Neal
acordou com a claridade da manhã batendo em seus olhos. Tinham esquecido de
fechar as cortinas. Sempre achava lindo poder acordar vendo o sol nascente da
praia de Marselha. Ainda mais quando o cenário era completo por sua esposa,
bela e tranquila, dormindo ali ao lado. Ela gostava de dormir até mais tarde.
Ele não. Preferia se exercitar logo cedo. Então cuidava para não acordá-la.
Deixou a cama e foi vestir um calção para nadar no mar.
Foi
ao banheiro, lavou o rosto, vestiu a bermuda e quando olhou para a cama, viu
que era observado. Ainda surpreendia-se com a beleza dela. Seus cabelos
continuavam negros mas tinham crescido bastante nos últimos meses. Agora caíam
lindos em suas costas macias e pintadas por minúsculas sardas.
-
Bom dia, amor. Já de pé? Ainda é madrugada. – Ela disse ainda bem sonolenta.
-
Já são 6h30min. Quer nadar comigo?
-
Só se for na água morna da nossa banheira. O mar está gelado a essa hora.
-
Então dorme mais um pouco. Eu volto logo. – Ele beijou-a lentamente. – Te amo.
-
Também te amo. Se cuida. – E logo ela voltou para o mundo dos sonhos.
Quando
chegaram a praia fugindo de New York precisaram tomar algumas providências. A
primeira foi escolher nomes falsos e documentos. Já que falavam francês
fluentemente e desejavam ficar ali por um longo tempo, nada mais natural que se
assumissem como nativos da França. Eram agora Bernard e Helena Ferrieri. Ele um
enólogo, profissão perfeita para quem apreciava vinhos caros e de qualidade.
Ela uma historiadora. Ambos convenciam perfeitamente em seus papéis.
-
Mas Helena não é francês. – Ela questionou quando mostrou o documento.
-
Neal tem uma queda por mitologia grega, Rachel! – Mozz esclareceu.
-
É uma variação da ‘Afrodite’. – Neal mesmo explicou-se. - Claro que Helena não
é um nome francês. Mas essa foi uma escolha de que não abro mão. Helena, como a
de Tróia, a humana capaz de derrubar exércitos formados por Deuses’.
A
família Ferrieri ainda era composta por mais um integrante: George, nunca
pensaram em trocar o nome do filho. Ele era a ligação com o antigo Neal e com
NY. E ainda havia o fiel amigo da família, agora chamado de Tommy. Claro que
Mozz continuaria com eles. Já era duro ficar sem Peter, ao menos Mozz era
aquele amigo para a vida toda.
A
rotina em Marselha era boa. Tinha algumas das coisas as quais Neal, agora ‘Bernard’,
mais valorizava na vida. Tinha tranquilidade para fazer o que bem entendesse,
não se preocupava com dinheiro, sua família estava em segurança e não tinha
nenhum aborrecimento ou compromisso durante seus dias. Podia exercitar seu lado
artista a vontade. Foi ótimo passar meses e meses sem nenhuma ocupação...agora
começava a encher o saco.
Bernard
deixou a água do mar lembrando a si mesmo o quanto era ruim estar preso, usar
uma tornozeleira eletrônica ou cumprir horário no FBI tentando resolver crimes.
É, New York tinha seus problemas, mas, quando entrou na cozinha de casa para
tomar café da manhã, a primeira coisa que fez foi pegar o tablet para ler a
versão digital do The New York Times.
Fazia
isso desde a manhã seguinte a que chegaram na praia. E naquele dia, ao
‘folhear’ as páginas digitais, ficou sabendo que a história oficial da morte de
Harabo era bem diferente da real.
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Terminou
de forma trágica a caçada que as agências internacionais FBI e MI5 faziam para
encontrar o assassino e traficando Joseph Harabo. A polícia acredita que Harabo
tentava sequestrar pela segunda vez e matar a também condenada Rachel Turner.
