Dois dias se passaram e o quadro de
minha Bella, apesar de estabilizado, não melhorava. Ela seguia exatamente na
mesma situação e eu estava a cada minuto mais desesperado. Passei todas as
horas possíveis no hospital só indo para casa quando Alice me obrigou a tomar
banho.
- Sua filha vai achar que você é um
porquinho.
Amanda era a perfeição e por isso
mesmo eu não me conformar por Bella não estar podendo ver os primeiros dias de
nossa filha. E também era tão injusto Amanda estar ganhando mamadeira quando
sua mãe tinha os seios cheios de leite. Mas como havia alternativa eu ia
dividindo minhas atenções entre as rápidas visitas, agora permitidas, a Bella e
momentos de fazer companhia a Amanda. Parecia estranho, mas ela já reconhecia
minha voz e me queria por perto. Isso era um alento, mesmo depois de todas as
bobagens que fiz, minha filha aceitava o papai de coração aberto. Ela já tinha
meu coração em suas mãos e eu ficava no berçário, conversava com ela, dava
mamadeira...
Só que eu tinha um problema, Amanda
estava liberada para ir para casa, mas isso seria complicado. Não poderia
trazer minha pequena todos os dias ao hospital, nem abandonar minha Bella
naquela UTI. Meu coração estava divido, já tinha até tentado convencer a
diretoria do hospital a permitir manter tudo assim, mas eles disseram não ser
possível por não terem como prever quando ou se Bella sairia daquela situação.
Eu teria que me dividir entre ficar
no hospital e cuidar de Amanda, em casa e, nas horas em que estivesse aqui, ela
seria cuidada por Alice ou Esme que já estava a caminho. Nem precisaria de babá,
mas não seria fácil. Era melhor aproveitar todos os momentos para ficar
pertinho de Amanda então fui ao berçário mais uma vez.
Infelizmente
tive outra surpresa e nada agradável.
Junto ao vidro estavam Renee e
Charlie, com uma desconhecida. Não sabia o motivo, mas algo deixava o ar
pesado, meus sogros não vieram visitar. Minha preocupação aumentou quando li o
crachá que a mulher usava. Assistente Social!
- Bom dia, o senhor é Edward Cullen?
- Sim.
- Eu sou Carmen, assistente social.
- Muito prazer. Posso saber o que
veio fazer aqui?
- Sim. O senhor e a senhora Swan
entraram com pedido de guarda provisória quanto a sua neta, filha de Isabela
Swan.
- A senhora está enganada. Eles
devem ter, absurdamente, diga-se de passagem, solicitado a guarda de Amanda
Swan Cullen, minha filha com Isabella Cullen. Minha esposa que ficou correndo
atrás deles por meses, sem receber nenhuma atenção e agora está na UTI deste
hospital.
- Vamos nos acalmar, senhor Cullen.
- Não estou nervoso.
- Ótimo. O senhor Swan deu queixa
por agressão contra você.
- É só olhar para meu rosto e
confirmar que esse descontrolado não tem condições de criar uma criança.
- Seu desgraçado! Não vai tirar
minha filha.
- Por favor, senhores, estamos em um
hospital. Contenham-se. Edward, você já registrou sua filha?
- Sim. – E eu agradeci a Jasper por
ter insistido nesse detalhe. – Ela está devidamente registrada, com pai e mãe
vivos. Portanto não há necessidade dos avós terem guarda alguma.
- Você não a quer Edward, nunca a
quis. – Renee falou pela primeira vez.
- Como você não quis sua filha?
- Eu amo minha filha! – Apesar de
tudo, nela eu acreditava.
- E eu amo a minha.
Minha filha parecia muito sensível
as emoções de todos. Mesmo de dentro do berçário ela percebeu o que se passava
e começou a chorar desesperadamente. Eu estava angustiado pela, mesmo que
minúscula, possibilidade de perder Amanda. Como viveria sem ela? O que diria
quando Bella acordar?
- Bom...Carmen, acho que o mal
entendido foi esclarecido. Minha filha fica comigo.
- O avô paterno entrou com pedido de
custódia enquanto a mãe não poder tomar conta dela e cabe a o juiz decidir o
que é melhor para a menina. Charlie alega que você colocou Bella para fora de
casa, mesmo sabendo que ela esperava um filho seu.
- Ele não agiu diferente. – Não que
isso desculpasse minha atitude.
- Bom, se o senhor alega desejar
ficar com a menina, o avô terá que aguardar o juiz. Hoje eu vim aqui apenas
para ver se ela estava sendo bem atendida e para o caso do senhor preferir
entregá-la sem processo.
- Nunca.
- Ok. Tenha um bom dia, senhor
Cullen.
Agora eu mais do que nunca queria
tirar Amanda daquele hospital, parecia que a todo momento viriam avisar que
minha menina tinha sido roubada. Deus...como um dia pude imaginar viver sem
ela? Estávamos no apartamento e Amanda estava conhecendo seu quarto. Ela
parecia sentir falta da mamãe, mas era muito calminha e comportada.
- Claro que sente falta né? Estava
toda feliz e aquecida na barriga da mamãe. Mas o papai está aqui e vai cuidar
de você enquanto a mamãe não pode.
E eu cuidei. Dei banho, o primeiro
foi uma experiência interessante.
E eu filmei tudo para Bella não
perder nada. E depois também filmei Alice trocando a fralda, Esme dando
mamadeira e Jasper tremendo de tão nervoso ao pegá-la no colo. Todos ficaram
muito preocupados com o processo que Charlie colou em mim. Eu não tinha medo de
ser preso ou perder Amanda. Bella não tinha contato com os pais há muito tempo
e eu conseguiria provar isso facilmente. Martha poderia servir de testemunha
como eu, por mais idiota que fui, estava agora cuidando bem de Amanda e sendo
um bom pai. Tive de pedir ajuda à Jacob também. Ele visitava muito Bella e eu
pedi que, se fosse necessário, servisse de testemunha quanto ao meu cuidado com
Amanda. Ele topou, disse que era isso que Bella desejava. Não me tomariam minha
filha. E eu também tinha fé que em breve Bella acordaria e o pedido de guarda
seria sem sentido.
Bom, agora eu iria ao hospital fazer
companhia a minha Bella e Alice ficaria com Amanda.
- Comporte-se filha e não deixe sua
tia ter ataques consumistas.
- Bobo. – Alice ainda agia feito
criança.
- É sério Alice, ela só tem três
dias. Não pode ir com ela para nenhum shopping.
- E depois de uma semana. – Eu a
encarei. – Ok.
Fui sorrindo encontrar minha Bella.
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