-
Tempo demais longe de mim? – Neal obsevou Alex. Ela mantinha o mesmo ar
juvenil. Armaram tantas coisas juntos. Ele mudou...ela parecia a mesma. – Foi
você quem sumiu...eu continuo no mesmo lugar. Não veio me ver porque não quis.
-
Acontece que eu e o FBI não combinamos, Neal...e você parece ter gostado de lá.
Achei que sua pena era de 4 anos. Já era para ter acabado. – Isso a intrigava.
Se
Neal dissesse simplesmente que gostava de trabalhar no FBI, Alex sairia
correndo ou o internaria no mais eficiente sanatório das Américas. Era algo que
precisava ser explicado aos poucos.
-
Quem sabe a gente vai até o apartamento, bebe algo e conversa. Mozzie está lá!
-
Ouuu claro que ele está! – Alex sabia que Neal e Mozzie eram uma dupla. – Vamos
beber e conversar Neal!
Quando
chegaram ao apartamento, Neal percebeu que tinha bem mais do que a falta da
tornozeleira para explicar. Não bastasse o fato de Mozzie olhar para Alex como
se ela estar ali fosse uma aberração, a mamadeira na mesa e as roupinhas
sobradas sobre o sofá entregaram facilmente a existência do ‘novo morador’ do
apartamento.
Para
coroar a situação, George chorou alto em seu berço.
-
Só para constar! – Mozzie gostava de ressaltar suas declarações bombásticas. –
Isso foi um sinal! Baby-Neal tem sentidos apurados...ele não está interessado
em fazer novos amigos essa noite.
-
Obrigado pelo aviso, Mozzie....mesmo. – Neal respondeu. – Pode cuidar dele um
pouco?
-
Claro. – Disse e foi pegar o menino no berço.
Alex
observava Neal. Estava mais que surpresa, estava pálida. Tinha imaginado tudo,
menos o que via.
- Baby-Neal??? Sério? – Não podia ser
verdade.
-
O nome dele é George. Não liga para as bobagens do Mozz! Você o conhece! –
Mozzie dizia que George estava ficando cada dia mais parecido com Neal. Na
aparência e na esperteza. Por isso o chamava de Baby-Neal ou de Pequeno-Neal. –
É meu filho.
De
repente, Alex riu...muito...de uma forma constrangedora.
-
Foi a investigadora de seguros! Ela te amarrou com o golpe da barriga! Neal
Caffrey caiu no golpe mais antigo do universo! Ainda bem que eu vivi o bastante
para ver isso!
-
Não fui enganado! – Isso era mentira, mas não ia contar tudo para Alex. Levaria
a madrugada toda. – Meu filho não é de Sara...a mãe dele se chama Rachel, você
não a conhece. E não foi golpe da barriga. Ela é minha namorada.
A
história era ainda mais chocante para Alex.
-
Ok. – Ela disse. – Não me diga que é uma agente do FBI.
Os
dois puderam ouvir Mozzie rir ao fundo.
-
Não...não exatamente. Mas ela usa um distintivo atualmente. – Neal também
acharia improvável não rir da situação.
-
Chega, Neal...é melhor eu ir embora. Basta. Amarrado ao FBI, com filho...e Mozz
bancando a babá. Você está aposentado, Neal Caffrey!
Claro
que Alex não viria ali por nada. Ela queria ajuda em algum golpe. Neal sentiu
aquele arrepio da curiosidade. Poderia passar quanto tempo fosse, sempre seria
Neal Caffrey, falsificador e ladrão de primeira qualidade. Não podia deixar
Alex ir sem, ao menos, ouvir no que ela precisava de uma ajuda.
-
Vamos Alex...sabe que eu não estou enferrujado. – Ele ergueu a barra da calça e
mostrou que não usava tornozeleira mais. – Sou livre agora. O FBI confia em
Neal Caffrey. Diga o que você quer e eu vejo se posso ajudar. Em nome da nossa
amizade.
- Les Noces de Pierrette! – O quadro de Picasso era
seu objetivo, no momento.
-
Só isso? Você não quer nada mais desafiador? – Era muito complicado conseguir
aquilo. O valor valeria a pena, mas seria complicado. – Está no museu de NY há
anos. Porque acha que ninguém tentou pegar?
-
Eu não jogo para perder, Neal. Sei que é difícil...se fosse fácil, não
precisaria da ajuda dos melhores. Eu, você e Mozz já roubamos coisas tão ou
mais protegidas. E eu já tenho um comprador. Garanto que vale o risco.
Neal
olhou para o berço onde George já dormia calmamente sob o olhar atento de
Mozzie.
-
A palavra risco, hoje, significa algo diferente pra mim, Alex. Eu não posso
arriscar não ver ele crescer porque fui preso só pra pegar um quadro.
-
Só para pegar? É um Picasso, Neal! – Esse era mesmo Neal Caffrey?
-
Mesmo um Picasso...é uma tela e tinta. Minha liberdade vale mais.
-
Uauuu eles te pegaram de jeito. Te domesticaram! – Ela deu meia volta. – Vou te
dar uns dias para pensar...e MOZZ você também...se o Neal não quiser, nós dois
vamos ter que faturar sozinhos. Ele pode ter virado um covarde. Mas tenho
certeza de que você vem comigo.
Os
olhos de Mozzie brilharam. Ele já podia sentir o cheiro do dinheiro.
-
Nós vamos pensar com carinho, Alex. – Ele e Neal iam discutir juntos...quem
sabe houvesse alguma forma? – Agora vá Alex! Você está atrapalhando o sono de
George e crianças precisam dormir para crescerem saudáveis.
-
Ok, ok...tchau. – Ela saiu silenciosamente. – Até, Caffrey...papai...é até que
você fica bonitinho de papai.
Neal
não pensou muito em Alex naquela noite. Sabia que Mozzie analisaria as
possibilidades e levaria em consideração que o acordo de Rachel com o FBI era
frágil demais para arriscarem qualquer coisa. Se algo acontecesse, George
precisaria deles. Não iam arriscar ser presos. Pelo dinheiro que fosse.