Ela atualmente cumpria a pena em regime de trabalho no FBI. O diretor de
operações da MI5 Edbert Shepherd declarou ter atirado contra Harabo para evitar que ele
cometesse mais crimes. Ele foi afastado do cargo. Segundo agente Peter Burke, o
FBI segue investigando o ocorrido que além da morte de Harabo, resultou na fuga
de Rachel Turner e de seu marido, o conhecido ladrão e falsificador Neal
Caffrey. Ele não tem dívidas com a lei, mas é procurado por facilitar a fuga da
esposa. O FBI não tem pistas do paradeiro de Rachel e Caffrey.
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Agora,
cerca de 8 meses depois da fuga, sabiam que Shepherd tinha se aposentado da MI5, mas não
sofreu nenhuma outra punição. Rachel ainda se perguntava o porque dele ter
assumido aquele assassinato. Não importava. Eles eram felizes ali.
-
Bom dia, de novo. – Disse ao ver a sua ‘Helena’ entrando na cozinha.
-
Bom dia, amor. O mar estava bom?
-
Ótimo. George está acordado? Depois quero levá-lo. Está na hora dele aprender a
nadar.
-
Cuidado! Por favor! – Ela se desesperou.
-
Claro, amor! – Ele riu e a abraçou. – Ele está crescendo e mora no litoral. Tem
que saber nadar. Confia em mim! Nunca deixaria ele se afogar.
- Eu
confio. – Ela respondeu.
-
Está arrumada. Vai sair?
-
Vou ao centro fazer algumas compras. Podíamos pegar um cinema a noite. O que
acha?
-
Pode ser. Talvez. – Ele não parecia muito interessado. – Não me diga que quer
assistir 50 tons de cinza?
-
Não! – Ela riu. – Quem tem Neal Caffrey não precisa de Christian Grey! Você
escolhe nosso programa noturno. – Depois de um beijo ela despediu-se e saiu.
A
aula de natação ainda teria de esperar porque George estava dormindo. O melhor
foi então ficar relaxando na sacada de casa. Logo ‘Tommy’ chegaria e eles
poderiam conversar, jogar...a vida estava realmente tranquila.
Em
NY, Ell sentia na pele a agonia de Peter. Oito meses sem notícias de Neal. A
não ser pelos cartões de aniversário e Natal que ele enviava. Não se conformava!
Assim que as investigações terminaram oficialmente, Peter iniciou suas próprias
teorias. Ele não os esqueceu, nem colocou fim naquela amizade.
- A
vida deles é aqui, Ell.
-
Se voltarem Rachel será presa. Mesmo com Shepherd assumindo o assassinato, ela fugiu e o
acordo com o FBI não existe mais. Neal nunca voltará nesses termos. É melhor
deixá-los ser felizes em algum lugar do mundo. E nós sermos felizes aqui, com a
nossa família. – Eles vinham tentando engravidar, mas ainda não tinham
conseguido. – Cuidar de Sophia, ter o nosso bebê e seguir com a vida, Peter.
-
Não acabou, Ell. Ele continua mandando cartões. Ele queria estar aqui.
-
Você não vai esquecer, não é? – Era uma pergunta retórica e Ell já a respondeu.
– Então encontre-os! Mas também encontre um meio legal pra eles voltarem. Por
que se Neal sentir que Rachel será presa, nunca deixará que os encontre.
Peter
seguiu o conselho. E começou montando sua equipe de buscas. Diana foi a
primeira a quem chamou. Mas não bastava. Então lembrou-se que a Divisão de
Colarinho Branco agora contava com a colaboração definitiva do agente da MI5 Henrique Bezhani. Ele ocupava a vaga de Jones na
equipe e era de total confiança. Com a aposentadoria de Shepherd e o
relacionamento com Sara tornando-se mais sério, Henrique resolveu ficar nos EUA
e era de grande contribuição à equipe em investigações internacionais. Também
seria de confiança no trabalho extra que Peter tinha em mente. Isso incluiu
Sara na busca.
- É
bom contar com vocês. – Agradeceu a presença deles em sua casa em pleno sábado.
