Ao contrário de Neal, Peter não
estava nem um pouco preocupado em Rachel abraçar Henry, ganhar chocolates ou o
que fosse. Se aquele rapaz era cego o bastante para isso, que a apoiasse até
ela voltar para cadeia. Problema dele.
Mas observando-os, lembrou que no
vídeo que Mozzie lhe mostrou, era ele a dançar com Rachel em várias das
músicas. Henry Roussel podia lhe ser útil. Deixou o assunto para ser resolvido
no outro dia. Estava exausto.
Naquela noite, Rachel olhava pela
janela do FBI, silencioso nesse horário, e não acreditava do que ocorreu nas
últimas 24hs. Era simplesmente a maior virada de mesa da sua vida. Temporária,
lembrou a si mesma. Mas havia uma chance de prolongá-la. Tinha que ser perfeita
nesse caso. Não confiava, não suportava o FBI, mas podia conviver com eles pela
chance de ver seu filho diariamente.
Ouviu quando o telefone tocou. Não
havia mais ninguém ali, a não ser os guardas da portaria. As portas da divisão
estavam trancadas. Atendeu o telefone.
- Alô! – Disse sem imaginar quem
seria.
- Alô mamãe. Ligamos para desejar
boa noite. – Era Neal fazendo voz de criança.
Depois ele colocou o telefone
perto do bebê que já estava de banho tomado e alimentado, pronto para dormir.
Ele balbuciava alegremente e quando ouviu a voz da mãe, George começou a bater
as perninhas.
- Ficou super agitado. Quero ver
dormir agora. – Neal brincou. – Você está bem aí? Te levaram o jantar?
- Sim. Já jantei e estou comendo
chocolates enquanto olho pela janela. Não é a vista do seu apartamento, mas é
bonita também.
Os dois olhavam o céu de NY
naquele momento.
- Eu fiquei feliz de você passar
essa temporada com a gente, no FBI. Vai ser bom ter você na equipe. – Neal
disse. – Durma bem, Rachel.
- Você também. – Ela respondeu
antes de desligar.
Naquela manhã, bem mais cedo do
que de costume, Neal chegou ao FBI carregando dois visitantes. George, ainda
dormindo em seu carrinho, e enrolado no cobertorzinho que usava no berço. Ele
ressonava tranquilamente.
O outro era Mozzie. Ele veio
disfarçado, morria de medo de entrar no FBI e sair algemado. Bobagem do amigo
mais paranoico que Neal poderia ter. Quando a movimentação começa-se no prédio,
Mozzie levaria George para casa e Neal ficaria trabalhando.
Neal também trouxe o café da
manhã.
Seria praticamente uma manhã em
família! Quem se importava se ela usava uma pulseira rastreadora? Certamente
não Neal.
Achou que ainda a encontraria
dormindo. Ela já estava acordada e pronta para o dia. Na verdade ela já havia
inclusive feito alongamento e imaginado algumas coisas para a coreografia de
dança que faria.
- Café da manhã? – Disse assim que
a viu.
- Obrigada, Neal. Meu bebê
dormindo ainda...que pecado tirar de casa tão cedo. – Ela sorria olhando-o. –
Oi Mozzie...bom dia.
Ele seguiu no seu disfarce e foi
andar pelo FBI. Conhecer melhor o ambiente e traçar uma rota de fuga.
- Não liga. Ele é paranoico mesmo.
Passaram cerca de uma hora juntos,
os três. Tomaram café com George dormindo ainda. Depois, quando ele acordou,
esquentaram e lhe deram uma mamadeira. O menininho de cinco meses adorou
acordar recebendo a atenção do pai e da mãe.
Depois o FBI começou a ganhar
movimentação e foi necessário se despedir.
- Combinei com Diana de levá-lo
para brincar com Theo. – Disse Mozzie.
- Quem é Theo? – Esse nome não
dizia nada para Rachel.
- Filho da Diana, a agente da
divisão. Você a conhece. O bebê dela tem poucos meses mais que George.
Rachel
gostou. Era bom que ele convivesse com outras crianças.
- Já vai ter um amiguinho, filho!
Se divirta. – Mas aí ela olhou para Mozzie. – Tem certeza de que vai dar conta
de dois bebês?
