-
Anastásia, quando vai me contar o que está errado? – Ela estava estranha e isso
incomodava grey.
-
Nada. Eu já disse. - Dessa vez não cotaria. Não cairia no mesmo erro. Iria ser
feliz ao lado de Grey pelo tempo que pudesse e então iria embora com seus
filhos para nunca mais voltar.
-
Está obviamente mentindo. E você sabe o quanto isso me deixa puto Anastásia!
Não minta!
-
E você não grite! E cuidado com o que fala perto do seu filho. – Teddy estava
na sala enquanto Grey e Ana tomavam um vinho na cozinha. – Eu não quero vinho.
Obrigada.
-
Ana, eu não quero brigar, mas...
-
Então não fique me pressionando.
-
Ok. Mas eu sei que há algo e vou descobrir.
Mais
tarde, enquanto Teddy estava dormindo e eles estavam descansados após transar
calmamente, Ana percebeu que não tinha muito mais tempo. Christian era muito
observador e conhecia bem o seu corpo.
-
Estou gostando, você está mais gordinha, mais cheinha, do jeito que eu gosto.
-
Vooocê acha que eu engordei?
-
Um pouquinho. E é normal afinal você está comendo bem. Isso é bom. Eu odeio
quando você não come.
-
Isso é bobagem sua. – Ela se levantou e logo vestiu o roupão. – Eu não engordei...estou
inchada. É tensão pré-menstrual. Só isso!
-
Ok, não quis ofender. Umas gordurinhas não lhe fariam mal.
Dormiram
agarradinhos. Na manhã seguinte Ana foi trabalhar e Christian largou o filho na
creche. Estava a cada dia mais acostumado com a rotina de pai. Um dia ainda
precisava agradecer a Ana por não desistir dele. Estava encantado por Teddy. Um
menino maravilhoso e inteligente que, um dia, quem sabe, iria substituí-lo nos
negócios quando ele e Ana já estivessem velhinhos. Netos? Talvez. Mais
filhos...quem sabe um dia não daria a Ana tudo aquilo que lhe faltou enquanto
esperava por Teddy. “Porque eu tinha que
ir sozinha ao médico enquanto todas as outras grávidas tinham maridos ansiosos
por ouvir o coração de seus bebês baterem. Porque não tinha ninguém pra cuidar
de mim quando eu ficava enjoada? Porque não tinha ninguém pra rir dos meus desejos
estranhos no meio da noite”. Eu ainda não estou pronto Ana, mas um dia eu
vou te dar tudo isso.
Já
faziam três meses que Ana e Grey começaram a se envolver novamente. Agora eles
passavam algumas noites no ‘castelo do papai’ como Teddy dizia, mas Ana não
aceitava se mudar. Grey encarava isso como a prova de que ela ainda não tinha
confiança nele. Sem falar no segredo. Ela escondia algo. O que? Na empresa não era.
Ana não estava completamente feliz por algum motivo e precisava descobrir o que
é.
Almoçando
com Kate, Ana sentia os efeitos do enjoo. Não conseguia comer e estava a cada
dia mais nervosa.
-
Conta a verdade Ana. Você irá se sentir melhor e passará a gestação muito mais
tranquila.
-
Não! Ele vai explodir. O melhor que eu faço por enquanto é ficar calada.
-
ANA! Não vê que isso não dura muito, O Grey não é idiota!
-
Não é mesmo. Ele já comentou que meu corpo mudou. – Ana voltou a sentir as
lágrimas se aproximarem. – Eu tenho pouco tempo Kate.
-
De quantos meses está?
- Quase dois.
-
Fale a verdade Ana.
Mas
ela estava decidida. Kate foi embora preocupada com a amiga. Ela estava nervosa
e isso não faria bem. Mas não podia trair sua amiga. Não contaria nada a Grey.
Ana
passou o dia apreensiva. Não era só a gravidez. Tinha uma sensação estranha,
parecia estar o tempo todo sendo observada. Trocou e-mails com Christian,
trabalhou muito e, no final da tarde saiu em direção a escola de Teddy. Iriam
para casa tomar bando e depois Grey viria buscá-los para irem brincar com os
cachorros. Provavelmente dormiriam lá.
-
Dê um beijo na sua professora Teddy e vamos logo. Mamãe está cansada.
Eles
vinham caminhando lentamente. Teddy brincava com o celular de Ana. Ele sentiu a
mãe apertar sua mão e parar no meio da rua. Do alto da sua inocência infantil não
entendeu o que se passava. Mas viu que era sério. Guardou o telefone no bolso
do uniforme que usava e olhou para a mamãe.
-
O que houve mamãe. – Tinha dois homens do outro lado da rua olhando para a
mamãe. Um tinha cara de mau.
Quando
Ana falou com Teddy sabia que seu menino era esperto o suficiente para entender
e obedecer o que ela iria pedir.
-
Teddy, presta a atenção. Lembra aquelas lojas que você foi com a mamãe no dia
que os fotógrafos estavam aqui?
-
Sim.
-
Quando a mamãe disser você vai correr o mais rápido que você puder até lá.
-
Porque?
-
Não pergunte, obedeça a mamãe. É importante. O telefone da mamãe está com você?
-
Sim. – Disse o menino preocupado.
-
Você só vai parar de correr quando estiver dentro das lojas. Aí você vai ligar
para o papai. Sabe fazer isso? Lembra o número?
-
Sim mamãe.
-
Ótimo. E quando o papai atender você vai dizer onde você está e ele virá te
pegar.
-
E você?
