Sem tempo para desperdiçar e sem
alertar colegas de trabalho nem amigos, Elizabeth fez o mesmo caminho trilhado
por Beatriz meses atrás. Torcia para que ele a levasse para junto da irmã. Com
medo de ser reconhecida e tendo apenas a descrição física do homem com quem
desejava falar, Liz se preparou para não ser reconhecida. Isso representava
usar roupas nada discretas, peruca e muita maquiagem. O estilo era conhecido
por ali e não atraía desconfianças. Elizabeth destrancou uma gaveta há muito
fechada em seu guarda-roupa e pegou um vestido com imensa fenda, além de uma
peruca. Era outra mulher.
A fenda tinha outra razão além de
expor suas pernas. Ela lhe dava acesso à arma, pequena, porém potente, que
levava presa na coxa. Se algo saísse do controle, a prostituta saía de cena e
deixava a policial fazer seu trabalho.
A rua na qual caminhava era
exatamente como descrito por Beatriz, escura e movimentada, cheirava a dinheiro
sujo e violência. Se procurasse um pouco mais atentamente, poderia dar voz de
prisão a todos ali. Drogas, armas, agressões, as razões seriam variadas. Ao
observar discretamente qualquer um daqueles rostos Elizabeth soube que ali
ninguém era santo. Não se surpreenderia caso fosse conferir a fixa policial e
acabasse cumprindo vários mandados de prisão.
Nada daquilo era seu objetivo. E a
descrição do homem com quem Beatriz trocou algumas poucas palavras na noite em que Caleb fora preso estava
decorada em sua mente. Andou, andou, andou e não encontrou o homem.
- Quanto é programa? – Um homem
parou o carro junto do meio fio e perguntou.
- Que pena gato, acabaram de me
mandar atender um cliente. Fica pra próxima. – Despachou o interessado.
Havia um homem que combinava com
aquele perfil de atitude. Ficava próximo das garotas, observando e de vez em
quando uma delas falava com ele antes de sair com um homem. Ele era da
quadrilha, mas negro, jovem demais e de baixa estatura, em nada combinava com a
descrição física do substituto de Caleb. Mesmo assim, ela foi até ele.
- É você que comanda aqui?
- Por hoje, é. E você quem é?
- Valesca. Marquei com um cliente
aqui...posso ficar né. Não vou pegar nenhum das suas garotas.
- É, pode. Mas só hoje.
- O ponto parece bom...bem
frequentado. – Ela sorriu, falsa, aquele jovem parecia ser o alvo perfeito para
colher informações. – Se eu quiser usar essa calçada devo falar com quem?
- Sei não se vão deixar você
entrar...mas vem aí outra noite e fala com o Pedro. Ele vai te dizer.
- Ta bem. Vou esperar meu cliente
então...como é seu nome mesmo?
- Me chamam de ‘Ligeiro’.
- Valeu Ligeiro.
Elizabeth sabia que era observada
pelo rapaz. Seu disfarce não era garantido. Então seguiu por ali, caminhando,
dispensando clientes, atraindo olhares invejosos de outras garotas. Não podia
se queimar já que precisava voltar então deixou claro que não queria competir.
Elas entenderam que era verdade quando dispensou um homem num carro esporte.
- É...tá bem...pode ficar tranquila
se não pegar os nossos. – Disse uma loura de seios fartos.
- Não pegarei. Só espero um que
marcou comigo. Cliente antigo, sabe como é.
- Sei, sei. Mas to de olho.
Só que não havia cliente algum e ela
podia perder seu álibi a qualquer momento. Pensou em discretamente mandar uma
mensagem para Matt, pedindo que ele viesse ajudá-la passando-se por um cliente.
Não foi necessário. Outro carro esporte parou na sua frente e para esse ela não
podia negar nada ou o seu plano seria descoberto.
- Entra nesse carro agora! – Gritou
Miguel olhando-a pelo vidro. Havia labaredas de ódio em seus olhos.
