A dúvida passou a ecoar nos pensamentos de
Nathan. E aquela noite ele passou em claro. A ideia de que aquela garotinha,
Maria Fernanda, pudesse não ser fruto de uma união, mesmo que breve, com outro
homem e sim sua o fez perder o sono. Ele fez algumas contas, mas, sem saber
exatamente a data do nascimento, foi impossível ter certeza.
Quase
com vergonha do que fazia, ele foi investigar nos perfis em redes sociais que
os membros da família Vicentin tinham na internet. Não conseguiu visualizar
nada na conta de Milena do Facebook, ela restringia qualquer postagem ou álbum
de fotos aos amigos e, devido ao número baixo de contatos, aparentemente ela só
aceitava pessoas íntimas. O mesmo ocorria com Lorenzo. Ele não se lembrava o
nome da jovem esposa do administrador para tentar procurar. Como tinha amizade
com Jonas e Emily, conseguiu navegar em seus perfis com facilidade. Mas nada
conseguiu descobrir.
Só
ao pesquisar nas postagens de Emily no Instagram é que conseguiu algo. Emily
postava fotos com frequência. Muitos pratos dos restaurantes, brincadeiras com
os filhos, compras no shopping com amigas, maquiagens diferentes e algumas
fotos com a sobrinha. Maria Fernanda aparecia fazendo sinais junto da tia,
sempre com um sorriso doce e olhar sapeca. Em duas imagens Milena estava junto
delas, sempre bela e ao lado da filha. Em uma a menina parecia ensinar a mãe a
fazer um sinal com as mãos. E a legenda da foto dizia [a família toda aprendendo
libras].
Ele
pouco sabia a respeito de libras. Claro que já tinha visto na televisão e
observado nas ruas. Jamais, porém, preocupou-se em entender como aprenderam e
no quanto aqueles poucos sinais era importantes a quem não conseguia se
comunicar por palavras. A filha de Milena não falava. E de súbito Nathan não
soube qual sentimento tomou conta de seu coração. Pena por ela ser uma
deficiente ou orgulho porque mesmo assim sua felicidade era algo visível até
para ele, um desconhecido. E isso era mérito de Milena.
-
Essa garotinha tem uma grande mãe. – Disse para si mesmo.
A
dúvida era quanto ao pai. Ele, talvez. Era possível. Uma possibilidade a qual
ele tentava afastar a todo o custo. Nunca desejou um filho. Jamais conviveu com
crianças. Sequer cogitou essa possibilidade junto de Valentina. Porque uma
criança não se adaptaria em sua vida, uma rotina sem regras nem horários. E
também, precisou reconhecer, sem o amor que ela precisaria. Mas e se essa
discussão deixasse de ser algo abstrato como um dia gerar um filho e passasse à
completa e urgente realidade de Maria Fernanda ser sua.
-
Se ela tivesse meu sangue, Milena teria me dito. Teria exigido que a assumisse.
– Nada diferente disse faria sentido. Uma mulher solteira que engravida numa
aventura e sai magoada, como foi o caso, ao se descobrir grávida, exige seus
direitos. Milena teria até mesmo usado isso para forçar uma oficialização do
relacionamento.
Nada
disso ocorreu. E agora, quando esteve à frente dele, Milena não disse nenhuma
palavra no sentido de aproximá-lo. Ao contrário, havia tanto ódio naquele breve
olhar quanto curiosidade nos da pequena Maria Fernanda. Tão parecidas e tão
diferentes ao mesmo tempo, uma o atraía enquanto a outra o repelia. Diante
disso tudo e dando vazão a covardia que escondia dentro de si, resolveu fugir
do Rio Grande do Sul o mais rápido possível. Milena o queria distante.
-
Farei sua vontade. – Decidiu. Em poucos minutos ele repôs à mala os poucos
itens retirados e deu às costas a Milena, pela segunda vez.