Mas...se fosse seguro...quem sabe? Estava sentindo falta de exercitar alguns
talentos.
Na
manhã seguinte, cumpriu seu ritual de sempre. Levou George e o café da manhã ao
FBI para começar o dia. Era bom começar assim. Melhor seria abrir os olhos e
encontrá-la ao seu lado, mas, se tinha que ser assim, melhor no FBI do que no
presídio. Então, o jeito era aproveitar as coisas boas da vida.
-
Bom dia, namorada. – Disse ao abraçá-la.
-
Bom dia, namorado. – Ela estava de bom humor também. – Bom dia filhote. Você
dormiu bem?
-
Dormiu feito um anjo...só acorda a noite quando você está por perto. – Era
quase uma reclamação.
Depois
do café da manhã em família, Mozzie chegou ao escritório junto com Peter. Eles
nem estranhavam a situação mais. Mozzie ficava bem no papel de babá. O que
Peter estranhou foi ver Rachel e Neal se beijando, calmamente, sem nem vê-lo
chegar.
-
Aqui não é lugar para isso. – Disse ao passar.
-
Não estamos em horário de trabalho ainda. – Neal retrucou.
-
Não me interessa, Caffrey. – E o casal entendeu que era melhor se manterem
discretos.
Peter
podia reclamar da relação dos dois, podia tentar afastá-los, podia chamar Neal
a cada vez que os via juntos conversando, mas não podia negar que eram bons no
que faziam.
-
Eles se entendem bem, não? – Diana comentou. Estavam na casa de Peter e já
tinham comentado a facilidade com que, juntos, Neal e Rachel decifraram o
mistério de um anagrama no dia anterior.
-
Sim...bons, bons até demais. – Peter respondeu. – Nem quero pensar no estrago
que podem fazer se resolverem aprontar juntos.
-
Você acha que iam arriscar? Eles sabem que você os devolveria para a cadeia.
-
Não, não acho que seriam burros o bastante. Mas a experiência me ensinou a
sempre manter os olhos bem abertos com o Neal. E sim, Diana, se ele for capaz
de voltar ao crime, eu serei capaz de prendê-lo novamente, mesmo sendo meu
amigo. Pode acreditar.
-
Eu sei, chefe. – Disso Diana não tinha dúvidas. – Só que eu acho que enquanto
nós não temos nada de errado nas atitudes deles podíamos usar as qualidades
deles a nosso favor.
-
O que quer dizer? – Ele sabia que Diana apareceu ali para convencê-lo de algo.
-
Veja esse caso. Lavagem de dinheiro em um cassino. Prostitutas são postas lá
para circular e distrair os frequentadores, arrancando uma grana deles. Mas o
dinheiro mesmo não vem disso. Eles não faturam só dando pequenos golpes. O
lugar é fachada para lavar dinheiro de corrupção.
- Já tem o suspeito?
- Sim. Senador Mark
Goffman.
A renda oficial dele não chega nem perto de poder manter o padrão de vida. –
Diana já tinha um plano. - Eu e a Rachel poderíamos nos infiltrar. Mas
cobriríamos uma parte do golpe...
-
Na outra ponta estaria o Neal. Entendo. – Peter concordou que era uma boa
ideia. – Mas eu posso assumir a outra ponta.
-
Chefe...mas pense melhor. Precisaremos de mais gente. Alguém vai ter que
garantir que a mesa onde estivermos fature e depois nos pegar como
acompanhantes enquanto outro se aproxima e tenta ganhar a confiança deles.
Precisamos ter acesso a documentação administrativa ou conseguir gravar uma
confissão de Goffman. Quem melhor do que Neal para vencê-lo no carteado? E
conseguir enrolá-los? – Contra essa argumentação, Peter não teve resposta.
De
volta ao FBI no dia seguinte, Peter reuniu toda a equipe na sala e apresentou o
caso, com as sugestões de Diana. Impressionante como Rachel adorou a ideia de
se passar por prostituta no meio de gente perigosa. Ela gostava do serviço de
campo. Acabava de perceber que tinha ao menos uma semelhança com Rachel Turner.
Ainda naquela semana, fariam uma primeira aproximação ao cassino.
Rachel
aproveitou o momento para tentar convencer Peter a deixá-la ir para casa de
Neal. Não funcionou. Namorados ou não, ele permanecia no apartamento e ela,
ali, no FBI, cumprindo pena.
-
É isso ou você volta para o presídio e recebe visita íntima. O que prefere? –
Respondeu ele.
Passar
a semana toda apenas trabalhando e podendo tocar Neal naturalmente apenas no
café da manhã, com o FBI vazio, era muito desagradável. Não podia tocá-lo,
beijá-lo livremente dentro do FBI e, também não podia sair dali sem que
estivesse envolvida em um caso ou, numa hora livre, para passear com George.
Mas nessas horas, Peter sempre dava algo para Neal fazer.
Um
dia ele conseguiu escapar da ordem de Peter e vir lhe fazer companhia num
parque. Foi o melhor dia de todos.
Mas
o final de semana foi difícil. O sábado e domingo pareceu interminável. Mesmo
trocando inúmeras ligações e usando o computador para um bate-papo pelo skype o
tempo não passava. Já estava até fazendo amizade com o guarda que lhe trazia as
refeições. Guarda não, era o porteiro do prédio. Porém, era o mesmo que um
carcereiro. Ela sentia-se a única pessoa do mundo a esperar ansiosamente pela
segunda-feira. Ao menos o lugar voltaria a ganhar vida com as investigações.
Por
isso, adorou saber que ela e Neal iam trabalhar juntos numa investigação. Nessa
noite mesmo iriam a um cassino. Interessante como, em uma segunda-feira, o
lugar conseguia colocar gente lá para torrar dinheiro e dar fachada ao golpe.