-
A mãe vai ficar aqui.
-
Quem é esse moço com cara de mau?
-
O nome dele é Jack. E você vai dizer isso ao papai. Ok? – Ana apertou a mão do
filho mais forte rezando para que ele ficasse em segurança. – Já! Corre Teddy. –
E ela ficou... sozinha e indefesa...exatamente como Jack queria.
___________###____________
Christian
estava em pânico. A ligação de Teddy, o choro de seu filho ao telefone, o medo
por Ana ao ouvir aquele nome maldito. Quando chegou novamente aquele conjunto
comercial encontrou Teddy chorando agarrado ao telefone da mãe. Nos últimos
meses aprendeu a brincar com um menino sorridente, não a consolar uma criança
chorosa. O que fazer?
-
Não precisa chorar Teddy. Eu vou encontrar a mamãe! Prometo.
-
Aquele moço vai machucar ela?
-
Não, claro que não. – Infelizmente não podia prometer nada ao garoto. – Você tem
certeza que a mamãe disse JACK?
-
Sim! Mandou eu te dizer isso, papai. Busca ela! Busca ela de volta! Eu quero a
mamãe!
________#_______
Já
em casa, com a polícia, seus homens de confiança, liderados por Taylor, e os
familiares e amigos próximos Christian tentava entender o que se passava.
-
Como Taylor? Como? Preciso entender como ele deixa a prisão e eu não sou
informado.
-
Eu também não soube, patrão. Desculpe! Foi uma falha terrível da equipe.
Coloquei um homem para cuidar disso, ele deixou a equipe e o que o substituiu
não deu atenção a tarefa.
-
Coloque-o na rua antes que eu o mate. Mas antes se certifique de que ele não
facilitou as coisas para o Jack. Não podemos confiar em ninguém.
-
Sim, senhor.
-
E Taylor.- Grey falava em voz baixa. – A polícia está aqui, mas eu quero
encontrar Jack. Entendeu? Dessa vez ele não vai pra cadeia. Ele não vai sair
vivo disso!
-
Entendido. – Na verdade Taylor mesmo queria matar o homem.
As
horas passavam e nenhuma notícia. Nada. Todos estavam preocupados. Kate estava
desesperada e inquieta.
-
Sabe de algo Kate? – Grey sentia algo de errado?
-
Christian?! – Elliott reclamou.
-
Não sei de nada. – Ela achava que a polícia precisava saber que se tratava de
uma mulher grávida, mas não queria trair a amiga.
-
Está bem. Desculpe. – Disse Christian.
Quase
oito horas após o desaparecimento o telefone de Christian toca. O número
restrito era,obviamente, de Jack. Iriam tentar rastrear.
-
Grey, há quanto tempo, meu amigo.
-
Não sou seu amigo!
-
Aaaa mas eu me lembro tanto de você. Lembro da noite em que você e seus
capangas me chutaram para fora do meu trabalho só porque a vagabundinha aqui
fez doce.
-
Tire as mãos da minha mulher! – Só de imaginar aquele homem tocando Ana,
Christian entrava em pânico. – O que você quer para libertá-la?
-
Não tenha pressa. – E desligou a ligação antes de conseguirem rastrear.
Duas
horas depois uma nova ligação.
-
Como a Ana está? – Christian disse tentando manter a calma.
-
Isso! Agora baixou a guarda e entendeu quem manda. Foi tão lindo ver o
garotinho correr e a Ana tentando salvar o pirralho. É claro que eu não iria
pegar o menino. Você nem gosta dele? Não teria graça! Já a Ana você ama...você
a quer como sua e agora ela é MINHA.
-
O que você quer?
-
Talvez mais tarde eu te conte. – Novamente encerrou a ligação sem falar nada.
Essa
tortura estava matando Christian e a todos do coração. Estavam morrendo
lentamente.
Mais
três horas de espera.
-
Diga logo. Quanto? Sabe que te darei o que desejar para tê-la de volta intacta?
-
Intacta? Aaaa Não é mais possível. – Jack disse debochado.
-
O que você fez a ela?
-
Muita coisa Grey, muita coisa.
-
Desgraçado! – Christian gritou, mas logo se arrependeu ao ouvir um som seco
seguido do grito de Ana. Tinha batido nela. – Seu covarde. Porque não veio
atrás de mim?
-
Por que assim é mais divertido. E é bom se comportar! Cada paço em falso que
você der é a amada Anastásia que vai pagar. Ouviu?
-Sim.
– Christian foi obrigado a concordar.
-
Ótimo! Você acaba de receber um presente meu.
-
O quê? Onde?
-
Você vai desligar o telefone e ligar para sua secretária. Pergunte a ela por
uma caixa azul que chegou há 15 minutos.
Para você não dizer que eu sou maldoso...te enviei uma lembrança.Te enviei uma
parte de Anastásia. Se eu não te devolver ela toda, ao menos ficará com um
pedaço.
O
corpo de Christian perdeu a cor e as forças. Fez o que Jack ordenou.
-
Sim senhor. Chegou uma caixa azul sem cartão nem nada assim.
-
Quem entregou?
-
Um rapazinho, não veio até aqui, deixaram na portaria.
-
Por favor. Mande que tragam para minha casa. Ninguém deve abrir. E muita
atenção com o que chegar ao escritório daqui em diante. Todos os entregadores
devem se identificar.
Somente
depois ele disse a todos o que Jack
havia lhe falado.
-
Segundo ele, na caixa tem um pedaço da Ana.
Todos
entraram em desespero.
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