Na
segunda-feira Emily aproveitava sua tarde de folga com Jonas. Almoçaram comida
japonesa juntos e depois foram para um dos shoppings da capital fazer uma
compra rápida e voltaram para casa. Após a viagem rápida de comemoração ao
aniversário de Maria Fernanda, estavam cansados e preferiram aproveitar o dia a
sós.
-
Que os anjos do céu não me ouçam...mas é ótimo poder ter um tempinho só com
você aqui enquanto as crianças estão na segurança da escola. – Emily comentou
enquanto chutava os sapatos altos assim que passou pela porta.
-
Se os anjos lhe condenarem, meu amor, sou culpado junto. Nós precisamos desse
tempinho assim, só nós. E eles tiveram toda a atenção dos pais, tios e avós
nesse final de semana. Quer que eu abra um vinho?
-
Sempre quero. Você vai beber comigo?
-
Não posso. Eu tenho uma reunião em 40 minutos. Uma distribuidora de bebidas da
Itália quer comercializar o Vicentin. Estou empolgado.
-
Eu sei. Percebo isso no tom da sua voz. Eu faço o sacrifício de beber sozinha
enquanto relaxo. Mas é apenas um pouquinho. Depois tenho de colocar ordem no
escritório e nessa sala. A casa é grande e isso significa mais bagunça!
-
Algum problema com a nossa faxineira? Você já tem trabalho demais nos seus
restaurantes, Emily.
-
Sim, mas também tenho trabalho em casa. Tem coisas que só eu, a mãe deles, é
que sei como fazer e onde guardar.
-
Está bem, faça como achar melhor. – Charmoso, ele riu da forma como a esposa
sempre agia firmemente. – Como sempre faz. Mas lembre de relaxar e beba seu
vinho.
-
Pode deixar.
Quando
já tinha a taça em mãos e bebericava do líquido encorpado, Emily ouviu seu
celular tocar. Como mãe, seu primeiro pensamento foi de que havia algo de
errado com as crianças já que ambos os restaurantes estavam fechados naquele momento
e reabririam logo mais, apenas para limpeza e conferência das dispensas. Sua
surpresa só aumentou ao ver o número de Nathan piscar no visor.
-
Ainda aproveitando da brisa aos parreirais? – Atendeu ao amigo, sorridente.
-
Não, Emily. Estou em São Paulo. À frente do Calderone e não consigo entrar.
Você trocou a senha do alarme?
-
Sim...faz anos que você não vai aí. Eu a troco trimestralmente, como protocolo
de segurança. Mas a chave é a mesma. Digite 394582.
-
Farei isso. Obrigado, Emily.
-
Não precisa agradecer. O Calderone é seu, meu amigo. – Emily pensou em se
calar, mas era necessário perguntar. – Você está bem, Nathan? Está agindo de
forma tão estranha. Eu posso ir aí para conversarmos.
-
Não, Emily. Eu estou bem, apenas quero ficar sozinho, cozinhar e experimentar
novas receitas.
-
Está bem então. Ligue se precisar de algo. – Emily desligou ainda muito
preocupada com o sócio.
Sozinho
na cozinha industrial Nathan permitiu-se fazer o que de melhor sabia: cozinhar.
Preparou uma refeição completa, da salada de entrada, um macarrão com molho de
ervas e acompanhamento a base de frango. Até mesmo a sobremesa foi feita, um
doce de figo em calda e raspas de laranja. Tudo com um aroma muito bom, mas que
ainda assim não lhe despertava o apetite. A comida apenas não foi desperdiçada
porque duas pessoas chegaram ao restaurante, olhando-o apavorados. Um deles
Nathan reconheceu facilmente.
-
Márcio, é bom revê-lo! – Cumprimentou.
-
Patrão! Há quanto tempo! Quase morro de susto ao perceber que o prédio estava
sem alarme.
-
Apenas Nathan, por favor, sei que você e Emily não se tratam por títulos sem
importância.
-
Bom, sim, é o resultado de tantos anos juntos tocando restaurantes dia após
dia. Com você eu não tenho a mesma intimidade.