– Vocês estão se arriscando e não serão pagos. Estamos aqui para traçar uma
estratégia para encontrar Neal, Rachel, Mozz e George.
- Eu
ajudo. – Henrique já avisou. – Desde que Rachel não seja presa.
- É
claro, Henrique. Mas um problema de cada vez. Nosso foco agora é encontrá-los.
Depois precisaremos achar uma brecha para incluir Rachel na equipe novamente.
Com ela fugitiva, Stone nem aceita tocar no assunto, mas, se voltar, sei que
temos chance. Ela nos ajudou muito e ele gosta de Rachel.
- E
você tem alguma ideia de para onde eles podem ter ido, Peter? – Sara questionou.
– Como vamos adivinhar isso?
- Eu
tenho uma teoria.
-
Então nos conte chefe! – Diana afirmou.
- Acompanhem
o meu raciocínio. – Peter disse abrindo um imenso mata sobre a mesa. – Quais os
países onde Rachel morou por mais tempo além dos EUA?
-
Inglaterra, Holanda e França. – Henrique respondeu.
- E
de qual ela mais afirma sentir falta?
-
França, sem dúvida. – O agente tornou a responder. – Mas isso não a faria
retornar para lá.
-
Espere. – Respondeu Peter antes de continuar. – Neal fugiu para muitos lugares.
Mas existe um que ele tinha vontade de retornar. Justamente a França. E se isso
já não bastasse, só o vinho francês já seria de grande atração para Mozz.
-
Ok, você acha que é França, mas isso é muito irreal Peter! Neal não seria obvio
de a Paris! – Sara disse.
- Eu
ainda não acabei. Quando Neal e Mozz fugiram pela primeira vez, para onde foram?
-
Cabo Verde. – Diana respondeu.
-
Exato! Litoral. E quando Rachel fugiu dos EUA, para onde foi?
-
Para uma praia grega! – Tudo começava a fazer sentido para Diana.
- E
para onde Rachel dizia que levaria George, caso pudesse?
-
Para uma praia...porque George adorava o mar desde bebê. – Diana estava
encantada com a raciocínio louco, mas bem elaborado, de Peter. – Você acha que
eles estão em uma praia do litoral francês.
- É
uma aposta, mas é a única que tenho. É por aí que vamos começar a investigar.
Estão comigo?
-
SIM! – Todos responderam.
- Ótimo!
Vamos começar pelos suspeitos habituais. June, Nicolle e Henry! Vamos conversar
com eles.
A
cidade de Marselha tinha alguns atrativos. Estava longe de ser repleta de arte
e lugares elegantes como Paris, mas atraía muitos turistas pela curiosa
capacidade de unir a tranquilidade litorânea e a agitação do centro. Muitas
lojinhas, bares e restaurantes tentavam afastas os visitantes do mar na alta
temporada e ofereciam entretenimento quando o inverno chegava. A noite também
era bem badalada. Definitivamente, Rachel gostava de Marselha. Ela e Neal
tiveram 8 meses muito bons. Precisava reconhecer, no entanto, que aquela rotina
de praia e sandália rasteira não era seu sonho de vida eterna.
-
Senhora Helena! O que vai levar hoje? – Um feirante a cumprimentou. – Tenho os
morangos que tanto gosta.
-
Separe, por favor. Na volta eu os pego. Vou comprar os doces de meu filho.
-
Menino George está sempre com senhora. Não veio hoje?
-
Não! Bernard o levou no mar para aprender a nadar! Veja só!
-
Sr. Bernard adora o menino!
-
Sim, é verdade. Meu marido é um ótimo pai. – E era gostoso pode dizer isso a
todos. – Agora preciso ir. Tenha um bom dia.
-
Tenha um bom dia Srª! – Respondeu o simpático vendedor.
As
compras eram, na verdade, muito mais um passatempo do que uma necessidade.
Entrou na loja de roupas e comprou uma lingerie mesmo tendo gavetas cheias,
depois passou na loja de bebidas e escolheu dois vinhos. Isso era algo que
nunca tinham o bastante. Por fim, passou no banco e, discretamente, fez uso de
um cartão sem o nome de Helena Ferrieri.
