James irá observar tudo apenas à
distância, não queria ser foco de comentários quanto a minha misteriosa esposa
ser seguida de perto por um segurança após anos sem dar às caras em nenhuma
atividade social. É claro que ela estava bem avisada de que deveria se manter
próximo e sempre no meu campo de visão. Jamais deveria fazer nada que chamasse
a atenção para si e agir como uma verdadeira dama.
É
claro que o corpo de Isabella mexia comigo. Minha vontade era desistir de
qualquer festa ou filme, despachar James para qualquer lugar e ter minha mulher
dentro do carro. Queria fazer ela gritar, chorar e implorar por mais. Só que
isso teria de esperar e ver seu corpo exposto, perceber o olhar de outros
homens sobre o que era meu e saber que ela olhava de volta, fazia charme...isso
ia enfurecendo minha fera interior.
-
Mantenha a compostura. Se olhar para algum homem, não respondo por mim!
-
Se não quer que eu atraia olhares, querido, não deveria me vestir assim. Eu
amei o resultado e acho que a maioria dos homens também. Deveria estar
s-a-t-i-s-f-e-i-t-o.
-
Está avisada, tudo o que aprontar aqui, terá volta. Vai pagar caro!
A
parte do filme foi tranquila, ela permaneceu na poltrona, sem perder a
oportunidade de se recostar em meu peito. Oferecida!
-
Tenho de fazer meu papel de esposa carinhosa...faz parte do contrato! Esqueceu?
-
Cale a boca e fique quieta.
Mas
o pior foi na festa. Eu tentei evitar qualquer constrangimento com tantos
amigos conhecidos e fotógrafos por todos os lados, não poderia dar razões para
falatórios. Se minha ‘recém chegada de uma longa viagem’ esposa dessa algum
vexame, minha vingança se voltaria contra mim. Eu ficaria mais desmoralizado
ainda. Todos comentariam que aceitei uma esposa vagabunda de volta em minha
casa e ela tornou a me trair. Não. Isabela tinha de se comportar perfeitamente!
Pedi
que durante a festa James se misturasse aos convidados e observasse minha
mulher de perto. Nós dançamos juntos e eu apresentei a alguns investidores e
amigos presentes. Todos, sem exceção a olharam com desejo. Eu já estava
explodindo quando olhei em direção ao bar e vi que teria mais um problema.
Tânia nos observava de longe.
Deixei
Isabella sentada em nossa mesa e resolvi ir até lá. Tânia sabia de minha
história, só não conseguia pessoalmente a mulher que dominou minhas atitudes
por tanto tempo. Sempre soube que Tânia não servia para santa, estava comigo
por muitas razões: ter vida fácil, dinheiro sobrando, sexo, liberdade e posição
social. Nossa relação não se baseava em sentimentos, apesar de eu acreditar que
com o tempo passamos a ter algum envolvimento. Certa vez Ana chegou a sugerir
que eu deixasse Isabella no passado e anulasse meu matrimônio para assumir um
compromisso com Tânia. O que ela não sabia era que para Tânia nossa relação aberta
era muito mais satisfatória. Ela só veio falar em compromisso depois que eu
voltei a citar Isabella. Talvez insegurança e medo de perder o posto de melhor
parte do meu dia. Mas isso era impossível. Gostava de mulher forte independente
como Tânia, elas me deixavam relaxada. As falsas e debochadas como Isabella
eram insuportáveis.
-
O que faz aqui?
-
Vim ver de perto o casal modelo.
-
Já lhe falei que não gosto de mulher debochada. Você, mais do que ninguém,
deveria saber disso.
-
Sim, ouvi você se lamuriar por dois anos dizendo que Bella debochou. Mas agora
o vejo de quatro por ela. Se acha que vou aguentar calada, se enganou. Aquela
piranha some e eu sirvo pra te ocupar. Aí ela volta e assume o posto de esposa?
Não será assim.
-
Sem escândalos Tânia! Isabella é minha esposa, você sempre soube que eu não
tinha planos de separação. E Edward Cullen não fica de quatro por ninguém,
aprenda isso.
-
Ela é melhor do que eu? – Ela abriu o botão de minha camisa e passou a mão
sensualmente por meu peito. – Duvido que ela faça você gemer daquela forma.
-
Chega Tânia. Nada vai mudar.
-
E por que fazem cinco dias que você não
aparece no apartamento e nem me ligava?
-
Eu estava envolvido em forçar Isabella a vir para cá. Agora tudo volta ao
normal.
Quando
percebi Tânia já estava agarrada em meu corpo e beijando meu pescoço. Não que
eu quisesse parar seus carinhos, ela era fantástica. Gostosa...essa era a
definição certa para Tânia. Mas logo tive de encerrar sua ousada atitude. Mesmo
àquela hora da festa muitos amigos poderiam ver o que se passava.
-
Agora some daqui. Não me faça passar vergonha.
-
Clama. Já vou. – Ela olhou algo distante. – E não sou eu que estou lhe fazendo
passar vergonha.
Quando
olhei para trás e vi Isabella dançando enroscada em um rapaz loiro, muito
jovem, que parecia encantado com a companhia conquistada. Desgraça! Ela iria
aprender a nunca mais me fazer passar vergonha! Essa teria volta.
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