-
Ainda. Logo terá. Afinal, esse será meu local de trabalho dia após dia de hoje
em diante. Eu vim para ficar, Márcio. A partir de amanhã pretendo dividir com
Emily a lida diária do Calderone. Vim hoje me adaptar à cozinha.
Seria
uma grande adaptação, Márcio pensou. Apesar de todos saberem que o Calderone
era propriedade de alguém além de Emily, poucos estavam ali desde a inauguração
e por isso nunca tinham posto os olhos em Nathan. Márcio não acreditava que
seria difícil trabalhar junto dele. Segundo Emily, o reconhecido chefe
internacional era dedicado, metódico e muito organizado. Nathan tinha muito
mais do que seu charme e talento para oferecer ao Calderone e Márcio sempre
simpatizou com ele.
-
Seja bem vindo, Nathan. Nós viemos conferir a dispensa e organizar o salão.
Você continuará aqui até muito tarde?
-
Não...já terminei. Volto amanhã.
-
E esses pratos todos? – Márcio questionou vendo a bancada do restaurante
fumegante.
-
Vocês podem jantar. Depois me digam se ficou bom. Ciao! – Ele despediu-se,
retirando o traje branco que usava para cozinhar.
Decidido,
naquela noite, Nathan começou a procurar o apartamento que planejava comprar,
próximo do Calderon e, também, de alguns dos principais locais de shows e
espetáculos de São Paulo. Uma região boêmia, como ele sempre gostou. Apesar de
ter passado grande parte da noite nessa procura, ao chegar ao restaurante por
volta das 10h30min de terça-feira, estava disposto e animado como se precisasse
agradar a um patrão.
-
Bom dia a todos. Vamos começar a trabalhar? Qual o cardápio previsto, Emily? E
quantas reservas temos para o almoço, Márcio? - Ele foi direto ao ponto.
Emily
mal se continha de felicidade. Era bom poder ter Nathan de volta. Aquele Nathan
à sua frente, vivaz e disposto. Não o fantasma que ocupou seu corpo por uma
década. Ela dividiu a bancada da cozinha ao seu lado, lembrando-se do tempo de estudantes
de ambos em Milão ou das viagens de estudos que compartilharam em Paris. A
competência Nathan jamais perdeu. Porém, nos últimos anos ele cozinhou infeliz
e os alimentos exigiam satisfação de quem os preparava. E agora ela via naquele
homem uma ânsia de felicidade digna de quem faz algo vital para sua
sobrevivência.
-
Eu tinha esquecido como é bom cozinhar ao seu lado. – Disse-lhe quando enfim a
cozinha se acalmou.
-
Posso dizer o mesmo de você, minha querida.
-
Vou ao salão cumprimentar os últimos clientes. Logo volto.
-
Ok, eu irei apenas organizar algumas coisas e preparar o risoto da mesa 9.
Emily
conversou com a clientela, mesa a mesa. E não se surpreendeu quando vários
clientes comentaram haver um toque especial nos pratos, mesmo sem saber que o
conhecidíssimo Nathan Jonhson era quem comandava as panelas naquele dia. Muito
discreto, Nathan preferiu não ir ao salão nem anunciar sua presença. O
importante, segundo ele, era manter a qualidade que o Calderone sempre teve,
independente de qual chefe assinava as receitas.
Já
Emily se sentiu satisfeita e orgulhosa com cada um dos elogios. Se tinha algo
que lhe agradava mais do que cozinhar era ver as pessoas se deliciando com o
prato e tentando reconhecer os ingredientes ali escondidos.
Surpreendeu-se
apenas quando viu Milena entrar no restaurante junto de Maria Fernanda. Márcio
apenas deixou-as passar por saber serem da família. Àquela hora já não entravam
clientes. Emily abraçou e beijou Maria. Por gestos, lhe perguntou o que faziam
ali. A menina entendeu, mas não respondeu. Acostumada a ir ao Calderone e ser
minada pelos funcionários, correu para a cozinha. Emily pensou que hoje a
sobrinha teria uma surpresa, mas deixou que descobrisse isso sozinha.
