POV: Christian Grey
- Mãe, por favor, entra com a
Phoebe. – Disse ao sair do carro enfrente de casa.
- Por que? – Questionou Ana, que
trazia a bebê no colo. – Ela está comigo.
- Eu vou te carregar pra dentro,
Ana. – Ela ainda estava com a corte da cesariana muito sensível.
- Não precisa...- Pelo meu olhar ela
sabia que não ia adiantar.
Levei-a com cuidado até o nosso
quarto, tirei-lhe as sapatilhas, soltei seus cabelos e beijei-a de leve nos
lábios. Estávamos felizes e realizados com nossa pequenina.
- Está se sentindo bem?
- Muito bem, Sr. Grey. Não precisa
ficar com esses mimos todos. Eu estou bem...não sou mais uma mãe de primeira
viagem.
Sim...claro. Ela já sabia como era
ter um bebê novinho em casa. Eu é que não fazia ideia da sensação de ter aquela
coisinha linda e chorosa nos braços. Por melhor pai que eu pudesse ser para
Phoebe, nada apagaria o mal que fiz a Teddy. Mas eu tentei com todas as minha
forças me aproximar de meu filho e cuidar de Ana. E ela estava bem...nossa
relação ia bem. Desde que eu havia mandado Helena se afastar de minha família
estávamos vivendo em paz.
Estava monitorando a vida dela e
sabia que ela estava fora do país. Os negócios continuavam gerando bom retorno
financeiro e isso era ruim já que seria bom ter uma desculpa para encerrar
nosso vínculo definitivamente. Ela tinha me mandado um e-mail.
Querido;
Entendo sua cegueira. Agora percebo
o quanto desmereci Anastásia. Achei que ela seria apenas mais uma submissa de
sua longa lista. Mas não. Trata-se de uma pequena aproveitadora. Ela cegou a
você, fazendo-o não perceber que é um fantoche nas mãos dela. Eu o ensinei a
comandar, você tinha o mundo em suas mãos. Anastásia o fez perder o controle de
seu próprio corpo. Abriu mão até mesmo da resolução mais firme que tinha,
criando duas crianças que você não desejava, mas Anastásia resolveu gerar sem
seu consentimento. A verdade é que você se submete aos desejos dela, não o contrário.
Talvez um dia você abra os olhos e veja que sua felicidade está em dominar, não
em obedecer.
Da
Sua Elena
Nem mesmo respondi. Sabia que o meu
silêncio seria uma resposta muito mais dolorosa pra ela. Além disso, se isso
era ser submisso, seria um escravo eterno de Ana e de meus filhos.
Não contei nada sobre a mensagem
dela. Ana já tinha tido estresses demais durante a gravidez. Merecia paz.
- Alguma notícia de Elena? – Ela havia
perguntado.
- Ela faz parte do passado, meu
amor.
E assim seria para sempre.
- CHRISTIAN...em que planeta você
estava? – Ana gritou me tirando dos devaneios. – A Phoebe está chorando. Você
pega ela? Deve ser fome.
- Claro, claro. – Voltei com minha
filha gritando a plenos pulmões. – Calma filha. Mamãe já vai te dar o peito.
- É esfomeada feito o pai. – Ana brincou.
– O Teddy foi um bebê mais tranquilo. Eu o deixava na cama comigo e foram
pouquíssimas as madrugadas que ele não me deixou dormir.
Fiquei observando minha filha sugar
o peito da mãe com sua boquinha em forma de coração enquanto pensava em tudo o
que perdi. Claro que já tinha olhado todos os álbuns de fotos dele, mas era
duro não ter lembranças daqueles dias. Ainda mais agora que eu via todas as
dificuldades que um bebê novinho trazia. Como Ana cuidou de tudo sozinha? As
últimas semanas até o parto foram bem complicadas e cansativas. Ana não
conseguia se levantar sozinha, teve tonturas e sentia as pernas mais inchadas
no período da tarde.
Esteve ao lado dela em cada momento.
Fez massagens, passou óleo na pele para evitar estrias, segurou seu cabelo nos
momentos de enjoo, controlou sua alimentação, disse que estava linda mesmo
quando sua pele sofria com as alterações hormonais. E, mesmo assim, sentia que
não tinha feito o bastante.
- Ana, como você fez durante a
gravidez do Teddy? Quem te ajudava nessas horas? – Perguntei enquanto pegava a
neném para fazê-la arrotar.
- Christian...deixa isso pra
lá...ele está bem e feliz.
- Mas eu quero saber.
- Durante a gravidez ninguém...eu
conseguia me virar sozinha.
- Mas como?
- Exatamente como muitas mães
solteiras, Grey. Não era o meu sonho, mas foi assim. Paciência! E depois que
Teddy nasceu, sua mãe e Kate me ajudaram muito. Nas duas primeiras semanas elas
se revezavam comigo. Depois eu e Teddy nos viramos sozinhos.
