- Mas casar? –
Ray tomou um susto terrível ao receber a visita de Grey em seu escritório.
Ficou pior quando ele disso a que veio. – Se amam, ok. Namorem. Mas casar?
Porque essa pressa toda? Vocês têm a vida toda.
- Eu e Anastásia já decidimos. Eu
gostaria apenas de ter a sua bênção e de que entrasse na igreja com Ana. –
Christian foi categórico.
- É claro que eu entrarei com ela!
Como se você pudesse me impedir. – Ray estava triste. Apesar de Ana ter feito
algo que ele abominava, era uma filha e ele sentia que a estava perdendo.
- Então nós vamos preparar tudo. Nos
casamos em um mês.
- Mas porque essa pressa toda? Não
me diga que Ana está grávida? Se for isso, saiba que eu não admito que meu neto
deixe de vir ao mundo. Abortos são inadmissíveis! Essa vergonha não irá...
Christian percebeu que Ray sabia de
alguma coisa. Ou, ao menos, desconfiava do que Anastásia tinha feito. Seria por
isso que estava ignorando a sobrinha que passou a vida mimando? Talvez.
- Está tentando me avisar de algo? –
Perguntou ao futuro ‘sogro’.
- Não. É só que...eu fiquei surpreso
com essa história toda.
- Sim, eu imagino. Mas posso
garantir que sua sobrinha não espera um filho.
- Sim, sim...eu exagerei na minha
reação. Mas onde vocês pretendem morar.
- Na minha fazenda, é claro. Ana já
concordou. Eu preciso cuidar de tudo por lá. Viajaremos logo após a cerimônia.
- Masss é muito longe!
- É o meu lar. – Christian foi
categórico.
- Mas você tem negócios aqui também.
- Sim, muitos. Mas esses eu posso
tocar de lá. Já a fazenda e a produção de cachaça precisa da minha presença. –
Grey deu mais um passo de seu plano. – Eu também gostaria que o senhor
continuasse administrando a herança de Anastásia. Como minha mulher, eu irei
sustentá-la.
- Farei isso pelo tempo que ela
quiser. O dinheiro dela estará preservado.
- Ótimo! – Só que ela jamais tocaria
nele.
O jantar de noivado foi
constrangedor. José bebeu além da conta e, a frente de todos, declarou seu amor
por Ana. Disse que nunca deixaria de amar a prima e estaria ali, esperando por
ela, para sempre. Alice o fuzilava com o olhar enquanto Melissa tentava conter
o filho.
- Esseee...esse aí nunca vai fazer a
Ana feeliz. Eu sim, Aninha. Eu te amo. Sempre te amei.
- José, por favor. Você é como um
irmão pra mim.
- Não Ana...eu te quero. – Quando
ele tentou lhe dar um beijo, Grey o pegou pelo colarinho e derrubou com um
murro.
O jantar acabou assim.
O mês passou rápido. Ana estava
cheia de compromissos para organizar a cerimônia. Mesmo contando com a ajuda
das amigas, da tia e de Alice, ambas parecendo muito contentes por ela muito em
breve ir morar em outro estado, era muita coisa para fazer.
A questão do contrato foi
delicadamente analisada em vergonhosas reuniões. Por fim, ainda com um pouco de
medo, assinou. Mas colocou cláusulas e retirou as questões que mais a
incomodavam.
- Não quero malhar por obrigação. Eu
decido quando me exercitar. – Disse.
- Eu preciso de você saudável, Ana.
Ou você não irá acompanhar o meu ritmo.
- Eu serei saudável. – Quando ele
concordou ela seguiu. – Ninguém controla o que eu como.
- Não admito que sinta fome. – A
expressão dele dizia que isso era sério.
- Não passarei fome. Mas não vou
seguir uma lista de alimentos estipulada por você.
- Ok, concedo isso. Mas saiba que
sentir fome é desobediência grave e será punida.
- Aí é outra questão, Christian,
tenho medo de apanhar. – Ela foi totalmente franca.
‘Aaaa baby...e você vai apanhar
mesmo...bastante’, pensava Grey.
