Christian
saiu de carro com Taylor e mais um segurança. Ainda mantinha Ana na ligação
telefônica. Segundo ela, estava tudo bem e os fotógrafos não entraram no centro
comercial onde ela se refugiara com Teddy, mas também não arredavam pé da
entrada. Ou seja, eles a encurralaram.
- Sr. Grey, eu realmente acho que
não deveria sair do carro. Tudo que eles mais querer são fotos de vocês três
juntos.
- Então eu vou realizar o desejo
deles.
Quando o carro parou todas as lentes
se voltaram para seu ocupante mais ilustre. Christian saiu calmamente e, ao
lado do veículo, esperou calmamente até os cliques das máquinas pararem.
- Ok, já ganharam suas manchetes.
Tiraram fotos minhas, de minha esposa e de meu filho.
- Ela não era sua ex? – Gritou
alguém.
- Não é da sua conta. – Rosnou
Christian. - Infelizmente eu não posso impedir que tirem fotos, mas eu exijo
respeito. Uma criança vai passar por aqui e eu acho bom não assustá-lo.
- Assumiu o estilo paizão agora? –
Disse o mesmo paparazzi mais desaforado.
- Vá se fuder antes que eu te quebre
a cara! – Disse Grey deixando claro que
não estava pra brincadeira.
- O senhor está mesmo envolvido com
a morte de Jéssica Stone? – Perguntou outro.
- Não vou falar disso com vocês.
Agora, com licença.
Entrando no conjunto comercial Grey
viu Ana sentada num bando na frente da vitrine de uma joalheria. Theodore
brincava com seus carrinhos. A pilha do moleque não acabava nunca. Sem falar
que ele parecia saído de uma lata de tinta multicores.
- Papaaaaiiiii. – Disse Teddy correndo
em sua direção.
- Oi garotão. Eu vim buscar vocês. –
Quando sentiu o abraço apertado do filho, soube que seu terno caríssimo ficaria
imundo. Não ligou nem um pouco.
- A gente pode brincar mais.
- Eu queria levar você e a mamãe lá
pra casa. Já esqueceu dos seus cachorros?
- Não.
- E a Charlote?
- Sim, mas ela nem liga pra mim. Ela
dormiu na cama da mamãe.
- A Charlote é uma gata muito
sortuda. – Grey falou mais para si mesmo.
- Porque papai? – Teddy não
entendeu.
- Porque? – Isso era constrangedor. –
Porque ela tem uma cama quentinha e tem a mamãe para cuidar dela.
- É...mas aí a Charlote nem brinca
comigo. Eu quero brincar com os cachorros.
- Vamos então. – Mas ele pensou
melhor por um momento. – Espera o papai aqui fora um minuto. Eu já venho.
Ana viu quando Grey falou com o filho
e, seguiu na direção da joalheria. Tentou chamá-lo, mas ele apenas respondeu
com um sinal para esperar um minuto. Logo ele saiu da loja com um pacote.
- Para você. Não é justo que apenas
Teddy ganhe presentes. – Falou quando se aproximou.
- Ele é seu filho.
- E você a minha mulher.
- Não sou mais sua esposa, Grey. – Ana
falou mesmo tendo certeza de que ele não havia esquecido.
- Mas vai ser sempre a minha MULHER.
Abre, acho que vai gostar.
Não tinha como não gostar. Era uma
delicada pulseira de pedras que, desconfiava, se tratar de esmeraldas. Só de
pensar no preço daquele presente Ana tremeu. Não podia aceitar.
- Não Grey, desculpe, mas não posso.
- Você pode aceitar e eu posso pagar.
Pare com essas bobagens. Já chega tudo o que está guardado lá em casa.
- Do que está falando? – Ana questionou.
- Outra hora eu mostro. Agora vamos
embora.
Passar pelos fotógrafos foi um
incomodo previsível. Grey fez questão de Teddy no colo e passar o braço pela
cintura de Ana. Quem visse aquelas fotos entenderia o recado: não mexa com o
que é meu!
- Já decidiu o nome dos cachorros
Teddy? – Eles observavam o menino que corria e rolava na grama com os amigos
caninos. Não dava para perceber qual dos três estava mais sujo, cansado e
feliz.
- Sim. Esse é o Chocolate e o outro é
o Nevasca. – Pela cor era fácil saber o nome de cada um.
- Que perigo esses três juntos. Não é
Charlote? Só você é comportada. – A gatinha não saia do colo de Ana.
- Já estou me arrependendo de ter
comprado essa gata. – Grey brincava. – Ela não para de receber sua atenção.
- Não seja bobo. – A gatinha já
ronronava ganhando carinho. – Nós ficamos muito amigas. Ontem ela dormiu
deitada no meu peito.
O sol se pôs e eles entraram.
- Durmam aqui. – Grey pediu.
Ana ficou tentada, mas negou.
