Da
sala Rachel observava Henrique e Sara na porta. Parece que realmente estavam
namorando. Mesmo assim sentiu raiva. Não queria ver a Barbie anoréxica agora,
não queria olhar para ela linda na frente de Neal enquanto se sentia a mais
feia de todas as mulheres. Tinha medo que Neal deixá-la , arrependido de não
ter voltado para Sara. Era só ele querer porque Sara, namorando ou não, ainda o
cobiçava. Porque Henrique tinha que trazê-la? Sentiu raiva. Queria expulsá-la
dali. Mas viu Neal educadamente convidá-los para entrar.
- Nós estamos esperando Ell, Peter e Sophia
para irmos ao parque. – Neal disse já avisando que seria uma visita curta.
-
Parque? Mas a Rachel pode caminhar na rua? – Henrique falava com Neal, mas logo
olhou para Rachel e viu que ela os observava com uma expressão ruim no rosto.
Ele aproximou-se. – Você está bem, Rachel? Sente-se bem para sair?
- Sim. Não sou uma inválida. – Rachel
respondeu ao amigo, mas manteve os olhos em Neal
e Sara que permaneciam à porta. – Estou me recuperando aos poucos, mas estou
bem e posso sair.
O
clima ficou ruim. Rachel se segurava para não ser grosseira com Sara. E a
visitante não sabia como agir. Foi Henrique quem contou para Sara o que houve com
Rachel. Sua primeira preocupação foi com Neal, claro. Ela sequer conseguia se
imaginar no lugar da rival naquele momento. Já havia ficado sabendo de mulheres
que perderam seus bebês, algumas amigas sofreram abortos, mas nunca com a
gravidez tão avançada. Impossível não se solidarizar.
O
primeiro instinto foi de ir até o hospital e fazer uma visita. Se Rachel não
quisesse lhe receber, conversaria com Neal e ao menos deixaria claro que podia
contar com ela. Mas Henrique a convenceu de que não era a melhor hora. Disse
que Neal estava focado em Rachel e segurando o próprio sofrimento, então não teria
cabeça para recebê-la. Então esperou e assim que soube da alta de Rachel, resolveu
que iriam visitá-los. Agora lá estava ela encarando Neal enquanto Rachel a analisava
de longe. O próprio Neal era só constrangimento enquanto Henrique tentava
aliviar a tensão.
Quando
finalmente Sara ia sair da porta e falar alguma coisa, passos na escada foram ouvidos.
Era Peter. E Neal respirou aliviado por poder encerrar aquela visita inesperada
rapidamente.
- Visita! – Peter disse ao entrar. Ele estava
animado. – Oi Henrique. Sara! Há quanto tempo?! Olá Neal, Rachel...oi George.
Que bom que está acordado. A Ell está esperando com a Sophia no carro. Ela está
ansiosa para brincar no parque com o ‘baby Neal’.
- Que nem é mais um bebê. Chega a ser assustador, ele é uma cópia sua
em miniatura. - Sara falava isso enquanto via Rachel vindo da sala até a porta.
-
Sim, ele é uma cópia do Neal. Tal pai, tal filho. – Rachel disse se
aproximando. – Mas ele tem mãe. Por mais que você deseje o contrário, eu estou
viva.
Todos
estranharam a agressividade de Rachel. Dessa vez, não podia reclamar de Sara
fazer provocações. Ela é que estava sensível e carente, talvez, precisando
descarregar seu ódio em alguém.
-
Rachel, fico feliz que tenha sobrevivido. Seria muito difícil para Neal criar
George sem a mãe. - Sara tentava amenizar a situação.
-
Falsa! – Gritou Rachel. - Seria muito propício se eu tivesse morrido. Aí você
poderia assumir meu lugar ao lado de Neal e como mãe do George. Você queria que
tivesse morrido junto minha filha!
-
Rachel não... – Neal tentou interferir.
-
Isso é mentira! – Sara se exaltou. – Eu sinto pela morte da sua filha. Nunca te
desejei
nenhum
mal.
-
Descarada! Sei muito bem que esse era seu maior desejo, sei que você quer o
Neal de volta! – Sem ver nada além de Sara, Rachel avançou e só parou quando sentiu
sua mão estalar no rosto dela.
Neal,
Peter e Henrique olhavam a cena sem acreditar no que viam e ouviam. Nem Sara acreditava. Ficou em choque e não
sabia o que dizer. Tinha ido ali somente para dar apoio ao casal que estava
passando por um momento difícil da perda de sua filha. Ela não entendia aquela
atitude da Rachel, pensava que aquela mulher devia ter enlouquecido
definitivamente para aprontar um escândalo daqueles, sem motivo, e na frente de
um bebê tão pequeno. Recompôs-se rapidamente e ficou pronta para revidar. Não
iria aguentar aquilo tudo calada.
