terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Regras Quebradas, Limites Ultrapassados - Capítulo 14: A última oportunidade






            Morta? Como assim morta? Teria sido louca a ponto de se matar por Grey tê-la abandonado, sofreu um acidente ou algum atentado?



            -Qual o seu problema Grey? Só se mete com louca? Vai me dizer que ela se atirou da ponte por depressão quando você a abandonou?

            - Não Ana. Ela foi assassinada.

            - Nossa! – Agora Anastásia estava em choque.

            - Encontraram o corpo num terreno abandonado assim que o sol clareou. A polícia acha que a morte ocorreu no meio da noite, início da madrugada. – Ele sorriu triste. – Veja...agora você é o meu único álibi.



            Não estava nos planos de Ana sair por aí dizendo que passou não só a noite, mas também a madrugada com seu ex-marido e patrão. Só que jamais poderia permitir que Grey tivesse problemas com a justiça tendo ela a oportunidade de sauvá-lo.



            - Onde que eu tenho de ir depor?

            - Faria isso?

            - Claro. – Ela pensou antes de completar a resposta. – Não vou deixar meu filho ter um pai presidiário.



            Ela saiu do carro, mas ele acompanhou-a.



            - Você não foi convidado para subir, Grey. Teddy acorda cedo. Logo estará de pé e se te ver, vai te alugar pelo dia todo.

            - E se eu quiser ver o garoto? – Ele perguntou inocentemente.

            - Você não quer.

            - Quero, Ana. – Dessa vez não houve clima sensual no elevador. Falaram sério. – Eu não percebia o quanto estava te machucando Anastásia. Se soubesse, teria feito alguma coisa. Teria me esforçado mais,sei lá.

            - Amor não exige esforço, Christian. Quer saber? Eu é que sou a errada aqui. Eu não posso te obrigar a amar o Teddy. Simples assim.

            - Calma com essas suposições Ana. Eu posso não ser o pai modelo, mas...mas...é claro que eu gos...eu amo ele, Ana. Eu não sei bem como demonstrar, como tratar ele, mas eu sofri ouvindo ele chorar aquele dia na maternidade. Até hoje eu lembro do som. Ele chorava mais forte que todos os outros bebês. Era a fome! Essa sensação eu lembro bem. Querer alimento e não ter. Ali eu sabia o que fazer. Precisar lhe proporcionar o que comer. Mas depois...eu não sei. Eu entrei em pânico.



            Ana abriu o apartamento em silêncio. Sentia um nó se formar em sua garganta. Podia ver a sinceridade das palavras de Christian. Ele nunca fora tão aberto quanto aos seus sentimentos. Para ter privacidade, Ana foi liberar a babá.

            - Obrigada por tudo. – Pagou a moça e abriu a porta sem deixar de notar que ela observava Grey na sala. – Até uma próxima.



            Depois voltou suas atenções ao ex.



            - Agora nós. Teddy está dormindo ainda. Então podemos terminar nossa conversa.

            - Eu não sei ser pai Ana. – Uma lágrima escorreu silenciosa pelo rosto de Grey. – Se eu tentar, eu vou fracassar.

            - Não tem como saber isso. Você adorava a Mia quando era bebê. Vive mimando a Ava. – Ana procurava um argumento.

            - Eu não tinha responsabilidade por Mia e a não tenho por Ana. Ser irmão, tio e amigo é fácil. Mas pai? É ter autoridade Ana. E eu não sei dosar a autoridade. Você sabe bem como eu reajo quando algo me desagrada.



            Ana tremeu imaginando Christian batendo no filho e afastou o pensamento.



            - Você nunca iria agredi-lo. Eu sei que não. – Afirmou.

            - Como pode ter certeza?

            - Entre outras razões, porque sabe que eu faria pedacinho de você caso desse UM tapa no Theodore!

            - É um bom argumento, Ana. Mas e se?



            Ana não tinha resposta para isso. Era apenas uma questão de insegurança. Mas ele teria que resolver. Não ela.



            - Já falou com Flynn quanto a isso?

            - Não vou às consultas faz um tempinho.

            - Então acho bom voltar e seguir com o seu tratamento, Grey.  Vai precisar dele se quiser aproveitar essa última oportunidade de ser feliz com o seu filho.

            - Mas Ana...

            - ÚLTIMA Grey, não esqueça.



            Ele ia responder, mas foram interrompidos por Teddy. Com cara de sonolento e agarrado ao seu cobertor ele estava irresistível.



            - Papai! Você veio! Eu mandei meu desenho e você veio!



            Ana se aproximou tomando uma decisão. Talvez Grey precisasse de uma ajudinha para ver o que estava a sua frente. Pegou o filho no colo.



            - Meu pequenino já acordou. – Apertou bem Teddy e decidiu o que faria. – Você lembra o que você pediu pra falar pro papai?

            - Pra ele vir me ver, vir brincar comigo.

            - E aqui está o papai. Vai pro colo dele, vai.

            Ana viu Grey estender os braços, mas manter um olhar assustado.



            - A mamãe vai tomar um banho pra gente tomar café e sair. Eu, você e o papai. Tá bom? – Ela disse.

            - Claro!!!!! Papai eu quero ir no parque com você, quero jogar futebol! – Theodore estava animado.

            - Ana! Mas eu...

            - Última, Grey, não se esqueça. – Ele entendeu o recado. – Vou tomar banho e já volto.

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