Tratava-se daquela antiga conta pela qual mantinha contato com Henry. Assim como
ela depositou lá todo seu dinheiro quando precisou escapar de FBI, agora ele
colocava ali quantias generosas o bastante para manter-se bem e, discretas o
suficiente para não chamar a atenção. Com um nome sem nenhuma ligação com
Rachel Turner e feitos por alguém que movimentava altas quantias em sua
empresa, os depósitos jamais chamariam a atenção da polícia. Era seguro e a
mantinha tranquila financeiramente.
Neal
e Mozz também tinham suas reservas e, como ele dizia, sempre havia meios para
conseguir mais dinheiro. Aquele Picasso roubado por Alex, por exemplo, estava
muito bem guardado. E poderiam vender no mercado negro. Ela, no entanto, nunca
realmente precisara roubar. Só o fez quando quis. A motivação estava no desafio
e na vontade de ter o diamante para si. Não no valor dele. Ainda hoje,
perguntava-se aonde aquela pedra estava.
Logo
que se instalaram na praia, essa curiosidade voltou a atormentá-la. Não por
nenhum desejo de possuir a pedra. Mas a curiosidade era grande. Mozz havia
colocado no avião tudo que estava nos esconderijos dele e de Neal. Quando foram
abrir as caixas, ela encontrou coisas que eram suas e já não se lembrava.
-
Seu computador e as roupas que estavam na mala de quando veio da Grécia. Henry
me entregou e eu escondi em local seguro. Achei melhor proteger do Peter. Nem
lembrava mais. – Neal esclareceu.
-
Protegeu bem mais do que um computador, Neal. Não faz ideia!
-
Por que diz isso?
Neal
e Mozz não entenderam nada à época e a olharam como se ela estivesse apenas
sendo saudosista do tempo que viveu sozinha na Grécia. Mas não era nada disso.
E ela mostrou. Com a ajuda de uma faca, afastou as duas partes que formavam a
tela do notebook. E de lá tirou algumas folhas de papel que conhecia desde a
infância, mas não via nem pensava sobre elas há muito tempo.
-
São os estudos de John para encontrar o diamante. Apesar de não pretender ir
atrás dele mais, nunca me desfiz.
-
São as indicações que você foi buscar aquele dia no apartamento? – Mozz estava
encantado. – E não deu falta depois de tudo que aconteceu?
-
Não pensei mais nelas. Achei que era o destino garantindo que eu não mexeria
mais nessa história.
As
anotações foram guardada e nunca mais tocaram no assunto nesses meses. Mas
aquele era apenas um dos assuntos do passado que ficou mal explicado em suas
vidas. Ela, Neal e Mozz tinham passados cheios de mistérios. Tão cheios que
tinham medo de revirar.
Neal
e Mozz conversaram bastante durante a manhã. Como sempre, Mozz tinha um talento
para ver por baixo do que Neal desejava mostrar. Ele enxergava claramente que,
apesar de viverem a vida perfeita, o casal sentia falta de algo. E ele mesmo,
também já estava cansando da vida pacata de Tommy.
-
New York e seu movimento infinito nos deixaram mal acostumados. – Concluíram.
- É!
Mas não posso voltar. Helena é uma historiadora livre e feliz aqui, Rachel é
uma assassina procurada em NY. Jamais a obrigaria a voltar. – Neal disse ao
amigo. – Você pode.
-
Não vou sem vocês. E você não conseguiria obrigar Rachel nem que quisesse, Neal.
Mas será realmente que ela não quer. Sinto que Rachel está tão entediada quanto
nós.
- Combinamos
de não abrir exceções...salvo duas. Eu mandei cartões de natal e aniversário
para o Peter. E ela mantém algum contato com Henry. Mas é só!
-
Bom, se vamos confessar...
- O
que você fez, Mozz? – Havia medo na voz de Neal.
-
Enviei um brinquedo para Sophia e outro para Teddy. Cortesia do tio Mozz! – Ele
parecia uma criança! – Não se preocupe. Não tem como rastrear.
