A ideia de Anastásia era provar a
Grey que não era ela a tal amante responsável pelo suicídio de Emmett, mas, na
realidade, achava que mulher alguma era culpada por isso. Como um homem iria
acabar com a própria vida simplesmente porque uma mulher não quis ficar com
ele? Emmett só podia estar muito doente.
Sabia que apenas com conversas não
iria conseguir. Infelizmente, Grey só acreditaria em provas. A única coisa que
poderia fazer era falar com quem conviveu com Emmett e perguntar. Foi procurar
por James. O marido de Gail podia ter alguma informação.
Só que ele não tinha a mínima
intenção de ajudá-la:
- Eu não sei de nada! Não envolva a
eu e minha mulher nos seus problemas, Srª Grey!
- Só quando ele gritou é que Ana percebeu que James havia bebido.
- Desculpe, não quis ofender...é que
imaginei que pudesse me dar uma pista.
- Não! Já disse.
- James...por favor. Tenho certeza
que Ana não quis... - Ela gaguejou antes
de ser interrompida.
- Cale a boca! Não se intrometa
quando falo! Se eu disse não é não ora! – Ele nem olhou para a esposa. – A
amanhã conversarei com Christian sobre suas perguntas!
Ana ficou com raiva.
- Fique sabendo que eu não tenho
medo de meu marido. – Avisou.
- Esse é o seu problema.
Ainda ouvindo-o esbravejar com Gail,
Ana saiu da casa do médico. Daquele homem grosseirão não conseguiria nada.
Jéssica poderia fornecer alguma opinião, mas ela não tinha nenhuma boa vontade.
Teria que procurar outra alternativa.
Para completar, Grey estava
ignorando-a terrivelmente. Ele era difícil controlador, mas frio era ainda
pior.
- Oi. – Disse assim que ele chegou.
– Não te vi o dia todo. Como foi seu dia?
- Bem. – Ele lhe olhou duramente. –
Passei o dia cuidando da rede do telefone. Antes que o seu priminho volte.
- Se não quer que eu volte pra minha
família, podia me tratar um pouco melhor, Grey. Se eu estiver feliz eu não vou
querer ir embora.
- Eu quero você aqui sim, Anastásia,
mas felicidade nunca fez parte disso. Achei que já tivesse entendido.
Não foi só o telefone que o manteve
ocupado. Estava acertando algo que surpreenderia muito Ana. Ela estava muito
confortável naquela casa e ainda reclamava. Um final de semana sem esses
confortos seria uma belo de um castigo. No corredor em direção ao quarto encontro
Jéssica.
- Conseguiu o que te pedi? – Falou
em tom baixo para Ana não ouvir.
- Ainda não Patrão. Tem que ser uma
casa abandonada e afastada pra ela não poder fugir.
- Avise assim que conseguir!
Alguns dias depois...
Foram convidados por Jacob para
inaugurar um barco, algo que ia facilitar muito a saída daquele povoado. Por
água era bem mais fácil que por terra. Gail e James também foram convidados.
Ela usava o cabelo diferente, penteado para o lado...escondendo um hematoma no
rosto.
- Mas o que foi isso? – Ana perguntou
na frente dos homens.
- Nada que seja da sua conta. –
James respondeu enquanto Gail permaneceu calada.
- Menos James...veja como fala com
minha mulher. – Na verdade Grey não gostava de saber que o sócio agredia a
esposa daquela forma...ele gostava da dor física no sexo. Mas era uma dor
sensual. Estava claro que Gail tinha sido espancada.
Sem poder intervir em nada e não
desejando causar mais problemas à amiga, Ana se calou. Já lhe bastava o mau
humor de Grey simplesmente por virem a esse almoço de inauguração. E Christian
ficou ainda mais ranzinza quando Jacob contou qual seria o nome do barco.
- Se chama Anitta! – Na hora todos
pensaram que era referência a Ana, mas ele negou. – Minha avó era italiana e
tinha esse nome.
- É o seu nome...não é Ana? Só que
em italiano. – Gail comentou.
- Sim, é. Uma feliz coincidência.
Christian não achou tão feliz.