Elizabeth sentiu as pernas tremerem
sobre os altíssimos saltos. Não era medo de Miguel. Mas do estrago que ele
podia fazer na investigação caso a entregasse. Se, por acaso, as garotas dissessem
para ‘Ligeiro’ que ela não era garota de programa, afinal um marido ciumento
tinha vindo buscá-la, teria grandes problemas. Talvez nem ela e Miguel saíssem
vivos dali. Ou nunca descobriria nada de Bia. Ela
entrou no carro, não havia alternativa. E foi o mais direta possível naquelas
circunstâncias. Aquelas prostitutas esperavam vê-la com um cliente e foi isso o
que lhes deu. Antes que Miguel tivesse chance de dizer algo mais ela o calou
com um beijo, pôs as mãos em seus ombros e manteve seu olhar preso ao dela.
Miguel foi do inferno ao céu. Desde
que se separaram sonhava em tocar aqueles lábios e já imaginava que talvez Liz
jamais o perdoa-se. Poderia nunca mais tocá-la. Apesar de ter jurado manter
distância do álcool e de prostitutas, naquela noite algo mudou. Foi atraído
para ali, disposto a esquecer da esposa por algumas poucas horas nos braços de
outra mulher, menos forte, menos bela, menos sua, mas, ainda assim, lhe
trouxesse alívio. Veio na busca de uma vadia e encontrou Liz vestida como tal.
Imaginou que ela estava voltando aos hábitos passados e procurava por algum
alívio, exatamente como ele. Não a julgaria, seria absurdo quando ele veio ali
pelo mesmo motivo. Mas o ódio tomou conta de seu corpo na forma de ciúme ao
imaginar outro tocando o que lhe pertencia. Quando mandou-a entrar no carro o
fez certo que ela revidaria, responderia à altura. Esperou tudo, menos
obediência e, sobretudo, não imaginou aquele beijo. Nem o que ela lhe disse a
seguir.
- Ligue esse carro e dirija para
longe sem dizer uma palavra. Agora, Miguel. – Foi um sussurro em seu ouvido,
mas o tom grave o fez perceber que aquela noite ainda reservava surpresas.
Miguel dirigiu em alta velocidade.
Provavelmente levou algumas multas de trânsito pelo caminho. Ele só desligou o
carro quando chegou a um local muito conhecido deles. O motel pessimamente
localizado e muito longe das exigências naturais de Miguel serviria muito bem
para esclarecer o que ali acontecia. Ele tirou a chave da ignição, e saiu do
carro antes que Elizabeth tivesse a chance de reclamar. Ela foi obrigada a
segui-lo até um quarto.
- Eu não achei que te encontraria na
rua se oferecendo novamente. Sabe o que isso faz comigo, Liz. – Ele gritou
assim que bateu a porta. – Você voltou para a sua vida dupla!
- Você não sabe de nada, Miguel!
Nada! E eu não tenho obrigação nenhuma de te dar explicações!
Miguel prensou-a contra a parede
fazendo-a sentir todo o seu corpo. Ela se debateu, ele não se mexeu nenhum
centímetro. Uma aceitação calma e serena nunca lhe pareceu possível, Liz é do
tipo de mulher que luta até o último suspiro. Ele beijou-a até sentir o fôlego
acabar e perceber que ela já não lutava. Elizabeth parou de mentir e assumiu
que gostava daquele toque. Foi a deixa que precisa para permitir que as mãos
entrassem por baixo da curta saia e lhe tocassem mais intimamente.
- Já te falei que se é de sexo sujo
que você precisa, eu mesmo posso te dar. Não vai encontrar em nenhuma calçada.
– Miguel provocou-a.
- É claro, porque o limpo você
reserva para a Alejandra, apesar, é claro, dela ser tão peçonhenta que não
merece nada. – Elizabeth revidou.
- Deixe Alejandra fora da nossa
cama, Liz.
- Foi você quem a trouxe, Miguel. E
nós não temos mais uma cama. É cada um na sua. Agora me solte.
Miguel nem cogitou obedecer. Até
porque, a linguagem corporal de Elizabeth mandava mensagens muito diferentes,
mas claras e deliciosas. Em poucos minutos estavam com braços e pernas entrelaçados,
deitados no chão mesmo e tirando as roupas o mais rápido que conseguiram.