-
Devia arranjar um emprego no orfanato local se sente tanta falta assim das
crianças! – Era um piada, mas era bem capaz de Mozz fazer isso mesmo. - Você
também sente falta.
-
Muito, Neal. Muito. Mas é o que somos. É o que fazemos. Eu, você e Rachel somos
criminosos. E estamos prestes a voltar ao crime. Portanto, voltar a ser
amiguinhos dos engravatados está fora de cogitação!
-
Eu não arriscar roubar nada ainda! Temos dinheiro!
-
Mas não temos pra fazer, Neal! É entediante! Eu vou enlouquecer se não tiver
uma ocupação. Você também está louco para arrombar um cofre! Não negue!
-
Não vou arriscar...por mais que queira. – E queria. - Se formos pegos, as
consequências serão graves. Preciso pensar em George.
- E
se apenas voltássemos a procurar algo que sua mulher diz pertencer a família
dela e...está perdida há séculos. Ninguém a tem...ninguém dará queixa na
polícia. – Mozz referia-se ao diamante.
-
Vou levar George para nadar...venha almoçar com a gente. Conversamos com Rachel
sobre isso. Não vou decidir algo assim escondido dela.
George mostrou-se um ótimo aluno de natação. Sem medo
nenhum das ondas, o garotinho de 1 ano e 8 meses já dava as primeiras braçadas
com confiança. Era bom. Assim não tinha perigo de se afogar caso entrasse na
água sozinho por algum descuido dos adultos. Não que pretendessem tirar os
olhos dele.
- Papai está te ensinando, mas você só pode entrar na água
com o papai, a mamãe ou o tio Tommy. Entendeu?
- Sim, papai.
Ao longe pode ver Rachel acenando e chamando-os. Não pode
deixar de rir ao perceber que a pele dela continuava tão clara quanto meses
atrás. Ela fugia do sol. E mesmo quando ficava sob ele, não se bronzeava.
- Ótimo. Vamos ver se a mamãe preparou o almoço ou vamos
comer fora? Vamos? O que quer comer?
George não respondeu nada e saiu correndo pela areia à sua
frente. Estava perfeitamente adaptado à praia. Se ficassem ali, não estanharia
de logo estar surfando nas ondas. Mas será que ficariam? Logo depois de
almoçarem, Mozz expôs seu pensamento. Estava cansado de andar na lei e percebia
neles a mesma inquietação.
- Temos essas indicações do seu pai, Rachel! A pedra está
em algum lugar do mundo! Porque não procuraríamos?
- Esse diamante só me levou a cometer crimes, Mozz! Só
trouxe problemas. E a verdade é que nunca cheguei nem perto dele!
- Ninguém mais o procura. Não seria roubar...é quase como
uma caça ao tesouro!
- E se isso de alguma forma ajudar o FBI a chegar até nós?
Duvido que pararam! – Neal lembrou. – Temos George! Se formos presos ele ficará
sem ninguém!
- Isso não acontecerá! – Mozz argumentou. – Peter só pegou
você, Neal, porque estava com a cabeça em Kate. E apenas a prendeu, Rachel,
porque você estava com a cabeça em Neal! Juntos, vocês são imbatíveis, são os
melhores! E com a minha colaboração, não tem pra ninguém!
Os três desejavam aquilo. Mas não decidiram nada por
enquanto.
- Vamos pensar! – Rachel decidiu deixar o tempo passar.
- É. Se fizermos
será direito, com calma. Pra nada dar errado. – Neal concordou.
- Isso! – Mozz já comemorava.
Eles não passaram aquela tarde juntos. Cada um precisava
pensar. Enquanto Rachel levou George para brincar na praça junto com Margô, uma
garotinha de dois anos filha de um casal vizinho, Neal ficou em casa pintando
um quadro. Era o que gostava de fazer quando precisava pensar e relaxar. Tinham
algumas interrogações na cabeça, era verdade. Mas uma certeza estava garantida:
havia casado com a mulher certa. Então resolveu cuidar daquele casamento.