- As crianças amam o tio Mozzie! –
Era verdade.
Mozzie colocou George no carrinho
e saiu passando por Peter no elevador. Não o cumprimentou para manter o
disfarce. Peter nem estranhou já encontrar Neal por ali e ver uma mamadeira
esquecida sobre uma mesa. Eram tempos diferentes na divisão de Colarinho
Branco.
Mas era hora de trabalhar e estava
convicto que Henry Roussel era sua melhor estratégia para partner de Rachel
naquela dança. Quando expôs a ideia para a equipe, ela gerou controvérsia.
- Não quero envolver Henry nisso.
Pode ser perigoso. – Rachel disse.
- Ele só vai dançar. Não quero que
participe da busca na casa de Rodrigues. É só dançar...até porque o cara não
vai convidar seu parceiro de dança para acompanhá-los.
- Mesmo assim, ainda acho que o
melhor seria eu ter algumas aulas de dança. – Neal argumentou.
- Não temos todo esse tempo. –
Peter estava com a corda no pescoço nesse caso. – Aaaa qual é? Nós sabemos que
é só você pedir, Rachel, que ele vem.
- Só dançar! Em hipótese alguma
ele vai chegar perto desse cara! – Era a condição dela.
Ela pediu e Henry realmente veio
ajudar sua amiga mais uma vez. Ele inclusive gostou da ideia. Para os dois, era
como voltar a adolescência quando dançaram muito juntos. A coreógrafa, Sofia,
uma senhora já nos seus 60 anos, estava encantada em prepará-los.
- Primeiro quero vê-los dançar
livremente. Depois apuramos uma coreografia. Vamos ver se eles são bons juntos
mesmo.
Enquanto Henry e Rachel ensaiavam,
o restante da equipe trabalhava nos detalhes da operação. Como era o lugar onde
seria realizado o concurso? Quais saída haveria? Que horas Rodrigues chegaria e
como? Cercaram-se de todos os dados possíveis.
Até que Sofia os avisou que eles
haviam decidido dançar um forró, uma coreografia que já conheciam muito bem. Estavam
preparados e iriam mostrar para todos ali no FBI. Quando Neal, Peter, Diana e
Jones chegaram a sala onde eles estavam ensaiando, surpreenderam-se por vê-los
com figurino de show.
- Precisa tudo isso? – Neal
perguntou.
- Aaa Neal...vamos ver do que eles
são capazes. - Jones brincou.
- Forró? – Peter não acredita
muito que daria certo. Achou que dançariam uma Lambada bem sensual. Mas lhes
deu crédito.
- Prontos? – A bailarina encerrou
os comentários. – Um...Dois...Três...Já!
A
música começou a tocar e eles a dançar.
- Precisa se esfregar tanto? –
Neal não gostou nada daquela coreografia. Era sensual demais.
- Oraa, Neal. Essa dança também é
chamada de ‘rala coxa’ no Brasil. Tá explicado o motivo. – Diana brincou. –
Relaxa. São apenas bons amigos.
- Uhuuuu, claro. – Foi só o que
Neal respondeu.
Quando acabou, Sofia aplaudiu
entusiasmadíssima. Fazia muito tempo que ela já não treinava um casal para
dança e gostou de vê-los juntos.
- Claro que para vencer o concurso
teremos que apurar alguns movimentos, finalizar melhor, talvez colocar mais uma
acrobacia...mas...está divino!
- Senhora...acho que não entendeu
bem. – Peter esclareceria a razão dela estar ali. – Não queremos vencer
concurso algum. Ela só tem que convencer como bailaria. Apenas isso.
- Mas é claro que convence! Ela É
uma bailarina. – Ela olhou bem para Rachel. – Estava maravilhosa, querida.
Poderia ser profissional se desejasse.
- Obrigada! – Rachel agradeceu.
Neal, porém não gostava nada
daquela ideia. Rachel e Henry dançando para ela seduzir outro homem. E se no
meio do concurso alguém criasse uma briga, o próprio Ruan descobrisse que havia
uma equipe do FBI lá, ou desconfiasse de Rachel, o que aconteceria? Henry não
tinha treinamento.
- Eu não concordo! – Gritou e
todos o olharam.