-
Louca! Demente! – Sara gritou e se preparou para revidar o tapa quando viu
Henrique e Neal se pondo diante dela e de Rachel para tentar acabar com aquela
discussão. Neal segurava Rachel enquanto Henrique impedia Sara de avançar. Mas nenhuma
das duas disposta a dar aquela discussão por encerrada.
- Vadia! – Rachel gritou.
-
Vai se tratar! - Sara revidou. E não me chame assim!
-
Estou morrendo de medo! É vadia sim! Se oferece pra ele na minha cara!
-
Rachel! Pare! – Henrique disse. – Sara e eu estamos namorando! Ela não veio
atrás do Neal.
-
Então apague o fogo dela! Porque não foi me fazer uma visita de cortesia o que
ela veio
fazer aqui. E sim se oferecer pro meu Neal! – Ela tentava se soltar e exigia
muito esforço de Neal para segurá-la sem apertá-la na barriga.
-
Rachel! Olhe pra mim! – Ele virou-a. – Eu e Sara não temos nem teremos nada.
Ela e Henrique
estão namorando. Eles vão embora agora. Peter vai acompanhá-los enquanto nós
conversamos.
-
OK...ok. - Ela começava a respirar e a se acalmar. Sabia que estava
descontrolada demais.
-
Ótimo! – Neal apenas a abraçava. Não ia condená-la agora. Ela tinha razões para
não estar controlada. Exigir sensatez de uma mulher como Rachel, no auge do
luto, era demais. Depois pediria desculpas para Sara e Henrique. Depois, agora
cuidaria de sua mulher.
-
Peter, por favor, espera lá embaixo com Ell e Sophia. Uns 10 minutos e nós
estaremos prontos para ir caminhar no parque.
Quando
ficaram sozinhos, a emoção tornou a extravasar. Dessa vez não em raiva, mas em arrependimento e lágrimas. Rachel
abraçou o próprio corpo e chorou sozinha. Não adiantou Neal se aproximar, só a
fez chorar ainda mais. Então ele a deixou desabafar.
Rachel
sabia que ele tinha todos os motivos para brigar e até abandoná-la. Neal era um
homem tranquilo e educado, raramente o ouvia gritar ou falar um palavrão. Era
um cavalheiro. Fiascos como aquele que protagonizou há alguns minutos o
deixavam chateado. Não tinha sequer desculpa, a não ser a revolta que tomava
seu coração.
-
Droga! – Ela tinha o rosto colado no peito dele e as lágrimas marcavam a
camisa. – Eu sou uma péssima noiva. Eu sei. Sou passional demais. Não sei como
você me aguenta! Adianta se eu pedir perdão e falar que te amo? – Duas brigas
em menos de 24 horas não era fácil.
-
Ajuda bastante. Mas eu sei que me ama. – Ele ergueu seu queixo e a beijou nos
lábios salgados pelas lágrimas que escorriam. – Chega de choro.
-
Não me deixa. – As lágrimas continuaram correndo em seu rosto.
-
Nunca. – Era uma promessa e tanto, mas Neal não tinha nenhuma insegurança em
fazê-la. - Porque fica me dizendo isso? Parece que espera o momento que vou
terminar nosso noivado.
-
Eu sei que...não sou o modelo de noiva ou de esposa.
-
É a mulher que eu amo. – Ele respondeu secando suas lágrimas.
Enquanto
isso, na calçada, Sara despejava em Peter toda sua raiva. Se ela realmente não
foi ali para brigar, agora afirmava que daria queixa contra Rachel por agressão.
E isso geraria grandes problemas a todos. Estava claro no acordo que mantinha
Rachel no FBI que ela não podia cometer nenhuma infração a lei.
-
Acalme-se, Sara. Ela está passando por uma fase complicada. – Henrique tentava
acalmá-la.
-
E por isso pode me agredir ?!??! É louca! Demente! Tem que passar a vida
enjaulada! Não sabe viver em sociedade, sem machucar ou sem matar! Nunca... –
Ela estava revoltada.
-
Para Sara! Não é assim. E você sabe. – Peter interferiu. – Rachel errou, mas
você não tinha nada o que fazer aqui hoje.
-
Eu vim prestar solidariedade ao Neal!
-
Então mostre sua solidariedade não devolvendo a noiva dele para a cadeia. –
Peter sabia falar duramente.
-
Está bem! – Ela saiu puxando Henrique pelo braço e batendo os saltos na calçada
plana
de NY.
Peter
entrou no carro e ficou esperando Neal e Rachel descer. Explicou calmamente a Ell
o que aconteceu e lhe disse que simplesmente não sabia o que fazer.
-
Estou assustado. Ela...ela está sem freio.
-
Dê-lhe tempo. – Foi a sugestão de Elizabeth.
