sábado, 11 de agosto de 2012

Por Um Filho - Cap 3: Atitude radical




Bella entrou em sua sala sem pensar duas vezes.


A expressão do marido era triste, mas logo a raiva tomou conta de seus olhos.

 
-Devo deduzir que minha secretária é incompetente ou que você é mal educada? Por acaso alguém convidou você a entrar em minha sala?

-Não fui convidada, mas vim tentar abrir seus olhos Edward. – Pelo bem de sua família, estava pronta para apelar. - Você deixou nossa casa muito nervoso e falando coisas que sabe não ter sentido. Nós estamos juntos há sete anos, seis de casamento, não pode colocar fim assim. Por um capricho...
-Você mente descaradamente e diz que eu sou o culpado pelo fim do casamento? Não Bella! Você decidiu tudo sozinha, assuma a responsabilidade. – Ele começou a se alterar e a gritar. – Crie essa criança como bem entender, mas bem longe de mim.
- Edward...não pode agir assim...não pode acabar com tudo o que construímos...
-Posso! – Agora ele já estava gritando. – Não quero te ver mais, não quero notícias dessa criança, não quero saber o que vai fazer com ela.

Essas palavras doeram fundo. Bella Decidiu que não iria chorar, mesmo tendo todos os motivos para isso. Iria recomeçar a vida bem longe de Edward. Quando estava para sair ele voltou a falar.

-Já contatei meu advogado e pedi que desse entrada no divórcio. Em breve ele entrará em contato com você para assinarmos tudo. É claro que isso não sairá barato. – Ele apontou para barriga de Bella. – Ainda mais agora. Mas não me importarei em lhe pagar tudo que for de direito, só não abro mão de que deixe o apartamento ainda hoje. Eu já morava ali antes de você entrar na minha vida e tudo voltará ao que era antes. Na divisão dos bens você poderá escolher outro imóvel.

Bens? Imóveis? Sair barato? Isabella não conseguia reconhecer seu marido no homem à sua frente.

-Cale a boca Edward! – O grito ecoou pelo ambiente. - Sabe muito bem que não foi dinheiro que nos levou ao casamento e muito menos ao divórcio. Não dependo de você, tenho minha profissão e sempre pude ter meu sustento dela. Não lhe pedi nem aceitarei nada seu.
-Quero ver em qual companhia de dança irá trabalhar quando a barriga crescer. – Agora ele estava debochado. Talvez a garrafa vazia sobre a mesa fosse uma boa explicação.
-Isso não será problema seu! Aconteça o que acontecer, eu não vou pedir nenhum centavo seu. – Esbravejou.

Antes que tivessem tempo de continuar com a discussão a porta foi aberta e uma Esme indignada entrou feito furacão.

            -Mas que algazarra é essa na minha empresa? – Esme não tinha meias palavras e não se intimidada com as grosserias do filho.
            -Não se meta em minha vida mãe. – O tom de voz dele foi mais baixo, porém continuava alterado.
            -Em primeiro lugar fale direito comigo já que sou sua mãe. – Ela esperou para ver se ele se atreveria a retrucar, o que não aconteceu. – Ótimo. Agora qual dos dois terá a gentileza de explicar o que houve aqui?
            -Nada que seja da sua conta. – Disse Bella.
            -Então façam o favor de ir brigar na casa de vocês! Aqui jamais.
            -Mãe, por favor, eu não estou em um bom dia, deixe que eu resolva meus problemas com Isabella.
            -Não. E pelo simples fato que você, meu filho, fez questão de mostrar seu mau humor a todos nessa empresa. Faltou com a educação com seus funcionários, bebeu aqui em sua sala e agora, quando a causa do mau humor chegou, armou um escândalo. Eu exijo uma explicação.
            -Não se canse Edward. – Bella interveio. - Eu respondo a sua mãe. Pode comemorar dona Esme. Seu filho decidiu se divorciar, afinal eu cometi o crime de engravidar sem sua devida autorização. ADEUS aos dois! - Dizendo isso Bella jogou o crachá sobre a mesa e deixou a empresa.

            Esme esperou seu filho se recompor para saber exatamente o que se passava. Ficou em sua sala por algum tempo, totalmente calada.
           
-Não vai embora, não é?
-Sem respostas, não. – Esme foi direta como sempre.
-Pois bem. – Edward respirou profundamente. – Ontem à noite Bella disse que está grávida. Ela planejou tudo sem que eu soubesse e achou que eu iria receber a criança de braços abertos.
-E o filho é seu? – Esme falou para receber um olhar furioso de Edward.
-Eu não tenho motivos para duvidar disso.
-Então qual o problema?
-Como qual o problema? Eu fui enganado, não foi um descuido, foi planejado! Eu deixei claro que ela não podia engravidar e ela me enganou. Talvez eu até pudesse aceitar se fosse um descuido, mas não foi.
-Edward, você está com 30 anos, Bella com 29. Com sete anos de relacionamento sério, o que você esperava? Acho até que essa moça foi paciente.
-O que há com você? Está sempre na maré contrária. Quando eu estava de bem com Bella, vivia criticando ela e agora, quando brigamos, você resolve defendê-la?
-Ora meu filho, não vou negar que essa moça ganhou alguns pontos comigo por ir atrás do que quer. Por enfrentar você. E isso é um capricho seu.
-Capricho! – Edward esmurrou sua mesa. – Eu sou obrigado a ter um filho que não desejo?
-E Bella é obrigada a abdicar da maternidade por sua causa? Pense nisso. – Ela conhecia o filho e sabia que insistir naquilo não adiantaria. Ele precisava de tempo para pensar. – Talvez essa seja mesmo a melhor solução. Ela fica com o filho e você sozinho. Aconselho a ir para casa descansar. Vou deixar seu tio no comando de tudo. Também vou sair.
-Onde vai?
-Comprar presentes para meu neto, é claro.

Edward preferiu nem responder.

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