Naquela noite Rachel
voltou a sonhar. Dessa vez não foi um sonho sensual, foi de saudade. E Neal
estava no sonho. Lembrou dos dois em sua cama. Naquela noite em que ela não
deveria ter ficado. Os dois estavam num jogo em que um mentia para o outro. Era
como um xadrez. Ela aguardava a jogada dele e manipulava suas peças. Neal achava
que ela o estava ajudando e, ao fundo, ele a fazia se aproximar de seu tão
sonhado diamante.
Naquela noite já estava mexida por
ele. Neal a fez tremer desde o primeiro encontro. Mas...naquela noite ele abriu
o jogo. Ele falou que era um consultor do FBI, mostrou suas cartas...e a fez
perder o chão. Neal não a estava somente usando. Ele sentia algo de verdade por
ela. E verdade é artigo raro em sua vida. Ela ficou. E Eles transaram
alucinantemente.
Tiraram a roupas encostados à porta
mesmo. Gastar energia chegando a cama pra quê? Quando se está apaixonado, você
só quer usar as mãos no corpo da pessoa amada. E eles estavam apaixonados.
Podia ser tudo uma armação. Inúmeras mentiras os cercavam. Eram criminosos. Mas
estavam apaixonados. E não importa se era Rebecca ou Rachel naquela noite...o
que aconteceu lá foi real.
Quando acordaram brincaram, riram e
conversavam durante muito tempo. Ele lhe falou de ostras. Conhecia todos os
restaurantes que vendiam ostras no raio de 3km que sua tornozeleira permitia.
Ostras...comida exótica, com gosto de mar. Combinava com Neal Caffrey. Esse
sabor agora vinha perturbar seus sonhos.
Durante a madrugada Rachel acordou confusa.
O sonho com ele falando de ostras a deixou com água na boca. Sem conseguir
dormir, levantou para ir ao banheiro. A vontade de fazer xixi era cada vez mais
frequente. E com a barriga grande era difícil levantar da cama e, depois,
encontrar uma nova posição confortável para dormir. Olhou para o lado e viu
Henry. Ele estava ali, encolhido numa pequena parte da cama, lhe deixando todo
o resto. Levantou e saiu correndo para o banheiro.
Mas quem disse que conseguiria
dormir mais? Tentou. Mas não pôde. O desejo era mais forte que tudo. Impossível
resistir. E Henry estava ali. Podia pedir para ele. Certamente seu amigo não
ira se negar.
- Henry! Acorda. – Chamou uma vez.
Ele nem se mexeu na
cama. Ela gritou mais alto.
- Henry! Acordaaaaa!
Nenhum suspiro.
Ela tomou fôlego e
gritou com toda a força.
- HENRY ACORDAAAAA AGORAAAAAA!
Com esse grito ela conquistou o
objetivo. Acordou Henry. E também conseguiu acordar Nicolle no quarto ao lado e
Neal, em NY. Os três pularam da cama sem entender porque ela gritava no meio da
madrugada.
- O que é Rachel?! Tá passando mal?
Eu te levo para um hospital e... – Hanry disse ainda tentando clarear as
ideias.
- Não. Eu estou ótima.
Neal respirou mais aliviado. Também
tinha acordado pensando que ela sentira alguma dor.
- Então por que me acordou assim?
Brincadeira mais sem graça, Rachel!
- Não é brincadeira. Eu...preciso
que você vá pegar uma coisa pra mim.
- Eu? Pegar uma coisa? Claro... – Henry
respondeu um tanto confuso.
Neal não estava entendendo
nada também.
- É. Eu estou com desejo e, na falta
de mais alguém, é você que vai realizar.
- A taaa. Você quer que faça um
lanche pra você? Claro...eu vou na cozinha e faço. O que quer comer?
- Não Henry. Se fosse só fazer o
lanche eu mesma fazia. A questão é...que não tem na cozinha o que eu quero.
- Não...tem? Hummm e o que você
quer, Rachel? Por que tem comida pra caramba na sua cozinha.
- Eu preciso que saia e vá comprar
ostras. – Ela disse reconhecendo para si mesma o quão ridículo aquilo era.