Miguel bem que cogitou aproveitar a oportunidade para rasgar em pequenos
pedaços aquela peças de roupas vulgares usadas por Liz. Porém, lembrou-se que
ela sairia dali nua caso fizesse isso. Vontade não lhe faltava.
Conscientemente Elizabeth dizia para
si mesma que deveria se afastar de Miguel e ir embora. Razões eram fartas. Ele
a traiu, estavam separados, ela desejava esconder dele uma gravidez e precisava
manter distância dele. Pena que seu corpo pouco ligava para tudo aquilo e
precisava daqueles toques. O resto ela deixaria para resolver na manhã
seguinte. Quando sentiu Miguel penetrá-la, não teve sabor de recomeço nem de
novidade. Era o mesmo sentimento de estar em casa. Ela reconhecia seu
cheiro, sua pele e sua paixão. Minutos depois permitiu-se cair sobre o seu
peito e adormecer em sua cama favorita, o peito de Miguel.
Na manhã seguinte Liza acordou
desejando ter sonhado tudo aquilo, assim não teria os problemas que se
colocavam agora no seu caminho. Mas nem mesmo precisou abriu os olhos. O cheiro
de Miguel lhe confirmou os acontecimentos da noite passada. Teria de contar
para ele o que fazia na rua, naquela rua especificamente ou deixá-lo pensando
que se prostituí-a por diversão. E por alguma razão nova e desconhecida,
colocar mais uma mentira entre ela e Miguel foi descartado completamente.
Contaria a verdade. Ao menos essa verdade. Só não o fez assim que abriu os
olhos porque a ânsia de vômito foi mais forte que tudo e ela foi obrigada a
correr para um banheiro cujo as condições de higiene só fizeram a náusea
piorar. Vomitou tudo o que tinha no estômago sobre o olhar atento e preocupado
de Miguel. E, ao lavar o rosto, Elizabeth já sabia que teria mais explicações a
dar.
- Eu comi algo estragado. Foi só
isso. Não precisa me olhar com essa cara. – Ela disse ainda ajoelhada no chão
do banheiro. O ataque seria sua melhor defesa. – Me deixa sozinha, por favor.
- Não conte com isso. Tem certeza
que foi só a comida? Sua cor está péssima. Você não ingeriu nenhuma droga,
certo?
- Não seja imbecil! Sabe que não uso
drogas!
- Naquela área onde você estava elas
são muito comuns. Alguém pode ter te oferecido uma bebida batizada.
- Preciso lembrá-lo que eu não sou
idiota? – Ela resolveu encerrar o assunto e recuperar um pouco da dignidade ao
se erguer com as próprias forças. Impossível, quando uma tontura a fez perder
as forças e ser amparada por Miguel.
- Liz! Liz! Droga! – Elizabeth pode
ouvir vaga e distante a voz do marido enquanto ele a carregava para a cama.
Quando ela abriu os olhos, Miguel
lhe vestia com dificuldade o justo vestido. Estava com pressa para tirá-la
dali. Ela desconfiava a razão e sentou-se na cama já lhe dando um aviso.
Sentia-se bem melhor. Costumava ser assim quando enjoava. Logo depois já estava
bem.
- Não vou para hospital algum. Tenho
que passar em casa e correr para a delegacia. Tenho meus casos...e Bia, preciso
encontrar Bia.
- Ontem a noite você não parecia
pensar nisso enquanto se oferecia na rua.
- Pois fique sabendo que ontem eu
pensava apenas nisso! E eu não me oferecia para ninguém!
Da forma mais resumida que
conseguiu, Elizabeth contou a Miguel seu objetivo ao ir até aquela zona de
prostituição. Enquanto falava rapidamente ela já vestia as roupas. Ela viu
exatamente o que esperava, a raiva e a incredulidade surgirem novamente nos
olhos do ex marido. Mesmo assim não recuou. Contou da vistoria que fez nos
arquivos da irmã e que, com isso, possuía informações que não existiam nos
arquivos da polícia.
- Eles irão me levar até Beatriz.
