Neal
encarou John. Aquele encontro estava marcado há tempos e muito lhe custou.
Ninguém compreendeu suas atitudes recentes. Peter estava desconfiado, a equipe
do FBI o olhava torto, Rachel sequer o olhava. Até mesmo de seus filhos estava
mais distante. Ainda assim, tudo era válido.
- Fiquei sabendo que deseja me ver.
– Disse ao homem que destruiu a vida de Rachel. – Não havia necessidade de
mandar recado.
- Não sou ingênuo, Neal. Você é um
falsário. Suas armações já enganaram muita gente, inclusive o FBI. Até minha
filha acabou presa por sua causa. Mas não a mim. Verônica lhe deu meu recado?
Verônica é uma bela loira, mas
chegou à sua casa disfarçada em uma peruca ruiva. Não foi difícil descobrir.
Conhecia bem o brilho e o perfume de fios vermelhos naturais. E se ela resolveu
passar-se por ruiva, o conhecia bem e desejava algo. Prova disso também era que
Verônica veio procurá-lo no hotel. Ninguém além de Peter sabia onde estava
hospedado.
Estranhou a postura da falsa ruiva.
Ela tentou se fazer de sexy, jogou um falso charme, tentou seduzi-lo. Era tão
real quando seus cabelos. Não o enganou e mesmo que fosse a mais bela e sensual
das mulheres, naquela noite nada conseguiria. Não quando estava separado da
esposa e dos filhos, disposto a qualquer coisa para livrar-se dos problemas e
voltar a viver bem com Rachel.
- Você não vai conseguir me seduzir.
Mas eu posso fingir que conseguiu...se você falar de uma vez o que veio fazer
aqui, senhorita...
- Pode me chamar de Verônica! Devo
dizer foi um prazer vir vê-lo essa noite, Neal. Trabalho e prazer podem andar
juntos.
- Eu não estou no meu humor. O que
deseja?
- Que estresse, querido. Mas serei
breve, se assim deseja. Alguém que eu conheço e que não confia em você o
bastante para vir aqui quer fazer um acordo com você.
- Acordo? – Neal precisava entender
o que ali se passava. – Vamos tomar um drink, Verônica.
Algumas doses mais tarde e deixando
claro que não se tratava de uma iniciante, Verônica o fez entender o que ocorria.
Nenhuma vez ela fez referência ao nome John Turner e, ainda assim, ele fora o assunto da
conversa.
O homem que Rachel chamou de pai por
toda a vida desejava vê-lo, mas na hora em que ele desejasse, nem antes nem
depois. Ele deveria guardar aquela informação para si, nem mesmo Mozz poderia
saber. Muito menos Rachel.
- Fiquei feliz em descobrir que
estava nesse hotel. – Verônica disse aproximando-se de seu rosto. – Ficará mais
fácil obedecer ao nosso amigo.
- Isso se eu tiver interesse em
obedecê-lo.
- É claro, Sr. Caffrey. E terá, eu
não tenho dúvida. Juntando o seu talento com o dele, poderão conquistar o que
sempre desejaram. Fica à espera de um novo contato.
Neal não sabia o que lhe era mais
custoso. Esconder algo de Mozz ou de Peter. Aquelas informações interessariam
aos dois. Mas aquela era a única pista que tinham até John e ele precisava
manter contato com Verônica até descobrir seu paradeiro.
Quando brigou com Rachel e deixou a
casa, foi para aquele hotel com o objetivo de pensar e esfriar a cabeça. Ter um
assassino, falso morto, seguindo-o estava fora dos planos. Ainda assim, aquela
poderia ser a solução dos seus problemas. Se prendessem John para sempre,
Rachel estaria livre para voltar a viver. Então obedeceu a determinação de
Verônica. E ficou separado de Rachel, à espera de John.
- Diga o que quer. – Apenas ficar
frente a frente com John e não poder entregá-lo à polícia já o revoltava.
- Calma Neal...isso é algo que a
maturidade me trouxe. Mas que minha filha não aprendeu. Ela é explosiva demais.
Por isso a soma dos talentos de vocês não foi o bastante para recuperarem o meu
diamante.
Então as desconfianças de Neal foram
confirmadas. John não fazia ideia que David Williams passou todos esses anos
com o diamante guardado em segurança e agora tinha presenteado a filha com ele.