- Ostras?!?!? Onde eu vou achar
ostras a essa hora, Rachel? Eu não conheço essa cidade direito e é madrugada.
- Mas eu preciso! É desejo de
grávida. Por favor. Meu filho não pode nascer com cara de ostra! – Só faltava
chorar para ele ir procurar.
- Tá...tudo bem. – Ele começou a se
ajeitar. – Eu vou encontrar ostras frescas pra você.
O sentimento de Neal foi confuso.
Por um lado era divertido saber que seu filho tinha o poder de fazer a mãe
desejar algo tão intensamente. E logo ostras? Claro! Era seu filho! Não ia
fazer Rachel deseja comer terra ou pedras...queria ostras. A criança já tinha
um gosto apurado. Por outro lado, era triste ter que ver outro cara
satisfazendo esse desejo. Sem ter com quem dividir esse sentimento, ligou para
Mozzie, que havia deixado seu apartamento apenas há algumas horas.
- O que é agora Neal? São 3h45min.
Eu disse que chegava cedo aí...mas nem tanto, né? – Ele reclamou.
- Rachel está com desejo. Ela quer ostras.
Acabou de colocar o Henry pra fora de casa para conseguir.
- Muito interessante. – Ele se
espreguiçou. – Vai me dizer que também sentiu desejo e quer que te leve ostras?
- Não...eu só queria contar isso pra
alguém.
Mesmo com sono, Mozzie ficou tocado
com a atitude de Neal. Ele se sentia meio que como um tio para aquele bebê.
Também queria muito encontrar Rachel.
- Já que me acordou...vou para aí.
Prepare um café bem forte, sim?
Eles assistiram, apreensivos, Rachel
conversar com a mãe por 1h40min até Henry voltar com as ostras. Não deve ter
sido fácil encontrá-las. Eles viram o sol nascer ouvindo Rachel comer o seu
café da manhã peculiar.
- Vai com calma, Rachel. – Nicolle
aconselhou. – Não quero que você passe mal.
- Tá gostoso. – Ela falou de boca
cheia. – Obrigado Henry.
- Não por isso. – Ele riu da cena. –
É...mas se me permite perguntar: essa vontade veio do nada?
- Melhor do que desejar sabão. – Ela
estava tímida, mas contou a origem desse desejo. – Eu sonhei com o Neal.
Nicolle e Henry trocaram
olhares.
- O que? Não foi nada de mais tá? É
que ele gosta de ostras e eu sonhei com uma conversa que a gente teve. AAAa não
importa. Interessa é que eu acordei salivando por ostras. E você Henry, meu
herói, satisfez meu desejo.
Depois de toda a agitação na
madrugada, todos dormiram até quase o meio dia. Isso deu tempo para Neal e
Mozzie finalmente conversarem com calma. Na noite anterior havia um motivo para
Mozzie estar ligando em plena madrugada. Quando Neal recebeu e lhe mostrou as
ultrassonografias, percebeu que na parte de trás havia um símbolo. Pesquisou e
descobriu que aquele era o logo de uma clínica particular localizada na cidade
de Guttenberg.
- E por que não me contou isso
antes? - Neal se divida entre a
felicidade e a surpresa.
- Porque você esteve meio surtado
nos últimos tempos e eu estava pesquisando. Mas agora tenho certeza. Tudo o que
temos que fazer é descobrir quando Rachel voltará lá...e conseguir desviar o
sinal da tornozeleira. Aí você encontra com Rachel na clínica, se declara pra
ela e tudo fica bem.
- Se declarar? Pare de bobagem! Eu
só quero meu filho.
- É claro...foi uma ato falho meu. –
Mozzie desconversou.
Depois do almoço, Rachel e Henry
passaram a tarde conversando e assistindo filmes antigos. Já havia um clima de
despedida no ar. Rachel estava triste. Para deixá-la mais animada, Henry propôs
algo que ambos gostavam. Ele pegou o próprio celular e colocou para tocar ‘Same
Mistake’.
(N/A: Abram o link e deixem a música de
fundo)
- Vem? Dança comigo. – Disse-lhe
estendendo a mão.
