Elizabeth
não esperou o marido responder sua provocação. Deixou a mesa de jantar e subiu
para o quarto. Entendia claramente que o desejo de sua sogra era gerar uma
crise, talvez levá-la a passar mais uma noite fora de casa. Não desejava dar
aquele gostinho à Rúbia. Mas estava difícil. Era sofrido imaginar Miguel e
Alejandra juntos.
-
Você a ama? A quer de volta? – Perguntou a Miguel assim que o sentiu a presença
dele no quarto.
-
Não! É claro que não! Eu quero você, só você, Liz. – Ele torcia para Elizabeth
não perguntar claramente se haviam passado a noite juntos. Porque não
conseguiria mentir e esse seria o fim de seu casamento.
-
Então porque foi procurá-la?
-
Não fui procurá-la. Fui beber. Encher a cara pra esquecer todos os erros que
cometi e também o fato de você ter me abandonado. E ela apareceu no bar. Nós
conversamos e depois eu fui embora.
-
Eu vim bem cedo te procurar e você não estava em casa.
-
É, eu sei. – E lá estava ele, mais uma vez, enredado em mentiras. – Eu fui
direto para a empresa. Vamos esquecer isso, Liz. Por favor. Uma vida nova daqui
para frente.
-
Com a sua mãe sempre achando uma brecha para atirar você sobre Alejandra?
-
Alejandra não existe para mim. Falarei com mamãe. Tire isso da sua cabeça. Eu
te amo.
A
crise foi esquecida e após passar a noite nos braços de Miguel, Liz amanheceu
feliz. Foi para a central de polícia cedinho e muito bem disposta. Miguel tinha
amado-a calma e docemente. Gostava das tormentas, mas a calmaria também tinha
seu valor. Preferiu não tomar café. Encarar Rúbia já era difícil, engolir a
comida de frente para ela quase impossível.
-
Você precisa comer, esposa minha. – Miguel disse, sorridente. – Mediu sua
glicemia?
-
Estou ótima! Sossegue.
-
Nem pensar. Se não vai comer, ao menos vamos medir. É rápido. Seu kit está na
bolsa? Me dê.
Miguel
furou o dedo dela com a agulha apropriada e colocou uma gota de sangue no
medidor. Não gostou do resultado. Mas antes de falar qualquer coisa colocou
algodão no dedo dela e beijou-lhe a mão.
-
Está baixa. Apenas 64mg/dl.
-
Ainda no aceitável.
-
Aceitável não é bom, querida Liz. E eu desejo você bem de saúde, não apenas
aceitável. Se vai sair sem comer, leve uma furta e me prometa que vai almoçar decentemente. Não apenas um sanduíche ou barra de cereal. Comida, Liz.
-
Sim, Dr. Miguel, eu prometo.
Antes
de sair Elizabeth ainda fez questão de beijar apaixonadamente Miguel à frente
de sua mãe. Era bom Rúbia ver que estavam bem e, se possível, que ela levasse
aquele recado para Alejandra. Ela estava disposta a entrar naquela brincadeira
e ia lutar por seu homem. Alejandra teve sua chance de lutar por Miguel. Agora
que desistisse de mexer com seu homem.
O
golpe foi certeiro e atingiu Rúbia duramente. Alejandra tinha lhe confidenciado
ter encontrado Miguel e passado a noite com ele. E agora ali estava seu filho,
beijando e cuidando daquela mulher estranha. Como era possível ele não enxergar
que Elizabeth e ele simplesmente não combinavam.
-
Entendeu o recado, mamãe? – Miguel lhe disse enquanto servia-se de salada de
frutas.
- O
que quer dizer, meu filho?
-
Entendeu sim. Eu e minha esposa nos amamos e Alejandra não faz parte dessa
equação. Nem fará. Avise para ela manter distância.
-
Mas você e Ale sempre tiveram ótima relação! Mesmo após o divórcio!
-
Acabou! Pensei que pudéssemos manter uma relação amistosa. Agora sei que é
impossível. Não quero Alejandra enfiada nessa casa. Aliás, voltar para a
Espanha é o melhor que ela pode fazer!