Desconfiava que Rachel não mais o apoiaria, mas apostava na ganância de um
ladrão e falsário para descobrir seu paradeiro.
- Com você como parceiro eu consigo
o diamante. É isso? Essa é a proposta que tem a me fazer, John?
- Não tão rápido, Neal. Não tão
rápido! Você tem sentimentos pela minha garota...não entendo muito bem o
motivo, mas sei que tem. Foi muito conveniente o término do relacionamento ser
agora, mas sei que Rachel o tem nas mãos. Diga-me, Neal, foi a ânsia dela por
me pegar que o incomodou?
- Eu não vou discutir meu casamento
com você. O que quer de mim?
- No momento quero fazer um acordo.
Você tem informações que me serão úteis, descobertas que Rachel fez nesse meu
tempo no mundo dos mortos. Com elas, posso procurar pelo meu tesouro escondido.
Você ficará longe de Rachel, me ajudará e, com a pedra, eu sumirei da vida
dela. Essa é a minha proposta.
- Se eu tenho as indicações, porque
não busco sozinho pelo diamante, John?
- Por que tem pudores em trair sua
mulher. Sabe, Neal, eu sempre tive uma teoria: a família não é para o crime.
Você e Rachel a comprovaram. Eram ótimos separados, mas juntos ficaram bons
demais.
- Nós optamos por dar uma vida
estável aos nossos filhos.
- Você, talvez, suporte a tal da
‘vida estável’. Ela não. Entenda Neal, Rachel é uma assassina. Ela é uma
máquina de matar. Eu a criei, eu a ensinei a ser assim. Ela não hesita em puxar
o gatilho, enquanto você tem as mãos limpas. Você rouba, Neal. Eu e Rachel
matamos. Estamos em níveis diferentes, se é que você me entende.
- Rachel não é mais assim. Você não
mais a domina.
- Domino. E você sabe. Eu a criei,
eu a programei para ser assim, para matar sem pensar duas vezes. Ela será assim
para sempre, Neal, não se engane. Lá no fundo você sabe. Ela será sempre uma
assassina cruel. Agora ela quer me matar, deve sonhar com isso. Talvez ela
consiga, ou talvez eu a mate.
- Fique longe da minha mulher!
- Viu! Aí está! O pânico toma os
seus olhos, Neal Caffrey. Pois saiba que se fui eu a criar Rachel, posso acabar
com ela quando desejar. Ela foi um soldado útil por muito tempo. Mas que não se
meta no meu caminho. Eu a deixei viver para recuperar meu diamante. Você
colocará a pedra na minha mão, ou eu mesmo, pessoalmente, coloco fim em Rachel Turner.
Aguarde indicações de Verônica.
Aguardar e ser vigiado por John,
Neal sabia. Isso incluía manter-se distante de Rachel e apenas visitar os
filhos. A saudade da pele dela, do cheiro, das mãos de sua Diaba Ruiva o estava
matando. E mesmo no FBI ela evitava lhe dirigir a palavra. Apenas trabalhavam
juntos e quando ela não encontrava uma desculpa para mantê-lo distante.
Por insistência de June e Mozz, Neal
deixou o hotel e retornou ao apartamento que lhe serviu de morada logo que saiu
da cadeia sem muitas opções. Ali, ao menos Rachel permitia que os filhos o
visitassem com mais frequência. Normalmente Mozz os buscava em casa.
- Não que você mereça! – O amigo lhe
dizia. – É pelas crianças que eu faço isso.
- Eu não a quero mais, Mozz. Simples
assim. – Neal passou a repetir, na tentativa de manter seu disfarce. Se John
não acreditasse que eles seguiam brigados, o plano seria inútil. Mas se
confiasse nele a ponto de lhe dizer seu paradeiro, poderia ajudar o FBI a
prendê-lo e reconquistar sua vida ao lado de Rachel.
Neal, no entanto, estava muito
enganado se pensava que aquela farsa enganava alguém. Ele e Mozz não
acreditavam nem por um momento na hipótese dele ter desistido do casamento.
Rachel podia ser insuportável para muitos, mas Neal a ama desde que pôs os
olhos nela. Apenas por ela cogitou abandonar o crime e, por isso, conseguiam
entender que se preocupasse com ela, fosse contra suas atitudes inconsequentes,
mas, jamais, levaram a sério a ideia do divórcio. Neal estava mentindo.
