem dela é essa. – Dois tiros acertaram o peito de Caleb. Ele não gritou. Apenas esperou a morte vir.

Hernandez e Pedro Ferraz deixaram o corpo lá. Não demoraria para a polícia chegar naquele endereço. Já tinham informações de que uma equipe já havia invadido o endereço dos Jardins e conseguido, inclusive, documentos comprometedores. Aquela investigadora chegaria ainda mais perto.

- O que fazemos agora? – Pedro perguntou ao homem acima dele na hierarquia da quadrilha.
- Sumimos por um tempo. A ordem é desaparecer enquanto a poeira baixa. Mas você terá uma missão. Vai descobrir quem é a jornalista. Eu a vi, mas não sei nada dela. Não vamos deixar barato. A coragem dela nos tomará muito dinheiro.

Outras mãos receberam o jornal daquele dia de forma muito mais simpática. Tomaz esperou aquela notícia sair e ao amanhecer seus homens invadiram o endereço que ele já tinha há semanas. Seu informante foi certeiro e logo falaria mais. Tratava-se de um homem que conheceu-os sendo traficado, mas que encontrou sua alforria juntando-se a quadrilha. Pensou ser sua única forma de escapar. Mas foi preso há dois anos e ao ser esquecido na cadeia percebeu que no crime não há amizade nem lealdade. Eles não lhe estenderam a mão e ele lembrou-se de que havia muito a ser dito. Por isso propôs o acordo. Mas tinha medo. Aquele golpe na quadrilha lhe daria coragem para falar mais.

- Tem muita coisa aqui, Tom. Vamos levar tempo para catalogar tudo e usar os dados para montar o quebra-cabeça, mas vamos longe. Muito longe. – Elizabeth avisou-o.

Tentou afastar Liza daquele caso, ao menos temporariamente. Elizabeth era um alvo deles. Ela não aceitou. E ele preferiu não usar sua autoridade. Ela era boa profissional. Precisava de Elizabeth. Isso, porém, não o impedia de se preocupar.
Somente duas pessoas não tinham lido a matéria de Beatriz ainda. Porque não haviam acordado. Patrícia tinha pego Matheus de surpresa com vinho e um jantar romântico. Ele não resistiu aos seus encantos e, finalmente, a tomou para si.



- Você é uma menina muito linda e muito sapeca, sabia? – Disse enquanto descia a calcinha dela delicadamente. – Não era para ser assim. Eu queria te seduzir. Cuidá-la, mimá-la e amá-la como merece.
- Então ama. – Foi a resposta curta, mas capaz de representar muito.

Agora, ao acordar nos braços dele, calma e satisfeita, Patrícia entendia claramente o que Matt queria dizer com a palavra ‘amá-la’. Ela simplesmente não tinha sido apresentada aquele tipo de relação sexual ainda. E somente naquele momento Patrícia entendeu o que era ter alguém além do sexo. E quase sem perceber sentiu que podia ser feliz naqueles braços pelo resto da vida.
Não foi uma noite de extremos. Não houve gritos, só suspiros. No lugar das mordidas apenas suaves beijos. E quando quis tomar a iniciativa em carícias mais ousadas Matheus a freou da forma mais doce, mostrando que no carinho também havia paixão.

- Obrigada. – Ela lhe disse pela manhã.
- Pelo que, exatamente?
- Por me tratar com carinho, com amor...eu não esperava me sentir assim. – Timidez na cama não era o que Paty esperava, mas experimentando a sensação.
- Assim como? – Ele queria detalhes.
- Você vai rir!
- Não vou...fala.
- Eu não esperava sentir como se fosse a minha primeira vez. – Ela ficou vermelha e Matheus adorou ver aquele colorido em suas bochechas. – Bom...não depois de tantos...
- Xiiiii não. – Ele calou-a com um beijo. – Vamos fingir que você acaba de perder a virgindade. Que eu fui o primeiro.

- E foi. O primeiro a me amar.

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