Estavam precisando de um tempo só para os dois.
Quando Rachel chegou da praia encontrou um bilhete sobre a
mesa. Nele, Neal avisava que logo Mozz chegaria para ficar com George e ele a
aguardaria, às 9hs, no clube do centro da cidade.
Neal chegou cedo no lugar marcado e a esperou bebendo no bar.
Uma das coisas que mais gostava naquela praia, é a vida noturna. Nem tudo era
praia, areia e cerveja ao sol. Aquele clube era ótimo e eles vinham com a
frequência que uma criança de 1 ano e 8 meses permitia.
Rachel chegou ao lugar alguns minutos depois da
hora marcada. Era sábado e estava lotado. Perguntava-se porque Neal decidiu tão
repentinamente vir ali e qual a razão de não chegarem juntos. Enfim, ficou
andando pelo lugar tentando encontrar o marido. Seu celular não atendia.
Sentiu
seu perfume antes de realmente vê-lo. Depois, percebeu sua presença. E, por
fim, ouviu sua voz. Mas foi diferente, bem diferente do que imaginou.
-
Posso dizer com tranquilidade que você é a mulher mais bela desse salão. Pena
que não sei seu nome.
-
Helena. – Se ele queria brincar, iria ver onde aquilo os levaria. – E você,
cavalheiro?
-
Bernard. É um prazer conhecê-la, Helena. – Em um cena antiquada e charmosa,
pegou sua mão e nela depositou um delicado beijo. – Me concede uma dança?
Rachel
não sabia se ria ou aceitava o jogo de Neal. Ele tentava conquistá-la
novamente? Iria dificultar um pouco.
-
Sinto muito Bernard, mas você tem um defeito grave. – Quando ele fez cara de
espanto ela esclareceu. – Na sua mão esquerda, a aliança. Você é casado.
-
É, você me pegou. Eu sou casado sim.
-
Uma pena, realmente. Homens como você deveriam ser solteiros.
-
Homens como eu? – Neal ria. – Deveriam se manter solteiros?
-
Sim. Lindo, gostoso e com cara de perigoso. É o tipo de homem que toda mulher
quer.
-
É, eu me mantive solteiro por muito tempo. Mas aí apareceu uma ruiva e me
derrubou por completo. Foi nocaute. Não tive nem chance!
-
Essa ruivas são mesmo terríveis, diabólicas. – Rachel lhe deu um rápido selinho
e saiu lhe dando as costas. – Então me desculpe Srº Bernard, mas vou ter de
procurar outro par e...
Ele
a interrompeu e puxou para seus braços.
-
Experimenta dançar com outro e verá quem é diabólico! – Sussurrou em seu
ouvido. – Vamos pra pista. Essa noite você é só minha.
Eles
dançaram, beberam e trocaram carícias a noite toda. Até que resolveram ir
embora quando o relógio marcava 4h15min da madrugada. Não estavam bêbados de
cair, mas bem altos. E não tinham vontade ir pra casa. Hotel? Motel?
Bom...havia uma alternativa melhor. A praia. E foram. Tiraram os sapatos e
caminharam até uma parte mais afastada. Apenas para poder se atirar na areia e
fingir que ali estavam a salvo de qualquer olhar indiscreto. Neal apenas fingiu
surpresa quando viu Rachel tirar toda a roupa. Quando a trouxe ali, sabia
exatamente como terminaria. Só esperava que a água não estivesse tão gelada,
nem eles muito tontos.
-
Quero nadar! – Dizia ela enquanto tentava tirar as roupas dele já completamente
nua.
-
As 6h da você acha cedo, mas as 4h gosta?
-
Será que está gelado?
-
Eu te esquento. - Era uma promessa e tanto.
Eles
surpreenderam-se a encontrar a água morna. Nem de longe alguém poderia
reclamar. Entraram saltando as ondas e percebendo a maré alta, porém calma.
Caminharam até que a água batia na cintura de ambos.
