domingo, 17 de fevereiro de 2013

Casamento, Fuga e Vingança - Capítulo 2: O reencontro


Há dois anos eu aguardava este momento. Quando aceitei meu casamento com Bella tinha apenas 25 anos e ela estava com 21, se naquele tempo não tínhamos interesse em ficarmos juntos, agora eu exigiria meus direitos de marido. Isabella Cullen iria passar exatos dois anos agindo como minha esposa, dando a luz ao meu filho e se arrependendo de ter feito o que fez.
            Ela estava diferente, com os cabelos na altura dos ombros, negros como a noite, usando roupas mais ousadas, mostrando as lindas pernas e um decote que apertava seus seios miúdos. Fui ao café que ficava exatamente na frente da loja em que ela era sócia. Tinha nas mãos um dossiê narrando cada um dos passos dela nesses últimos meses depois que descobri. Ela tinha namorado por um curto tempo um rapaz chamado Sam, agora estava solteira. Não tinha nada contra esse Sam, por ele sentia apenas pena, mais um enganado pelo falso sorriso de menina que ela dava a todos. Sorriso que enganou até meu pai. Carlisle acreditou que ela era perfeita, de família bem estruturada, com um nome a zelar e saudável para lhe dar um neto. Acabou perdendo uma fortuna no golpe aplicado por ela e seu pai, Charlie, que mesmo vendo Carlisle tendo um  infarto se negou a dar a localização da filha e a devolver o dinheiro.
            O primeiro passo de sua vingança foi deixar Charlie novamente sem dinheiro, nada difícil para um completo incompetente.  Foi fácil convencê-lo, por meio de um investidor desconhecido, a colocar todo o dinheiro num negócio que prometia dar lucro fácil e sem trabalho algum. Assim, quando ele percebeu todo o dinheiro que restava de suas jogatinas já estava de volta a família Cullen e ele estava na ruína novamente. As finanças de Bella eram muito mais organizadas. Ela e sua sócia, Alice, tinham um grife já bem valorizada. Não eram ricas, mas viviam bem e Bella já não dependia do pai. Era mais fácil ela agora lhe dar mesada do que o oposto.
            Mas com ela minha vingança nada tinha haver com dinheiro. Foi em minha moral que ela mexeu e agora ela seria a desmoralizada. O plano era simples: Bella tinha de cumprir o que estava registrado no acordo nupcial, cada vírgula do descrito lá, desde a consumação que ela me negou até o filho que prometeu. A tal Alice saiu. Era hora de Bella saber que seus dias de liberdade estavam acabados.
            Entrei na loja caminhando tranquilamente. Ela estava de costas falando com uma funcionária. Estava vestido de preto e usando cavanhaque, o que não fazia na época do casamento. Sabia que agora aparentava mais idade e daria medo.

- O que faz aqui? – Era gostoso ver o pânico instalado em seus olhos.
            - Hora Bella, achava mesmo que poderia fugir de seu MARIDO pelo resto de sua vida? – Eu já sabia de seu paradeiro há alguns meses. Ela trabalhava como estilista junto com uma amiga e seus relacionamentos eram muito discretos. Eu não tinha nenhuma pista do cara com quem fugiu do casamento. – Vejo que está sem aliança.
            - Joguei fora. No primeiro esgoto que encontrei. – Aquilo me fez ranger os dentes.
 – Uma pena, terá de usar outra então.
            - Vá sonhando. – Ela riu debochada. – Vá pro inferno.                            
            - Você o conhecerá em breve.
            Ela arregalou os olhos e, tive certeza, não duvidou de minhas palavras. Sem esperá-la sequer falar algo a peguei pelo braço e levei até onde meu motorista aguardava com a porta aberta.
Minha vingança apenas começava.

            - Você não pode fazer isso. Estou trabalhando!
            - Não, aquela garota está trabalhando, você é uma das donas do lugar.
            - Como sabe de minha vida?
            - Sei absolutamente tudo, minha linda esposinha. Se quiser posso te dizer até o número de calcinhas que há no seu armário.

Ela corou...a safada era totalmente desavergonhada, mas ainda corava.
           
- Quero sair desse carro. Agora! Para onde está me levando?
            - Saberá quando chegarmos, mas relaxe, por enquanto você vai apenas para meu apartamento nessa cidade. Está na hora de você cumprir nosso acordo Bella, afinal até as prostitutas trabalham para receber, sua família teve o dinheiro e eu nunca usufruí do que era meu. – Disse alisando sua coxa. Ela era teimosa e, para meu desespero, começou a gritar.

            - Socorro! Estou sendo sequestrada!
- Cale a boca vadia. Max, trave os vidros e as portas para essa maluca não me fazer passar mais vergonha.

Ela se calou e ficou me encarando com olhos de gato.
  
