Ver o pezinho, a cabeça, a coluna de
seu filho foi simplesmente espetacular. Simplesmente sequer lembrava de nada o
que houve em seu dia. Só se importava com as imagens que tinha a sua frente.
Foi com os olhos cravados nas
imagens que, quase 1 hora depois, Mozzie encontrou Neal. Ele nem viu o amigo
entrar carregando uma garrafa de vinho. Parecia hipnotizado com o que via.
-
Neal?!?!? – Mozzie chamou. – Olá? Tudo bem?
- Oi, Mozzie. – Ele sorriu. – Tenho
que te apresentar alguém. Veja: é o meu filho!
Mozzie primeiro desconfiou, achou
que o amigo tinha realmente enlouquecido. Depois olhou atentamente o envelope
sem remetente e entendeu tudo.
- Ela te enviou as cópias? – Era uma
pergunta que não precisava de resposta. – Ela é terrível! Case com ela, Neal.
Que mulher hemmm.
- Pare de bobagem, Mozzie. É O MEU
FILHO! MEU FILHO! VEJA!
- Sim, já vi. – Ele estava achando
graça da animação do amigo. – É a sua cara. Só falta usar chapéu!
Neal nem se deu o trabalho de
retrucar. Queria mais era ficar babando no filho. Já tinha contado os dedinhos,
imaginado o rostinho. Será que teria olhos azuis? Provavelmente...Rachel também
tinha olhos claros. E o cabelo? Rachel era ruiva natural...será que puxaria a mãe
ou o pai? Quando o cansaço tomou conta do corpo, guardou uma foto na carteira e
colocou a outra na cabeceira da cama. Agora estava ainda mais próximo de seu
filho.
Todos os dias tirava a foto da
carteira para olhar. Encontrá-lo era como uma obsessão. Ao dormir, a última
coisa que fazia era dar boa noite ao filho. Semanas se passaram assim. Sem
novidades no FBI, tendo que aturar as investidas de Lucy, os casos repetitivos
e o humor de Peter.
Mas no fim do dia, lá estava a
imagem de seu filho para lhe acalmar e afirmar que um dia aquilo ia se
resolver. Um dia aquele bebê não seria apenas uma imagem de ultrassonografia.
Ele seria real e estaria em seus braços.
Num dia particularmente difícil no
trabalho, Neal teve uma discussão mais pesada com Peter. Ele estava para sair
de férias. Ia passar duas semanas viajando com Elizabeth. Tinha que deixar tudo
em ordem...e estava estressado feito o demônio. Tinha medo de que não fosse
respeitar Diana, fugir ou sei lá o que.
- Eu já estou bem grandinho para
sermão de pai, Peter! Chega. Minha pena já está quase terminando mesmo. Alguns
meses e estarei livre. Por que iria fugir?
- E vai fazer o que quando for
livre, Neal? – Essa era a real fonte de estresse de Peter. Em 5 meses iria
perder seu consultor e seu amigo.
- Não sei. Quando você voltar de
férias a gente conversa.
Chegou em casa, tomou banho, bebeu
um cálice de vinho enquanto Mozzie lhe atualizava quanto ao que Rachel fez
durante o dia e logo ficou só. Na cama olhou para a foto do filho.
- Como será que você está? –
Conversou com a foto. – Tio Mozzie disse que a mamãe esteve muito calada. Em
dois meses você virá ao mundo...e o papai vai estar com você. É o que eu mais
quero.
Neal largou a foto novamente no
criado mudo, mas não tirou os olhos dela. Em silêncio perguntava-se se, um dia
iria conhecer seu menino. Adormeceu pensando em estar com eles, seja onde
Rachel estivesse. Seriam uma família e ele estaria lá...acompanhado seu
crescimento. Adormeceu pensando nessa família.
Ele entra no quarto escuro sem
avisar. Era uma noite agradável e as janelas estavam abertas. O relógio já
marcava 3h da manhã. Lá estava ela deitada e linda na cama. À vontade, vestia
apenas uma lingerie branca. Estava linda, com o ventre à mostra e os cabelos
ruivos espalhados pelo travesseiro.
Como se soubesse que era observada,
ela abre os olhos e, ainda confusa, o vê ali, observando-a. Estava lindo
vestindo aquela mesma jaqueta de couro justa que usava no dia em que a prendeu.
Tinha um sorriso sexy nos lábios...mas estava nervoso. Não sabia como ela iria
recebê-lo.
- O que faz aqui? – Ela se sentou na
cama procurando o lençol para se cobrir. – Como me encontrou?
- Não importa. – Ele tira de seus
braços o lençol. – Quero ver você. Linda...perfeita.
- Por que veio? – Ela queria tanto
que ele ficasse ali, que pudessem fugir juntos. Deixar o passado e todas as
mentiras para trás. Mas não era assim. – Vai embora. Eu sei que veio me
denunciar para a polícia, para o FBI
- Esquece isso e vem aqui. Eu quero
falar de nós dois, não de FBI. – Ele se deitou na cama e lhe deu um beijo. – Na
verdade, não quero falar.