Quase
meia hora depois, quando Neal, Rachel e George apareceram, a briga com Sara não
foi comentada. Parecia que era assunto antigo. Caminharam lentamente até o
parque. George caminhou um pouco
segurando nas mãos dos pais e depois pediu por colo. Neal o carregou pelo resto
do percurso e, quando chegaram, colou-o sentado na grama rodeado por brinquedos
e pela atenção de Sophia.
Rachel
e Elizabeth conversavam olhando os filhos. Todos se sentaram para aproveitar o sol
que esquentava mas não chegava a queimar. Sair para rua fez bem para Rachel.
Ela pode ver outras pessoas, sentir o vento no rosto, ouvir as risadas de
George e deixar os problemas um pouco de lado. Só recusou comer qualquer
guloseima porque precisava recuperar as curvas do corpo.
-
Como está sua recuperação? – Ell perguntou enquanto via Neal afagar as mãos
dela sobre
o colo. – Me parece bem.
-
Melhor e mais forte a cada dia. A volta pra casa me fez bem. – Ela acariciou o
noivo e o beijou. – Sou muito bem cuidada.
Quando
já estava há quase uma hora no parque, Neal e Peter foram correr um pouco. A pista
estava cheia e eles impuseram um ritmo que os fazia ultrapassar quem fazia um
trote lento. Ambos
estavam nervosos e desejando extravasar sentimentos ruins.
Só
que Peter estava apreensivo demais. Neal percebia isso no seu silêncio. Ele
estava irritado. Estava remoendo a ceda que presenciou no apartamento.
-
Vamos parar um pouco. – Neal gritou. – Antes que você tenha um infarto.
-
Não sou tão velho, Neal.
-
Ok...antes que eu tenha um infarto, então. – Quando o fôlego dos dois estava
melhor Neal voltou a falar. – Não se preocupe demais com escândalo que viu lá
em casa. Rachel é assim mesmo! Tudo com ela é nos extremos. Mas depois ela se
acalma.
-
Só que aí ela já fez a bobagem, Neal.
-
Dá um desconto pra ela. Está passando por uma fase complicada. Vai melhorar.
-
Será que vai? Ou vai se meter em um problema atrás da outro? Primeiro ela sumiu
sem a tornozeleira e nós a encontramos no cemitério, Neal. Agora agrediu a Sara!
Podia ser presa apenas por isso! Fala abertamente que vai matar o Harabo!
-
Ela tem motivos para tudo isso!
-
O juiz não vai aceitar essa justificativa quando ela estiver sendo julgada por
mais crimes, Neal. – Peter não entendia como só ele fia isso.
-
O que quer que eu faça? Ela precisa de tempo.
Peter
encarou Neal com seriedade e pediu que o ouvisse com atenção. Que não reagisse
sem pensar e que lembrasse que ele também desejava o bem de Rachel.
-
Fale logo, Peter! – Só pelos avisos já imaginava que não ia gostar da sugestão
de Peter.
-
Eu acho que, talvez...talvez você deva pensar que esse descontrole da Rachel é
muito exagerado
para ser tratado apenas com ‘tempo’, talvez só tempo não faça com que ela
supere a perda da filha como qualquer outra mulher. Ela é imprevisível demais,
Rachel tem instintos muito violentos, vingativos. Talvez precise de tratamento
psiquiátrico. - Ele disse tentando fazer Neal ver as coisas pelo seu ponto de
vista.
-
Não Peter, ela não está louca, só esta descontrolada pela perda que sofreu. Você
não sabe o que e perder um filho, é muito doloroso. Eu estou tentando ser forte
para ajudá-la. Há pouco mais de um ano ela estava sozinha dando à luz a George.
-
Neal... - Peter tentava fazer ele parar de falar, mas não adiantou.
-
Eu tive a chance de mudar tudo isso com essa nova criança, mas olha o que
aconteceu?! Ela foi tirada de nós da maneira mais cruel que existe e eu
novamente não estava lá Ela não quer ir ao psicólogo, psiquiatra ou nada assim.
Nada a convencerá a ir.
-
A lei pode obrigá-la.
-
O que... – Neal começava a entender a proposta de Peter e não gostava nada. –
Quer prendê-la?
-
Não! Não quero que ela volte para a cadeia. É justamente o contrário. Aqui,
dessa forma, ela vai acabar fazendo bobagem e sendo enjaulada para sempre. Eu
não quero isso!
-
Então quer o que?
-
Talvez...um tempo em tratamento psicológico em uma casa especializada e... – Se havia
uma forma agradável de dizer ele não conhecia.
-
Não! – A reação de Neal foi exatamente como Peter já imaginava. – Ela não é
louca! Não
vai pra nenhum manicômio prisional!
-
O nome é Instituto Psiquiátrico Forense. E eu não estou sugerindo isso! Mas ela
precisa de algum tratamento!