- O que você sabe? – Mozz e Peter
juntaram forças para tentar descobrir o que acontecia. – No FBI ele está
estranho. Quero saber em casa.
- Você o conhece tão bem quanto eu,
engravatado. Ele está mentindo. Para nós dois.
- Sim, eu sei. Mas o que é, Mozz? Você
falou com June? Ela não sabe de nada?
- Parece que uma mulher andou
lá...uma ruiva.
- Ruiva? Isso já é obsessão! – Peter
surpreendeu-se. Era muito difícil para ele reconhecer, mas não conseguia
imaginar Neal com outra mulher. – Eu não acredito. Neal e Rachel me pareciam
tão... parceiros.
- Você dizendo isso? Logo você que
tentou de tudo para afastá-los?
- Sim. E reconheço que nada era
capaz de esfriar a paixão que havia entre eles. Ardia nos olhos dos dois. E
arde até hoje. Seja quem for essa ruiva, não acredito que Neal a tenha colocado
no lugar de Rachel. Descubra quem é, Mozz. Vou averiguar.
Mozz não precisava de convite para
isso. Ficou de olho em cada atitude de Neal Caffrey. E com a ajuda de June, não
tardou a descobrir o nome Verônica Saldanha. Peter então assumiu mais aquela
investigação restrita. E com a ajuda de Diana e Henrique, montou sua força
tarefa de costume. Não foi difícil descobrir que se tratava na verdade de Isabela
Turner, uma procurada da Interpol.
- E, não me surpreende, a polícia
internacional acreditava que ela estava morta! – Informou Peter. – Isso lembra
vocês de algo?
- É filha de John? – Henrique
assustou-se.
- Não sei. Se for, é provável que se
trate de outra dessas estranhas adoções. Seja como for, Neal vem se encontrando
com ela, resta saber por que ela se aproximou dele e até que ponto Neal sabe de
quem se trata. Isabela é mestra nos disfarces, fala várias línguas e saber se
reinventar. É uma falsária do mesmo nível de Neal.
- O que vamos fazer? – Diana perguntou
ao chefe.
- Vocês vão continuar observando os
passos de Neal e de Rachel. Seja o que for que ocorre aqui, trata-se de algo
arriscado. Não sabemos onde está John Turner, mas, por meio de Isabela, ele
está infiltrado entre nós. Talvez com a ajuda de Neal.
- Você está desconfiando de Neal?
Depois de tudo, engravatado? – Mozz revoltou-se.
- Esse é o meu papel. Mas não
acredito nisso. Acho apenas que essa mulher aproveitou-se de um momento de
crise no casamento de Neal para usá-lo. Eu vou conversar com ele. Tentar
descobrir algo.
Neal percebia a mudança nos amigos.
Todos o observavam quando andava no FBI enquanto Mozz o investigava em casa e
June lhe aconselhava a tomar juízo e reatar o casamento. Ninguém imaginava a
falta que sentia de Rachel. A cada encontro com Verônica, conquistava um pouco
mais da confiança de dela e de John. Mas até agora, não descobriu o esconderijo
de John. Precisava saber com certeza, não podia falhar.
- Neal, o que há? Você está
escondendo algo. – Peter tentou lhe convencer a falar naquela manhã durante a
saída para um caso.
- Nada Peter. Meu casamento acabou.
Eu não mais vejo meus filhos quando quero. Rachel...está magoada comigo. Eu
tenho motivos para estar mal. Ou você acha pouco?
- Não, não é. Mas foi o que você
escolheu. O amor acabou então...
- Eu nunca disse que deixei de
amá-la! Nunca! É só que...tem de ser assim.
- Bom, de qualquer forma é a sua
escolha. – Peter tinha mais uma arma. – É bom se acostumar a ficar longe deles.
Você sabe que David está agindo para livrar Rachel das suas condenações. Ele
quer levá-la para a Europa.
Isso era algo real e do qual Peter
não gostava. Para ele, independente das razões pessoais, Rachel matou e deveria
pagar. Além de ser uma pessoal inconstante demais para ficar sem um controle
social, o que a tornozeleira fazia muito bem.
- Ela não irá. Tenho certeza. – Neal
respondeu. – Nossa vida é aqui.
Ainda assim, aquela interrogação
ficou ali. Nem mesmo para o Primeiro Ministro Inglês seria fácil dar liberdade
à filha quando ela tinha condenações por assassinado na Europa e na América.