Um passo para frente e dois para
trás. Era assim que Ana sentia o seu casamento. Ficava provocando Grey, as
vezes ele sedia, na maioria não. Ele a ignorava a maior parte do tempo e agora,
para piorar, parecia ainda ter segredos com Jéssica. Fazia quase duas semanas
que ele não a tocava. Hoje, mais uma vez ele a deixou sozinha. Kate ficou
sabendo que ele avisou aos empregados que ficaria fora até tarde. A garrafa de
cachaça produzida na fazenda nunca pareceu tão atraente. Estava triste, magoada
e carente de Grey.
Bebeu...um, dois, três copos...parou
de contar e já enxergava tudo meio embaçado quando ele apareceu. Por que ficar
com um homem que não a desejava? A chamava de imbecil e sempre que podia a
humilhava para, depois, lhe oferecer uma migalha de atenção. A cada copo de
bebida as mágoas pareciam doer um pouco menos.
- Eu sou mesmo uma estúpida...uma
imbecil! – Falava para a garrafa de bebida. – Porque eu fico aqui? Eu não tenho
amor. Não sou bem tratada. Ele está mais interessado na Jéssica do que em mim.
O que eu fiz de errado para merecer isso?
- Pare de beber Anastásia. – Ele a
observava da porta.
Ela apenas olhou-o com olhar vazio e
uma tristeza profunda.
- Eu achei que você ia mudar, que ia
me pedir perdão e nós seríamos felizes...mas não. Você só serve pra me fazer
infeliz...eu tenho que pagar, pagar e pagar por seja lá o que eu fiz. Só isso. –
Já estava tão tonta que nem sabia o que falava.
- Vai dormir Ana.
- Não...vem você beber comigo. – Subitamente
ficou animada. – Eu me sinto melhor bêbada! É que você não quer que eu me sinta
melhor né? Eu não tenho autorização pra ser feliz aqui! Tenho só que ser
infeliz pra pagar o que te devo.
- Ana...
- Diz quando eu vou acabar de
pagar...aái..a...aí a gente via amigo. E como aaamigos eu vou embora. Vou ser
feliz em algum lugar...
Até bêbada ela sonhava em deixá-lo.
Isso doeu fundo em Grey. Ela parecia tão vulnerável que ele se sentiu o pior
dos carrascos.
- Eu pensei que você me amasse. Não
era verdade?
- Bom...já que amigos têm de falar a
verdade eu vou te dizer...sim Grey! EU TE AMO – Disse com a empolgação dos
bêbados. – Muito. Sabe o seu plano foi muito bom...foi PERFEITO. Queria me
seduzir só pra me castigar...me deixar louquinha por você consegui. Eu te amo!
Caminhado com a garrafa ela tropeçou
e Grey a segurou, aproximando-a de seus braços.
- Então por que quer me deixar?
- Porque por mais que eu te ame, tem
coisas que eu não posso permitir. – Ela beijo-o forte como se quisesse guardar
o seu sabor. – Agora me deixa ir. Eu vou embora!
Sem pensar direito Ana saiu para o
pátio da casa. Bêbada desse jeito ela não chegaria nem na porteira. Foi andando
em direção aos estábulos com Grey em seu encalço. É claro que ele não a
deixaria sumir no cavalo naquele estado.
- Ana, venha. Não quero que você vá
embora. – Dessa vez foi ele a beijá-la.
Ela olhou-o confusa.
- Por que quer me manter aqui? Por
que me beija? É um beijo de despedida?
- É...de despedida.
- Então vem! – E Anastásia se atirou
nos braços dele exigindo tudo o que ele prometeu por tantos meses. Amava aquele
homem e essa fosse a última noite, ela a aproveitaria.
Fizeram amor no estábulo, sobre o
feno dos animais. E animais era também o que eles pareciam tamanha era a fome
que um tinha da pele do outro. Somente os equinos puderam ouvir os gritos e
gemidos dos dois.
Na manhã seguinte...
Christian abriu os olhos e viu
Ana dormir pesadamente, provavelmente
por efeito da bebida. Ela tinha se declarado, mentido ainda mais,
provavelmente. E ele se deixou levar. Amou-a com carinho.
- Você me enfeitiçou mais uma vez.
Não querendo mais olhá-la, atirou
sua camisa sobre o corpo nu e saiu do estábulo deixando-a lá.
Ana acordaria sozinha
e com a triste sensação de que foi usada e jogada fora.
NOTA DA AUTORA: Pra quem quiser 'ver' a Ana bêbada coloco o vídeo da cena.
minuto 24:25 até 35:33 é ilárioooo
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