-
Ela precisa de amor, de carinho, da rotina dela de volta, de George, de
segurança familiar! Tudo que ela não precisa é ser trancafiada no meio de
loucos. Aí sim ela vai perder o controle.
-
E como você pretende dar tudo isso a ela? – Torcia para Neal conseguir, mas o
descontrole emocional de Rachel o assustava.
-
Vou lhe dar a vida de antes novamente. Falarei com Richard para liberá-la a
fazer exercícios físicos, você vai autorizá-la a trabalhar novamente e...vou
organizar nosso casamento. É
isso! Ela está com medo que eu a abandone. Depois de casados ela não terá razão
para temer Sara.
Peter
observou o amigo e torceu para ele estar certo. Neal merecia ser feliz. E
Rachel também. Apesar de tudo, da forma mais torta possível, o sistema havia
funcionado para eles. A intenção não era ressocializar e tornar os presos
melhores com as penas? Ele e Rachel não eram os mesmos criminosos de quando os
prendeu. Tinham se tornado pessoas e cidadãos melhores.
- Fale com Ell. Ela vai adorar ajudar no
casamento. – Disse antes de voltarem a correr.
O
assunto não voltou a ser comentado e Rachel sequer ficaria sabendo da
preocupação de Peter. Neal não pretendia contar e Peter já estava arrependido
da ideia. Isso porque Ell, naquela noite, o deixou terrivelmente claro que a
ideia dele era idiota e fria demais. Ela ficou realmente brava.
-
E se ela fizer algo de grave nesse tempo? E se matar? Está cega por vingança e
descontrolada. Avançou em Sara! – Peter se perguntava como os outros pareciam
não ver o perigo quem Rachel representava para si mesma.
-
Sara não devia ter aparecido lá. Claro que para Rachel iria soar como um
deboche. Meu amor, Rachel está muito frágil....eu mesmo não sei o que faria no
lugar dela.
-
Certamente você não ia sair fazendo ameaças de morte ou batendo em inimizades.
-
Será? – Ell discordava. – Se alguém ameaçar Sophia, Peter, eu não só sou capaz
de ameaçar de morte, como eu cumpro a ameaça sem pensar.
-
O que? – Por essa Peter não esperava.
-
Eu teria gana por vingança se alguém fizesse mal à Sophia. Você não?
-
Claro que sim! – Não conseguia nem pensar nessa hipótese. Era doloroso demais.
– Mas não podemos achar normal ela sair por ai agredindo as pessoas
verbalmente. Ell! E se ela matar!?!?! Vai presa o resto da vida! E como o Neal
ficará?!?!
-
Ele acredita que ela melhorará. Confie! – Ell abraçou o marido até ele se
acalmar. – Vai autorizar a volta dela ao FBI?
-
Por mim, ela retorna na segunda-feira mesmo. É ótimo tê-la na equipe. Neal quer
que ela
volte a malhar também.
-
Que ótimo! Vou me oferecer para ir junto! Estou precisando mesmo. - Não, não está. Mas será bom ela ter
companhia. – Peter lembrou de mais uma coisa. – E você irá ajudar Neal a
organizar o casamento deles. Nunca pensei que diria isso...mas Rachel Turner
tornou Neal Caffrey um homem melhor. Ele a defende de uma forma surpreendente.
-
Ele a ama! – Para Ell era simples assim.
Quando
a segunda-feira chegou Neal colocou em ação todos os seus planos. Foi difícil convencer
Richard, mas, com alguns argumentos, ele permitiu que Rachel fizesse atividades
físicas.
-
Sem exagerar no peso! E nada de abdominais ainda. – Foram algumas das
orientações.
Naquela
manhã Rachel foi a academia tendo a companhia de Neal. Caminhou enquanto ele
corria na esteira ao lado durante 30 minutos. E depois utilizou alguns dos
aparelhos. Ele controlava e as vezes diminuía a carga que ela colocava.
-
Menos peso! Comece com pouco.
-
Ok, papai Neal. – Ela retrucava, mas obedecia.
Ao
final ela já sorria mais. Parecia que a transpiração levava embora um pouco da ansiedade
e incertezas também. Sentia-se bem cuidando do corpo. A tarde foi para o FBI e por mais que a
autorização de Peter tenha sido para trabalho interno e atividades leves,
apenas estar ali integrada a equipe já lhe fazia um bem enorme. A semana seguiu
trazendo alguma rotina. Todos os dias malhou com afinco, as vezes mais de uma
vez por dia. Sentia-se feliz fazendo exercícios. O parceiro é que mudou. Na
terça foi Ell a aparecer na academia. Diana a acompanhou na quarta. Na quinta foi
Mozz. E ele não era muito afeito a exercícios físicos.
-
Eu terei sempre uma babá? – Comentou com ele enquanto pedalava.
-
Fizemos uma escala rigorosa. – Ele entregou. – Se puder evitar malhar nas
quintas pela
manhã agradeço...não faz muito meu estilo.