- Com o que? – Peter o desafiou a apresentar
algum argumento válido.
- Isso pode dar errado! Ele pode
se machucar! Tem que ser um agente treinado a fazer isso, vocês não veem? O
Ruan é um homem perigoso! – Ele estava aumentando a situação. – Pode descobrir
tudo no meio do concurso e aquilo virar uma guerra. Como Henry vai se proteger
e protegê-la? Não vai!
Diana e Jones riam da situação.
- Quem o Caffrey acha que engana? – Jones sussurrou para a colega.
Henry achou a cena de ciúme divertida e resolveu ajudar Neal. Se ele estava com
tanto ciúme, sinal que estava disposto a dançar com Rachel. Iria facilitar as
coisas.
- Bom...- Começou o amigo de Rachel. – Se é assim, tão perigoso, quem
sabe você, Caffrey, não dança? Eu te ajudo a pegar os passos.
Rachel estava com raiva da ceninha que Neal aprontou. Chamaram Henry, o fizeram
ensaiar a manhã toda e agora Neal resolvia que era perigoso. Por favor! Não
entendeu também o sorriso bobo de Henry ao aceitar isso. Então agora iam
ensinar Neal a dançar? Se o cara não comprasse a história, quem se ferrava era
ela. Droga! O que Neal acha que está fazendo?
Voltaram aos ensaios. E passaram horas nisso. Para Neal, pegar os passos que
Henry lhe ensinava era fácil. Difícil era conduzir Rachel. Ela dançava muito
rápido! E dificultava as coisas pra ele. Fazer as tais pegadas era ainda mais
difícil. Terminaram brigando.
- Você não está colaborando! – Ele a acusou.
- Você atrapalhou tudo! Só para eu não dançar com o Henry!
- Eu quis te proteger! – Ele disse...mas não era verdade. Não completamente.
- Eu não preciso que me protejam!
Continuaram o ensaio, mas simplesmente a coreografia não saía do lugar. Se um a
para a direita, o outro ia para esquerda. Rachel tinha um problema em ser
guiada na dança. Com Henry era fácil porque eram anos de experiência, mas Neal
chegar assim e já jogá-la para o alto era difícil.
No fim da tarde, a coreógrafa desistiu. Eles não conseguiriam dançar
forró em tão poucos dias. Peter ficou preocupado.
- Chamem Henry e resolvam isso. É simples. – Rachel disse.
- Não! – Neal insistiu.
Peter não sabia o que fazer. Tinham apenas 8 dias. Ele não chegou a decidir
porque Sofia interferiu.
- Vamos mudar o tipo de dança, o ritmo! – Disse categórica.
- E qual diferença fará? – Peter questionou.
- Forró é uma dança ágil. Tem que ter sincronia. O casal precisa seguir o mesmo
ritmo. Exige que no mínimo tenham alguma intimidade e estejam dispostos.
Precisa de confiança. Ela quer uma coisa na dança e ele quer outra. Uma pena!
Os dois têm fogo no olhar. Poderiam dançar lindamente, mas precisaríamos de
mais tempo.
- E qual sua sugestão? – Peter não tinha paciência para todo aquele papo de
bailarina.
- Tango seria lindo, mas é muito difícil, técnico. Salsa, Zouck e Lambada são
rápidas demais. Eles precisam de uma dança onde o olhar é tão importante quanto
o movimento das pernas. Uma coreografia mais lenta, para ele acompanhar o ritmo
dela. Bolero! Eles vão dançar um bolero, daqueles bem apaixonados.
Neal e Rachel trocaram um olhar confuso. Ela já tinha dançado bolero. Era
realmente mais lento, quase um flutuar pelo salão. Era uma dança mais doce.
Algo para apaixonados. E esse era o problema. Ela e Neal tinham uma relação de
amor e ódio, difícil de compreender.
- Bolero? Mas acha que só mudar o ritmo vai resolver? – Peter não acreditava
muito.
- Vou montar uma coreografia que combine com eles. Que exija mais dela
tecnicamente e os mantenha com o olhar preso um no outro. O público terá que
sentir a energia que eles têm. Não é pouca. Veja como se encaram.