Quando
chegou a hora, ela e Diana ficaram a postos. O lugar parecia bem frequentado.
Ao menos não teriam que lidar com bêbados babões.
-
Está gata, Turner. – Diana disse quando entraram.
-
Você também. – Foi a resposta divertida acompanhada de uma piscadinha.
Jones
observava tudo de longe, a postos, se algo desse errado, poderia agir ou chamar
reforços. Enquanto Peter e Neal assumiam sua tarefa se chamar a atenção na mesa
de jogo.
-
Tudo certo. – Jones falou nos fones. Todos usavam. Desde o que ocorreu com
Ruan, Rachel foi proibida de sair em missão sem o comunicador. - Mark
Goffman está entranho, acompanhado de outros dois homens. Estamos tentando
identificá-los. Rachel e Diana terão de distraí-los para Goffman ficar sozinho
com Neal e Peter.
- Ok. Vamos nos separar. – Peter
ordenou. – Quando eles entrarem, aos poucos, vamos nos aproximar. Um de cada
vez...ele não sabe que estamos juntos
Tudo ia bem...circularam pelo salão,
beberam alguns drinques e esperaram o ok de Jones para a aproximação. Rachel
viu o Senador Goffman se sentar à uma mesa de carteado, os homens que o
acompanhavam fizeram o mesmo. Estavam de costas. Um era negro e forte. O outro parecia
mais jovem e tinha o corpo menos musculoso. Quando um deles se virou, Rachel
levou um susto!
- Abortar missão! – Disse no
comunicador.
Isso não era comum para Rachel!
Peter e Neal levaram um susto.
- Por quê? – Neal questionou.
- Eu conheço esse cara que está com
ele! Vai me reconhecer! Não posso ir lá.
E deixar os dois com Diana é arriscado.
- Tem certeza? Jones e as
identificações? – Isso seria um sério problema para Peter.
- Aqui, chefe! Jeff Eastin, é
canadense e foi candidato a cargo político também.
- O outro é Joan Binder Weiss. –
Jones continuou. – Ele é como um braço direito dos dois. Nada confiável.
-
Rachel! Tem certeza? Será que ele consegue te reconhecer? – Perguntou Peter.
- Sim, consegue...frequentou minha
casa! Jeff Eastin é filho de um amigo do meu pai. – Ela confessou para a
surpresa de toda a equipe.
A operação não pode seguir adiante e
toda a equipe saiu disfarçadamente. Melhor estudar a situação antes de agir.
Era possível que Jeff Eastin não viesse todos os dias ali, nesse caso poderiam
concluir a operação ou, caso não tivessem alternativa, teriam que substituir
Rachel na ação. Na saída, Neal e Rachel se despediram com um beijo e Jones
escoltou-a até o FBI para mais uma noite sozinha. Antes, porém, Peter quis
entender algo:
- Qual a ligação do seu pai com a
família de Jeff Eastin?
- Amizade. – Ficou claro na resposta
curta que Rachel não queria entrar em detalhes.
- Ele vem de uma família poderosa,
de origem canadense. John Turner morava na Europa e era um agente da MI5. Qual
a afinidade, Rachel? – Peter pressionou.
- O amigo era o meu pai, não eu.
Terá de perguntar a John. – Respondeu ela, insatisfeita com aquelas perguntas.
Aquela noite foi um tanto triste.
Era segunda-feira, o trabalho tinha acabado mais cedo. Poderiam estar abraçados
na cama e bebendo vinho. Mas estavam separados. Para passar o tempo, Neal pegou
papel e começou a desenhar. Mas percebeu Mozzie as suas costas.
- Afrodite?!?! – Surpreendeu-se
Mozzie.
- Eu percebo uma leve semelhança com
a sua namorada.
- Sim. Ruiva com a pele alva. – As
outras semelhanças Mozzie não precisava ouvir.
- É. Belo desenho Neal. – Mozzie
gostava de ver Neal exercitar seu talento sem que fosse para falsificar algo.
Ele era um artista talentoso. – Devia voltar a pintar.
- Sim. – Era uma ideia agradável. –
Vou ver se Rachel quer ser minha modelo.
- Pintar a própria
Afrodite...sim...algo realmente sugestivo.
No dia seguinte Neal estava
inquieto. Já faziam 10 dias que ele e Rachel só se viam no FBI ou em casos.
Tentou ele mesmo convencer Peter a deixá-la passar a noite em sua casa e não
conseguiu. Parecia tão claro que ela não ia fugir. Mas Peter gostava de
lembra-los que ela estava cumprindo uma pena.
Estava sentindo a falta dela, da
pele dela. Ganhar alguns minutos sozinhos começaram a representar muito. No
horário de almoço, o FBI ficava muito mais vazio e hoje Peter resolveu sair
para almoçar com Ell.
- Não quer...nos fazer companhia,
Neal? – O chefe ainda perguntou ao sair.
- Não...eu vou em casa ver o George.
– O plano inicial era realmente esse.
- Legal. Desce comigo então. – Peter
convidou.
Foi o que Neal fez. Porém...deu a
volta na quadra e retornou ao FBI. Não podiam culpá-lo por querer apenas alguns
momentos a sós com a sua namorada. A questão era...onde Rachel estava. Foi no
‘quarto dela’, a sala de conferência e não a encontrou. Não estava na sua mesa
também. Nenhum sinal dela na área do ‘cafezinho’, onde ela costumava comer.
Perguntou para outro agente que
estava saindo para almoçar.
- Ela ia arquivar umas coisas. –
Respondeu a rapaz antes de sair apressado.
Correndo para o arquivo, Neal dizia
a si mesma que ia apenas mimar um pouquinho sua namorada, dar alguns beijos,
nada que fosse atrapalhar a rotina do FBI. Só não contava encontrá-la no topo
de uma escada, guardando documentos na prateleira mais alta. Não resistiu e
balançou a escada sabendo que ela cairia em seus braços.
- Neal! Que susto! – Rachel disse
rindo em seus braços.