Elizabeth
chegou sorridente à polícia. O que não facilitou seu dia. Sem nada do que
acusar Caleb, Elizabeth viu-se obrigada a colocá-lo rua. E isso a irritava
terrivelmente. Ele tinha chantageado seu marido e planejado atentados contra
ela. Mesmo assim nada podia fazer contra ele.
-
Rebeca, solte o Sr. Estevam até o fim da tarde. – Orientou.
-
Tem certeza?
-
Não tenho alternativa.
O
trabalho continuou e logo Tom veio em sua sala. Ela sabia a razão. Há semanas,
quando retornou da lua de mel e voltou a trabalhar com seus casos de exploração
sexual, o chefe lhe comentou de um acordo que vinha tentando. Esse era o
primeiro assunto da reunião.
-
Meu informante virá depor daqui alguns dias. Eu prefiro esperar a matéria de
sua irmã ser publicada. Ele está disposto a falar, mas tem medo. Se estourarmos
o lugar onde são aliciados, ele estará protegido.
-
Bia esteve lá. Me disse que a matéria está explosiva. Há pouco ela me enviou
uma mensagem. Parece que desejava encontrar com um deles ontem e não conseguiu.
Mas a matéria está boa e, a menos que algo bombástico ocorra antes, será capa
amanhã.
-
Ótimo. Estou sedento pelos nomes que esse informante por me dar. Vamos puxar
cada um desses fios, Elizabeth. E arrebentá-los de uma vez por todas.
Elizabeth
desconfiava de coisas muito fáceis. Mas queria poder ter a mesma confiança que
Tom demonstrava. Admirava isso em seu chefe e amigo. Tomaz nunca perdia a fé ou
o otimismo. Para ele sempre havia um meio de vencer pelas leis.
-
Pena que logo outra quadrilha assume o lugar. Às vezes me sinto secando gelo,
Tom.
-
Pode ser, Elizabeth. Mas alguém tem de secar o gelo até o dia em que ele acabe.
Além disso, desânimo não combina com a minha investigadora favorita. O que há com
você?
-
Nada. Talvez eu esteja ficando sentimental demais.
-
É o mal do casamento. Mas você supera. – Ele lhe sorriu charmosamente. – Agora
me conte como vão suas investigações. E o que quis dizer com ‘é na Rússia que
esse nó irá fazer sentido’?
- Lembra-se daquele
cativeiro onde surgiu o nome BTez na investigação?
- Sim. Na Rússia. Mas
nós sabemos que eles existem por toda a Europa, cheios de garotas e garotos da
América do Sul se prostituindo ou sendo escravizados.
- Sim. Mas depois a
Rússia e um tal de Nikolay apareceram no interrogatório de Patrícia, a menina
que chegou ao Brasil carregando cocaína no estômago. O voo partiu da Rússia.
Ela afirma que um homem chamado Nikolay a mantinha na Grécia, mas não vivia lá.
Quando não a quis mais, passou a usá-la como mula. Minha teoria é que da Rússia
ele controlava um esquema por toda a Europa.
- Ótima teoria, mas não
passa disso. Prossiga, Liza. – Ele estava ficando bem interessado.
- Faz algum tempo você
me enviou até um desses falsos concursos de dança que selecionam garotas. Lá eu
conheci um tal Pedro Ferraz. A fixa dele não tinha nada de muito interessante,
mas o passaporte contava com passagens frequentes por Grécia e Rússia. Foi aí
que comecei a juntar os fatos.
- Faz sentido, Liza.
Muito.
- E agora, por fim,
preciso te contar algo difícil e você vai querer arrancar o meu fígado. Mas
tenha em mente que eu não tive alternativa. – Ela não deixou Tom começar a
questionar e falou tudo de uma vez. – Há dois dias Rebeca prendeu um homem
chamado Caleb Estevam. Ele está sendo liberado porque não consegui elementos
para mantê-lo prezo. Não sem incriminar meu marido numa tentativa de
assassinato e a eu mesma em um novo escândalo.
