terça-feira, 31 de março de 2015

Diaba Ruiva - Passado Revelado: Capítulo 13 parte II


            Neal e Rachel seguiram para a casa num abraço natural. Ele havia passado por momentos difíceis nas mãos de Thomas Carter, mas, no fundo, e talvez nem tão fundo assim, sempre teve a certeza de como e pelas mãos de quem aquele sequestro terminaria. Rachel não era mulher de desistir. E jamais o abandonaria. Essa segurança era uma sensação boa. Ter alguém com quer contar independente da situação. Neal sorria sem perceber e apertava a mão da esposa mais firmemente.

            - Porque tem esse sorriso bobo no seu rosto, Neal Caffrey?
          - Enquanto você falava com Diana, Peter me deu um resumo dos últimos dois dias. Eu preciso reconhecer que gostoso saber do que a minha mulher é capaz para me defender. – Neal voltou a beijá-la e acariciar os cabelos avermelhados com uma das mãos. A outra estava presa fortemente em sua cintura. – Foi bom brincar de ‘tiro ao alvo’?
            - Foi...relaxante poder extravasar minha raiva em James. Ele me chamou demônia. Pode acreditar?!
            - Não. Ele está errado. Você é uma mulher fantástica e da qual eu nunca vou me separar. Nunca outra mulher poderá me dar o que você oferece.
            - É bom saber. Porque se você deixar outra tocar no que é meu...eu posso brincar de tiro ao alvo nesse seu lindo corpinho e eu não ia gostar de vê-lo ferido, querido! – Era brincadeira, mas tinha um fundo de verdade. – Fiquei com medo de atirarem em você. Thomas é louco.
            - Ele tentou. Fui salvo pela minha escultura. – Ele desejava esquecer aquilo tudo. – Além disso, você já me deu um tiro uma vez, Senhora Caffrey.
            - Sim. Mas você estava querendo me prender. Então foi merecido. Além do que, sou sua esposa. Eu posso!

            Quando chegaram em casa, tudo o que desejavam era ter alguns poucos momentos em família. Neal foi abraçado por June e recebeu os cumprimentos de Mozz. As crianças, graças aos amigos, estavam bem e já na cama, adormecidas.

            - Eu li para George enquanto June deu mamadeira para Helen. Eles devem dormir até amanhã cedo. Então boa noite. – Mozzie saiu em retirada.
            - É, Senhor Caffrey, acho que agora você é todo meu! – Rachel disse fechando a porta atrás de si.
            - E se eu estiver cansado demais amor? – Neal a provocou. – Você se importaria se deixássemos para amanhã de manhã?
            - Deixar o que para amanhã? Sexo? Você me jogar nesse tapete e me amar por horas? Sim, Neal, eu me importo. É agora. E você não vai se arrepender.



            Depois de meses presa e hospitalizada, finalmente tinha Neal e o resguardo havia acabado. Pretendei esbaldar-se naquele corpo que era só seu. Eles arrancaram as roupas um do outro. Não era apenas desejo, tratava-se de um encontro carnal, mas cheio de sentimento. Ela chegou perto de perdê-lo. Isso acrescentava mais fome à sua imensa vontade de comer. De devorá-lo.

            - Essa sua bunda firme é deliciosa, Neal. Gostosa mesmo. – Rachel disse apertando o marido. – É por ela que a mulheres se viram para olhar por onde você passa.



            - Pensei que fossem os meus olhos. – Ele já arrancava seu sutiã e deliciava-se com os seios, fartos pela amamentação.
            - Não. É a bunda. Mulher gosta de homem com bunda bonita. E a sua é demais!

            Alguns diriam que ela estava ‘subindo pelas paredes’. E estariam certos. Foram meses demais sem seu homem para deliciar-se nele como quem saboreia um vinho fino e delicado. Estava voraz e dispensando a finesse e elegância habitual de Neal Caffrey.

            - Quero rápido e forte. Contra essa porta mesmo. – Avisou-o.
            - Não era para eu deitá-la no tapete da sala?
            - Estou fazendo adaptações. Não consigo esperar tanto. Vai Neal...preciso de você dentro de mim, vem, agora.

            Com um único puxão Neal rasgou a calcinha preta e rendada usada por ela. Era sexy. E tinha transformado-se em um retalho instantes depois. Foi ali mesmo, contra a parede e forte como ela pediu. Impossível não analisar e apreciar seu belo corpo. Poucas semanas após dar a luz ela já ostentava um corpo firme e bem torneado, fruto dos exercícios físicos que praticou a vida toda. Rachel nunca seria magra como as modelos que desfilavam em passarelas, nem delicada como elas. Era uma mulher com carnes e músculos nos lugares certos. E ele gostava do fato de conhecer cada centímetro dela.