-
Minha Afrodite. - Sussurrei e olhei para cima deparando-me com seus olhos
brilhantes.
-
Afrodite! De onde saiu isso? – Ela até gostou do apelido.
-
A deusa do amor e do sexo, mestra da sensualidade....vocês duas têm muito em
comum.
Rachel
o beijou, no inicio era um beijo calmo. Ela ficou de pé novamente e Neal achou que
se afastaria, mas logo estava com as pernas envolvendo-o na minha cintura.
-
Caffrey! – Gritou ela.
Rachel
estava fora de si também. Tantos dias sem ele a estava deixando louca de
desejo. Logo, estavam no chão, ela sentindo o corpo sendo esmagado pelo dele.
As bocas se tomando com voracidade.
-
Estamos no trabalho, Caffrey! Temos que parar! – Rachel dizia, mas continuava
tocando-o.
-
Não consigo parar agora. – Neal foi completamente sincero.
Ele
apertava sua bunda com força e ele gemia, já todo arrepiado. Rachel começou a
passar as mãos nas coxas dele e logo sentiu um tapa em sua bunda. Apenas nesse
momento percebeu que já estava sem a saia.
Ah...
os toques de Neal estavam tão quentes, uma delicia de sentir, suas mãos vão
para onde há o fecho da blusa, logo sinto-a descendo calmamente pelo corpo, em
seguida a mão dele, apalpando toda a extensão das costas, levo outro tapa na
bunda... Ah. Quando ele iria tirar a minha calcinha, eu me viro, assustando-o,
minhas mãos vão para seu cinto, tirando e passando minhas pequenas mãos em sua
ereção mais que dura.
Abaixo
suas calças, revelando uma box preta, ele sorri como um menino pra mim. Desço
sua box, revelando o que eu tanto queria. O quero, grande e grosso em mim, na
minha boca.
-
Wow você é boa nisso! - Ele responde enquanto eu chupo.
Mas
ele não a deixa brincar por muito tempo. Logo a vira, tão rápido, fazendo-a
soltar um gritinho. Ele ri, perfeitamente debochado, sabendo exatamente o que
iria fazer.
-
NEAL! - Grito gemendo gostosamente para a cabeça que está em minhas pernas. E
logo, sua língua entra em mim, chupando-me e estimulando, ardendo em mim, gostoso.
Os
dois desejavam o alívio completo. Só brincadeirinhas não iam diminuir a tensão
sexual que viviam. Logo Neal estava deitado sobre ela e a penetrando com
movimentos rápidos.
-
AAAAAAAAAH! –Gritam mais uma vez, ambos chegando juntos ao orgasmo. Neal deita
a cabeça no peito dela, fazendo-a sentir o peso de seu corpo. – Você é a mulher mais perigosa que eu conheço
sabia? – ele riu. – Acho que é isso que me faz amar tanto você. Ninguém nunca
me deixou assim. Minha Afrodite.
Um
tempo depois o juízo voltou...mais ou menos quando os hormônios se acalmaram.
-
Nós não deveríamos ter feito isso. – Rachel falou. – E se alguma câmera nos
pegou, Neal?
-
Nesse ponto do escritório eu acho que não.
-
Você ACHA? – Como assim ele achava?
-
Acho. – Isso não o estava preocupando. – E não tem nada de errado no que nós
fizemos. O amor é lindo. Sério Rachel! Quem perderia tempo conferindo uma
gravação do FBI na hora do almoço quando nenhum crime ocorreu? – Ele disse e o
assunto morreu.
O
sexo ajudou a acalmá-los, mas não os fez desejar menos poderem ter uma vida
normal. Queriam poder passar mais tempo sozinhos. Em dias normais a resposta de
Peter era normalmente negativa, para dias festivos, no entanto, ele costumava
facilitar. Rachel teve que improvisar.
-
O George está de ‘mesversário’? E você quer passar o final de semana
comemorativo com o Neal? – Peter achava um absurdo completo.
-
Sim. Seis meses é um marco importante na vida do bebê. É quando começam a
balbuciar as primeiras palavrinhas. Merece ser comemorado.
-
OK...e eu estou convidado para aparecer na festinha? – Dar mais um final de
semana para Neal e Rachel não estava nos planos. Se o fizesse, ia ficar de olho
neles.
-
Claro! Aparece por lá com a Elizabete,
ela adora crianças e vai amar passar um tempo com o George. – Era uma tentativa de afastar Peter.
Ele não queria Ell perto de crianças.
-
Ok, poderá passar esse final de semana no apartamento de Neal. – Era perda de
tempo dizer não.
-
Obrigada Peter!!
-
Mas...já te aviso. Na semana que vem não adianta vir me dizer que o Mozzie está
de aniversário. Ok?
Ela
e Neal não tinham pensado nisso.
-
Ok. – Porém...mais adiante Mozzie certamente ganharia um final de semana
comemorativo. Ela saiu sorrindo.
Quando
contou para Neal o que havia conseguido, surpreendeu-se. Neal realmente
pretendia comemorar os seis meses de George e, além disso, tinha mais planos para
os dois e esses não envolviam apenas sexo. Ele desejava pintá-la! Sorriu feito
boba ao saber disso. No fundo, Rachel ainda achava que Neal sentia muito desejo
por ela, mas não amor verdadeiro. Não o amor que teve por Kate ou por Sara.
Saber que ele desejava passar algum tempo com ela fora da cama era maravilhoso.
Iria posar para um quadro de Neal Caffrey!
O
caso de lavagem de dinheiro ficou estagnado. Peter e Neal voltaram ao cassino,
mas Jeff Eastin nunca deixava o
senador sozinho. Diana tentou distraí-lo, mas não funcionou. Teriam que criar
outra ação. O que incomodou a toda a equipe da Divisão de Colarinho Branco.