- Eu vou te disciplinar, Ana. E isso
envolve dor. Quanto mais obediente você for, menos irá apanhar. Mas eu vou te
bater, faz parte do domínio que eu terei sobre você. – Ele viu que ela estava
apavorada. – Mas não se apavore. Não vou ultrapassar limites seguros. E você
terá as palavras de segurança. Se usar o código para eu parar, pararei na mesma
hora. Mas...isso acarretará que eu não fique satisfeito, é claro. E eu não
gosto de ficar insatisfeito. – Ela continuava com cara de apavorada. – Olha...o
que mais dói são as varas...eu concedo a você elas como um limite rígido. Não
as usarei.
- Me sinto melhor assim. – Anastásia
respondeu.
‘Você ainda não viu o estrago que eu
posso fazer com um cinto, querida Ana’, pensou Christian.
- Também não quero fazer anal. Nunca
fiz e tenho medo. – Ela disse.
- Sinto muito...mas eu quero muito
comer seu cú. E vou fazer isso. Mas não se preocupe, antes vou te treinar bem
e, garanto, você vai gostar.
Depois de decidir mais alguns
limites e estipular o prazo de um ano, Ana assinou o documento. Mas o lembrou
de uma coisa.
- Nós dois sabemos que isso é
ilegal, Christian. Ninguém pode escravizar alguém nos dias de hoje. Se eu
quiser sair disso, faço na hora em que desejar. – Disse corajosamente.
- Muito perspicaz da sua parte, Ana.
Acredite, não tenho interesse nenhum em discutir essas questões no tribunal com
um juiz. – Queria muito que ela achasse que realmente era obrigada a cumprir,
mas sabia que Ana não era nada boba. – Mas eu tenho minhas táticas para te
manter ‘amarrada’ a fazenda.
Estava sacramentado. Era a escrava
sexual de Christian Grey!
Também conheceu a família de
Christian. Mia e Elliot, os irmãos mais novos, e Carrick e Grace. Só o irmão
mais velho que nunca apareceu. Emmett. Será que ele ainda estava na fazenda?
Ele vivia por lá, certo? Precisava perguntar para Grey, mas sempre esquecia.
Também teve de lidar com o medo de
não se adaptar a uma vida tão distante da que estava acostumada, a mudança de
estado, ficar longe dos amigos e da família e ter dificuldades para se
comunicar com eles. Christian tinha avisado que lá na fazenda não tinha
internet, celular não pegava e até o telefone de linha funcionava raramente.
- Parece mentira nos dias de hoje,
mas, o jeito mais garantido de se comunicar com alguém é pelos correios ou ir
até a cidade e usar um telefone público ou de alguém que more lá. O da igreja é
o mais procurado.
- Sério. – Ana achava graça. Parecia
algo inimaginável.
- Sim. – Respondeu para ela nunca
poder acusá-lo de ir para lá enganada. – A fazenda fica muito longe da cidade
mais próxima.
Mas a decisão estava tomada e ela
não estava arrependida. Christian Grey era o homem de sua vida e nunca, jamais,
poderia amar outro homem como o amava. Seria feliz com ele seja onde for.
- Ana, pense bem. Eu posso te fazer feliz. – José ainda tentava
convencê-la a não se casar.
- Eu amo o Christian, José. Serei
feliz com ele.
- Eu posso te fazer feliz também. Só
precisa me dar uma oportunidade.
- Eu estou decidida. – Nada iria
fazê-la mudar de ideia.
O grande dia chegou e ambos os
noivos estavam nervosos. Christian manteve a palavra de não tocá-la até a noite
de núpcias. E os dois estavam nervosos com isso. Só os beijos apaixonados não
foram capaz de suprir tudo o que ambos desejavam.
- Eu te quero, Ana. Você nem imagina
o quanto. – Nisso ele estava sento completamente sincero. A cada dia Christian
entendia mais o que fez Emmett se suicidar. Aquela mulher era capaz mesmo de
enlouquecer um homem. Ele precisava ser muito esperto para não se deixar enganar.
- Então me tenha...agora. Pra que
esperar? – Ana desejava ser mulher dele antes de dizer o sim no altar.
- Paciência, meu amor.
A igreja estava cheia de convidados
quando o piano começou a tocar a marcha tradicional de casamentos. Nervoso e
lindo vestindo um traje tradicional preto e com gravata borboleta, Grey
aguardava ao altar.
