quarta-feira, 3 de julho de 2013

Casamento, Fuga e Vingança - Capítulo 20: O baile

            Após uma semana na fazenda os compromissos de todos exigiam atenção. Alice ainda ficaria em Boston por mais um dia então poderia passar o dia com Bella. Jasper foi cuidar de seus compromissos e eu voltei ao escritório. Sobre minha mesa estavam convites de diversos eventos. Apenas um deles me interessou. O baile de caridade tradicional em Boston.
            O baile foi criado décadas atrás para arrecadar fundos para regiões mais pobres e também para ter recursos em caso de desastres naturais. Hoje, no entanto, ele servia apenas para a sociedade da cidade se exibir. As famílias mais competiam para ver quem doa mais que realmente se preocupam com a causa. No ano de meu casamento o evento ocorreu apenas um mês após o escândalo e eu compareci apenas para ser motivo de chacota e assunto de todas as rodas de conversa. Chegara a hora de dar o troco em toda aquela gente mesquinha. Eles veriam eu e minha mulher muito felizes.

Meu celular tocou. Era a médica de Bella.

            - Alô? Edward falando.
            - Senhor Cullen, bom dia.
            - Bom dia. Houve alguma coisa com Isabella?
            - Não. Apenas estou com os resultados de alguns exames.
            - Nós estávamos viajando então estou com minha agenda bem cheia, mas pedirei que ela vá ao consultório para concluir o tratamento. Estou ansioso para fazer a inseminação.
            - É exatamente sobre isso que preciso lhe falar. É que os exames que Isabella fez na semana antes de viajar tiveram resultados ótimos. Digamos que ela está com os hormônios a flor da pele. É a hora ideal para fazer a inseminação. Fiz questão de contar porque sei o quanto quer esse filho.
            - Sim doutora. Fiquei imensamente feliz. – Estava emocionado. – Façamos assim. Até o fim dessa semana eu faço a coleta.
            - Certo. Depois eu marcarei para a retirada do óvulo para depois implantarmos após a fecundação. Tenho fé que dará certo. Agora ligarei para Isabella.
            - Claro, faça isso e saiba que eu adorei a notícia.

            Ficar feliz era pouco para explicar como me sentia com a notícia de que estava na hora de fazermos a inseminação. Bella estava pronta para ser mãe! Minha vontade era sair gritando isso. Nós agora sim seríamos uma família e isso me lembrou de uma pendência que deixei instalada num de meus apartamentos.

            - Hora que lembrou da minha existência. – Estranho como antes ela me parecia tão linda e curvilínea e hoje tudo soava artificial. – Entre...a casa é sua.
            - Bom que você lembra disso. – Disse entrando na casa. E vi algo estranho ali. – Recebeu visitas?
            - Não, por quê? – Ela ficou nervosa.
            - Tem cigarros no cinzeiro e você não fuma. – Eu mostrei o recipiente cheio de butucas pretas, as de cigarros mais fortes.
            - Comecei depois que você me abandonou.
            - Certo. – Era mentira, mas não quis perder tempo com isso. – Acabou Tânia! Preciso que deixe essa casa até o fim da semana.
            - Ela enfeitiçou você novamente né?
            - Não vou discutir minha relação com Bella aqui!
            - Relação em que você só levou chifres né?
            - Cabe a boca! – A peguei pelos braços e a ergui até estar a minha altura. – Você tem até o final de semana para sumir de minha vida. Não me provoque Tânia. É isso ou eu mando virem arrancá-la daqui e jogá-la na próxima esquina.

            Saí de lá deixando Tânia furiosa, mas com alma lavada, pronto para seguir com meu casamento. Naquela noite eu e Bella saímos para jantar em uma cantina italiana simples e deliciosa. Enquanto ela se deliciava com a sobremesa de chocolate eu a observava e sorria.