- Não...olha pra mim Henry! Essa
barriga. Não posso dançar.
- Bobagem. – Ele a fez levantar. – A
dança te faz sorrir. Eu te conheço Rachel, dança comigo. Não vou te colocar nas
costas nem atirar para cima. Só dançar lentamente. Sentir o momento.
A música lenta, gostosa de curtir no
embalo dele, na segurança dos braços de um amigo mais que querido, um irmão.
Aquele que sempre lhe estenderia a mão independente de qualquer situação. Ela
sentiu a emoção fluir e os olhos se enxerem de lágrimas. Segurou o choro.
Estava feliz por Henry estar ali. Ele era como um porto seguro.
Neal ouvia a música lenta, romântica,
e sentiu o peito queimar em ciúme. A queria em seus braços e lá estava ela, nos
de outro homem. E ele tendo de passar pela tortura de ouvi-los a cada segundo
porque o silêncio era ainda pior.
Quando a música acabou, Henry e
Rachel ainda ficaram abraçados algum tempo. Ele sabia que ela estava
emocionada. Via-a tocando o ventre e sabia que a amiga pensava no pai de seu
bebê.
- Não fica assim. – Consolou. – Toda
essa tempestade ainda vai passar e a gente vai ser muito feliz. Nós vamos
ensinar esse garoto a gostar de dançar desde pequeno.
- Não...não vamos porque em dois
meses ele nasce e eu vou perder ele também. Eu vou fugir. Vou ficar sem nada.
Sem o Neal, sem você, sem mamãe...e sem meu bebê.
- Não. Você não vai dar esse bebê. –
Ele foi categórico.
- Vou. – Gaguejando ela reafirmou. –
Eu preciso.
- Olhe bem para você mesma, Rachel.
Você está abraçada a própria barriga. Não vai conseguir abrir mão dele.
- Mas eu tenho que conseguir...é o
melhor pra ele. – Disse ainda emocionada.
Depois disso a casa
ficou em silêncio e permaneceu assim até a noite quando Henry foi embora.
As semanas que se seguiram foram
angustiantes para Rachel, Neal e todos os que os cercavam. Peter ainda teria
três semanas fora. O que significava que Diana, sua supervisora temporária,
ficaria no seu pé já que tinha medo dele aprontar alguma coisa enquanto era sua
responsabilidade. Enquanto isso Mozzie tentava descobrir mais informações sobre
a clínica onde Rachel ia misteriosamente. Esteve lá, sondou com recepcionistas,
mas não descobriu nada. O jeito seria esperar pela próxima consulta, mas Rachel
estava reciosa de voltar lá. Para ela, se o bebê estava bem, agora era apenas
esperar o parto.
Rachel entrou no oitavo mês de
gestação muito triste, quase depressiva. A visita de Henry lhe fez bem, mas nas
semanas que se seguiram ela sentiu-se ainda mais só. Sentia a falta do amigo e
não podia ficar recorrendo a ele, ligando seguidamente. Nem lhe deu um número
para poder ligar. Sabia que ele tinha os próprios problemas. Em uma tarde
chorou muito.
- O que você tem filha?
- Saudade. – Ela respondeu à mãe.
- Do Henry? – Nicolle lhe acariciava
os cabelos. De repente, pegou o celular que Rachel tinha sempre por perto e lhe
deu. – Liga pra ele. Não quero te ver assim.
- Não é do Henry...eu queria ver o
Neal. Queria ele comigo aqui. O bebê vai nascer e...eu queria ele comigo!
Ouvir isso emocionou Neal. Ele
também queria estar com ela na hora do nascimento.
- Liga pra ele. – Nicolle continuava
com o telefone na mão. – Diz isso pra ele. Alivia seu coração. Esse rapaz pode
estar arrependido do que te fez.
Neal olhou para o próprio telefone,
esperando-o tocar e pensando no que ia lhe dizer. Poderia falar que a queria,
que desejava estar com ela quando o bebê nascer e que, se pudesse voltar atrás,
não a teria prendido. Poderia dizer que sentia sua falta, que também sonhava
com ela. Poderia dizer que esses meses de distância o fizeram ver que a amava.