Eles trocaram um novo olhar. Era ruim saber que a coreógrafa os leu tão
facilmente.
- Confie em mim, Burke. Daqui a oito dias eles estarão dando um show de bolero
capaz de fazer a plateia chorar de emoção. – Ela disse olhando diretamente aos
dois. – Agora crianças, me acompanhem. Rachel, vá colocar uma saia de ensaio
enquanto eu ensino os passos básicos para Neal. Temos muito trabalho pela
frente.
Os dias 7 que se seguiram foram de muito trabalho. Tiveram que dedicar-se
verdadeiramente aquela dança. Eram dois ensaios. Um no fim da manhã e outro no
fim da tarde. O intervalo era simplesmente para se recuperarem do cansaço. Por
mais lenta que a dança fosse exigia esforço. Principalmente nos passos onde
Neal a erguia do chão.
- Precisa mesmo isso? – Neal reclamou em algum momento.
- Sim. Em concursos, as pegadas são importantes. – Sofia respondeu.
- Está me chamando de gorda? Está achando pesado me erguer? – Rachel se
ofendeu. Já estava novamente pesando apenas 54 quilos. Ele podia carregá-la.
- Eu não disse isso. É só que eu posso te derrubar! – Ele respondeu.
Mas eles
seguiram ensaiando as tais pegadas e Neal realmente derrubou Rachel algumas
vezes. Nada que machucasse. Eles até se divertiam com os erros.
Quando o grande dia chegou, a
ordem era descansarem. Não haveria ensaio. Precisavam bem, com energia e
relaxados. Mas estavam apreensivos. Ele queria acertar a dança. Ela queria
provar o quanto era boa.
Como já havia se tornado um hábito,
Neal foi bem cedo para o FBI. Dessa vez sem George. Ele a surpreendeu bastante
ao propor passarem a coreografia, só os dois. Para ficarem mais seguros.
Foram bem. Passaram tudo sem grandes
problemas. Fizeram mais uma vez. E outra. E na quarta, já cansados, erraram em
um dos passos já do final. Nessa parte da coreografia, ele a girava por suas
costas e, depois, ela escorregava por seu corpo até o chão, lentamente. Mas
errou e o fez cair.
- Cuidado! – Gritou.
Mas era tarde demais. Rachel e Neal
estavam no chão, suados pelo ensaio...e com as bocas mais uma vez unidas. Dessa
vez não foi um beijo tão inocente quanto o do presídio. Podiam não saber o que
fariam no futuro, mas desejaram aquele beijo.
Durou pouco. Logo ela o afastou e
levantou do chão. Não queria que nada a desconcentrasse nessa noite.
- Chega de ensaio. Mais tarde nos
falamos, Neal.
Finalmente chegara a hora de colocar
em prática o plano. Era a noite do concurso. Rachel se preparou com atenção.
Ela e Neal tinham preparado duas roupas cada. Uma para se apresentar e outra
para festa que ocorreria depois. Rachel teria que atrair o olhar de Ruan
durante a dança e seduzi-lo na festa. Não podia falhar. Não haveria outra
oportunidade.
Estariam no local, além deles, Diana
e Jones, como um casal que veio assistir ao concurso. Peter estaria na van,
próximo, caso algo ocorresse. Todos usavam comunicadores.
O lugar era elegante e estava
decorado com velas. A iluminação era mínima nas mesas, apenas no palco se
observavam refletores. Muitos shows aconteciam, vários casais brilhavam nas
mais diferentes danças. O tango parecia o ritmo preferido.
Ninguém havia escolhido dançar
bolero. Era bom. Agradava Rachel. Iria surpreender a todos. E a Ruan. Já o
tinha procurado pelo salão e viu que estava sentado bem na frente do palco,
bebendo, com uma mulher loura. Se estava acompanhado seria mais difícil.
- Talvez você tenha que distrair a
acompanhante. – Avisou Neal.
- É. Mas vamos ver se ele morde a
isca, primeiro.
Ela achou graça.
- Não confia na minha sedução? –
Rachel provocou.
- Confio, é claro. – E como ele
podia negar?
Chamaram aos dois no palco. Claro
que não usariam seus nomes verdadeiros. Ambos resolveram reviver antigos
codinomes. Nem tão antigos assim. Adoravam ser chamados de: Nick
Halden e Rebecca Lowe.