Sob o olhar atento de
Tomaz, Elizabeth narrou os estranhos acontecimentos envolvendo Miguel, o
advogado de seu marido e Caleb. Dividiu aquilo tudo com ele apenas por terem
uma relação antiga e não ter alternativa.
- E eu pedi a você e seu
marido manterem-se discretos. – Tom ficou preocupado. – Elizabeth, se isso
vazar você será expulsa da corporação. Percebe que você está omitindo um crime?
- É claro que percebo.
Mas consegui impedir Miguel de fazer essa bobagem. Meu marido não é um
assassino, apenas estava desesperado pela minha segurança.
- Eu acredito, Elizabeth.
Mesmo assim, é um tremendo risco para vocês. Eu só não entendi ainda qual a
ligação disso com o caso que você me explicava.
- O alvo da chantagem
era Miguel, mas a vítima eu. Eles enviavam fotos minhas em situações íntimas.
Ou seja, estavam me seguindo. E tudo isso começou quando eu me aproximei dessa
quadrilha. Inclusive os atentados. Tentaram me matar para que eu não chegasse
ao líder.
- Então você acha que
Caleb é da quadrilha?
- Sim. E não posso
mantê-lo preso! Isso me revolta! E tem mais.
- Mais? – O que mais
poderia ter? Tom já estava pálido.
- Você chegou a olhar
para Caleb?
- Não. O nome me leva a
imaginar alguém de origem árabe. Por quê?
- Loiro, alto, de
constituição física quase frágil e uma fala estranha. Não chega a ser um
sotaque. Mas é uma forma diferente. O nome não combina com ele. Nem o sobrenome
Estevam.
- Você acha que são
falsos?
- Sim. Até porque a fixa
dele é limpa demais. A identidade é falsa.
- Deixe-me ver se
entendo aonde você quer chegar, Elizabeth. Você acha que Caleb teria origem
russa e escondeu isso adotando um nome árabe. E, de alguma forma que ainda não
descobrimos, integra a quadrilha que perseguimos há anos. E quando finalmente
nos aproximamos deles Caleb recebeu a missão de matá-la?
- Exatamente. E por
alguma razão, talvez ganância, percebeu que poderia lucrar chantageando Miguel.
– Ela sentia-se mais leve dividindo aquilo tudo com Tomaz. – Estou ficando
louca?
- Não, nenhum pouco. Faz
sentido. E mostra o quanto você esteve em risco.
- E o que faço agora?
- Fique atenta. Se os
atentados começaram por você aproximar-se deles. Prender Caleb, ou seja qual
for seu nome verdadeiro, servirá apenas para irritá-los. Eles vão tentar
pegá-la novamente, Liza.
- E nos darão a
oportunidade.
- Exato. Tome cuidado. –
Tom orientou antes de sair da sala de Elizabeth.
Beatriz não ficou muito
com a filha naquele dia. Depois de mais aquela noite de investigação
jornalística, ela seguiu até a casa de Matt e Paty para pegar Eva. Mas apenas
deixou a menina na creche antes de tomar banho, dormir algumas poucas horas e
voltar à redação. Estava cansada. E satisfeita. A sensação apenas melhorou
quando seu editor lhe confirmou o destaque de sua matéria no dia seguinte.
- Vai repercutir nas TVs
e rádios. Prepare-se, Beatriz. Amanhã você ficará conhecida nesse país. – Disse
ele sorrindo após ler o texto. – Eu escolhi a repórter certa. Parabéns.
Quando deixou a carceragem
da polícia federal Caleb estava irritado e confuso. Deveria ter ouvido a chefia
e tomado mais cuidado com aquela investigadora. Ela é realmente muito esperta e
parecia contar com proteção divina ou sorte. Já era para estar morta. E ainda
assim conseguiu enganá-lo e salvar o maridinho.
Saiu era ainda dia
claro. E preferiu não procurar os outros membros do esquema. Na verdade estava
um tanto incomodado. Impossível que seu sumiço não tenha sido percebido. Eles
ficaram sabendo da prisão e não enviaram um advogado para colocá-lo na rua. Se
a policial tivesse descoberto algo, ficaria trancado por muito tempo. E eles não
o ajudaram. Para piorar, agora já não tinha como arrancar dinheiro de Miguel
Benitez e suas reservas estavam acabando.