Ela
estava emocionava com isso. Era bom ter amigos. Nunca tinha tido tantos e tão dispostos
a ajudá-la. Antes era só Henry. Agora eram vários.
- É bom ter amigos. Muito bom. – Dizia quase
que para si mesma.
Mas
nada a preparou para ver quem seria o parceiro de malhação da sexta-feira.
Peter veio e se postou ao seu lado nos equipamentos. Cada um fez sua sequência
de exercícios enquanto conversavam sobre temas comuns, alguns casos do FBI,
Sophia, George, a vida cotidiana. Nada do que realmente precisavam esclarecer.
Até que Peter puxou a assunto que realmente interessava. E Rachel se mostrou
bem preparada para respondê-lo. Sabia que Peter viria tentar convencê-la a
esquecer Harabo.
-
Você pensa que eu estou louca, Peter. Mas não estou! Eu sei exatamente o que
estou fazendo. Vou pegar Harabo. – Disse ela.
-
Sabe Rachel, você e Neal me ensinaram muito, muito mesmo, nesses últimos anos.
Ensinaram a ver as coisas sobre mais de um ponto de vista antes de condenar
alguém. Por isso eu te peço: se coloque no meu lugar antes de fazer qualquer
coisa. Se você cometer algum crime, estará provando o quanto eu errei ao
confiar em você e Neal.
-
Tudo seria diferente se Harabo não tivesse aparecido. Ele não pode sair ileso
depois de matar a minha filha. – Rachel afirmou.
-
Não, não pode. Mas você voltará para a prisão se matá-lo. – Peter sabia que
dificilmente a convenceria, mas resolveu tentar. O FBI esta fazendo de tudo
para achar Harabo e para que ele pague pelo crime que cometeu. – Olha Rachel,
há alguns anos eu tive essa mesma conversa com o Neal. Ele queria a morte de
quem lhe tomou Kate e seria preso se fizesse isso. Não foi fácil. Ele estava
pronto para matar. Mas no último momento ele me ouviu. Escolheu a justiça e não
a vingança. Por favor, Rachel, mostre que você realmente sabe o que está
fazendo e ouça a razão. Não estrague a vida que conquistou ao lado Neal e a
família que vocês estão construindo juntos.
Rachel
entendia o que ele dizia. Mas o ódio era grande demais, era forte demais.
-
Peter, eu amo a minha família que Neal e eu construímos juntos, mas não sou o
Neal e não faço as mesmas escolhas que ele. Quando encontrar Harabo eu irei
fazê-lo pagar. – Com essa resposta ela confirmava que iria se vingar, iria
matar. A única chance do FBI era ser mais ágil que Rachel.
-
Ok. - Peter estava decidido a não desistir dela. Exatamente como não desistiu
de Neal. – Mas pense no que estará abrindo mão. Vai passar a vida sem Neal e
sem George, trancada em uma cela. Neal fez a escolha certa Rachel.
A
conversa mexeu com Rachel. Queria ver seu filho crescer, queria viver, queria
aproveitar a vida ao lado de Neal. Mas também queria que Harabo pagasse pelo
que fez. Pagasse por lhe tomar Lis. Só ser preso seria o bastante? Com essa
dúvida ela seguiu sua recuperação.
Estava
melhor a cada dia, mais forte. E com a agenda cheia de atividades. Além do trabalho
e dos exercícios físicos, estava organizando o aniversário de George junto com
Elizabeth. Começou achando que se tratava apenas da comemoração de um aninho,
mas, depois ficou sabendo que o dia seria ainda mais especial.
-
Vamos oficializar nossa união? O que acha? – Neal lhe propôs durante um
romântico
jantar.
– Não quero um noivado longo. E acho o 1 ano do nosso filho o momento perfeito.
- Você quer mesmo casar comigo? Depois de tudo
que aconteceu Neal?
- Claro! Isso tudo só me fez ver que te amo
cada dia mais, que amo o que construímos juntos, nossa família. Podemos nos
casar no mesmo dia da festa de aniversário de George?
-
Vamos! – Ela sorria. – Será que dá tempo de organizar?
-
Sim, a Ell ajudará. Será perfeito!
Assim
a organização continuou. Seriam dois momentos em separado. O parabéns de George
e a benção do Padre ao casal. Seriam dois casais de padrinhos: Peter e
Elizabeth,Mozzie
e Diana.
-
Tem que decidir a roupa que irá usar, Rachel. – Ell disse. – O Neal não tenho
dúvidas que
aparecerá usando traje muito elegante. Você vai querer um vestido tradicional?
-
Eu... – Não parecia muito apropriado usar branco no caso dela. – Acho que não.
Melhor algo bonito, mas que eu possa usar durante o aniversário também.
-
Ótimo! Tenho certeza de que vamos encontrar algo apropriado e lindo para a
ocasião.