Estavam
na escuridão completa. A única claridade era a das estrelas. Beijavam-se e
aproveitavam o banho de mar na praia
onde ninguém vinha a noite. Ele a beijava e acariciava seus lábios enquanto
sentia as mãos dela puxarem seus cabelos. Logo resolveu dar atenção aos belos e
fartos seios e a ergueu. Rachel não precisava de um convite mais explicito para
passar as pernas ao redor de sua cintura e abraçá-lo intimamente.
-
Já está bem animadinho, querido! – Ela disse entre gemidos.
-
Não me provoque!
-
Desculpe. É minha especialidade. – Rachel começou a esfregar o quadril nele,
sentindo-o cada vez mais duro. Podia muito bem encaixar-se nele, mas preferia
esperar que Neal reconhecesse que não conseguia mais esperar. – Vem! Eu quero
aqui mesmo. Vem!
-
Droga! Eu queria te levar pra casa! E te amar na nossa cama! Olha onde paramos.
-
Isso você faz todos os dias, amor. Hoje você me cantou no bar e veio me comer
na praia. Adorei a inovação! AAAAA VEM!
Quando
finalmente sentiu-o dentro de si, parecia que ele estava ainda mais quente,
estava fervendo dentro dela. Sem muita força para fazer mais do que segurá-la,
Neal sentia sua esposa fazer o resto do trabalho. E ela fez com perfeição.
Entrava completamente nela. Os movimentos dos quadris eram rápidos e fortes,
contrastando com as ondas que os atingiam, calmas feito marolas.
Sem
muitos avisos ou gritos, ela gozou enquanto arranhava suas costas com as unhas
e sentia o jato despejado bem fundo dentro dela. Mordeu o mais forte que pode o
ombro dele. Ficaria a marca. Neal nem reclamou. Já estava acostumado com as
mordidas que ela lhe deixava.
-
Uau! Essa foda foi boa, Bernard! –
Disse quando ele a carregou até a arreia e eles despencaram sobre ela.
-
Não sente vergonha, Helena? Acabou de
conhecer, eu, um homem casado, e já me deixa tê-la, assim, na arreia da praia?
-
Eu invejo a sua mulher, invejo mesmo essa diaba ruiva. – Ainda brincou Rachel
antes de se deitar no peito de Neal e dormir.
Não
dormiram muito naquela madrugada. Nem duas horas se passaram e Neal já teve de
acordar Rachel. Estavam na praia, enlaçados e completamente nus. Não queriam
ser presos, não por esse motivo, pelo menos.
Mesmo
depois de se vestirem, não deixaram a areia. Ficaram ali, vendo o sol nascer,
entre beijos e carícias. Era um cartão postal para nunca esquecerem, caso um
dia deixassem Marselha. E essa era uma possibilidade real. Ambos queriam ir
atrás do diamante.
-
Tenho saudade dos seus cabelos ruivos. – Ele disse calmamente, cheirando os
fios negros.
-
Quer a diaba ruiva de volta?
-
Eu nunca deixei de tê-la. – Na essência ela jamais deixou de ter cabelos
vermelhos. - Mas ia adorar ter seu cabelo natural de volta.
-
E quer NY de volta também? – Essa era a grande questão.
-
Eu amo New York, Rachel, mas eu posso ser feliz em qualquer lugar do mundo. Com
ou sem busca ao diamante. Tenho você, tenho George, Mozz...e ainda espero que
você decida aumentar nossa família. Pra mim, já está na hora. – Quase que sem
pensar, as mãos de ambos foram ligadas sobre o ventre dela.
-
Você quer que eu engravide novamente?
-
Já faz tempo que perdemos Lis. Fisicamente você está recuperada e pronta para
ser mãe novamente.
-
Eu não sei se eu estou pronta. E se der errado? Eu não quero passar por aquilo
novamente. Não quero! Doeu demais. Ainda dói...
-
Shiiii...calma. Não temos que engravidar agora. É só se quiser, só quando se
sentir pronta.