Quando o relógio marcava
quase 1h da madrugada ele foi à rua, seu ponto de costume. Viu as mesmas
garotas de sempre e deixou-se ser visto por elas. Para impor respeito. Quando o
dia nascesse, elas teriam de lhe pagar a comissão para trabalharem ali. De
longe, porém avistou um conhecido e começou a desgostar ainda mais de seus
parceiros.
- Pedro Ferraz!
Colocaram você no meu lugar? – Foi rápido, muito rápido.
- Você conhece a chefia.
Paciência não é o seu forte.
- Sei...bom...mas já
estou aqui. Tive probleminhas com alguém que a chefia conhece bem.
- Elizabeth. Ficamos
sabendo da sua prisão. E da forma como ocorreu. Estão achando que você foi
muito afoito e colocou o esquema todo em risco por uma vantagem pessoal. O
Hernandez ficou bem chateado. Você irritou os mais poderosos.
- Você sabe que o
Hernandes não manda nada.
- Faz assim...fica mais
essa noite fora. Amanhã nós três conversamos e o Hernandez te passa a decisão
do ‘primeiro escalão’.
- Vocês só podem estar
de brincadeira...são anos nisso sem deixar rastro. Não podem me colocar pra
escanteio agora! – Ele acendeu um cigarro. – Está bem. Eu tenho o contato
direto da chefia. Vou à Deus enquanto Hernandes banca o Santo.
- Deusa, nesse caso. – Pedro
provocou. – Faça como quiser. Mas essa noite eu comando por aqui. Mas...Caleb...antes
de ir me explica uma coisa. Ontem esteve aqui uma mulher chamada Sandra. Ela disse
que você ia ‘colocá-la no esquema’. Não sabia que ia selecionar garotas pra
sair do Brasil. Sabe que essa área é minha.
- Não sei de Sandra
nenhuma. – Nem queria se meter em mais encrenca no momento.
- Estranho. Mandei segui-la,
mas o imbecil a perdeu de vista. Vamos acompanhar. Vá dormir Caleb. Amanhã eu e
Hernandez passamos no seu AP e acertamos tudo.
Se Caleb adormeceu
irritado, tudo apenas piorou na manhã seguinte. Seu celular tocou às 5hs45min,
quando ele ainda tinha dormido poucas horas. Ele desligou o aparelho sem olhar
quem ligava. Às 7hs45min sua porta era esmurrada. Quando conseguiu abrir teve o
apartamento invadido por Pedro, Hernandez e mais dois homens. Pouco entendeu até
lhe atirarem um jornal. Numa matéria de quatro páginas estavam estampadas fotos
e declarações suas, além de entrevistas com outras pessoas vinculadas ao golpe
de prostituição.
- Aquela vagabunda! Não
posso acreditar! – Lembrava exatamente para quem tinha dito as frases descritas
naquele jornal.
- É, aquela vagabunda
para quem você falou o que não deveria. – Hernandes gritou. – Não bastava ter
sido preso pela mulher que deveria matar? Tinha de nos expor assim?!?! Ela
chegou ao local onde fazemos os testes! Sabe o que é isso, Caleb?!?! Não
estamos falando de favela! Ela entrou no nosso endereço nos Jardins! Área
nobre!
- Eu não falei pra ela
disso! Não fui eu quem abriu esse endereço.
- Difícil acreditar,
Cabeb!
- É verdade!
- A chefia está querendo
te trucidar.
- Eu falo com ela. A
chefia confia em mim, ou não teria me enviado a missão de acabar com a
investigadora. Vou me explicar...vou ligar agora. Onde está meu telefone,
droga.
Cabeb deu as costas para
os dois homens sem perceber que já não havia o que falar ou explicar. De homem
de confiança a estorvo foi preciso pouco tempo. Ele havia falhado em matar Elizabeth , expôs
a todos naquela chantagem frustrada e foi pego por uma mísera jornalista. Não
merecia confiança. Quando tornou a virar-se Caleb viu Hernandez lhe apontar a
arma e nem mesmo implorou. Não serviria de nada.