Na sexta-feira a noite, Rachel saiu
do FBI junto com Neal. Retornaria apenas na segunda-feira pela manhã. No
domingo ela faria um bolo para comemorar o mesversário. George não comeria, mas
eles e alguma visita que aparecesse, Peter e Ell, provavelmente, sim. Já o
sábado, foi artístico. Mozzie cuidaria de George enquanto Neal pintava Rachel.
Ela se arrumou e prepararam o cenário perfeito. Foram horas, horas e mais horas
com ele desenhando e pintando.
-
Cansado? – Ela perguntou depois de algum tempo.
- De te olhar? Não...posso ficar
aqui muito mais. – Ele a olhou por sobre a tela, só mostrando os olhos azuis.
- Olhos de cobra...perigoso. –
Aquele olhar que mexeu com ela desde o início.
- Perigoso eu?
- Sim...o meu moreno perigoso. –
Rachel o provocava a todo momento. – Gosto disso.
- De me chamar de ‘moreno perigoso’?
– Neal riu do apelido e se levantou.
- Também...mas a parte do MEU é a
que eu gosto mais. – Ela recebeu o beijo que ele veio lhe dar amavelmente. –
Vamos fazer uma pausa? Quero ver porque Mozzie e George estão tão quietos.
Devem estar aprontando alguma.
- Difícil saber quem cuida de quem. –
Neal brincou. Sabia que Mozzie e George estavam na sacada.
Tinham visto Mozzie carregar algumas
coisas para lá. Neal achou estranho, mas não disse nada. Manter uma criança sem
chorar por horas dava trabalho e Mozzie deve tê-lo intertido com brinquedos.
Nada, nada mesmo, preparou Rachel e
Neal para a cena que viram ao entrar na sacada do apartamento. O piso escuro
havia sido desenhado. Ele imitava uma cela de prisão. As grades estavam ali. A
janela retangular. Os tradicionais dias contados em palitos. Para completar o
show, George vestido com uma roupinha listrada, antigo uniforme dos presídios.
E Mozzie fotografando a cena.
-
Pare agora! O que é isso?! – Rachel não gostou nada daquilo com seu filho.
-
Mozz! – Era difícil ficar chateado com Mozzie, mas aquilo era demais.
-
Eu e o menino George estamos fazendo nossa própria arte enquanto vocês
brincavam de pintor e musa inspiradora.
-
Não! Nem pense em fazer isso com meu filho! – Rachel já tirava a roupinha
listrada dele.
-
Isso é arte! – Ele tentou se defender. – Ele é filho de Neal Caffrey e Rachel
Turner! Ele será uma lenda no futuro. Essa foto valerá milhões!
-
Não, Mozzie! Não. – Neal concordava com Rachel. Não queriam George nem perto do
mundo que viveram.
Eles
não estavam bravos com Mozzie...na verdade, nem poderiam depois de tudo o que o
amigo já tinha feito por eles. George amava o
tio Mozzie. Já com outra roupinha, o menino foi novamente para os braços
da babá improvisada.
-
Ok, Pequeno-Neal. Já que seus pais cortaram a nossa maravilhosa ideia artística...vamos
pensar em outro tema para nosso ensaio fotográfico. Ursinhos
Carinhosos...não...muito bobinho. Tom e Jerry...muito clichê! O Pink e o
Cérebro...acho perfeito.
Neal
e Rachel desistiram de dar alguma atividade normal para George na companhia de
Mozzie. Eles voltaram para sua pintura sabendo que o filho estava bem cuidado.
No
outro dia, Neal ficou com George enquanto Rachel fazia o bolo dos seis meses de
George. A massa era toda de chocolate e por cima colocaram brigadeiro de
panela. Estava uma delícia. Chamaram Nicolle, Diana, Peter, Ell e Mozzie para
virem a tarde ali. Apareceriam as 17hs. Seria apenas um parabéns em ‘família e
amigos’.
Surpresa
mesmo foi quem apareceu às 16hs. Rachel a conhecia bem. Alex...a parceira de
crimes no passado. Apaixonada por ele, Alex o ajudou a se livrar de diversos
itens roubados, mas se afastaram quando Neal se envolveu com Kate. Sua única
dúvida era o que trazia Alex de volta naquele momento: o Neal Cafrey ladrão ou
o sedutor pelo qual tinha sentimentos.
Neal
observou-as. Estavam se encarando. Duas mulheres perigosas na mesma sala. Isso
não era bom. Sabia o que trazia Alex ali. A resposta seria não. Não iria tentar
roubar um Picasso e arriscar ser preso. Ele e Mozzie chegaram a essa conclusão
após analisar o risco que teriam.
Olhando
para Rachel, sabia que por mais que aparentasse frieza ela estava desgostosa de
ver Alex ali. Não queria brigar com ela. Estavam bem. Estavam felizes. Não
valia a pena estragar isso por Alex. Resolveu não guardar segredos de Rachel.
-
Oi Alex. Entra. – Abriu mais a porta do apartamento. – Essa é a Rachel. Minha
namorada.
-
Muito prazer, Rachel. Você conseguiu algo que muitas queriam...amarrar o Neal.
-
Eu sei. – Rachel foi propositalmente prepotente. – Muitas...começando por você.
-
Verdade. – Negar para quê? Alex pensou. – Mas você usou uma arma injusta!
Aquele bebezinho conquista a todos.
Rachel
fuzilou Neal com o olhar.
-
Você já conhece George?
-
Sim. Ele estava aqui quando visitei Neal. Uma noite dessas...qualquer.
-
Claro! Uma noite qualquer. – Aquilo magoou Rachel. – Quer saber...acho que eu
estou atrapalhando então é melhor eu sair.
Ela
sequer alcançou a porta. Neal a impediu de sair. Não ia permitir que Alex
estragasse o final de semana que esperou tanto.
-
Não! Espere. Não é o que parece!
-
Não?
-
Não! – Ele a fez desistir de sair e colocou-as frente a frente. – Alex esteve
aqui para convidar eu e o Mozzie a participar de um roubo.