Ele tinha fome dela. Uma das mãos
puxou-lhe a coxa claríssima e macia sobre a sua. Os lábios lhe acariciavam o
pescoço, sentiam o cheiro de seus cabelos. Ela se rendeu ao desejo, a tentação
de ter em seus braços alguém que há tantos meses habitava seus sonhos. Passou
as mãos em sua nuca e sentiu-o arrepiar. Ele lhe acariciava o ventre.
- Meu filho está crescendo.
- Sim, bastante. E agora você está
com a gente.
Ela tinha as costas apoiadas em seu
peito e o sentia por todo o corpo. As mãos na barriga, os lábios salpicando
beijos em seu ombro, pernas e quadris colados. Seus seios estavam pesados e ela
arfava. Seria capaz de implorar para que ele abrisse seu sutiã. Neal o fez sem
que tivesse de pedir.
- Macia....gostosa. – Disse
virando-a de frente.
- Você está muito vestido.
Neal delirou quando ela lhe abriu a
jaqueta e arranhou o peito com as unhas. Quando o dorso ficou nú, Rachel
beijou-lhe o peito e ele se lembrou das noites, meses atrás, que ela passou em
seus braços, no apartamento em Nova York. Fazia muito tempo, mas ainda estava
nítido na memória.
Ela não queria nenhuma peça de roupa
cobrindo o corpo dele então foi direto para o cinto e a calça jeans escura. Ele
era perfeito.
- É tão injusto você continuar com
esse abdome sarado quando eu tenho de carregar essa barriga.
Ele se demorou em acariciar a
barriga e sentir os movimentos do bebê lá dentro. Há muito desejava estar com
ela assim e poder tocar mãe e filho. Mas agora o momento era dos dois...um
momento que esperou por muito tempo.
- Agora você tem mais peças de roupa
que eu. – Ele sussurrou no ouvido de Rachel.
- Eu estou só de calcinha.
- E eu sem nada. – Ele estava de
joelhos na cama, na frente dela. – Vamos igualar isso.
Lentamente ele tirou a peça de renda
branca. E estava disposto a alongar aquela noite de reencontro. Eles mereciam
depois de tanto tempo longe que o prazer durasse a noite toda. Ela tinha planos
mais rápidos.
- Vem...eu te quero.
- Calma... – Ele respondeu enquanto
mordiscava a parte interna das coxas dela.
- Agora! Vem! Preciso de você. – Ela tentava puxar-lhe os ombros, mas
ele não vinha.
- Quero alongar isso. – Estava tão
gostoso.
- Neal Caffrey! Não ouse irritar uma
mulher com uma barriga de sete meses de gravidez. Posso ser feroz. – Ela sorriu
quando ele lhe brindou com o olhar mais sensual do mundo, erguendo o corpo e veio
lhe beijar. – Eu preciso de você dentro de mim.
- Seu pedido é uma ordem. – E ele
fez exatamente o que ela esperava.
O sexo tinha de ser mais leve,
afinal havia um bebê entre os dois. Mas ainda era tão gostoso quanto cada um
lembrava.
- Aaaa aaa vem...eu quero você
inteiro nisso. Eu não vou quebrar. – Ela disse.
- Eu.........amo........vocês. – Ele
repetia entre as estocadas.
De repente ouviram um barulho...algo
forte, na porta. Ele ergueu-se da cama e começou a se vestir.
- Fica aí. – Disse para ela e logo ouviu
seu telefone tocar. – Droga! Estão me procurando.
Ele
saiu correndo pela porta enquanto ela ainda se vestia. O barulho continuava
grande na porta da frente...o telefone tocava ainda mais alto.
- Neal! Neal! Volta! Nealllllll! –
Foi gritando assim que Rachel acordou do sonho. O corpo estava suado, pegajoso.
Pareceu tão real...
Para Neal também. O telefone tocava
ao lado da cama. Três chamadas não atendidas de Mozzie. Quem quer falar com
Mozzie depois de sonhar que tem a mãe de seu filho nos braços?
Com o corpo quente, levantou-se para
pegar um copo de água na cozinha. E ouviu o receptor instalado na sala
transmitir algo.
- Você está gritando, Rachel! - Era
a voz de Nicolle. – O que houve?
- Eu estava sonhando...um
sonho...bom e acordei com um barulho. – O som de alguém mexendo em sua porta
ficou forte novamente. – Esse barulho! Tem alguém arrombando a casa!
Ouvindo tudo, Neal não sabia o que
lhe espantava mais. O fato de os dois terem sonhado ao mesmo tempo, de estarem
invadindo a casa dela ou a certeza de que naquele momento Rachel já tinha sua
arma em mãos e ia enfrentar o invasor.
- Fique aqui, mãe! Eu vou descer.
- Não! Baixe essa arma Rachel! Pense
no seu filho.
- Eu estou pensando. Não dá tempo de
fugir. Quem estiver entrando, vai levar bala!
Dizendo isso ela desceu as escadas
da casa. Quem podia ser? FBI? Polícia de NY? MI5? Quem descobriu seu endereço? A
arma apontada para a porta. Seu invasor teria uma recepção interessante.
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