Em
meio a organização, Rachel recebeu uma visita de Henrique. Ele veio vê-la e
chegou poucos minutos após Neal sair com Mozzie. Iriam comprar a aliança de
casamento e era uma surpresa para era. Rachel estava apenas com George em casa
quando ele bateu à porta. Inicialmente Henrique apenas pediu desculpas por ter
trazido Sara há alguns dias. Disse que não criar aquele mal estar entre sua
namorada e ela. Depois contou que ele e Sara estavam planejando tirar férias
juntos, viajar e, talvez, investir no relacionamento serio.
-
Fico feliz por você, Henrique. Eu...eu exagerei naquele dia. Ela não fez nada
para eu a ofendi. Digamos que aquela raiva guardada há tempos. – De quando Sara
beijou Neal naquele almoço às escondidas.
-
Ela já deixou de lado. Está animada com a viagem.
-
Que bom. Você merece. – Rachel desejava que fossem felizes.
-
É...infelizmente Sara não é a mulher que eu imaginei fazendo essa viagem
comigo. – Henrique foi se aproximando. – Sabe, Rachel, eu sei que você vai
casar logo. Por isso vim aqui e esperei o Neal sair.
-
O que? Você... – Ela estava surpresa.
- Sim. Eu esperei para falar com você sozinha.
Rachel, se você me der um chance... eu converso
o Shepherd e peço a ele que solicite sua volta para Inglaterra para que possa
nos ajudar em um caso. Você volta a trabalhar na MI5. E nos ficaríamos juntos.
- Rapidamente Henrique se aproveitou da surpresa de Rachel para beijá-la. Por
apenas um momento os lábios se tocaram. Logo ela o afastou com um forte
empurrão.
-
Para agora, Henrique! O que você está fazendo, eu vou casar?!?! – Que loucura
era essa? Inglaterra? MI5? Shepherd? – O Neal e o George são a minha vida,
minha familia! Eu não os largaria por nada!
-
Você pode levar o ... – Ele ia insistir, mas percebeu que era perda de tempo. –
Está bem.
Desculpe...eu me equivoquei. Não vai se repetir.
-
É bom mesmo. – Ela foi até George e o pegou nos braços. – Olha, Henrique, eu
sei que você é um cara legal. E a Sara tem sorte pra caramba de ter você. Então
seja feliz com ela. Eu
já tenho a minha família. E ela está aqui em NY.
Quando
o grande dia chegou, Neal estava nervoso. Não que tivesse medo de ser
abandonado no altar, mas era um dia especial. Seu menino completava um ano de
vida e ele se uniria oficialmente a Rachel. Queria que tudo fosse perfeito. O
Padre estava já a postos, esperando os padrinhos se colocarem nos seus lugares
para então a noiva entrar.
-
Calma meu filho. – Disse o religioso. - Com a benção de Deus o seu casamento
ocorrerá
como deve e trará felicidade a essa família.
-
Obrigado Padre. – Esse era o mesmo frade que certa vez fez com que achasse que Peter
traía Ell. Ele ainda olhava para Peter meio torto. – Eu serei fiel e honrarei
meus votos.
Quando
todos estavam prontos, Ell veio para o altar montado em um salão e anunciou que
poderiam começar. Rachel estava pronta. E com uma delicada música de fundo, ela
entrou. Surpreendendo a alguns pela escolha do vestido e da cor. Em dourado,
ela brilhava em felicidade.
Foi
Henry a trazê-la e entregá-la para Neal. Estava visivelmente emocionada e, contrariando
o protocolo, assim que estava junto dele, beijou-o com paixão. O padre não
reclamou e deixou-os curtir o momento. O garotinho que se mexia e gritava
‘papá’ do colo de Mozzie bem ao lado do altar lhe dizia que aquele não era um
casamento dentro dos padrões da igreja. Não importava. Havia amor. E eles
estavam mais que dispostos a demonstrar.
-
Acho que o noivo devia beijar a noiva só depois, amor. – Neal brincou quando o
beijo terminou.
-
Você é meu. Posso beijar sempre. – Ela respondeu entre sorrisos.
-
Pode mesmo. – Mais um beijo rápido e era hora da cerimônia. – Pode começar
Padre.
O
sermão do Padre foi rápido. Falou sobre como o amor era capaz de mudar as pessoas.
E era mesmo. Talvez tenha sido mais rápido ainda porque o aniversariante estava
impaciente e no meio da cerimônia resolveu que o colo do amigo não era bom o
bastante. Quando chorou, Mozz levou, sob os risos dos convidados, até os pais.
-
Não vamos deixá-lo chorar! – Gritou Mozz. – George foi o cupido! Tem direito de
estar aí.