-
NEAL! – Alex reclamou. – Isso é assunto nosso!
-
Não vou esconder dela. – Isso agradou Rachel. – E a resposta é não, Alex. Eu e
Mozzie não vamos te ajudar nisso. É arriscado demais. Se roubar, não conte
conosco. E faça direito para não envolver a Divisão de Colarinho Branco. Peter
te conhece...pode desconfiar se você deixar alguma pista. Não me coloque numa
situação difícil.
Mozzie
entrou, sem bater, como de costume e viu que Alex não estava nada feliz. Ela o
olhou com raiva também. Ele se sentiu culpado. Foram parceiros por muito tempo.
Se tivesse como ajudá-la sem desagradar Neal, faria.
Enquanto
foi falando, Neal se aproximou de Rachel, passou as mãos por sua cintura e se
encostou nela. Agora Rachel sabia que a segurança dela e de George era mais
importantes do que agradar Alex.
-
É ela! Ela está te deixando covarde! Se envolveu com uma agentezinha e não quer
mais crimes. Porque se apaixona por mulheres certinhas hemm?
Todos
na sala riram. Alex não podia estar mais errada quanto a Rachel. Mas não
pretendiam explicar.
-
A resposta é não, Alex. – Neal disse simplesmente. – Pelo motivo que for: não,
eu não vou roubar o Les Noces de
Pierrette. É minha resposta final.
Alex saiu raivosa e
batendo a porta. Apesar de saber que Neal e Mozzie tinham lhe escondido a
visita de Alex, Rachel não reclamou. Neal romântico e decidido a havia tranquilizado
muito. Alguns poucos minutos depois, Juny, a dona do apartamento de Neal, veio
avisar que as outras visitas já estavam ali.
- Obrigada, Juny. Venha
ficar conosco. – Rachel a chamou. Ela sabia que a senhora gostava muito de Neal
e de George. – Peter, Ell...entrem. Minha mãe e Diana já devem estar chegando.
- Esperam mais visitas?
– Peter perguntou. Ele tinha visto Alex deixar o prédio. Sabia que aquela
sempre trazia confusão.
- Não...mais ninguém.
Só nós. – Neal respondeu.
O fim de tarde foi
agradável. George passou de colo em colo, ganhou um pouquinho de seu bolo
esmagadinho e foi mimado até não poder mais. A noite já estava alta quando ele
finalmente adormeceu. Apesar do sono, George queria aproveitar seu mesversário
até o final. Todos se despediram e apenas os três puderam ficar sozinhos.
Abraçados no sofá, Neal e Rachel conversaram.
- Às vezes eu acho que
eu devia me mudar. Para chegar aqui, as visitas precisam passar pela sala da
Juny...atrapalha a vida dela. E o apartamento é pequeno para uma família.
- Família? – Ela achou
isso lindo.
- É...família. Imagina
quando George espalhar brinquedos por essa sala. – Os dois imaginaram a cena e
riram muito. - E eu acho que daqui um tempo o Peter vai concordar em você vir
para cá definitivamente.
- Está pensando em
comprar algo então?
- Sim. Por enquanto só
pensando.
- Sabe que Henry guarda
o dinheiro da minha herança. Pode usar. – Era bastante dinheiro. E nem tudo
vinha realmente da herança. Também estava lá o resultado de muitos golpes.
Aquela oferta,
generosa, encantou Neal. Ela simplesmente não precisava lhe oferecer dinheiro.
Poucas pessoas ofereceram dinheiro a Neal Caffrey.
- Obrigada. Mas eu
tenho reservas, minha ‘Afrodite’. – Tinha bastante dinheiro guardado. Fruto de
anos de ‘trabalho’ acumulado. – O problema é que não posso disfarçar e aparecer
com um imóvel que não combine com minha remuneração atual.
- É...também não posso
dizer que Henry me deu uma casa. Acho que Peter desconfiaria.
- Sim, certamente. –
Ele a beijou. Ambos tinham dinheiro, mas não podiam usufruir. – Acho que vamos
ficar por aqui mais um tempo.
O assunto foi esquecido
pelo resto da noite. Tinham coisas mais interessantes para fazer.
Começaram
a semana relaxados e felizes. A única preocupação que tinham era como
resolveriam o caso do Senador Mark
Goffman tendo alguém tão próximo dele capaz de reconhecer Rachel. Também não
podiam simplesmente tirá-la do caso porque eram as participações dela nas
investigações mais importantes que garantiam sua permanência ali, fora da
prisão.
Porém...bem cedo na segunda-feira
Neal recebeu outro problema. Grave e constrangedor. Na verdade o problema
envolvia os dois, Neal e Rachel, imaginava Peter....tinha certeza, na verdade.
Mas chamou apenas Neal em sua sala pelo assunto ser constrangedor. Falaram
sozinhos, assim que Neal entrou.
- Eu tenho certeza, Neal...certeza
absoluta que será um engano. Mas eu vou pedir para você me confirmar. – Peter estava
furioso. Algo grave tinha ocorrido.
- O que há, Peter?
- Eu fui chamado pela segurança para
uma reunião amanhã cedo. Eles querem me apresentar um vídeo muito
interessante...você tem ideia do que é?
- Não. – E não tinha mesmo ideia do
que havia aprontado dessa vez.
- Vou te contar o enredo do filme:
um rapaz bem vestido e uma bela mulher ruiva usando o arquivo do FBI como
motel!
Droga!
Alguém tinha conferido as câmeras de segurança! Neal não sabia como sair dessa.
Não por Peter! Já tinha aprontado coisas bem piores e ele sempre relevava. O
problema era quem estava acima dele.
-
Peter eu posso explicar...tentar ao menos.
-
Pode? Então explique, Neal!
-
Nós...nós...estávamos afastados. Você não a deixava ir lá para casa e...
-
O culpado sou eu? É isso a sua explicação?
-
Não! Mas...se ela fosse para casa, nós nos manteríamos mais...calmos aqui.