- Isso é perigoso, é uma loucura! O
que você pretende?
- Isso já não é da sua conta. – Ela
então pegou a pequena bolsa que carregava e abriu a porta. – Nós não temos mais
nenhuma relação, Miguel. Não quero mais te ver. Por favor, respeite isso.
- Espera! Não saia vestida assim. Eu
levo você!
- Não precisa, vou pegar um táxi.
Ela saiu. Deixou para trás um Miguel
preocupado e bem mais decidido do que na véspera. Preferia ouvir o corpo do que
as palavras da esposa. Foi só uma recaída, sabia. Mas não foi a primeira e ele
garantiria a existência de outras. Toque por toque, carícia por carícia, faria
a esposa entender que o lugar dela era ali, nos seus braços.
Enquanto isso, no entanto, seria
necessário tomar algumas medidas. E a primeira delas era saber de tudo o que
acontecia. E nessa hora ninguém melhor para auxiliá-lo do que amigo e advogado
disposto a ultrapassar as leis para lhe ser fiel. Ligou para Luis e pediu para
verificar como estava o inquérito.
- Está bem longe das mãos de sua
mulher, com a Polícia Civil. Pode ficar tranquilo. Elizabeth não terá como
fazer nada. – Advogado lhe respondeu ainda durante aquela tarde.
- Ao contrário Louis, sem o
distintivo ela poderá fazer coisas bem mais perigosas.
A única alternativa que Miguel
considerou possíveis eram contar com amigos e colegas de Liz. Eles não a
trairiam para ajudá-lo, mas, se os convencesse que Elizabeth corria riscos
poderiam colaborar. Mas não Matheus. Ele era amigo de infância dela, fiel demais
até para entregar qualquer informação. Patrícia também não falaria com ele.
Restava uma última esperança. Tom era possível, mas não garantido. O mais
provável é o que o supervisor de Elizabeth a chamasse para uma conversa e
proibisse de investigar o caso, mesmo que de forma informal. Isso apenas
revoltaria ainda mais a geniosa investigadora federal que ele conhecia tão bem.
- Rebeca! – Disse por telefone à
colega de equipe de Liz, fiel e amiga zelosa, compreenderia sua preocupação. –
Preciso muito conversar com você. Venha ao meu escritório, por favor. É
importante.
- Miguel! Bom...porque não. Eu irei
sim. Mas já lhe adianto que nada posso fazer sobre Liza e o seu divórcio.
- Eu sei, Rebeca. E eu mesmo irei resolver
isso. Quero apenas conversar com você.
Quando chegou ao próprio apartamento
naquela manhã Elizabeth fez as próprias anotações. O passo dado naquela noite
foi curto, mas lhe deu um resultado confiável. Um nome: Pedro. Ele era o homem
a comandar ali. Se Pedro tivesse as características descritas por Bia, estaria
diante do provável assassino de Caleb. E encontraria um meio de encontrar
Beatriz. Infelizmente, encontrar Miguel trouxe problemas. Ela não tinha a
ilusão de que ele aceitaria tudo aquilo sem tentar impedi-la de se expor. Teria
de se afastar dele antes que atrapalhasse sua investigação e antes de sua
gravidez ficar óbvia.
Sem nem mesmo desconfiar do passo
dado por Elizabeth, mas sem jamais perder a esperança, Beatriz seguiu naquela
noite para mais um turno de trabalho similar à escravidão ou a tortura. Logo
cedo o salão ficou cheio e as ordens de Samantha deram conta que elas deveriam
estar mais belas do que nunca. Aquela não era uma noite comum, isso estava
claro.
- Arrumem-se, depressa! – Samantha
gritou da porta como jamais fazia.
- Natacha! Venha aqui. – Bia chamou
a garota com quem mais convivia para tentar entender o que acontecia. – Porque
estão todos nervosos hoje?
- Não sei. Deve ter algum evento na
cidade, algo que atraiu homens com grana. Pelo barulho, tá cheio o salão. Ela
sabe que vão faturar...na real, sei que algumas já estão até ‘reservadas’. Veja
a cara de Verônica! Está soltando fogo pelas ventas!