Ana entrou sendo levada por Ray. Usava um vestido escolhido para esconder e
seduzir ao mesmo tempo. Era um tomara-que-caia ricamente bordado do busto até
os pés. Para manter o recato na igreja, vestia um bolero no mesmo bordado.
Parecia um vestido de mangas longas, mas, na festa, poderia tirar aquela parte.
Grey
ficou encantado com o que via. Parecia um anjo vestido em branco que vinha para
lhe trazer a felicidade. Pena que era um demônio, lindo, mas um demônio.
Deixando o pensamento de lado, concentrou-se na missa e logo já estavam fazendo
os votos.
"Te recebo e
prometo ser fiel, amar e respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na
doença, por todos os dias da nossa vida, até que a morte nos separe"
O ‘pode beijar a noiva’ veio seguido
de palmas e assobios pela animada plateia. Mesmo sem conhecer a pressa em ficar
a sós, os noivos dançaram, brindaram e curtiram algumas horas de festa. Depois
de Ana atirar o boque de flores vieram as despedidas.
- Seja feliz Ana. Tudo o que eu
sempre quis foi a felicidade de todos. – Lhe disse tia Melissa. E, da sua
forma, era verdade.
- Obrigada, tia. Eu também desejo
para vocês toda a felicidade.
- Querida prima! – Alice apareceu
puxando José pelo braço. – Que bom que está casada e vai morar num castelo
junto de seu príncipe. Pena que o castelo fica num reino tãoooo distante, não
acha?
- Sim, Alice. Tenho certeza de que
você vai morrer de saudade de mim. – Ela olhou para o primo com quem pouco falou
após o jantar de noivado. Ele parecia cada dia mais enredado por Alice. – Se
cuide José. Sempre estarei torcendo pela sua felicidade.
- Se ele fizer qualquer coisa, eu
vou te buscar. Sabe disso, não é? – Respondeu ele.
- Sei. Eu vou lembrar disso. – Sob o
olhar furioso de Christian, Ana abraçou o primo fortemente.
- Agora é minha vez! – Ray a tomou
dos braços do filho. – Minha menina...nem acredito que já está casada.
Bom...você sabe que aqui é o seu lar. Se não der certo, é só voltar.
- Parem com isso! – Melissa
decretou. – Ela será feliz com o marido.
Eles passariam a noite em um
finíssimo hotel e na manhã seguinte tomariam o avião. Grey entrou no hotel já
sem o blazer do traje e gravata solta. Quando chegaram a suíte, Ana decretou
que tinha aceitado ser submissa por um ano, mas que por essa noite seria ela a
seduzir.
- A é, senhora Grey? E o que
pretende fazer? – Ele perguntou intrigado. Já estava duro dentro das calças e a
ideia de ter aquela mulher só para si o deixava maluco.
- Muitas coisas senhor Grey...coisas
demais para perder tempo explicando.
Lentamente Ana o fez sentar no sofá
e subiu na mesa de centro que havia em frente. Iria mostrar para Christian como
o baunilha podia ser agradável. Quem sabe ele não esquecia daqueles chicotes,
regras e contratos?
- Você podia me ajudar a tirar os
sapatos. – Dizendo isso ofereceu um pé para Grey soltar a alta sandália. Ele o
fez enquanto beija cada um dos dedos.
- Agora o outro. – Eles repetiu o
processo.
- Senhora Grey...o que eu vou fazer
com você? Não imaginei toda essa sedução vinda de você. Sabe...eu posso querer
me vingar disso tudo quando chegarmos em casa.
- Não vou me preocupar com isso
agora, querido marido. Primeiro vamos ver se você aprecia o meu show. – Ela se
virou de costas. – Abra, por favor, o fecho do meu vestido.
Lentamente e salpicando beijos por
sua nuca ele fez o que ela pediu.
- Ótimo. Agora volta ao seu
confortável lugar no sofá e assista. – Ronronou.
Lentamente Anastásia deixou o
vestido cair revelando lingerie branca composta por um espartilho que
apertava-lhe os seios, calcinha, meias e cinta-liga. Viu Grey salivar.
- O que acha? – Ela deu uma
voltinha.
- Você...é...muito...gostosa! É isso
que eu acho – Ele fez menção de levantar, mas Ana não deixou.