- Não adianta falar com
a chefia. Eu já falei e a ordem dela é essa. – Dois tiros acertaram o peito de
Caleb. Ele não gritou. Apenas esperou a morte vir.
Hernandez e Pedro Ferraz
deixaram o corpo lá. Não demoraria para a polícia chegar naquele endereço. Já
tinham informações de que uma equipe já havia invadido o endereço dos Jardins e
conseguido, inclusive, documentos comprometedores. Aquela investigadora
chegaria ainda mais perto.
- O que fazemos agora? –
Pedro perguntou ao homem acima dele na hierarquia da quadrilha.
- Sumimos por um tempo.
A ordem é desaparecer enquanto a poeira baixa. Mas você terá uma missão. Vai
descobrir quem é a jornalista. Eu a vi, mas não sei nada dela. Não vamos deixar
barato. A coragem dela nos tomará muito dinheiro.
Outras mãos receberam o
jornal daquele dia de forma muito mais simpática. Tomaz esperou aquela notícia
sair e ao amanhecer seus homens invadiram o endereço que ele já tinha há
semanas. Seu informante foi certeiro e logo falaria mais. Tratava-se de um
homem que conheceu-os sendo traficado, mas que encontrou sua alforria
juntando-se a quadrilha. Pensou ser sua única forma de escapar. Mas foi preso há
dois anos e ao ser esquecido na cadeia percebeu que no crime não há amizade nem
lealdade. Eles não lhe estenderam a mão e ele lembrou-se de que havia muito a
ser dito. Por isso propôs o acordo. Mas tinha medo. Aquele golpe na quadrilha
lhe daria coragem para falar mais.
- Tem muita coisa aqui,
Tom. Vamos levar tempo para catalogar tudo e usar os dados para montar o
quebra-cabeça, mas vamos longe. Muito longe. – Elizabeth avisou-o.
Tentou afastar Liza
daquele caso, ao menos temporariamente. Elizabeth era um alvo deles. Ela não
aceitou. E ele preferiu não usar sua autoridade. Ela era boa profissional. Precisava
de Elizabeth. Isso, porém, não o impedia de se preocupar.
Somente duas pessoas não
tinham lido a matéria de Beatriz ainda. Porque não haviam acordado. Patrícia
tinha pego Matheus de surpresa com vinho e um jantar romântico. Ele não
resistiu aos seus encantos e, finalmente, a tomou para si.
- Você é uma menina
muito linda e muito sapeca, sabia? – Disse enquanto descia a calcinha dela
delicadamente. – Não era para ser assim. Eu queria te seduzir. Cuidá-la, mimá-la
e amá-la como merece.
- Então ama. – Foi a
resposta curta, mas capaz de representar muito.
Agora, ao acordar nos
braços dele, calma e satisfeita, Patrícia entendia claramente o que Matt queria
dizer com a palavra ‘amá-la’. Ela simplesmente não tinha sido apresentada
aquele tipo de relação sexual ainda. E somente naquele momento Patrícia
entendeu o que era ter alguém além do sexo. E quase sem perceber sentiu que
podia ser feliz naqueles braços pelo resto da vida.
Não foi uma noite de
extremos. Não houve gritos, só suspiros. No lugar das mordidas apenas suaves
beijos. E quando quis tomar a iniciativa em carícias mais ousadas Matheus a freou
da forma mais doce, mostrando que no carinho também havia paixão.
- Obrigada. – Ela lhe
disse pela manhã.
- Pelo que, exatamente?
- Por me tratar com
carinho, com amor...eu não esperava me sentir assim. – Timidez na cama não era
o que Paty esperava, mas experimentando a sensação.
- Assim como? – Ele queria
detalhes.
- Você vai rir!
- Não vou...fala.
- Eu não esperava sentir
como se fosse a minha primeira vez. – Ela ficou vermelha e Matheus adorou ver
aquele colorido em suas bochechas. – Bom...não depois de tantos...
- Xiiiii não. – Ele calou-a
com um beijo. – Vamos fingir que você acaba de perder a virgindade. Que eu fui
o primeiro.
- E foi. O primeiro a me
amar.
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