-
Milena! Não sabia que viria para São Paulo. Poderia ter vindo conosco ontem
pela manhã. – Emily surpreendeu-se.
-
Não, Emily. Preferi vir hoje. É um voo tão curto, não havia necessidade de
atrapalhar a rotina de vocês.
-
Mas ficarão conosco essa noite? Claro que sim, não é! Seu irmão não aceitará
que vão a um hotel quando nós agora vivemos em uma casa, com espaço de sobra. Vida
e Maria gostam tanto de brincar juntas. – Emily não dava tempo para Milena
inventar uma desculpa.
-
Está bem, nós ficamos com vocês. Mas é só hoje. Vim trazer Maria ao médico. É
um especialista em surdez profunda. Não sei se adiantará algo, mas, como mãe,
me sinto na obrigação de tentar qualquer alternativa que prometa fazer Maria
Fernanda ouvir.
-
E o que o médico disse?
-
O caso dela é complicado. Aparelho não adianta. A alternativa seria um implante
coclear, mas mesmo assim não é 100% garantido que ela ouvira plenamente. E eu não
me sinto bem com a possibilidade dela passar por essa cirurgia. Ele disse que
ainda irá avaliar o caso dela. De qualquer forma, o implante não pode ser
realizado ainda, ela precisa crescer mais.
-
O importante é que sua filha é uma criança feliz, Milena. Que diferença faz a
forma como se comunica?
-
Sim, eu penso nisso. Agora a tarde nós vamos a fonoaudióloga. Esse sim um
tratamento de que não abro mão. Maria Fernanda tem condições de falar. Ainda não
desenvolveu a fala apenas porque, sem ouvir, não tenta repetir os sons. E eu
quero muito ouvir a voz de minha filha.
-
Vai ouvir, tenho certeza. Depois que começar, será como Vida, que não para de
matraquear.
-
Nós podemos almoçar ainda? Aliás...onde Maria está? Deve estar atrapalhando a
sua equipe.
-
Nada disso! – Emily achou que era hora dela saber que Nathan estava ali, bem
pertinho delas, provavelmente junto de Maria Fernanda, e assim ver sua reação. –
Maria e você vão almoçar num dia histórico no Calderone. Nathan está na
cozinha. Aposto que Maria já está escolhendo o almoço.
Milena
tentou disfarçar a surpresa e preocupação o máximo possível. Emily não podia
desconfiar de que seu sócio é o pai de Maria, mesmo assim, com o coração a
galope, caminhou até a área restrita a funcionários e viu a cena mais doce e
assustadora já presenciada por ela em toda a vida. Nathan tinha Maria Fernanda
no colo, erguida bem alto. E com a ajudinha dele, a menina alcançava um dos vários
pacotes de macarrão dispostos numa prateleira aérea.
-
Esse? – O cozinheiro perguntou ao pegar o ingrediente. – Você quer espaguete.
Nathan
surpreendeu-se ao ver Maria Fernanda entrar correndo pela cozinha. Vários funcionários
a beijaram e abraçaram até que viram ele observando a cena.
-
Essa criança vem sempre aqui? Uma cozinha industrial não é lugar para
brincadeiras. – Um tanto nervoso ele resmungou. – Onde está a mãe dela?
-
Ela vem às vezes, Nathan. É sobrinha de Emily e não atrapalha o serviço. Não se
preocupe. – Márcio explicou. – Passa das 14hs. Ela deve estar com fome.
Maria
não ouviu a conversa deles. Mas era justamente comida o que desejava. Apontou
para sua barriga e todos entenderam. Por sinais, Márcio disse a menina para
apontar a Nathan o que deseja comer.
-
Ela vai lhe mostrar o que deseja. Se você tiver alguma dúvida, espere Emily vir
aqui. Mas Maria é muito esperta e não incomoda ninguém. Fique tranquilo. – Márcio
orientou.