- Não Grey. Ainda não.
Ela, Teddy e Charlote voltaram pra
casa no banco traseiro do carro guiado por Taylor. Estavam todos felizes.
Somente Taylor parecia ter alguma apreensão.
- Algum problema Taylor? – Ana questionou.
- Não senhora. Nada de mais. É que
tem um caro que acredito estar nos seguindo. Mas não se preocupo. Tenho certeza
que é apenas algum fotógrafo mais insistente.
Ana pensou em falar dos telefonemas
mudos e da ameaça, mas sabia que Grey ficaria sabendo e provavelmente viria
passar a noite com ela. Tentador? Muito. Mas não podia deixá-lo invadir sua
vida dessa forma.
- Boa noite Taylor. Por favor, não
assuste Grey com esse tal carro. Nem sabemos se estava mesmo nos seguindo.
- Ok, senhora. Mas eu vou colocar um
homem aqui nessa madrugada. Se algo lhe acontecesse, o patrão não me perdoaria.
- Está bem. – Melhor um segurança na
porta que Grey no apartamento a noite toda.
Na manhã seguinte Grey teve uma
visita que não gostou nada. Elena viu na internet suas fotos com Anastásia e se
achou no direito de tomar satisfação e dar conselhos.
- Eu vi você se envolver com ela uma
vez e ficar em pedaços quando ela o abandonou. Vai acontecer exatamente a mesma
coisa. – Gritava ela ao telefone.
- Acho que eu sou capaz de decidir
isso Elena. Você é minha amiga, eu gosto muito de você, mas não permitirei que interfira
em minha vida.
- Ela não é mulher para você! Não o
satisfaz!
- Não poderia estar mais errada,
Elena. Somente com Ana eu sou feliz. Só com ela. – Ele repetiu.
- Ela o desrespeitou! Ana o obrigou
a ter o filho que não desejava. E agora você volta pra ela como um cachorrinho!
O que são essas fotos carregando esse menino imundo?
- O menino tava brincando. É coisa
de criança.
- VOCÊ NUNCA QUIS ISSO! Vai me dizer
que gosta agora de bancar o papai?
- Não se meta nisso Elena. Já falei.
Nunca quis ser pai, você está certa, mas o garoto é um menino inteligente e
fácil de conviver. Não incomoda ninguém. Eu consigo conviver com ele. E se é
disso que Anastásia precisa para voltar a ser minha mulher, é isso que eu vou
dar à ela.
- Mas...
- Basta! - E ele desligou o telefone
percebendo que havia falado demais.
TRÊS SEMANAS DEPOIS
Jantares, finais de semana em
família, animais de estimação latindo e miando em volta dos três, noites
quentes a dois e, para desespero de Grey, casas separadas. Ele vinha
estreitando os laços com Teddy, mas Ana ainda não conseguia ver uma relação de
pai e filho. Queria que Grey também soubesse educar, cuidar, chamar a atenção
de Teddy quando ele fizesse suas travessuras. Só que ele ignorava o quesito
responsabilidade. Mas, mesmo assim, essas semanas foram fantásticas.
Somente uma coisa a estava
preocupando. Estava sentindo coisas estranhas...bom...nem tão estranhas. Uma
vez teve as mesmas sensações. Exatos nove meses antes de Theodore nascer. Seria
possível? Tentou se enganar, pensar que o enjoo era um mal estar estomacal, que
a tontura era cansaço, que o inchaço nos seis era TPM. Mas não era. E um exame
de sangue confirmou. Estava grávida. Novamente grávida de Christian Grey.
E não conseguia se sentir feliz.
Sentia que estava mais uma vez jogando fora sua oportunidade de ser feliz. E,
pior, de dar a Teddy o pai que tanto sonhou.
- Mas ele melhorou tanto, Ana, está
mais próximo de Teddy. – Ana chorava no colo de Kate. Nessa hora só sua melhor
amiga para ajudar. – Não será como da outra vez. Ele vai aceitar o bebê.
- Nós nem somos casados agora!
- Bobagem! Tudo que o Grey mais quer é
que você volte a ser esposa dele.
- Não! Ele me quer, aceita Teddy, mas
nunca falou em ter outro bebê. Ele vai surtar novamente Kate.
- Ana, você nunca me contou o que o
Grey fez para você sair de casa naquele dia. O que houve de tão grave? De que
você tem tanto medo?
Não quis ou não pode dizer.
- Deixa pra lá Kate.
- Anastásia Steele! Trate de ir
conversar com Grey. Diga que está grávida e ponha um fim nesse choro agora.
- Não Kate, eu não posso. Eu não vou
contar ainda. Eu não quero perder ele ainda. Não quero tirar Grey de Teddy.
- Vocês não vão perdê-lo. – Kate insistiu.
- Vamos, eu sei que vamos. Estava tudo
tão bom. E eu joguei fora essa felicidade.
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