Ainda assim, duvidar de David Willians não era boa ideia. Se Rachel acenasse
para ele com a possibilidade de voltar para a Inglaterra e ficar junto dele,
David não mediria esforços diplomáticos a fim de que o indulto lhe fosse
concedido. E ainda havia Nohan, o diplomata cheio de sentimentos por Rachel.
- Você não pode ir para a
Inglaterra! – Ele lhe disse após chamá-la para uma breve conversa no FBI.
- Não? E quem decide isso, Neal
Caffrey?
- A sua vida é aqui em NY, no FBI,
junto com os nossos amigos. Você ama esse lugar. Não pode ir embora só para me
castigar, me afastar das crianças. Me afastar de você.
Era tão fácil para ela ver nos olhos
de Neal o sofrimento. Seus olhos sempre lhe foram sinceros, via claramente
quando ele mentia. E naquele momento ela só viu amor.
- Se não quer se afastar de mim,
volta pra casa. – Rachel engoliu o orgulho e pediu, de coração aberto. – Eu te
amo. Nós sentimos a sua falta.
Neal quase lhe disse tudo, que
estava enganando John Turner e ela precisava compreender, ficar à distância,
fingindo não saber de nada. Mas conhecia Rachel. Ela era explosiva demais para
isso. Sairia feito uma descontrolada atrás do pai e muito provavelmente
passaria por cima de Verônica com uma arma nas mãos e a obrigaria a entregar o
esconderijo. Dessa forma, mais uma vez John escaparia da polícia e seu inferno
seguiria. Então calou-se.
- Eu não vou voltar, Rachel.
Perdoe-me. – Ele disse em tom baixo.
- Então vá cuidar de sua vida! Eu
vou cuidar da minha! E se eu for para Inglaterra com meus filhos, o aviso para
ir se despedir.
- Será assim, faria isso comigo? Só
para me atingir? Vai trocar de nome, tornar-se a filhinha de David só pra me
ferir?
- Eu não vou mudar de nome nem me mudar
definitivamente, ainda, pelo menos. Mas estou pensando em ir passar alguns dias
com minha nova família. Tenho certeza que você nem mesmo notará a minha
ausência. Já deve estar com outra em sua cama. Eu te conheço bem, Neal.
- Não estou com mulher nenhuma!
- Eu fingirei que acredito. Agora
saia da minha frente Neal.
Aquela informação o fez ter certeza
que precisava encontrar John logo. Hoje ele e Verônica iriam se encontrar num
parque. A escolha foi feita por ele. Verônica ainda não tinha desistido de
tentar seduzi-lo e ele costumava manter distância. Foi aos seus compromissos.
Tinha muito o que descobrir antes que Rachel embarcasse para a Europa e ele
perdesse a família definitivamente.
Quando saiu do prédio Neal teve a
surpresa de passar por Sara. A investigadora de seguros retornou, mais uma vez.
Dessa vez não era ele o alvo da visita. E sim Henrique. O ex namorado que ela
abandonou ao saber que agora teria uma criança para criar. Neal conhecia bem
essa história. Sara tinha uma tendência a fugir quando os laços começavam a se
tornar mais firmes.
- Oi Henrique...como vai? – Ela
perguntou, elegante como sempre.
- Bem, Sara. Como vai a Inglaterra?
- Cinza,cheia de nuvens e neblina,
como sempre. Falta vida. – O belo vestido preto usado por Sara entregava seu
estado de espírito. Sara estava infeliz. – Como está Nicolas?
- Nicolas...por favor Sara, nós dois
sabemos que você não liga para Nicolas. Então diga logo o que quer aqui.
- Não...não é isso. Eu fui embora
porque...porque...
- Porque Nicolas chegou e estragou
seus planos. Porque você só pensa em dinheiro, porque um bebê que precisava de
amor e de carinho não era do seu agrado. Então foi mais cômodo fugir e se
esconder atrás do trabalho. Como você sempre faz.
- Mas eu voltei. Estou disposta a
mudar...eu...senti sua falta Henrique e de Nicolas também.
- Só que agora é tarde Sara. Eu e
Nicolas não precisamos de alguém que foge na primeira dificuldade. – Henrique
respondeu e lhe deu as costas. A mágoa por aquele abandono ainda lhe doía.