- Não. Eu ainda não terminei o show.
Ela sentou-se na estendeu uma perna
para ele retirar a meia. Grey gostou e lentamente começou a descobrir suas
coxas. Também sabia brincar disse e seu plano era deixar Anastásia enlouquecida
de desejo.
- Vamos marido. Se você continuar
nesse ritmo, nós perderemos o avião amanhã de manhã.
- Não Ana...não perderemos. Mas isso
tudo terá vingança. Espero que saiba disso.
Vingança? Ana estanhou essa frase.
Se vingar por ela seduzir seu marido? Deixou o pensamento de lado distraída
pelo toque dele em suas pernas.
Christian estava dividido. Por um
lado, encantado pela volúpia daquela mulher. SUA mulher. Ela era fantástica e
ele começava a reconhecer que estava se apaixonando. Por outro lado, ela tinha
assumido o controle da noite e isso não era bom. ‘Tudo bem...por essa noite
tudo bem. Mas quando chegarmos à fazenda eu te ensinarei quem manda’, decretou.
Quando já estava sem as meias Ana se
levantou para servir champanhe. E ele pode observá-la, agora com mais pele
amostra.
- Basta! Venha aqui! – Grey a puxou
para si em um beijo que só podia ser dado em ambiente privado. Ainda com as
bocas coladas abriu o espartilho liberando os seios dela para seu toque. –
Chega de provocar, senhora Grey. Agora eu quero tomar o que é meu.
Também era o que Ana queria. Adorou
quando sentiu ele nervosamente rasgar a delicada calcinha. Só que ele ainda
estava muito vestido. Queria abrir sua camisa e ter acesso a sua pele. Só que
ele não deixou.
- Não me toque. – Sua voz era dura.
Era uma ordem. – Sou eu que toco.
Antes que ela tivesse a chance de
responder Christian a levou nua até a cama e amarrou suas mãos a cabeceira com
uma gravata prateada. Não era a que usou no casamento. Essa ele trouxe para
isso. AI Jesus!
- Você queria beber champanhe? –
Falou caminhando até onde estava a garrafa.
- Sim. – Nesse momento estava com a
garganta seca.
- Mas não ganhará. Eu vou beber...em
você, senhora Grey. Acho você uma ótima taça.
Aos pouquinhos ele ia derramando a
bebida gelada em seu corpo quente. A combinação estava enlouquecendo Ana. Ela
se contorcia mesmo amarrada pelas mãos.
- Eu não pretendia, mas se não parar
quieta, posso te bater aqui mesmo. – Ele falava sério. – É uma viagem longa.
Não sei se vai gostar de fazê-la com o traseiro ardendo.
Ana achava que ele estava blefando,
mas tentou não se mexer. Era difícil. Ele parecia estar em todos os lugares. A
boca ia da barriga aos seios, o pau, duro, apertado contra sua coxa enquanto
uma das mãos apalpava seu traseiro e a outra passeava brincando com seus pelos
pubianos...o que sobrou deles.
- Você não se depilou como eu pedi.
– Ele falou.
- Fiz com cera. Tirar tudo dói
muito. – Respondeu.
- Devia ter raspado então. – Ele a
olhou sensualmente. – Ana, Ana...mal casamos e você já me desobedece. Estou
vendo que terei muito trabalho para te disciplinar. Minha mão já está coçando.
- Controle essa mão nervosa. – Ela
disse. – Eu quero você Grey. AGORA!
Ainda demorou um pouco, mas quando
recebeu o que tanto desejava, Ana gritou, gemeu e se contorceu como se
estivesse indo do céu ao inferno em poucos segundos. Depois do orgasmo, sentiu
Grey soltar seus braços. Ela adormeceu nos braços dele.
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No meio da madrugada Grey a
observava dormir sem acreditar no que tinha vivido ali. Essa mulher era uma
bruxa. Não podia ter tido tanto prazer com ela. Não com ELA. Não com a
assassina de Emmett. Tinha deixado ela seduzi-lo. E ela era boa nisso. Podia
enlouquecê-lo também. Não devia mais tocá-la.
- Aproveite essa noite, Anastásia. –
Disse olhando seu sono. – Seu inferno começa agora.
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