Há dois anos eu aguardava este momento.
Quando aceitei meu casamento com Bella tinha apenas 25 anos e ela estava com
21, se naquele tempo não tínhamos interesse em ficarmos juntos, agora eu
exigiria meus direitos de marido. Isabella Cullen iria passar exatos dois anos
agindo como minha esposa, dando a luz ao meu filho e se arrependendo de ter
feito o que fez.
Ela
estava diferente, com os cabelos na altura dos ombros, negros como a noite,
usando roupas mais ousadas, mostrando as lindas pernas e um decote que apertava
seus seios miúdos. Fui ao café que ficava exatamente na frente da loja em que
ela era sócia. Tinha nas mãos um dossiê narrando cada um dos passos dela nesses
últimos meses depois que descobri. Ela tinha namorado por um curto tempo um
rapaz chamado Sam, agora estava solteira. Não tinha nada contra esse Sam, por
ele sentia apenas pena, mais um enganado pelo falso sorriso de menina que ela
dava a todos. Sorriso que enganou até meu pai. Carlisle acreditou que ela era
perfeita, de família bem estruturada, com um nome a zelar e saudável para lhe
dar um neto. Acabou perdendo uma fortuna no golpe aplicado por ela e seu pai,
Charlie, que mesmo vendo Carlisle tendo um
infarto se negou a dar a localização da filha e a devolver o dinheiro.
O
primeiro passo de sua vingança foi deixar Charlie novamente sem dinheiro, nada
difícil para um completo incompetente.
Foi fácil convencê-lo, por meio de um investidor desconhecido, a colocar
todo o dinheiro num negócio que prometia dar lucro fácil e sem trabalho algum.
Assim, quando ele percebeu todo o dinheiro que restava de suas jogatinas já
estava de volta a família Cullen e ele estava na ruína novamente. As finanças
de Bella eram muito mais organizadas. Ela e sua sócia, Alice, tinham um grife
já bem valorizada. Não eram ricas, mas viviam bem e Bella já não dependia do
pai. Era mais fácil ela agora lhe dar mesada do que o oposto.
Mas
com ela minha vingança nada tinha haver com dinheiro. Foi em minha moral que
ela mexeu e agora ela seria a desmoralizada. O plano era simples: Bella tinha
de cumprir o que estava registrado no acordo nupcial, cada vírgula do descrito
lá, desde a consumação que ela me negou até o filho que prometeu. A tal Alice
saiu. Era hora de Bella saber que seus dias de liberdade estavam acabados.
Entrei
na loja caminhando tranquilamente. Ela estava de costas falando com uma
funcionária. Estava vestido de preto e usando cavanhaque, o que não fazia na
época do casamento. Sabia que agora aparentava mais idade e daria medo.
-
O que faz aqui? – Era gostoso ver o pânico instalado em seus olhos.
-
Hora Bella, achava mesmo que poderia fugir de seu MARIDO pelo resto de sua
vida? – Eu já sabia de seu paradeiro há alguns meses. Ela trabalhava como
estilista junto com uma amiga e seus relacionamentos eram muito discretos. Eu
não tinha nenhuma pista do cara com quem fugiu do casamento. – Vejo que está
sem aliança.
-
Joguei fora. No primeiro esgoto que encontrei. – Aquilo me fez ranger os
dentes.
– Uma pena, terá de usar outra então.
-
Vá sonhando. – Ela riu debochada. – Vá pro inferno.
-
Você o conhecerá em breve.
Ela
arregalou os olhos e, tive certeza, não duvidou de minhas palavras. Sem
esperá-la sequer falar algo a peguei pelo braço e levei até onde meu motorista
aguardava com a porta aberta.
Minha vingança apenas começava.
-
Você não pode fazer isso. Estou trabalhando!
-
Não, aquela garota está trabalhando, você é uma das donas do lugar.
-
Como sabe de minha vida?
-
Sei absolutamente tudo, minha linda esposinha. Se quiser posso te dizer até o
número de calcinhas que há no seu armário.
Ela corou...a safada era totalmente
desavergonhada, mas ainda corava.
-
Quero sair desse carro. Agora! Para onde está me levando?
-
Saberá quando chegarmos, mas relaxe, por enquanto você vai apenas para meu
apartamento nessa cidade. Está na hora de você cumprir nosso acordo Bella,
afinal até as prostitutas trabalham para receber, sua família teve o dinheiro e
eu nunca usufruí do que era meu. – Disse alisando sua coxa. Ela era teimosa e,
para meu desespero, começou a gritar.
-
Socorro! Estou sendo sequestrada!
-
Cale a boca vadia. Max, trave os vidros e as portas para essa maluca não me
fazer passar mais vergonha.
Ela se calou e ficou me encarando com
olhos de gato.
Quando
chegamos ao apartamento meu advogado estava esperando como solicitei. Agora
seria a facada final. Bella entenderia que eu não estava brincando.