E
ali ele ficou durante toda a cerimônia. Um pouco nos braços da mãe e depois no
colo do
pai. Os votos foram pessoais e emocionantes. Vários ‘Papá’ e Mamá’ foram
ouvidos entre as juras e, quando o religioso disse que o noivo, agora sim,
podia beijar a noiva, antes, cada um beijou a testa de George. Só então os
lábios se uniram e marcaram o fim da cerimônia.
Receberam
os cumprimentos, brindaram com os convidados e aproveitaram o momento com uma
dança a dois. Lenta, sem passos elaborados. Apenas um abraço e um balançar
lento.
-
Hum...está dançando muito bem. – Rachel provocou-o
-
Espere e verá, minha diaba ruiva. Tenho muito para te mostrar nessa noite.
-
Mal posso esperar.
-
Adorei esse vestido. É lindo...e fácil de tirar. – Neal sussurrou em seu ouvido
como que em promessa.
-
Isso que você não viu o que há por baixo, querido.
-
Safada!
-
Eu estou há semanas sem você, Neal. Hoje você não me escapa. Que as orientações
médicas vão para o inferno!
-
Eu não pretendo tentar escapar, amor. Não pretendo. – Disse e seguiu com a
dança e com os beijos.
Depois
disso, a festa foi toda de George. Usando uma linda roupinha de marinheiro e boina,
o menino acompanhou todos cantando parabéns para ele. No final bateu palminhas
e arrancou sorrisos de todos. Estava adorando ser o centro das atenções na
festa e ganhar mimos. Não se assustou com a velinha e assoprou do colo de Neal.
O bolo era decorado com pequenos marinheirinhos de olhos azuis, boina branca e
traje azul, cópias da roupa que George usava.
-
Claro que o filho de Neal Caffrey usaria chapéu hoje. – Brincou Peter.
Neal
e Rachel ficaram na festa por mais algum tempo curtindo o filho. Depois o
entregaram para Ell e Peter para passar a noite na casa do Burke e,
discretamente, saíram para ter a noite de núpcias em um hotel.
-
Infelizmente eu não poderei cumprir a promessa e ter você contra cada uma das
paredes da nossa casa, porque nós nos não vamos para lá. – Neal disse
beijando-a no longo pescoço de pele claríssima.
- Tenho certeza que as paredes do hotel também
são boas. – Rachel provocou.
E
ao chegar na suíte, realmente mostrou que desejava batizar cada cantinho do
quarto
.
-
Quem diria que o maior vigarista de todos estaria casado agora? Eu te amo,
Rachel.
-
Eu também te amo, Neal.
Rachel
até tentou fazer Neal se acomodar na cama enquanto dançava para ele e tirava o
vestido, mas ele não deixou. Queria ele mesmo abrir e lentamente descobrir a
pele do tecido dourado.
O
fecho lateral do vestido desceu sem que Rachel percebesse. Os dentes de Neal em
sua nuca tiravam sua concentração e, quando percebeu, havia um mar dourado aos
seus pés. Neal finalmente pode ver a lingerie com que ela o provocou a noite
toda. Imaginou uma calcinha fio dental e um sutiã meia taça. Mas não. Era como
um maiô rendado, todo preto, com recortes na cintura e nas costas.
A
pele clara se destacava nos desenhos da renda preta enquanto o bojo fazia os
seios redondos saltarem como se estivessem se oferecendo para ele. Uma oferta
que ele estava interessadíssimo em aceitar. Ele percebia que a escolha pelo
modelo não era apenas pela sensualidade. Ela deve ter escolhido para esconder
qualquer imperfeição do corpo. Ele não via nada além de beleza.
-
Ainda bem que eu não sofro de pressão alto. – Brincou enquanto ela dava
voltinhas mostrando as pernas e o bumbum arrebitado. – Linda. Maravilhosa. Por mais fantástica que a lingerie fosse, não
durou muito no corpo dela. E nunca mais seria usada. Toda sua beleza ficaria
apenas guardada na memória porque poucos minutos depois a renda foi rasgada a
mordidas.
-
Neal Caffrey animal! Essa sua face eu não conhecia, amor! – Ele a ajudava a
tirar os
restos
da linda lingerie, agora em retalhos, e já descia as meias de seda. Ela já
sentia-o duro, pronto para afundar-se nela. – Uauuu. Está animado.
-
Muito. Não foi só você a sentir falta de sexo, Rachel. Estou louco para ter
você. Pra senti-la me apertando tanto que não vou aguentar e explodir dentro de
você. – Ele aproveitou que ela já estava completamente nua e deitada na cama e
parou para tirar a própria roupa. – Quer
aqui? Ou quer no chuveiro? Adoro você molhadinha.
Vendo-o
ali, tirando a roupa e exibindo a delícia que era cada pedacinho daquele corpo perfeito
e que era só dela, Rachel pensou que não aguentaria ir até o chuveiro. Cada
gominho destacado daquela barriga perfeita a provocava. Claro que com ou sem
aval médico, eles transariam nessa noite. Mas ela conversou com Richard e ele
lhe deu alta, além de lhe aplicar um contraceptivo injetável já que ela não
podia engravidar nos próximos 6 meses. Estava liberada para usar o corpo de seu
marido como bem entendesse.