Não
foi assim tão simples. Ele ofereceu vários pratos, falando pausadamente seus
nomes, na tentativa dela entender. Mas, claro que não foi assim, recriminou-se
depois. A menina era surda, não entenderia independente da velocidade com que
fizesse a oferta. Só lhe restou a mímica. E ele não era muito bom nisso. Quando
enfim descobriu que ela desejava comer espaguete, faltava saber com o que. Ainda
bem que a garotinha facilitou tudo, apontando para a pilha de tomates.
-
Espaguete ao molho vermelho. É simples...eu faço pra você. Claro que faço. Você
será minha ajudante. – Ele decretou, sorrindo e colocando uma caixa junto da
bancada. Ela subiu e viu ele separando os fios de massa e polvilhando-os com
farinha de trigo. Com um simples gesto, Maria entendeu que era para fazer
igual. – Isso, minha ajudante.
Emily
e Milena ficaram em silêncio assistindo a cena. A sócia via pela primeira vez
Nathan interagir com uma criança. E percebia que, ao contrário do que sempre
aparentou, ele levava jeito com a tarefa. Já Milena sentia medo com o que
assistia. A ideia de tê-los se aproximando era assustadora. E, sendo a
comunicação tão difícil entre eles, ela acreditou que não se aproximariam com
aquela rapidez. Enquanto o macarrão cozinhava na água fervente Maria o
observava atentamente fazer o molho. Nathan temperou e colocou na palma da mão,
esfriou com assopros e pediu estendendo o braço para ela provar. Com uma
lambida sem nenhuma timidez, seguida com um sorriso, ela lhe disse que estava
no ponto.
-
A cozinha envolve todos os sentidos. - Emily disse. - Tanto que aqui, a fala
pode ser substituída facilmente. – Foi aí que Nathan percebeu a chegada de
Emily e Milena.
-
Olá! Nós tivemos alguns problemas iniciais, mas foram todos superados. Maria e
sua mãe agora irão comer do espaguete. – Ele sorriu. – É um prazer revê-la, Milena.
Havia
tanto a dizer. Mas não ali. Não quando uma criança e vários adultos os cercavam.
Nathan só pensava que fugir já não era uma alternativa quando a verdade queria
sufocá-lo. Milena sentia-se num imenso mar, pronto a afogá-la caso continua-se
guardando aquele segredo. Ainda assim, tentava nadar contra a maré e manter-se
viva, tendo Maria só para si.
- É um prazer revê-lo, Nathan. –
Milena disse, apenas.
- Hora de comer então. – Emily afirmou.
– Milena e Fernanda, venham para o salão. Vou pegar um suco. Essa cozinha
precisa ser organizada agora. Vocês terão muito tempo para conversar hoje a
noite. Deixaremos o Carderone nas mãos do chefe substituto e jantaremos todos lá
em casa. Milena e Fernanda ficarão conosco essa noite, Nathan. E você virá nos
brindar com sua companhia no jantar. Combinado?
- Combinado. – Ele respondeu,
satisfeito em ter um encontro marcado com Milena.
- Claro. Até a noite então, Nathan. –
Milena confirmou timidamente.
Emily voltou com a cunhada ao salão
disposta a obrigá-la a falar qual o problema. Iria jurar manter segredo
inclusive de Jonas. Suas desconfianças jamais foram tão fortes de que, na
verdade, Nathan é o pai de Maria Fernanda. O que Emily nunca desconfiou é que
ele não foi informado disso. Sempre pensou que o sócia havia fugido da
responsabilidade. Agora percebia que Milena realmente nunca o avisou de que seria
pai.
Nada disso foi possível porque assim
que se sentaram à mesa, Márcio aproximou-se trazendo o telefone.
- A senhora Melissa ligou, em
completo desespero. Pediu que ligasse para Marta e pedisse que entrasse em
contato com ela o quanto antes. – Ele deu o recado. – Parece que é urgente.
- O que Melissa quer com minha mãe
de criação?
- Parece que tem a ver com o
abrigo....Melissa acaba de atropelar uma das internas. Estão na emergência médica.
– Márcio esclareceu.
Mesmo sem muito entender, Emily foi
cuidar de mais aquele problema.
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