- Como assim tomar o meu bebê? –
Carmem estava em pânico pelo que o policial lhe dizia. – Vocês não podem entrar
aqui e levar o meu filho. Eu o adotei legalmente. Ele é meu!
- Não reaja, senhora, será melhor
para a criança se a entregar calmamente.
- Não vou entregar meu bebê! – Gritava
ela enquanto ligava para o marido. – Peter! Eu preciso de você...estão aqui
para levar Arthur...dizem que ele não é meu. Venha aqui...é a polícia. Eu
preciso de você.
Mas Peter não apareceu e foi Esme e
Carlisle que intercederam junto a polícia para terem uma conversa em particular
com Carmem antes de levarem Arthur. Conversaram por mais de uma hora até
esclarecer tudo. Falaram muito, mas Carmem se negava a acreditar.
- Quer dizer que a namoradinha do
seu filho acha que Arthur é filho dela, sai por aí dizendo isso e vocês
acreditam. Vocês me conhecem...como puderam me trair assim?
- Não é traição, querida.
- Como não?!?! Essa moça nem tem
idade para ser mãe!
- Carmem, Bella teve um bebê e ele
foi roubado. Existem muitas pistas que levam até Peter. – Esme disse. – Eu sei
que é doloroso, mas você terá que entregar Arthur e ele ficará em um abrigo até
que sejam feitos os exames de DNA.
- Não! Ele é o meu bebê. – Carmem
chorava muito.
Não era uma situação fácil. Ela
sempre sonhou ser mãe e por muito tempo desejou adotar uma criança. Agora,
Arthur era seu, sem importar não ter saído de seu ventre. Ele era sua alegria
de viver. Por fim, ainda com a certeza de que Peter voltaria e esclareceria
tudo, Carmem entregou o filho.
- Mas não vão entregar à ela, vão?
Ainda não sabem se é filho dela. – Pediu a autoridade policial.
- Não, senhora. Ele ficará sob
responsabilidade do estado até que saiam os exames e o juiz diga com quem deve
ficar.
Os dias que se seguiram foram de
muito sofrimento para todos. Bella foi ao laboratório tirar uma amostra de
sangue, mas não pode mais ver o bebê. Charlie, seus irmãos e Edward lhe davam
apoio, o que não evitava o sabor amargo de imaginar seu filho sendo cuidado por
estranhos.
- Eu não devia ter feito nada. Ele
deve estar sofrendo por minha causa...eu tirei ele de Carmem e ela cuidava bem
do meu filho. Fui má com ele. – Se recriminava.
- Não pense assim, Bella. Você fez o
que é certo. Depois que tudo isso acabe, você e Carmem poderão entrar em um
acordo. – Dizia Edward tentando consola-la.
Carmem teve outra decepção. Após
aquela ligação ao marido, ele sumiu no mundo. Fugiu! O que a deixava, além de
decepcionada, desesperada. Se fugiu é porque realmente Isabella podia ter
razão. E, se perdesse Arthur, não teria mais nenhuma razão para viver.
- Chega de chorar, Carmen. – Irina
tentava acalmá-la. – Você não é culpada de nada e certamente nossos primos vão
dizer isso para Bella. Ela não vai lhe tirar Arthur.
- Mas enquanto isso ele está
sozinho. E se não estiverem cuidando bem do meu bebê?
Os Cullen estavam divididos tentando
apoiar Bella e Carmen. Mas sabiam que uma das duas teria que abrir mão de
Arthur. A mãe verdadeira e que jamais teve a opção de ficar com seu filho, ou,
a adotiva, que o amou desde o primeiro instante em que o viu.
Quase duas semanas depois ambas
foram chamadas ao tribunal para abrir o exame e conversar com o juiz. Na
recepção não se encaravam. O clima estava pesado. Uma sabia das razões da
outra, mas estavam em lados opostos.
- Podem entrar. – Disse um
funcionário.
Após alguns momentos de
apresentações burocráticas, a autoridade falou o que às interessava.
- O exame confirmou o que a Polícia
e a senhorita Isabella Swan afirmavam. O menor Arthur é filho dela.
- Não!!!!! – Carmen se desesperou.
Ambas choravam. Uma pela possível
perda, a outra pela confirmação do que seu coração já afirmava.
- Isso faz com que seu esposo,
senhora Carmen, seja um fugitivo procurado pela polícia já que ele lhe trouxe a
criança, conforme a senhora afirmou em depoimento. E, certamente, ele não fez
isso sozinho.
- Ele só desejava me dar um bebê. –
Era o que ela desejava crer.
- Poderiam ter adotado uma das
inúmeras crianças órfãs que vivem nos nossos abrigos. É obvio que seu marido
ganhou algo mais para levar o bebê da senhorita Swan.
- Eu já posso pegar meu bebê? –
Bella questionou pouco preocupada com as razões de Petter.
Sem conseguir pensar em nada mais do
que seu bebê, Bella deixou a sala em direção ao abrigo onde Arthur estava. Para
sua tranquilidade, ele estava limpo, bem alimentado e saudável. Fora bem
cuidado durante esses dias.
- Aqui está. – Disse Charlie, que a
acompanhava, ao entregar à diretora do lugar a autorização para levarem o
menino. – Onde precisamos assinar?
Finalmente Bella podia ficar com seu
filho. Ela o abraçou, beijou e deu todo o carinho que acumulou no decorrer dos
anos. Ele estava tristinho, mas aceitou bem seu colo e afagos. Estava se
conhecendo.
- Vem meu amor...vem com a mamãe. –
Disse e viu que ele olhou em volta. – Sou eu filho, a mamãe.
No fundo sabia que ele procurava por
Carmen. A mãe que ele conhecia.
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