-
Aqui. E agora Neal. Eu já estou molhadinha pra você. – Disse enquanto
descaradamente abria as pernas e tocava a si mesma. – Vai demorar muito aí? AAA
Aqui está tão gostoso.
Quando
ficou completamente nu e juntou-se a ela na cama, Neal puxou a mão com se
tocava e levou aos lábios para sentir deu sabor.
-
Gostosa! Deliciosa! – Chupou seus dedos com força e sentiu quando o corpo dela
serpenteava sob o seu. – Mas quem tem o direito de te fazer gemer sou eu. Agora
é oficial.
Ela
não teve sequer tempo para acariciá-lo. Sentiu-o encaixando suas pernas ao
redor da cintura dela e entrando sem aviso enquanto ela gritava e o arranhava
nas costas. Como era bom senti-lo completá-la daquela forma, preenchê-la como
se não sobrasse mais nenhum milímetro.
Estava grudada em seu corpo. Abraçava-o com braços e pernas, mantendo
peito, ventre grudados para mantê-lo ali, dentro dela.
-
Vem...mais! Mais Neal. AAA Vem! Vem! – Ela gritava e mexia o quadril sem
permitir que ele saísse dela. – Eu que mais! Quero tudo! Vem!
-
Gostosa! – Sentia-se cravado nela, todo, completamente dentro dela. Sentia-a
apertá-lo
muito. Ia gozar no calor dela. – Eu não aguento mais.
E
desmanchou-se dentro dela enquanto ouvia seus próprios gemidos misturados com
os dela. Só quando sentiu o braço cansado foi que Neal percebeu que Rachel
estava agarrada nele de forma que não tocava o colchão e ele segura o peso dos
dois. Ajeitou-a na cama bem abraçada nele e deixou que ambos recuperassem o
fôlego antes de, aí sim, levá-la para o chuveiro.
Logo
após fazer amor em baixo no chuveiro os dois se amaram novamente na cama. Enquanto
Rachel dormia, Neal lembrava como tudo na sua vida havia mudado. Ele estava
casado, tinha um filho, uma família que ele sempre sonhou em construir. E foi
com esse pensamento que Neal beijou o topo da cabeça de sua esposa, sim, agora
ele poderia dizer que aquela mulher era sua. E ele a amava apesar de todos os
defeitos, assim como ela o amava como ele era.
Naquela
manhã eles estavam cansados, depois de quase toda a madrugada acordados. Isso
fez com que os dois ficassem na cama tomando o café. Não tinham forças no
corpo. Mas sobravam marcas de dentes e unhas. Os meses sem sexo haviam sido
longos e os deixado sedentos. Na ânsia de fazer tudo o que desejavam, gastaram
todas as energias que possuíam.
-
Que horas são? – Rachel perguntou.
-
11h45min. Deveríamos estar almoçando. – Neal respondeu. – Nenhuma ligação no
celular. Sinal que George passou a noite bem.
-
Estou com saudade dele...mas acho que consigo ficar aqui mais um pouco com
você. Aquela banheira está me parecendo muito confortável. – Ela mordeu-lhe a
orelha.
-
Depois Rachel...me dê um tempo de descanso. – Ele ria e devolvia as
mordidinhas.
Apenas
no meio para o final da tarde Neal e Rachel deixaram o hotel. Desceram de mãos
dadas o elevador e passaram na recepção para fechar a conta. Os beijos e
carinhos entregavam que eram recém casados apaixonados.
-
Sr. e Srª Caffrey, espero que tenham tido uma boa noite. – A recepcionista
disse antes de surpreendê-los. – Há pouco entregaram uma encomenda para vocês.
Um presente pelas bodas.
Eles
estranharam. Não era para receberem mais nenhum presente, muito menos ali. Os
convidados sequer sabiam que estavam ali. Tudo seria enviado para o apartamento
deles. Antes de abrir já desconfiavam o que poderia ser e Neal já pegava o
celular para chamar o FBI.
-
Quando chegou e quem entregou? – Perguntou enquanto via Rachel abrir a caixa.
-
Menos de cinco minutos, senhor. Por pouco não se encontraram. Era um homem alto
e bonito. Disse que não precisava se identificar porque vocês saberiam de quem
se tratava.
-
Sim, nós sabemos. – Respondeu Rachel. O conteúdo da caixa não a surpreendeu.
Era
mais uma foto. Dessa vez dos dois saindo da festa de casamento e beijando-se
apaixonadamente. E um novo recado ameaçador. Parecia que tudo recomeçaria.
“Um
dia suas sete vidas chegarão ao final. Meus pêsames ao casal”
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