Naquela
manhã, em NY, um entregador surpreendeu os Burke. Era uma encomenda para
Sophia. Estavam tomando café da manhã e realmente desconfiaram ao abrir a
caixa. Segundo o entregador, uma compra feita pela internet. O cartão assinado
digitalmente dizia: De ‘Tio Mozz’.
-
Pai! É uma boneca! O tio Mozz me enviou uma boneca! – O presente fez a alegria
da menina.
-
Que linda filha. Vamos brincar com ela? – Ell estava emocionada.
-
Mamãe? O Tio Mozz nunca mais vai vir brincar comigo?
-
Eu não sei, filha. Não sei. – Foi a resposta de Ell.
-
Vai sim, Sophia! Você ainda vai encontrar com o tio Mozz, com Neal e Rachel, e
brincar com George. Papai promete! – Peter estava bem mais decidido.
Quando
Neal e Rachel voltaram para casa já com sol alto e caminhando de mãos dadas,
tinham uma decisão tomada: iam seguir com a vida, buscando o que os faria
feliz. Preocupando-se com um problema de cada vez. Os do passado e os do
presente
-
Você já me disse que não faz diferença, mas...você acha que era verdade aquilo
que Harabo falou? – Neal puxou o assunto pouco comentado por Rachel naqueles
meses.
-
Acho que sim. John não é o tipo de homem que não investigaria o passado da criança
que encontrou. Ele descobriu algo muito ruim e resolveu esconder. Sejam quem fossem,
aqueles que morreram no acidente, não eram os meus pais.
-
E você não tem curiosidade para saber quem são e onde estão os seus pais de
verdade? – Isso era estranho para Neal. – Eu queria, muito, saber onde está
minha mãe. E até o meu pai, mesmo ele só tendo me criado problemas na vida.
Você não os quer?
-
Quero...mas eu tenho medo do que eu vou encontrar. Quem são? De que
nacionalidade? Será que me quiseram? Eu não sei nada, Neal. Nada!
-
Nós podemos procurar, investigar. Eu, você e Mozz... tem muita história aí!
-
E será que a gente quer mexer nisso? – Rachel realmente não sabia o que dizer,
o que fazer. – Um problema de cada vez Neal. Você é a minha família. Eu te amo!
Meus pais e os seus pais...não sei se um dia vamos encontrá-los. Mas a gente
vai estar aqui. Criando nossos filhos, praticando um crime ou outro, talvez,
mas juntos. Aliados para o que aparecer!
-
Parceiros para o que aparecer. Eu também te amo! – Ele respondeu
enamoradamente.
Não
tinham pressa nenhuma. Poderiam procurar ou não pelo diamante, poderiam
aumentar a família, poderiam deixar a França, ir atrás de suas histórias e suas
famílias. Juntos. Sempre juntos. Isso não mudaria.
AVISO: já tínhamos avisado que ainda teria um cap extra né??? Ele vem no domingo que vem. MASSS.... acho que ficou bem claro que esse casal ainda tem muita história. Então temos a alegria de dizer que haverá uma segunda temporada. Semana que vem explico melhor. Bjsss
Estou em êxtase de alegria pq vc vão continuar a história,com uma segunda temporada eu amo essa história e ainda tem muito o que contar desse trio parada dura,e a povo de Nova Iorque,amei o cap,tadinho do Mozzi gente esta entediado já,doido pra aprontar,e eu gostei que o Peter que eles de volta e vai arrumar um jeito de trazer eles,mas tudo como era antes aiiii estou dando urticária de ansiedade pra ver o que nisso vai dar,bj gatinha continua fã de vcs
ResponderExcluir:) :) :) Eu estava louca pra dar essa notícia. No find farei o cap extra (acho q deixei uma falha e quero corrigir), depois uma breve pausa para descansar a mente e voltamos com tudo! Nós...e o Mozz kkkkk Ele não aguenta ser honesto por muito tempo kkk. Como o Neal diz, ele é uma criança inconsequente! Só não garanto que esteja tudoooo igual em NY quando voltarem...planejo algumas mudanças. ;) bjsss
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