O show ia começar. Antes da música
iniciar, olhou para o público, Ruan em especial. Ele estava ali, pronto para
ser fisgado.
Agradeceu ao público ouvindo as
palmas. Não olhou para Ruan Rodrigues. Fazia parte da sedução fazê-lo pensar
que ela não estava interessada. Com Neal foi assim...e funcionou. Ele viria até
ela. Os homens gostam de pensar que são eles a dominar tudo.
Atrás do palco abraçou Neal.
Independente do sucesso daquela operação, a dança tinha sido linda. E ele se
esforçou muito para isso. Tinha dançado perfeitamente.
- Parabéns! – Disse com o rosto
colado ao seu.
Peter cortou a comemoração.
- Eu não vi, mas pelos aplausos,
dançaram bem. Agora a questão é como Ruan reagiu. – Falou Peter sendo ouvido
por toda a equipe.
- Ele não tirou os olhos da
dança...espere está chamando um segurança e perguntando algo. Acho que prestou
a atenção nela. – Diana estava satisfeita com o rumo da operação.
- Ótimo! – Peter comemorou. – Vão se
trocar e voltem ao salão. É hora de Rachel bater as pestanas para Ruan
Rodrigues.
De cabelos presos e usando um
vestido branco e curto que valorizava suas pernas, circulou pelo salão
bebericando um vinho. Não viam Ruan. Isso era ruim. Ainda teriam mais
apresentações e deveriam ser rápidos.
- Nada? – Peter perguntou.
- Calma! – Ela respondeu. – Não o
vejo...ele vai aparecer. Vamos sentar enquanto isso Neal. Depois você vai me
deixar sozinha na mesa um tempo.
Assim fizeram...Neal circulando pela
festa. Fingia que bebia. Não ia tirar os olhos dela. Rachel ficou sentada
sozinha, esperando. Dando a Ruan a oportunidade. O viu sentado em sua mesa,
junto com a loura. Onde estava Neal? De repente, viu que ele a observou. Deixou
que seus olhares se encontrassem. Será que ele faria algo?
Em
instantes a loura desapareceu. E um garçom se aproximou da mesa de Rachel.
Trazia uma taça de champanhe...e um convite.
- O Sr. Rodrigues gostaria de
convidá-la a se juntar a ele na mesa principal. – Disse o homem uniformizado.
Por um instante Peter vibrou. Não
duraria muito.
- Diga ao Sr. Rodrigues... – Ela virou
para a mesa dele e o olhou sexy. Pegou a taça e bebericou do champanhe. - Que
um cavalheiro nunca tira a dama de sua mesa. Ele vem lhe fazer companhia.
Peter
entrou em desespero!
- Você é louca? Porque não foi lá?
Perdeu a oportunidade! – Berrou até quase deixar a toda a equipe surda.
Mas logo se curvou a Rachel quando
Ruan Rodrigues veio até sua mesa. Peter não entendia o que viam nessa mulher,
mas ela havia fisgado o homem. Restava saber se era o suficiente para ele
levá-la para casa.
- Então é uma dama exigente, Senhorita
Lowe? – Ele chegou com mais champanhe.
Neal ouvia atentamente do outro lado
do salão. Só conseguia pensar no quanto aquele homem parecia nojento. Começou a
se arrepender do plano.
- Sim...estou em desvantagem. Não
sei seu nome. – Ela jogava charme a cada sílaba que falava.
- Rodrigues...Ruan Rodrigues. Não
sabe o prazer que tenho em conhecer uma dançarina tão linda. – Ele lhe beijou a
mão. – Dança apenas bolero?
- Não...danço vários ritmos, hoje
estava com vontade dançar bolero. Depende do dia.
- Estava romântica hoje?
Ela sorriu.
- Talvez...quando estou trágica
prefiro um tango.
- E quando quer seduzir alguém? –
Ele perguntou levando a mão até a coxa dela, exposta pelo vestido.
- Acho que podemos seduzir em
qualquer dança...mas as caribenhas tem um calor próprio. Salsa, talvez. – Ela
puxou a perna e tirou a mão dele. Tudo que vinha fácil, era jogado fora fácil.