Mas não disse
nada...porque o telefone não tocou.
- Não! – Disse Rachel à mãe. – Neal
perdeu a chance dele. Ele disse que eu não estava em nenhum dos seus planos...também
saiu dos meus.
Como não bastasse a encruzilhada que
Neal se encontrava, ainda teve que aturar Lucy na sua cola. Ela simplesmente
apareceu em sua porta num final de semana. Ele estava ocupado ouvindo o
receptor e teve de esconder tudo para ela não ver. Não queria perder tempo com
ela. Acabou sendo grosso e mandando-a embora. E isso ia contra o pedido de
Peter. Que fosse...essa mulher não lhe agradava. Se tinha se atirado para os
dois, boa coisa não era.
Chateado com tudo o que se passava,
aproveitou-se de que Peter não estava e mexeu em seus arquivos. Procurava o
endereço de Henry Roussel. Iria fazer uma visita ao amigo de Rachel. Podia
tentar ludibriá-lo e descobrir algo. Chegou a casa e se surpreendeu com a
simplicidade. Para um milionário, o homem até que vivia de forma simples. Um
empregado abriu o portão da rua sem complicar muito e a porta da casa foi
aberta por uma moça.
- Sr. Caffrey...muito prazer. Eu sou
Molly Roussel. – Ela o cumprimentou. – Me disseram que deseja falar com meu
marido. Posso ajudar em algo?
- Não...eu preciso trocar uma
palavrinha com ele. Henry está?
- Sim. Eu vou chamá-lo. Porque não
aguarda no escritório?
Ele o fez e não se surpreendeu
quando Henry entrou despojado e surpreso.
- Por essa eu não esperava, Sr.
Caffrey. Achava que o FBI já tinha me perguntado tudo o que desejava. – Ele
indicou uma cadeira e sentou-se atrás da mesa do escritório. Colocou distância
entre eles. Estava mais frio que da última vez. – Devo lhe oferecer uma bebida...afinal
está em serviço como agente do FBI?
- Não quero beber...e nunca lhe
falei que era um agente do FBI. Sou um consultor. – Foi franco para ver se
conseguia arrancar dele alguma verdade também. – Não vim aqui como funcionário
do FBI, seja lá o que eu for, vim como homem. Eu sou o pai do bebê que Rachel
espera e quero saber se tem mais alguma coisa para me dizer. Preciso
encontrá-la.
- Porque acha que eu teria algo mais
para te falar? – Ele estava muito desconfiado. – Foi você que a prendeu...devia
assumir a responsabilidade do que fez.
- Eu não sabia que ela estava
grávida.
- E se não estivesse? Estava
dormindo com ela e a mandou pra cadeia sem nem olhar para trás.
- Ela matou pessoas...eu tive minhas
razões.
- Você não foi leal à Rachel. O que
quer agora? Seu filho? Eu tenho certeza que Rachel fará o melhor por ele. Ela é
daquelas pessoas que quando ama, ama de verdade, ama pra sempre. E ela ama o
filho. – Ele parou de falar por um minuto. – Falei com ela. Não quer saber de
você.
Neal ficou mal em ouvir isso. Ele
foi de uma sinceridade brutal. Mas ele merecia.
- Porque você confia tanto nela?
- Porque eu a conheço de verdade.
Ela é uma mulher difícil de ler, Neal. Mas é daquelas leituras que marcam pra
sempre. – Ele serviu uma bebida pra si mesmo e o olhou antes de falar. – Espera
um minuto. Vou buscar uma coisa.
Ele demorou bem mais que um minuto e
em certo momento Neal achou que ouviu gritos. Parece que sua visita não agradou
muito Molly. Quando voltou, trazia uma caixa de madeira. Largou-a sobre a mesa
do escritório abriu-a explicando.
- Quero que veja essas coisas e
entenda o meu relacionamento com Rachel. – Disse Henry antes de empurrar a
caixa para mais perto.