- Será que um dia você vai me
perdoar? – Seria possível?
- Chris, eu já deixei isso no
passado. Claro que eu senti a sua falta em cada minuto. Eu o Teddy desejamos você
lá em cada um dos dias, mas nós estamos felizes por você estar com a gente
agora. O resto, é passado
- Eu amo tanto vocês. – Depois de
mais um beijo fui colocar nossa filha no berço. Ela era o coisinha mais linda
do mundo.
Foram
duas fraldas sujas, três mamadas rápidas e muita manha na primeira noite em
casa. Phoebe não se agradou muito de seu quarto de princesa e preferiu dormir
com a gente. Isso não foi muito bom porque Ana estava muito cansada e precisava
dormir, mas nossa filha só queria atenção.
- Papai está aqui filha. Calma,
calma. Vamos conversar? A mamãe dorme e a Phoebe fica com o papai.
Ficamos então eu e minha filha
caminhando pela casa, ouvindo uma música baixinha. Uns 40 minutos depois ela
cansou e acabou dormindo no meu peito. Ela gostou bem mais que do berço. Pela
manhã, ela estava sorridente e eu acabado.
- Você dormiu no peito do papai,
Phoebe? Esse papai gosta de te mimar. – Acordei com Ana falando e Phoebe se
mexendo no meu peito. Estranho...há alguns anos eu jamais deixaria alguém me
tocar ali, hoje minha filha dormia no meu peito. – Bom dia papai.
- Bom dia garotas! Dormiram bem? –
Beijei ambas. Iiiii eu acho que alguém sujou a fralda. Vou trocar ela, amor.
Você consegue se levantar e trocar sozinha?
- Claro. Depois acorda o Teddy?
Quero que ele tome o café com a gente e depois vá pra escola. A rotina dele tem
que seguir.
- Tá bom.
Depois de trocada e alimentada,
Phoebe caiu no sono novamente. Os três tomaram o café feito por Gail.
- Mas ela só dorme. – Reclamou Teddy.
- Bebê quando dorme, cresce, Teddy.
Logo ela vai poder brincar com você. – Explicou Ana.
Teddy iria para a escola, eu tinha
que dar uma passada rápida no escritório e Ana ainda ficaria alguns meses de
licença. Seu único compromisso era com a família...e em visitar o Flynn uma vez
por semana. Por mais que ela desgostasse de ir lá, nosso médico psiquiatra e
amigo não havia lhe dado alta.
- Ana tem uma tendência a não ver o
quanto é bonita, boa esposa, mãe e profissional dedicada. Ainda quero explorar
algumas coisas com ela. – Disse Flynn quando conversamos.
- Mas e quanto a Jack?
- Ela não esqueceu...acho que jamais
esquecerá. Mas superou e a filha lhe dará cada vez mais força para seguir em
frente. Vocês vão seguir com a vida.
Seguir a
vida...família...compromisso...filhos...casamento! Isso ainda estava errado.
Cinco dias depois Ana foi
surpreendida. Christian a buscou após a consulta com o Dr. Flynn, mas não a
levou para casa como seria obvio fazer. Foram para a marina onde um barco os
aguardava.
- Chris...a Phoebe tem que mamar em
uma hora...e...você sabe que eu ainda estou de resguardo.
- Sim, meu amor, eu sei. E por mais
que adorasse a ideia de fazer amor com minha mulher aqui mesmo no deque, posso
aguentar por mais algumas semanas.
- Então...o que vim fazer aqui?
- Passar uma tarde agradável com seu
NAMORADO, não é uma opção?
- Não quando temos um bebê de poucos
dias em casa e um filho que logo chega da escola.
Brindou-a com seu melhor sorriso
torto.
- Aí está o problema de NAMORAR o
pai dos seus filhos.
- O que você está querendo, Grey?
- Logo mais você vai saber.
Eles entraram e se sentaram na linda
mesa de café montada na luxuosa embarcação. Tudo lindo...mas ela ainda queria
saber o que se passava.
- Ana...eu preciso te dizer uma
coisa.
- O que? – Ela estava apreensiva.
- Eu sei que você tem todos os
motivos para dizer não. Eu sei que nunca poderei te recompensar por meus erros.
Eu sei que meu filho jamais terá o que eu tomei de sua primeira infância. Eu
sei que você não precisou de mim para criá-lo e sei que Phoebe é um presente que
eu não merecia. Mas tem uma coisa que eu não sei...e eu preciso saber. –
Caminhei até o outro lado da sala e descobri um imenso boque de flores que
estava camuflado. Levei-o até ela junto com uma caixinha. Não era uma nova joia,
mas sim o anel de noivado que ela já tinha utilizado antes. Aquele já tinha
significado para nós. – Casa comigo novamente? Eu adoro ter você como namorada,
mas quero que seja minha esposa.
- SIM. – A resposta foi breve e
selado com um beijo.
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