Se por um lado Isabella conseguia ser a
criatura mais desprezível por sua falsidade, por outro ela era infantil a ponto
de acreditar que o fato de se negar a falar comigo fosse mudar algo em sua situação.
Só conseguia me deixar mais furioso com seu desrespeito. No momento em que a
comparei com uma prostituta eu queria sim ofendê-la, queria deixar claro que
ela iria agir como minha mulher, mas não seria respeitada como tal. Talvez até
as vadias merecessem mais respeito, afinal, como eu lhe disse, elas recebem
pelo serviço prestado, enquanto por Isabella eu paguei e não recebi a
mercadoria. Vi ela ser levada por outro, mesmo tendo minha aliança no dedo.
O
que senti nada tinha haver com ciúme, para isso eu precisaria amá-la, o que não
era e nunca seria o nosso caso. Eu me senti ultrajado por ser enganado por uma
mulher, pela minha mulher. Enquanto ela curtia a vida com o amante eu inventava
histórias para que nossos amigos nunca soubessem que eu era corno. Minha
família soube o que aconteceu, mas o restante dos convidados do casamento foram
ludibriados com a ideia de que os noivos, muito ansiosos pela lua de mel, já
haviam partido. Claro que o fato de não serem vistos juntos e eu nunca
comparecer aos eventos onde antes costumava ir, serviu de motivo para boatos,
mas nada foi confirmado. Sempre que algum empresário ou amigo perguntava, eu
dizia que ela estava viajando, passando uns dias na fazenda, casa da praia ou
sei lá o quê. Obviamente isso não evitou que meu nome fosse motivo de chacota.
Agora
tudo poderia voltar ao que deveria ter sido. As regras de nosso casamento
seriam simples. Essa noite nós ainda passaríamos nesse apartamento de Nova York, mas amanhã nós iríamos para Boston, nossa morada nos próximos
24 meses. É claro que eu poderia afastar Isabella de tudo e todos levando-a
para alguma ilha, praia ou fazenda afastada, mas não o faria por três motivos:
primeiro porque meu objetivo era mostrar quem mandava. Ela precisava saber que
não daria um passo sequer sem minha permissão e que para isso eu não precisava
escondê-la, tinha poder sobre ela. Segundo porque não era necessário, meu
condomínio em Boston era seletivo e eu teria total privacidade. Ia para lá
sempre que precisava me desligar do mundo. Ana, minha antiga babá, era a única
a realmente morar lá. Os demais empregados cumpriam seu horário e voltavam para
suas residências. Enquanto minha esposa estivesse lá, no entanto, seguranças
tomariam conta do lugar. E terceiro, eu não queria esconder Isabella, ela iria
comigo a jantares de negócios ou recepcionaria meus convidados. Eu mostraria à
sociedade o casal mais perfeito que já existiu e, por fim, pediria o divórcio
de Isabella. Todos saberiam que EU a abandonei para ficar com outra mulher.
E essa mulher já existia. Tânia era
deslumbrante, loira clara, muito mais curvilínea que Isabella, sensual, ousada,
experiente e louca por mim. Ficar longe dela seria difícil e por isso ela
também estava se mudando para Boston. Um apartamento reservado, onde ela
moraria e que também serviria para as noites em que eu não estivesse com
vontade de olhar na cara de minha mulher. Esse caso eu pretendia manter em
segredo da sociedade, mas Isabella saberia, não para fazer ciúme, disso eu não
precisava, mas para humilhá-la mais um pouco.
Assim que chegamos ao apartamento eu
indiquei qual seria o ‘nosso’ quarto para uma noite tão especial de reencontro.
Ela apenas seguiu em silêncio e foi direto para o chuveiro. Eu enquanto revisei
a bolsa dela que estava comigo desde que chegamos. Os documentos eu confisquei,
o dinheiro ela não iria precisar, o celular já havia virado material reciclável
e o resto das bugigangas eram coisas femininas sem nenhuma
utilidade...apenas... Depois de mexer em toda a bolsa, cheia de bolsos minúsculos,
encontrei uma cartela de remédios. Será que ela estava doente? Peguei o nome do
medicamento e procurei na internet, era um anticoncepcional. Joguei fora, ela
não precisaria mais.
Uma ou duas doses de bebida depois
eu subi ao quarto levando a aliança e uma garrafa de champanhe. A brincadeira
iria começar. Apesar de ter uma banheira imensa parecia que Isabela havia
preferido utilizar o chuveiro, assim como também ignorou os cosméticos que
estavam sobre a pia. Ela estava de cara lavada, descabelada e apenas enrolada
em uma toalha enquanto mexia nas gavetas.
- Se acha que vai evitar algo se
mostrando descuidada com a aparência, está enganada. Posso muito bem fechar os
olhos.
- Não sei do que está falando. – Ela
percebeu que eu tranquei a porta ao entrar, mas não disse nada.
- Não viu os cosméticos sobre a
bancada da pia? Normalmente a noiva quer agradar seu marido na noite de
núpcias.
- Não divido maquiagem com
vagabunda.