- Porque ela está assim?
- Samantha a avisou que vai passar a
noite com Sebastian Gonzáles. Ela não curtiu muito a ideia.
Nos dias ali pouco tinha falado ou
até olhado para Verônica. Ela era muito jovem e aparentava um profundo ódio,
estava revoltada por aquele triste destino e negava-se a esconder isso sob um
sorriso. Talvez no salão ela conseguisse disfarçar, mas, nos bastidores, ela
mostrava exatamente o que era: uma escrava sexual.
- Porque passar a noite com ele é
ruim? O que Sebastian Gonzáles tem de ruim ou pior que os demais? É outro velho
caquético?
- Bom...jovem ele não é. Mas não é
esse o problema. Sebastian é perigoso, explosivo e exigente. Gregory o utiliza
quase como um castigo para as garotas mais indisciplinadas. Devolve-as exaustas
e até um pouco machucadas. Já bateu em algumas que não o obedeceram ou
satisfizeram. Ninguém gosta de ir atendê-lo. Em compensação, costuma ser muito
generoso com as que considera satisfatórias.
- Você saiu com ele já?
- Não. E prefiro não arriscar. Vamos
ver se Verônica o agrada. Agora, é hora de irmos.
Talvez fosse curiosidade natural ou
seu faro jornalístico se manifestando. Fato é que ficou interessada em
descobrir quem era aquele homem. Só em saber, não em sair com ele. De
explosivos e violentos já lhe servia Gregory. Circulou pelo salão e avistou
muitos engravatados. Sim, Natacha tinha razão. Havia algum evento atraindo para
Moscou aquele perfil de cliente. Alguns flertaram, outros tocaram seu corpo.
Mas pelas primeiras horas ela mais dançou e serviu bebidas do que trabalhou
para o que eles lhe desejavam.
- Faça-me um favor, queridinha. –
Jean lhe disse colocando sobre o balcão uma garrafa de bebida e dois copos. –
Leve para aqueles dois cavalheiros ali. É só largar na mesa. Ok?
Os ‘dois cavalheiros’ eram homens de
meia idade, altos e bonitos. Pena que cada um já tinha um copo na mão e
provavelmente já estavam muito bêbados. Beatriz fez o pedido de Jean e largou a
mesa após um rápido cumprimento em inglês dito em tom baixo. Poucos ali falavam
a língua e menos ainda tinham a decência de responder, mas ela costumava sempre
dizer algo ao se aproximar da mesa.
Infelizmente, assim como nos outros
dias, nenhum deles sequer ergueu o rosto para olhá-la. Ela então voltou para
perto do bar e perguntou para Jean quem eram.
- Não é da sua conta...o gato perdeu
a língua . Agora vá achar um cliente.
Ela fez justamente isso. Dançou
sobre um balcão, atraiu olhares desejosos e viu quando alguns homens a
apontaram durante uma conversa com Gregory. Mas nenhum deles veio até ela.
Sinal que ele a estava reservando para alguém ou estava subindo o preço.
Qualquer uma das hipóteses a fazia se sentir humilhada.
Surpreendeu-se quando viu Verônica
subir para uma das suítes com um dos homens para quem serviu bebida. Ele já
estava tomado pelo álcool. Ela precisava ampará-lo. Mesmo assim, era
evidentemente um homem belo, forte e poderoso. Talvez até perigoso. Aquele era
Sebastian Gonzáles.
Seus devaneios foram interrompidos
quando Gregory o chamou para indicar um cliente. Meia idade também, não estava
tão bêbado e, segundo Gregory, era cliente assíduo da boate.
- Trate bem do homem. E rápido.
Daqui duas horas quero você linda no salão e ele satisfeito e apagado lá em cima. Faz ele beber
mais.
- Como farei isso? – Ela não sabia
como o incentivaria já que ele tinha bebido pouquíssimo até o momento.
- Dê seu jeito. Tenho certeza que
consegue enlouquecê-lo com esses quadris...os conheço o bastante para dizer
isso. Agora vá Beatriz e não esqueça. Tem duas horas para acabar com ele.