Poxa! Em algum momento ia acontecer!
Peter
entendia isso. Eles eram um casal, estavam apaixonados. Sentiam desejo. Se até
no presídio havia visita íntima, claro que eles encontrariam uma forma de
transar tendo aquele cômodo acordo com o FBI. Mas não precisava ser no arquivo
em plena hora de almoço.
-
Você sabe o quanto essa brincadeira pode custar para vocês, Neal? – Isso era
muito sério. – Tem muita gente que não gostou nada de ter Rachel aqui.
-
Tipo...você?
-
Eu não gosto dela. Mas reconheço que trabalha muito bem. Tem gente que não liga
para isso e está esperando um erro dela pra lhe trazer um macacão laranja.
Vocês facilitaram a vida deles.
-
Acha que vão cancelar o acordo por isso? – Não! Seria culpa dele se ela
voltasse para a prisão por conta daquela transa. – Nos ajuda, por favor.
-
Claro que eu vou ajudar! Claro! A questão é como?!?!? Amanhã, na reunião, eu
vou tentar convencê-los de que isso não se repetirá e enfatizar o quanto você e
Rachel são importantes na equipe. É o que posso fazer.
-
Acha que vai adiantar?
-
Não sei. – Provavelmente não. – No seu caso sim, vão no máximo te suspender.
Ela, é mais complicado. Mas...eu sei que é importante pra você que ela não
fique na prisão. E, te dou minha palavra, se ela tiver que voltar pra prisão,
vou fazer o possível para solicitá-la em outro caso, o mais breve que puder. A
Rachel me ajudou em vários casos...e eu reconheço isso. Mas, por favor,
Caffrey, colabore comigo.
-
Obrigado, Peter. – Seu amigo podia ser chato e implicante. Mas quando era
importante, nunca o deixava na mão. – Onde será a reunião?
-
No quarto andar. Amanhã, às 9hs. Até lá...me ajude a provar que vocês são
importantes na equipe. Descubram um jeito de provar o envolvimento do Senador Mark
Goffman com a lavagem de dinheiro do cassino.
Neal falou para Rachel o que
aconteceu e ela ficou apreensiva com seu futuro ali. Falou para ela algo de que
tinha certeza.
- E vou resolver isso. Não se
preocupe. – Era uma promessa.
- O que pretende fazer? Não temos
tempo. É amanhã!
- Até amanhã eu vou resolver. Confie
em mim!
Claro que não estavam calmos. Neal
não sabia o que fazer. Contava apenas com a ajuda de Mozzie, já que Rachel
ficava a noite toda presa na Divisão de Colarinho Branco. E, por conta dela, o
local tinha mais vigilância a noite. Ele e Mozzie passaram a madrugada pensando
no que fazer.
- Peter vai subir para a reunião.
Certamente o chefe de segurança vai levar o vídeo...temos que pegar. – Mozzie disse.
- Como?
- Ele conhece você, não a mim.
- Você invadirá o FBI para me
ajudar? – Neal já sabia a resposta.
- Sim. Apesar de achar que você
precisa aprender a segurar seus hormônios! Farei pelo menino George.
- Obrigada Mozzie.
- Agradeça quando estivermos com o
vídeo pornô em segurança! – Mozzie faria piada disso o resto da vida. – Apagar
o arquivo digital é possível. Eu ando tentando acessar e...já descobri como.
- Mas ele já tem um DVD. – O que ia
mostrar para Peter.
- A reunião é as 9hs. Peter subirá
8h50min. O que significa que ele pegará o DVD logo que chegar ao FBI, às 8hs.
Temos que fazê-lo deixar a sala e pegar enquanto isso.
- Isso é fácil...ele é chamado na
sala de monitoramento toda vez que algo muito ruim ocorre. – A ideia surgia na
cabeça de Neal. – Vamos precisar de ajuda Mozzie. Contrate alguém bem
espalhafatoso!
Nada agita mais o FBI do que uma
ameaça de bomba em frente a sede as 8hs da manhã. Era um daqueles dias em que o
chefe da segurança no prédio, Robert Tacon, queria não ter saído da cama. Além
de já ter uma reunião agendada com o agente Peter Burke para resolver uma
questão séria, agora um maluco deixava algo parecido com uma bomba na porta do
FBI.
Estava há 20 minutos na sala de
monitoramento e provavelmente ia se atrasar para a reunião com o Burke. Mas só
de saber que depois disso deixaria de ter no prédio aquela ruiva condenada por
assassinato que o Burke tinha como consultora, já ficava mais feliz. A prova
que ela desrespeitou regras estava na gaveta de sua mesa.
Estava na gaveta, mas por pouco
tempo. Como em todas as manhãs, Mozzie veio ao FBI pegar George...só que dessa
vez eles realmente contrataram uma babá confiável. Mozzie não deixou o prédio.
Disfarçado de faxineiro foi discretamente até o quarto andar, encontrou a sala
certa e avistou o DVD, guardadinho na gaveta.
- Fácil! Dessa vez nem exigiu todas
as minhas habilidades. – Alguns minutos depois, Mozz deixava o FBI levando o
filme de Neal e Rachel. No lugar, deixou um DVD sem nada.
Quando a confusão com a falsa bomba
foi resolvida e a reunião com Peter ocorreu, Tacon começou falando o quanto
essa situação era complicada, que tinham de manter as regras e era inaceitável
um desrespeito como o que ia mostrar. Porém...quando colocou o DVD para rodar,
não havia nada.
Os dois, Robert e Peter, sabiam o
que tinha ocorrido. Sabiam que lidavam com um dos melhores ladrões da história.
Peter não ia dizer nada porque dessa vez até agradecia a esperteza de
Caffrey...e de Mozzie, certamente. Robert não podia acusar Neal de nada sem a
prova.
- Faremos o seguinte, Robert...vou
ficar calado quanto a essa reunião. E...quando você encontrar o DVD certo você
me chama novamente. Ok? – Nunca, é claro.