Ali havia fotos, muitas fotos,
bilhetes, até mesmo algumas cartas. DVD’s estavam guardados com todo o
capricho. Neal pegou um foto que mostrava uma turma de pré adolescentes.
Parecia uma escola...e lá estavam eles...não deviam ter mais que 12 ou 13 anos.
Em outra imagem já estavam com uns 17 e tinham as mãos entrelaçadas. Pegou uma
terceira foto que trazia o registro dos dois num gramado, fazendo piquenique.
- Leia atrás. – Henry disse. – Ela
me deu essa foto com a dedicatória.
“Com meus cabelos brilhando
ao sol pra você não me esquecer nunca”
- Vocês já namoravam aqui? – Tinha
um pouco de ciúme na voz.
- Sim. Mas não é isso que interessa,
Neal. Você não tem um amigo pelo qual faria qualquer coisa?
Claro que Neal pensou em Mozzie.
- Sim. Mas ele não foi meu namorado
e nem é um assassino.
- Você se apega nos erros que ela
cometeu...eu vejo as coisa boas que ela tem. Se você olhar mais a caixa, vai
nos ver com amigos, com meus avós...tem muita coisa aí. Ela faz parte da minha
vida e eu me sinto na obrigação de cuidar dela. Uma tarefa difícil.
- Vocês têm uma história bonita. –
Não era só ciúme, era inveja por ele ter vivido aquilo e de ter a confiança
dela. – Não vai me dizer onde ela está?
- Não. Nunca trairia a confiança
dela, Neal. – Ele abriu uma gaveta da mesa que estava trancada com chave. – Mas
vou te mostrar uma coisa. As mais recentes aquisições dessa coleção de fotos.
Veja:
- Ela está uma grávida linda. –
Henry disse, repetindo o que para Neal era óbvio.
- Ela é linda. – Não conseguia tirar
o olho da imagem. Como faria para roubá-la?
- Porque você a prendeu se a ama? Tá
na cara que ama ela...e fez o que fez. Eu não entendo. – Henry não confiava em
Neal, mas acredita no sentimento que ele demonstrava.
Depois de todo o que aconteceu nos
últimos meses e olhando para aquelas fotos, nem ele mesmo sabia o que
responder. Se as mortes que Rachel provocou eram importantes, aquela vida que
ela trazia não seria ainda mais?
- Eu...eu...não quero falar disso. –
Respirou fundo para segurar a lágrima que tinha nos olhos. – Se falar com ela
novamente, por favor, diga que se tivesse uma nova chance eu faria tudo
diferente.
Ele ia saindo quando Henry lhe
chamou.
- Neal...leve as fotos dela grávida.
Eu tenho o arquivo digital.
- Obrigada.
Com um aperto de mão eles selaram um
acordo de respeito. Os dois sabiam que o outro não estava falando toda a
verdade. Era assim que devia ser.
Mais semanas se passaram sem que
houvesse novidades. Neal passava boa parte do tempo que estava fora do FBI
olhando para a foto que Henry tinha lhe dado e imaginando quando seu filho
nasceria. Rachel estava entrando no nono mês. Faltava pouco.
Peter tinha voltado de férias e com
ele a agitação. Muitos casos agitavam a divisão de colarinho branco. E ainda
havia a definição de seu futuro no FBI. Peter voltou com uma proposta.
- Neal...você é importante pra
equipe e é importante pra mim. Quero que você continue conosco.
- Eu quero ser livre, Peter.
- E será...em pouco mais de 3 meses
sua pena termina. Mas quero que você continue prestando serviço para o FBI. Sem
tornozeleira, é claro.
Ele ficou de pensar. Mas a proposta
era tentadora. Ainda mais por ter certeza que, não importaria quanto tempo
passasse, Peter sempre estaria no rastro de Rachel. No FBI ele poderia evitar
que ela voltasse pra cadeia.
Quando
chegou em casa naquela noite, Neal recebeu de Mozzie uma notícia que aguardava
há semanas. O médico a havia convencido a voltar a clínica.
- Na semana que vem ela vai fazer o
último exame. – Mozzie quase pulava de alegria. – Se quer ver seu filho nascer,
Neal, é a sua oportunidade.
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