            - Você está ainda mais bonita hoje.
            - Lambuzada de chocolate?
            - Também. – Lembrei da ligação da médica. – Devem ser seus hormônios. Segundo sua médica eles estão a flor da pele..
            - Sim, ela me ligou também e disse que você já marcou tudo.
            - Sim, eu não vejo a hora de ver você grávida. – Ela ficou chateada, era perceptível. – O que ouve?
            - Nada... é só que não sei se vai dar certo.
            - A médica me garantiu que há boas chances.
            - Eu sei Edward. Estou falando é de nós dois. Não sei se vai dar certo criarmos uma criança depois de tantas coisas, tantas mágoas.
            - Isso ficou no passado Bella!
            - Será que ficou Edward?

            Encerramos o jantar e seguimos para casa. O ar de romance, o frio que fazia, o vinho, tudo colaborou para fazermos unicamente o que desejávamos. A noite foi quente e deliciosa, mas sem o fogo ou o desespero que tínhamos em nos amar. Dessa vez foi com calma e depois eu preferi não arriscar declarações de amor, iria esperar ela dizer.

Cinco dias depois...


            Era sábado, dia do baile. Isabella não ficou muito feliz em ter de encarar a sociedade em um evento desse porte e ainda de vestido longo, mas aceitou me acompanhar. Para isso usou um vestido que a fazia parecer um anjo caído do céu. Com os cabelos negros soltos ela aparentava ser ainda mais nova e eu fiquei encantado com sua beleza e delicadeza.


            Ficar no salão, fazendo cara sorridente e gastando dinheiro. Era isso que tínhamos de fazer, mas Bella não gostou nada.

            - São todos uns falsos que adoram falar da nossa vida.
            - Sim, são, mas temos que suportá-los por pouco tempo.

            A festa ia bem. Eu já tinha feito uma gorda doação, já tinha jantado uma saborosa refeição e dançava com minha linda companhia. Tudo perfeito até que avistei alguém que desejava jamais ter de colocar os olhos novamente.



            - O que há Edward? – Bella percebeu meu nervosismo.
            - Seu amante está aqui!
            - O que? – Ela olhou para trás e viu a quem eu me referia. – Edward, eu não tenho nada com Jack, não o vejo faz muito tempo e eu não sabia que estaria aqui.
            - Mas ele certamente sabia que você estaria.
            - Você quer ir embora? – Ela disse visivelmente incomodada.
            - Não! Não vou fugir de...como é o nome dele mesmo?
            - Jack.
            - Jack...parecem bem íntimos.
            - Pare com isso Edward. Não fale como se eu fosse pular de sua cama para dele como uma qualquer.
            - Dormiu com ele? – Perguntei claramente.
            - Eu não vou falar sobre isso! – E sai da mesa. – Vou ao banheiro.

            Ela foi e demorou muito. Eu fiquei ali. No início estava com raiva...depois me arrependi de ter gritado com Bella. Como ela poderia imaginar que Jacob aparecesse ali? Mesmo assim ela não negou ter sido sua amante e ele poderia ter vindo ali atrás de minha mulher. Inferno, ela não voltava. Liguei para seu celular.

            - Bella, onde você está?
            - Em um táxi. Não aguentava mais. Nos vemos em casa.
            Eu sabia que algo havia acontecido e planejei forçar Bella a falar assim que chegasse em casa. Também me preocupava o fato de não conseguir avistar mais o tal Jack.

            - Calma! Tem muita gente aqui! – Disse para mim mesmo.

            Infelizmente meus planos foram por água baixo quando encontrei Ana e esta me disse que Bella lhe pediu um remédio para dormir e seguiu para o quarto.

            - Bella...Bella...acorde! Precisamos conversar!

            Nada, ela estava completamente apagada. Minha única alternativa era ir dormir e deixar a conversa para o dia seguinte. Dormi abraçado a minha esposa, sabendo que algo muito ruim acontecia.
            Na manhã seguinte ao acordar vi que meu celular recebeu um número muito grande de chamadas. Desconfiado olhei a capa dos jornais e não vi nada. Fui então ao meu computador e não precisei ler matéria alguma. Apenas vi as fotos:


Joguei o computador contra a parede e teria quebrado muito mais. Só parei por lembrar que quem merecia meu ódio ainda dormia.

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