-
Deve lembrar de Emmett, é meu advogado e um amigo fiel.
-
E o que ambos fazemos aqui?
-
Ele veio lhe fazer recordar os termos do contrato que assinou dois anos atrás.
-
Eu lembro de cada vírgula e não cumprirei nada.
-
Pois ouvirá calada tudo o que ele disser e depois vai entender o que fará você
seguir as regras.
Depois
disso Emmet assumiu a situação e repetiu cada obrigação que Bella descumpriu
nos últimos anos. Ela foi se encolhendo na cadeira, mas não perdeu o nariz
empinado em nenhum momento. Tudo o que foi dito ela já sabia, mas deveria ser
constrangedor ouvir de um estranho que ela deveria estar se deitando com o
marido e não o faz, o que a deixa em descumprimento com o acordo.
-
Vamos agora as novidades de que lhe falei. Conte a ela as travessuras de seu
querido pai.
-
O que fez com Charlie seu desgraçado?
-
Nada. Ele se destruiu quase sozinho. Eu só precisei dar uma ajudinha. Mas fale
você Emmett, minha esposa tem dificuldade em acreditar no que eu digo.
-
A senhora sabe que...
-
Senhorita, por favor.- Bella entreviu.
-
Prossiga Emmett... e ignore as loucuras de minha esposa.
-
Bom...você sabe que seu pai jamais devolveu o dinheiro envolvido nesse acordo.
-
Sim. – Ela sequer mostrava algum arrependimento. – Vão cobrar a ele.
-
Isso foi uma opção até pouco tempo, mas além de seu pai gastar mais do que
pode, ele não administra bem os negócios.
-
Quer dizer que meu pai está pobre?
-
Isso também.
Inesperadamente
ela começou a rir.
-
Só você mesmo Edward para pensar que eu iria voltar para você para papai ficar
novamente rico. Não, meu querido. O máximo que farei será oferecer algum
dinheiro.
-
Na cadeia ele não precisará do seu dinheiro. – Agora ela empalideceu. –
Continue Emmett, espero que agora sem interrupções.
-
Seu pai investiu em uma empresa que faliu e perdeu tudo. Tinha dívidas
espalhadas pelo país que estão todas sendo cobradas em conjunto, somando uma
quantia muito alta. Isso, somado a decisão judicial de devolver o dinheiro da
família Cullen tornou-se um valor impagável. E sem uma solução, o credor irá
conseguir a prisão de seu pai.
-
Eu procurarei esse cobrador e negociarei esse pagamento com algum prazo. E o
que vocês têm haver com isso?
-
Você não imagina Bella? – Eu parei apenas para fazer suspense. – Eu sou a único
cobrador dos Swan. Sim, DOS SWAN, no plural, porque o processo que estou
colocando em seu pai a atinge também. A cena familiar será linda, ambos presos.
Só fico com pena de Alice, afinal a grife sofrerá com a publicidade negativa.
-
Eu vou falar com meu pai, não acredito em nada disso. – Ela pegou o celular,
mas eu o arranquei de suas mãos, tirei o chip e o atirei pela janela. – Você
não precisa mais disso.
-
Maldito!
-
Eu tenho uma proposta para lhe fazer, mas antes vou deixar você falar com o
papai. Mas será no viva voz e se disser onde está, não terá nenhuma proposta ou
chance. É cadeia para os dois.
-
Pai...diz que é mentira desse desgraçado!
-
Infelizmente não filha. Faça o que ele mandar ou eu estou acabado.
-
Onde você está?
-
Em uma casa paga por ele, perdi tudo. Só tenho você para me salvar da ruína.
Mas ele disse que se fizer tudo certinho, no fim desses dois anos ele lhe dará
uma pensão...vamos ficar bem.
-
Eu não vou me vender! – Bella tinha a quem puxar o mal caratismo. Charlie sabia
exatamente o que eu faria com sua filha, mas não se importava com ela. Só
queria o dinheiro que ela podia proporcionar. – Não me peça isso novamente pai.
-
Da outra vez você não foi tão rogada. Olhe, não irá casar com um velho nojento.
Eu lhe consegui um noivo muito bom e se não tivesse fugido no passado, hoje
estaríamos bem. Foi você quem criou essa confusão toda. Concerte! E logo. Ou
nós dois vamos para cadeia.
-Eu
acho que já é o bastante. Obrigado por ser tão claro Charlie. Eu acho que agora
sua filha já tem condições de decidir. – E encerrei a ligação.
Bella disse apenas uma frase: é aqui onde
terei de morar?
Ingênua, no centro de Nova
York? Não, certamente morar ali não seria castigo suficiente.
Achei ótimo só não gostei pq não achei a pag.1 kkkkkk
ResponderExcluiroi. Tu não achou o capítulo 1? Me deixa um e-mail de contato que eu te envio. bjs
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