            - Gostosa, você é uma Diaba Ruiva e gostosa pra caramba, Rachel. Eu quero passar minha vida toda em você.
            - Que bom, Caffrey. Porque eu não ia te dar alternativa.


            O restante da semana dividiu-se em duas grandes atividades para Peter Burke. Uma era liderar e reorganizar nova caçada a Thomas Carter. Ele não deveria estar longe e, possivelmente, estava assustado com a impossibilidade de seguir no mesmo golpe. Carter gostava de se repetir. Armou um plano e o repetiu até ser descoberto. Provavelmente não sabia o que fazer agora. Eles coloram barreiras nas estradas, espalharam cartazes e ofereceram recompensa. Mas até o momento nada.

            - Fique tranquilo, Stone. Vamos conseguir encontrá-lo. E Carter não tentará explodir nada já que o golpe foi descoberto. Ele não conseguirá roubar e fingir que destruiu.

            A explicação era lógica e pareceu acalmar o chefe do FBI. Mas não fez Peter diminuir a intensiva. Encontrar Carter era questão de honra. Ele havia invadido o FBI, os desafiado e sequestrado um membro da equipe. Iria pegá-lo.
            Mas quando o sábado chegou, Peter teve outro compromisso. Bem mais pessoal, porém, tão importante quanto. E com seus colegas de FBI todo presentes lá. Sophia completava 7 anos e exigiu uma grande festa. Mesmo envolvidos com a chegada de Valentina, Elizabeth e Peter faziam de tudo para Sophia não se sentir rejeitada. Ela era filha deles. E muito amada pelo casal. Agora lá estava ela animada em seu vestido de princesa. Tudo inspirado no filme Frozen, seu preferido. Apesar de ela e George discutirem bastante esse assunto.

            - Frozen é legal. – A menina sempre dizia.
            - Mas Valente é mais! – George sempre respondia.
            - Só porque a Merida tem o cabelo da sua mãe. – No fim das contas a discussão nunca passava disso e os dois se divertiam com todos os seus filmes.

            Mas hoje a tarde era de Frozen e Elizabeth esmerou-se em fazer tudo do mais lindo para sua filha mais velha. O salão foi decorado em tons claros e tudo lembrava o filme. Principalmente a mesa de doces.



            - Você está feliz, minha princesa? Gostou da sua festa? – Peter perguntou ansioso por fazer sua filha feliz.
            - Sim, papai!

            Sophia brincou, pulou, correu e no parabéns já estava com o cabelo desfeito e o vestido amassado. Ninguém se incomodou com isso. Principalmente as crianças. George, Teddy e os outros aproveitaram cada instante da festa.
            Exausta, mas feliz, Elizabeth batia palmas e cantava ao lado da filha quando avistou um casal desconhecido. Quem eram aqueles dois, afastados, vestindo roupas de cor escura e sem interagir com as crianças? Já vira muitos penetras em festas. Mas não nas infantis. Logo depois das fotos, caminhou até o casal misterioso.

            - Boa tarde. Meu nome é Elizabeth Burke, sou mãe da aniversariante. Posso saber quem são vocês? – Ela foi direta. Seu instinto de mãe lhe dizia para ficar atenta.
            - Olá, Elizabeth. É bom conhecê-la. Somos Patrícia e Talles Harris.
           
            Os nomes não significaram nada para Ell.

            - Desculpem-me, mas não os conheço.
            - Sim, você não conhece. Mas sua filha sim. Somos tios de Sophia. E viemos lhe trazer um presente. Você não se importará, não é?

            Ell ficou em choque. Quando Sophia entrou em suas vidas, ela não tinha ninguém. Havia perdido os pais biológicos e adotivos. Ficou em um abrigo. Ninguém solicitou sua guarda. Estava abandonada à própria sorte aos quatro anos. Então ela e Peter abriram sua casa e seu coração para Sophia. Isso foi há quase três anos. Como seria possível agora o aparecimento de tios simpáticos e carinhosos? Não. Havia algo de muito errado nessa história.

            - Isso é mentira! Minha filha não tem parentes vivos. Eles foram procurados no falecimento de seus ‘antigos’ pais. Não havia ninguém. Vocês estão mentindo.
            - Não nos ofenda. – Talles disse. – Não nos encontraram porque buscaram por parentes dos pais adotivos, Mariah e Patrick, que tinham a guarda de Sophia. Eu sou irmão de Ricardo Harris, pai biológico de Sophia. Não se preocupe. Queremos apenas abraçar nossa sobrinha.