- Não se preocupe. A dona daquelas
costuma ser mais tolerante e não se negaria a emprestar para você, mesmo sendo
uma. – Ela tentou dar uma bofetada em meu rosto mais a minha força e rapidez
venceram. – Terá de se acostumar com a verdade. Sorte sua que eu segurei seu
braço, se me atingisse, pode ter certeza de que eu revidaria.
- Covarde! – Ela rosnou, mas eu
sequer liguei. Estava mais preocupado em, aproveitando que ela estava presa
pelo pulso, arrancar a toalha que lhe cobria o corpo.
Era bonita, mais bonita do que
imaginei. Apesar da pouca estatura suas pernas eram longas e bem torneadas. A
brancura do corpo chamava atenção, não havia uma mancha sequer. Os peitos eram
pequenos, mas bem feitos, a barriga plana e o quadril fantástico. Passei as
mãos por seu corpo da forma mais desrespeitosa, apalpei tudo o que podia e ela
não disse uma palavra sequer, apenas ficou parada como se estivesse congelada.
Apesar da falta de qualquer relação entre nós, o bater acelerado de seu coração
deixava claro que ela também estava excitada. O motivo era simples: mulheres
como ela não precisavam sentir nada para ir para cama com qualquer homem.
Apesar disso, depois de
alguns amaços e beijos acalorados, ela resolveu dificultar a nossa noite de
núpcias.
-
Quem pensa que eu sou para me tratar assim. Quer as aparências do casamento,
tudo bem, mas vá achar uma amante.
-
Eu já tenho e continuarei tendo.
-
O quê?
-
Isso que ouviu. Talvez vocês possam até se conhecer. Mas não é Tânia que
assinou um contrato milionário para se casar comigo e parir um filho. Tenho que
contribuir para essa gravidez, não acha?
-
Temos muito tempo.
-
Prefiro tentar desde já. – Neste momento eu coloquei a aliança em seu dedo e o
chupei até que ela puxou a mão com força. Ela tinha sangue quente, podia jurar
que já estava molhada. – Conte Isabella...com quantos homens já fez sexo?
-
Com quantas mulheres você já fez? – Ela respondeu com outra pergunta.
-
Não costumo contar. Mas normalmente as mulheres têm números mais restritos.
-
Muitos. Os últimos anos foram fantásticos, sabe como é, no mundo da moda com
muitos modelos sarados...
-
Sabe o que eu acho, que não teve nenhum. – Eu mordi seu pescoço...para deixar
uma marca no que é meu.
-
Oraaaa Edward, se você queria uma virgem, sequestrou a mulher errada. – Sua voz
era carregada de deboche.
-
Dormiu com muitos garotos, mas só hoje vai encontrar um homem. – Falando isso
dei um forte tapa na farta bunda de minha mulher. – Vamos de uma vez.
-
Ui. Bruto!
-
Não viu nada ainda.
O
Champanhe esquentou sem ser aberto. Eu devorei Isabella, cada pedacinho...levei
ela ao máximo do desespero antes de penetrá-la e, quando o fiz, foi com força,
de uma vez só.
-
O garoto fazia assim?
-
AAA continua Edward...não quero papo agora.
-
Ele fazia assim. – Eu continuava estocando. – Fazia ou não?
-
Quem? Inferno.
-
O cara da moto. O com quem você fugiu na garupa, na festa do casamento.
-
Haaa, o Jack. – Seus olhos brilharam. – Era... muito melhor com ele!.
Não
enxerguei mais nada, apenas segui fazendo da forma mais forte e rápida que
consegui. Parecia como um animal bruto. Jamais havia feito dessa forma, nem
mesmo em meus dias mais loucos com Tânia. Quando gozei dentro de Isabela não me
preocupei em sair de cima dela, fiquei ali e ela também não reclamou. Tive que
confessar que foi a melhor noite de toda minha vida. Levantei para ir tomar uma
ducha e aproveitei para chutar cachorro morto, como se diz por aí:
-
Você acaba de comprovar uma teoria minha.
-
Qual?
-
Vagabunda é um ótimo relaxamento. – Enquanto falava fui ao closet e peguei cobertores
e travesseiros. Joguei-os no chão, junto à cama. – São para você.
-
Como assim?
-
Eu posso ‘comer’ uma vadia, mas não durmo com uma. Vou tomar uma chuveirada e
quando voltar, quero encontrá-la aqui, na sua cama improvisada. Não se
preocupe, para nossa casa oficial eu comprarei um colchonete, não quero que
tenha dor nas costas. Por hoje é no chão mesmo.
-
Não posso dormir no chão.
-
Pode sim. Poderá usar a cama quando quiser, mas quando estiver sozinha. Comigo
não. Para dormir, é claro, acordados ela nos servirá muito bem. A escolha é
sua. As acomodações da prisão não são muito melhores. – Saí com a certeza de
que ela não tentaria nada, afinal o quarto permanecia trancado.
Quando
voltei do banho a encontrei deitada como eu havia ordenado. No rosto escorriam
algumas lágrimas silenciosas. Por mais birrenta e minada que fosse, ela estava
sofrendo com a humilhação. Sinal que eu estava no caminho certo.
-
Durma bem!