quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Amor Sem Limites - Capítulo 9: Chega de espera



            Mais dias se passaram e o coração de Bella não aguentava mais tanto suspense, tanta apreensão. Seu menino estava nos braços de outra mulher e isso tinha de mudar. Mas não podia simplesmente aparecer na casa das primas de Edward sem um desculpa.

            - Bella, não. Seria muito arriscado. Não podemos dar razão para que eles desconfiem que sabemos que Arthur é seu. – Edward disse.
            - Eu preciso ver meu filho! – As lágrimas voltaram a escorrer por seus olhos. – Eu não aguento mais.

            Desesperado com a situação, Edward começou a pensar no que ocorria. Tinha de ter uma saída.

            - Ok, Bella. Eu vou te ajudar, mas você tem que jurar que não vai falar que Arthur é seu até termos descoberto o que se passou e provar quem é o culpado.
            - Eu juro, eu juro. Só  quero pegá-lo nos braços.
            - Tá bom. – Ele tinha uma ideia. – Agora a tarde nós vamos na casa das Primas Denali. Peter não está em casa nesse horário.
            - Mas o que vamos dizer?
            - Que temos um trabalho da escola, uma pesquisa sobre adoção. Assim poderemos fazer algumas perguntas para ela e, com sorte, você poderá ficar mais perto dele.
            - Ótima ideia Edward. – Ela beijou-a. – Eu te amo.
            - Mas é só Bella. Na hora de ir embora você terá de deixá-lo lá com Carmen.

            Isso não era o que Bella desejava, mas já era mais do que nada. Saíram da escola, passaram na casa de Bella para largar as mochilas. Antes de saírem Bella atendeu ao telefone que tocava insistentemente.

            - Alô?

            Silêncio.

            - Alô?

            Ouvia-se apenas a respiração do outro lado da linha.

            - Se é um desocupado, saiba que aqui vivem pessoas muito trabalhadoras que tem mais o que fazer!

            A ligação foi encerrada sem nenhuma resposta.

            - Que saco! Tenho que dizer para o Charlie colocar uma bina ou algo assim. Não param de fazer trotes!
            - Deixa isso pra lá, Bella. Vamos logo.

            Bella estava nervosa, sua mão tremia ao tocar a campainha. Foram recepcionados pela própria Carmen, linda e vestida elegantemente. Por um instante Bella pensou que aquela mulher era a mãe perfeita. Tinha classe, educação e um futuro para dar a Arthur.

            - Meninos! Que surpresa vê-los.
            - Olá tia Carmem. Como a senhora vai?
            - Bem meu querido. Mas e Esme? Não veio?
            - Não. Na verdade mamãe nem sabe que eu e Bella estamos aqui. Precisamos de uma ajudinha sua.
            - Diga.
            - Nós temos de fazer um trabalho sobre adoção e achamos que a senhora poderia ajudar.
            - É claro, meu pequeno milagre é um motivo imenso de orgulho.
            - E onde ele está agora? – Bella queria vê-lo o quanto antes.
            - Dormindo. É um menino muito tranquilo. Daqui uma hora, mais ou menos, vai acordar e choramingar por uma mamadeira, mas logo depois já estará feliz brincando pela sala...bom...e depois disso nós não teremos mais paz para conversar.
            - Não tem problema. – Edward disse. – Você podia começar nos dizendo se foi muito difícil adotá-lo.
            - Nãoooo nem um pouco. Eu já queria há algum tempo e tinha passado por todas as fases de testes, mas nunca fomos ao abrigo para escolher nosso bebê. Aí um dia Peter ficou sabendo de Arthur. O pobrezinho havia sido abandonado pela mãe em um abrigo, era tão novinho, praticamente um recém nascido. Até hoje me pergunto o que fez a mãe abandoná-lo.
            - Sabe algo sobre ela? – Edward questionou.
            - Não, nada. Apenas imagino que deva ser muito fria e sem coração para abandonar seu bebê em um abrigo.
            - Nem a conhece, não sabe o que passou! Como pode julgá-la assim!? – Bella ergueu o tom de voz.
            - Bella, amor, tia Carmem está apenas supondo isso. – Edward disfarçou.
            - Claro Bella. Eu não a julgarei. Só ela sabe o que estava passando e o que levou-a abandonar o filho. – Por um momento ela se calou. – Isso não importa mais. Agora Arthur é meu filho e nada irá nos separar. Ele jamais sentirá falta dessa mãe que não o quis.

            Cada palavra dita por Carmen machucava Bella. Não podia negar o amor dela pelo filho. Porque ambas tinham que sofrer assim? Ela não  era má, não era uma ladra de crianças. Cada vez mais desconfiava de Peter. Fora ele que sequestrara o menino. Mas, se queria apenas dar a esposa o bebê que ela tanto desejava, porque não adotou uma criança que realmente estivesse sem família e sem proteção?

Um leve choramingo interrompeu a conversa.

            - Deixe-me acalmar meu menino. Sempre acorda mal humorado, mas logo estará animadíssimo. Esperem um minuto, por favor.

            Quando ela saiu da sala Edward procurou alertar Bella de que não poderiam despertar suspeitas agora. Era necessário manter as aparências.

            - Vejam como esse moço é preguiçoso.

            Carmen tinha Arthur no colo. Ele estava agarrado a uma mamadeira de achocolatado e esfregava os olhos.

            - Tinham mais alguma pergunta?
            - Sim, sim. Nós gostaríamos de saber como a senhora acha que vai lidar com isso no futuro. O dirá para ele?
            - Eu não sei ao certo. Não pretendo mentir, mas não sei se devo contar toda a verdade.

            A ansiedade de Bella venceu a paciência. Acabou interrompendo Carmen.

            - Será que eu posso pegá-lo?

            Carmen estranhou, mas permitiu.

            - Não sei se ele vai aceitar, não é muito simpático com estranhos. – Ela respondeu.

            Por muito pouco Bella não respondeu que não era uma estranha, que era a mãe dele e que não precisava pedir permissão para abraçar seu menino. Se conteve.

            - Venha meu lindo. – Estendeu os braços e após um instante de inquietação Arthur veio sorridente para o seu colo. – Como você é lindo, Arthur. Eu queria tanto te abraçar.

            Edward sentiu muitas coisas. Medo de que Carmen pudesse perceber algo, amor por Bella e por aquele menino tão amado que seria disputado e um pouco de ciúme daquele homem que foi capaz de lhe dar aquele filho. Procurou distrair Carmen com mais um monte de perguntas enquanto Bella curtia seu filho.

            - Bella, acho que é melhor irmos. Já consegui tudo o que precisávamos.
            - Mas já?
            - Já.

            Ainda em choque por ter seu bebê nos braços mesmo que por pouco tempo Bella saiu sorridente. No carro, em silêncio, ela lembrava do perfume dos cabelos de Arthur, da maciez de sua pele, o formato dos olhos, o sorriso.

            - Está com sorriso de mãe boboca!
            - E tem como não estar? Você viu como ele é lindo? E como aceitou meu colo. Ele é meu! MEU!!!
            - Sim, Bella, eu vi. Mas você tem que se controlar. Não pode dar bandeira.

            Depois de mais alguns beijos dentro do carro Bella entrou. Tomou banho e deitou-se para ler alguns minutos. Não pode. Preferiu sonhar acordada com seu menino.
            Ainda com sorriso no rosto estendeu o braço para atender o telefone que tocava insistentemente. O sorriso morreu ao ouvir a voz do outro lado da linha.

            - Que filha desnaturada que nem procura mais a mamãe.

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