            A festa acabou ali para Elizabeth. Não era apenas isso. Ela sabia. Seu coração de mãe gritava para ela manter-se atenta. Sua ideia confirmou-se quando Patrícia aproximou-se de Sophia e a filha a afastou a mulher. Aquela tia estava longe de ser querida. Elizabeth chamou Peter e contou o que se passava.

            - Calma, Ell. Nós somos pais dela, legalmente. Não há como tirarem nossa menina. Acalme-se. Falarei com nosso advogado. – Ele tentou acalmá-la.
            - Ótimo! E eu falarei com Mozzie.
            - O que? Por quê?
            - Porque ele pode investigar essas pessoas e nos ajudar. Ele tem seu jeito.
            - Jeito que normalmente é ilegal. – Peter lembrou-a.
            - Não me importa! Nada importa! Só manter minha filha! – Ela começou a chorar e Peter se assustou. Ele abraçou a esposa, acalmando-a.



            No domingo Peter chamou não apenas Mozz como também Neal e Rachel até sua casa. Os olhares foram da surpresa a preocupação enquanto contavam o que se passou na festa. Enquanto Valentina e Helen repousavam em seus respectivos carrinhos e George brincava com Sophia no segundo andar da casa, os adultos conversariam.

            - Ok, eu entendi a preocupação quase paranóica de vocês. – Mozz disse. Ele sempre desconfiava de tudo, porém, não via razão para tamanho medo. – O que eles podem querer de Sophia? Não é como se ela escondesse um tesouro.
            - Na verdade é. Mesmo que ela não saiba. – Peter contou. Estava disposto a abrir o jogo.
            - O que? – Rachel sentiu-se perdida na história. – Vai ter de esclarecer melhor isso, Peter.
            - Como sabem, eu e Ell somos o terceiro casal a cuidar de Sophia. Ela nasceu de Ricardo e Victoria Harris. Eles venderam a própria filha a Mariah e Patrick Walker, que estavam envolvidos com uma quadrilha de venda de crianças para adoção. Ricardo arrependeu-se e denunciou o golpe. Mas foi morto antes de poder recuperar a menina. Quando nós chegamos a essa quadrilha, Mariah e Patrick, que haviam se transformado em pais amorosos para Sophia, apesar de criminosos, também tiveram suas vidas encerradas por alguém mais interessado em salvar o próprio pescoço.
            - Você e Elizabeth são o melhor para Sophia. Até o juiz concordou! – Neal disse. - Qual o problema?
            - Ninguém manifestou interesse nela. Sophia era uma criança sozinha num abrigo. Ela não tinha nada. Então fomos aceitos como pais adotivos. – Ell falou entre lágrimas.
            - Isso é perfeito, Ell. Adoções legais são praticamente impossíveis de serem desfeitas. Fique tranquila. E se esse casal nunca criou laços com Sophia, não a conheciam, porque iriam desejá-la agora?
            - Porque hoje Sophia não é mais uma criança sem nada. Hoje Sophia tem uma fortuna. – Peter disse e olhou em volta absorvendo a surpresa de todos. - Mariah e Patrick acumularam muito dinheiro, ilegal, mas mesmo com o governo retendo altas quantias, uma parte, substancial ficou em nome deles. Com a morte, Sophia tornou-se a única herdeira.
            - Quando saiu essa sentença? – A natural paranóia de Mozz agora via lógica em tudo.
            - Há duas semanas. O juiz colocou o dinheiro sob nossa tutela até que Sophia atinja maior idade. Eu o apliquei. Não pretendo mexer em nenhum centavo. Será dela na hora certa. É algo que não nos pertence.
            - O juiz não colocou sob sua tutela, Peter. Colocou sob a tutela dos responsáveis pela herdeira. Se os tios conseguirem a guarda de Sophia, terão o dinheiro também. – Mozz ligou os pontos. – Não a querem. Querem sua herança.
            - Sim. Foi o que pensamos. É muita coincidência aparecerem justo agora. – Peter respondeu.



            Sem muito pensar, Mozz largou sua taça de vinho, pegou seu casaco e se dirigiu para a porta. Parecia realmente abalado com o que se passava. Nem mesmo subiu as escadas para despedir-se das crianças. Ell chamo-o.

            - Onde você vai? Preciso de você, meu amigo. – Ela choramingou.

            - Fique tranquila. Ninguém tomará sua filha. Vou tomar minhas providências.

Um comentário:

  1. Pelo amor dos deuses hem não tira Sofia dos pais tadinho do Mozzi ficou abalado

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