            Quando chegamos ao apartamento meu advogado estava esperando como solicitei. Agora seria a facada final. Bella entenderia que eu não estava brincando.
            - Deve lembrar de Emmett, é meu advogado e um amigo fiel.
            - E o que ambos fazemos aqui?
            - Ele veio lhe fazer recordar os termos do contrato que assinou dois anos atrás.
            - Eu lembro de cada vírgula e não cumprirei nada.
            - Pois ouvirá calada tudo o que ele disser e depois vai entender o que fará você seguir as regras.

            Depois disso Emmet assumiu a situação e repetiu cada obrigação que Bella descumpriu nos últimos anos. Ela foi se encolhendo na cadeira, mas não perdeu o nariz empinado em nenhum momento. Tudo o que foi dito ela já sabia, mas deveria ser constrangedor ouvir de um estranho que ela deveria estar se deitando com o marido e não o faz, o que a deixa em descumprimento com o acordo.

            - Vamos agora as novidades de que lhe falei. Conte a ela as travessuras de seu querido pai.
            - O que fez com Charlie seu desgraçado?
            - Nada. Ele se destruiu quase sozinho. Eu só precisei dar uma ajudinha. Mas fale você Emmett, minha esposa tem dificuldade em acreditar no que eu digo.
            - A senhora sabe que...
            - Senhorita, por favor.- Bella entreviu.
            - Prossiga Emmett... e ignore as loucuras de minha esposa.
            - Bom...você sabe que seu pai jamais devolveu o dinheiro envolvido nesse acordo.
            - Sim. – Ela sequer mostrava algum arrependimento. – Vão cobrar a ele.
            - Isso foi uma opção até pouco tempo, mas além de seu pai gastar mais do que pode, ele não administra bem os negócios.
            - Quer dizer que meu pai está pobre?
            - Isso também.
            Inesperadamente ela começou a rir.
            - Só você mesmo Edward para pensar que eu iria voltar para você para papai ficar novamente rico. Não, meu querido. O máximo que farei será oferecer algum dinheiro.
            - Na cadeia ele não precisará do seu dinheiro. – Agora ela empalideceu. – Continue Emmett, espero que agora sem interrupções.
            - Seu pai investiu em uma empresa que faliu e perdeu tudo. Tinha dívidas espalhadas pelo país que estão todas sendo cobradas em conjunto, somando uma quantia muito alta. Isso, somado a decisão judicial de devolver o dinheiro da família Cullen tornou-se um valor impagável. E sem uma solução, o credor irá conseguir a prisão de seu pai.
            - Eu procurarei esse cobrador e negociarei esse pagamento com algum prazo. E o que vocês têm haver com isso?
            - Você não imagina Bella? – Eu parei apenas para fazer suspense. – Eu sou a único cobrador dos Swan. Sim, DOS SWAN, no plural, porque o processo que estou colocando em seu pai a atinge também. A cena familiar será linda, ambos presos. Só fico com pena de Alice, afinal a grife sofrerá com a publicidade negativa.
            - Eu vou falar com meu pai, não acredito em nada disso. – Ela pegou o celular, mas eu o arranquei de suas mãos, tirei o chip e o atirei pela janela. – Você não precisa mais disso.
            - Maldito!

            - Eu tenho uma proposta para lhe fazer, mas antes vou deixar você falar com o papai. Mas será no viva voz e se disser onde está, não terá nenhuma proposta ou chance. É cadeia para os dois.

            - Pai...diz que é mentira desse desgraçado!
            - Infelizmente não filha. Faça o que ele mandar ou eu estou acabado.
            - Onde você está?
            - Em uma casa paga por ele, perdi tudo. Só tenho você para me salvar da ruína. Mas ele disse que se fizer tudo certinho, no fim desses dois anos ele lhe dará uma pensão...vamos ficar bem.
            - Eu não vou me vender! – Bella tinha a quem puxar o mal caratismo. Charlie sabia exatamente o que eu faria com sua filha, mas não se importava com ela. Só queria o dinheiro que ela podia proporcionar. – Não me peça isso novamente pai.
            - Da outra vez você não foi tão rogada. Olhe, não irá casar com um velho nojento. Eu lhe consegui um noivo muito bom e se não tivesse fugido no passado, hoje estaríamos bem. Foi você quem criou essa confusão toda. Concerte! E logo. Ou nós dois vamos para cadeia.

            -Eu acho que já é o bastante. Obrigado por ser tão claro Charlie. Eu acho que agora sua filha já tem condições de decidir. – E encerrei a ligação.

Bella disse apenas uma frase: é aqui onde terei de morar?

Ingênua, no centro de Nova York? Não, certamente morar ali não seria castigo suficiente.


2 comentários:

  1. Achei ótimo só não gostei pq não achei a pag.1 kkkkkk

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  2. oi. Tu não achou o capítulo 1? Me deixa um e-mail de contato que eu te envio. bjs

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