Peter colocou Rachel num caso que
investigava a venda de crianças para a China. A negociação estaria ocorrendo
numa praça localizada no centro de New York. Dois chineses levavam fotos de
bebês, meninas cujo as famílias queriam se desfazer devido a exigência de um
bebê por família e a preferência por meninos. A quadrilha vendia os bebês para
famílias na América. O que Neal e Rachel desconheciam é que a praça em questão
é a mesma em que Neal
encontrava-se naquele instante junto de Verônica.
Diana, que dedicava-se a monitorar
Neal e Isabela Turner surpreendeu-se ao ver Rachel chegar à praça. Avisou Neal
que orientou-a para evitar aquele encontro.
- Se Rachel ver Neal junto de uma
mulher será uma guerra. Impeça! Eu estou indo para aí.
Não foi tão simples. Sem saber do
que ocorria, Neal tentava se esquivar de Verônica. Ao mesmo tempo, tentava
ludibriá-la para fazê-la falar. Só precisava de um lugar,ma pista que o levasse
até John. Mas ele era muito de desconfiado e Verônica o temia demais para
desobedecê-lo.
- Estou separado, Verônica. Nada
mais tenho com Rachel. O que mais John pode querer para acreditar que irei
ajudá-lo. Mas preciso da ajuda dele. Quero ir até onde está. Me leve, por
favor. – Ele pediu.
- Calma, Neal. Muita calma. Isso
acontecerá quando ele quiser. Não antes.
- E enquanto isso, o que devo fazer?
- As opções são muitas
Neal...muitas...
Ela começou a tirar a jaqueta que
vestia. Por baixo, uma minúscula blusa que pouco cobria de sua pele clara.
Nessa tarde Verônica não colocou a peruca, usava os cabelos louros e ondulados.
Era bela, muito. E se não fosse uma situação tão difícil era provável que ambos
pudessem ficar juntos por algumas horas. Mas não quando Neal só queria usá-la
para conseguir uma informação.
E, caso pensasse em aceitar a oferta
de Verônica, teria sido impedido por Rachel. No auge do estresse após a briga
com Neal e sentindo sua TPM se aproximar, ela foi ao parque decidida a
desmembrar uma quadrilha de venda de crianças. E viu seu marido – o fato de
estarem separados pouco lhe importou - entre chamegos com uma loura. Daquele
instante em diante
Rachel esqueceu o que veio fazer ali. E avançou sobre os
dois. Se Neal já a achava uma descontrolada, lhe daria razões para ter certeza.
- Vagabunda! – Rachel puxou a loura
pelos longos fios de cabelo e a atirou por sobre a grama. – Vadia! Se
oferecendo pra homem casado!
Neal tentou interferir na briga.
Tratava-se de duas mulheres fortes e raivosas. E ambas estavam dispostas a
continuar com a briga. Quando puxou Rachel pela cintura, ela ainda acertou um
chute no estômago de Verônica antes de empurrá-lo e esbofeteá-lo enquanto a
outra se recuperava no chão. Ele sentiu a face arder como há muito não
acontecia.
- Você não se meta! Não me toque!
Quando eu acabar com essa vagabunda a gente vai conversar! – Ela lhe gritou.
- Sua demente! – Verônica respondeu.
– Ele é seu ex. Não estão mais morando juntos.
- Cale a boca! Eu não dei
autorização pra galinha falar! – Rachel gritou antes de atingir a loura com a
mão fechada na ponta do queixo. – Grita agora, grita! Vai aprender a não se
meter com homem dos outros.
A briga terminou apenas quando Peter
e Diana intervieram. Sozinho, separar duas mulheres raivosas era impossível
apenas para Neal. Diana puxou a impostora para um lado enquanto Neal e Peter
seguraram Rachel. Também tiveram que chamar uma ambulância para minimizar o
estrago.
- Uma guerra, eu não disse? – Peter
brincou com Diana quando as coisas se acalmaram.
- Sim...e pelo rosto do Neal, sobrou
para ele.
- Nada que ele não tenha merecido,
Diana. Vamos ver se assim ele abre o jogo dessa mentirada em que se meteu. –
Essa ao menos era a esperança de Peter.
Cara to com MTA raiva do Neal mesmo sabendo q ė pra proteger a Rachel, tomara q depois disso ela vá mesmo pra europa e deixe ele por uns tempos,pra sofrer
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