- É...é o melhor a fazer. – Com raiva
o chefe da segurança concordou.
Ainda no fim da manhã, Peter e Neal
se encontraram no FBI. Só trocaram um olhar de cumplicidade. A ética
profissional de Peter era grande demais para parabenizá-lo por roubar o FBI.
Internamente, no entanto, reconhecia que ele era o melhor.
No início da tarde, perceberam que
Rachel estava sumida. Ela tinha uns documentos para analisar e não se
encontrava em sua mesa. Quando Neal ligou para dizer que tinha dado tudo certo,
ela não atendeu o celular. Isso preocupou Neal. Pensou que o medo de voltar
para a cadeia pudesse tê-la levado a uma loucura. Mas esperou.
Quando Peter notou a ausência, a
preocupação de todos se elevou. Onde ela poderia estar. Ela não saiu
completamente sem avisar. Deixou um recado. Mas ele as preocupou ainda mais.
- Ela disse que ia dar adeus à
Rebecca. Passei por ela na calçada. Achei que fosse ligado ao caso que ela
cuidava junto com a Diana.
- Não. – Diana falou. – O Peter
disse que era para Rachel ficar aqui hoje. Não pedi que fizesse nada.
- Droga! Me consigam o relatório da
tornozeleira! – Ele olhou seriamente para Neal. – Se ela fugiu, Neal, a seu
truque de mágica de hoje cedo perde todo o valor. Entendeu?
- Ela não ia fugir...não sem falar
comigo. – Era o que ele esperava.
- Verifique se George está onde era
para estar.
Neal ligou e Mozzie estava com
George. Nada de anormal ocorreu.
Longos 10 minutos se passaram até
que saiu o relatório da tornozeleira.
- Diga! – Gritou Peter para Diana,
quem tinha os dados.
- Ela...passou as últimas horas há
três quadras daqui... – Ela estava confusa também. – No salão de beleza, pra
ser mais específica. É um salão de beleza o que funciona ali.
Nesse momento alguém entrou no FBI.
Levou um tempo até que eles dessem atenção a jovem de cabelos negros que se
aproximava. Até que viram...e ficaram em choque.
-
Olá! Sentiram minha falta? – Uma nova Rachel andou pelo corredor até eles. Ela
realmente havia ‘deixado Rebecca para trás’.
-
Uauuu que diferença. Está bonita! – Neal se derreteu.
-
Rachel você sumiu para mudar o cabelo em pleno horário de expediente. Isso não
é muito interessante. – Peter reclamou. – Nós estávamos achando que você tinha
fugido.
-
Eu não vou fugir, Peter! Eu estava apenas resolvendo alguns dos nossos
problemas. – Ela sorria pensando que eles não tinham entendido.
-
Cortando o cabelo? – Nem Neal entendeu. – Como?
-
Três coelhos de uma só vez! Meu conhecido de juventude não vai me reconhecer
sem cabelos ruivos. – Era perfeito.
-
Sim! – Peter sorria. – Com você morena podemos voltar ao plano original e pegar
o Goffman.
- É...pode funcionar. – Neal ainda
se surpreendia com ela. – E qual o outro problema que o cabelo resolve?
Rachel os fez se aproximar e falou
bem baixinho.
- Nosso simpático chefe de segurança
pensa que Neal Caffrey pegou uma ruiva na sala de arquivo...uma bobagem, não
acha, Neal?
- Claro. – Definitivamente ela era
genial. – Até porque a minha namorada é morena!
- Elementar! - Os três riram juntos.
Só que Rachel não contou para o Neal
o terceiro motivo. Sempre gostou de ser ruiva, mas também curtia mudar o
visual. Manteve-se ruiva por ele e para ele durante os últimos meses. No fundo
ainda achava que Neal gostava dela assim, como Rebecca e não Rachel.
Agora...agora sentia-se realmente amada. Não precisava mais se esconder por
trás de Rebecca. Neal a amava como Rachel.
Ficaram juntos, felizes e
trabalhando sem o peso do medo por toda a tarde. Já estavam preparando tudo
para a noite voltar a ação contra o Goffman. Apenas um grande imprevisto os
impediria.
Foi o que ocorreu. Mas não era algo
profissional. Era pessoal, era íntimo e familiar. Porém movimentou a toda a
equipe.
Mozzie ligou e estava assustado.
Assim que Neal atendeu e percebeu o choque na voz do amigo, soube que era com
George. Nada além disso o deixaria nervoso assim.
- Calma! O que houve?
- Levaram ele! Eu não sei como! Não
sei! Mas levaram! – Ele repetia sem parar.
- Como assim? Levaram da onde? –
Neal não fazia ideia de como diria isso pra Rachel? – Onde George pode estar,
Mozzie?
- Eu não sei! Estávamos em casa...e
ele sumiu! – Mozzie estava em desespero. – Venham para cá! Você, Rachel! O
engravatado! A mulher do engravatado! Todos! Chamem a cavalaria para salvar o
menino George!
Foi exatamente o que foi feito. A
casa de Neal ficou cheia de amigos e agentes do FBI. Ninguém entendia como um
bebê pode desaparecer do berço sem ser visto. Ainda mais em um apartamento do
terceiro andar de um prédio. Seja quem for, entrou sem a autorização de Juny.
Rachel estava em desespero. Queria
uma pista! Só uma pista! E ia caçar quem fez isso! Seja quem fosse, ia pagar
caro! Mas não tinham uma pista. Ela e Neal tinham muitos desafetos. Poderia ser
muita gente.
Porém, a pessoa que levou George não
tinha interesse algum em permanecer discreta. Ela deixou no parapeito da janela
a pista. Mais que pista. Era sua assinatura e ela sabia que Neal encontraria e
reconheceria.
Alex sempre deixava origamis para
Neal, onde estivessem. Foi ela quem esteve ali e levou George. Mas para onde?
Porque? Um mistério acabou. Varias interrogações continuavam.
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