– Mas não pretendo seduzir ninguém.
- Não???? Uma pena, Srt. Lowe. – Ele
era usava um tom vulgar, pegajoso. – Eu adoraria terminar essa noite numa cama
macia...dentro de você, te fazendo gritar.
Neal só conseguia achar esse homem
nojento. Nem chegou perto dela e já dizia isso como se a conhecesse. Não Sabia
cortejar uma dama. Peter estava surpreso com a facilidade com que o ‘canto da
seria’ funcionou. Só esperava que ela não jogasse fora a oportunidade.
Ela riu, tímida. Aproximou-se dele
exibindo as curvas e falou perto de seu rosto.
- Papai não deixa. – Ela não iria
deixá-lo tratá-la feito vadia. Assim sairia com ele e não conseguiriam o que
buscavam. – Só vim para essa cidade para dançar com meu parceiro. Volto na
próxima semana para Paris.
- Paris?
- Sim, papai vive lá. – Disse
criando uma história que o fizesse querer vê-la logo. – Ele se preocupa comigo.
Me instalou no The Pearl e ele tem medo que algo me aconteça. Imagine que
bobagem! Sabe com é...
- Sim, claro. Se tivesse uma filha
como você, também teria cuidado. – Ele fez um carinho em seu rosto. As mãos
eram ásperas. – Mas eu cuidaria bem de você, Rebecca. Posso te chamar assim,
imagino. Te trataria como uma princ...não...como uma rainha.
Ela riu novamente e enxergou Neal.
Chamou-o para se aproximar.
- Esse é meu parceiro de dança,
Nick. – Ela apresentou.
- É um prazer. – Disse Neal e
estendeu a mão. Não teve a dele como resposta.
- Nick é meu parceiro de dança há
alguns meses e topou me acompanhar. Imagine. Largou a namorada para estar aqui.
– O homem não podia ter ciúme de Neal.
- É...retorna semana que vem,
também, Nick?
- Sim...não a deixaria só em NY. –
ele respondeu.
- Nick, acho que já está na nossa
hora...vamos? Estou cansada. – Ela resolveu que já estava bom por essa noite.
Rodrigues dormiria pensando nela.
Saíram do lugar com Peter berrando
novamente. Para ele, Rachel havia perdido a oportunidade. Estava claro que ele
ia levá-la para passarem a noite juntos.
- Sim...em algum motel de quinta
categoria! Olha o tipo do cara! Ele ficou com tesão, só isso. Não é uma saída
que nós queremos! – Ela se defendeu. - Segue para o Hotel The Pearl, Neal.
Peter...consiga reservas para nós.
- O que? Está louca se pensa que eu
vou instalá-la num hotel fino para esperar o cara! – Era só o que faltava.
- Ele vai mandar alguém me seguir! É
desconfiado. Vai testar para ver se falei a verdade. Consiga a reserva ou vai
jogar tudo fora. – Ela também gritava com ele.
- Nem sonhando! Amanhã você estará
de volta ao presídio. Jogou fora a chance que teve com ele!
- Peter você é que...
- Você se acha irresistível demais.
O cara não irá atrás de você. A essa altura já pegou outra na festa.
- Gente! – Diana interrompeu. –
Novidades. Realmente tem um carro os seguindo...parece que ela está certa.
Neal não sabia se gostava ou não da
informação. Ela estava certa. O cara ia persegui-la até conseguir o que
desejava.
Sem alternativa, Peter mandou Jones
preparar a reserva e Neal dirigir até o tal hotel. Ficariam muito bem
instalados.
- Quarto para três pessoas, Diana. –
Avisou.
- Três?
- É. Eu vou para lá também. – Neal e
Rachel juntos seria encrenca na certa.
Adoreiiii esse casal apaixonado e sexy <3 quero ver como Neal irá se comportar no Hotel rsss.. Peter é um chato! Adorei como vc esta envolvendo os outros personagens :) Parabéns pelo capitulo todos os dias conto as horas para ler mais 1 cap desta história maravilhosa :)
ResponderExcluirE eu espero para saber o q vc achou! É tão bom escrever sabendo que tem quem queira ler :) :) :) Muito abrigada!
Excluir