Na manhã
seguinte, o clima no café da manhã era constrangedor e, por um momento, Ana
achou que José poderia ter ouvido alguns barulhos vindos do quarto que dividiu
com Christian. A culpa fora de Grey, cheio de carícias e também de seus gostos
peculiares. Ele lhe havia amarrado à cabeceira da cama e vendado os olhos. A
sensação de entrega dava grande prazer e na cama sabia que podia confiar nele
totalmente. Grey é mestre em esgotar uma mulher em gritos e gemidos de prazer.
- Hoje quero lhe mostrar o povoado,
José. – Disse para cortar o clima estranho.
- Tenho muito trabalho, Ana. Será
que não prefere continuar na fazenda?
- Não. – Respondeu simplesmente.
- Fique tranquilo, Christian,
cuidarei para que Ana não se esforce demais. Sei que ainda se recupera.
Se José soubesse de todo o ‘esforço’
da noite passada não diria isso.
Não tinha muito o que mostrar na
pequena cidade. O que José queria era um tempo para conversar a sós com Ana. A
fazenda era confortável e eles pareciam viver bem, mas a energia entre eles era
enervante. Grey e Ana pareciam sempre prontos para desafiar um ao outro, faíscas
ameaçavam iniciar um incêndio a cada olhar.
- Você quer ficar aqui, Ana?
- Eu o amo.
- Não foi isso que eu perguntei. –
Ainda doía ouvir Anastásia de declarar a outro homem. – Vocês não se olham como
um casal que ama, estão sempre nervosos na presença do outro.
- Ele desconfia de mim. Acha que eu
tive algum envolvimento com seu irmão que já morreu.
- Emmett...sim papai o conheceu. Mas
por que ele acharia isso?
- Emmett frequentou nossa casa em
uma ou outra festa. Parece que lá conheceu uma mulher que o seduziu e fez se
suicidar.
- E? – O que Ana poderia ter a ver
com isso?
- E...ele acha que essa mulher sou
eu. Mas eu vou descobrir o que se passa?
Era muita informação para ser
absorvida por José. Por enquanto ele só desejava saber o que ainda prendia Ana
ali.
- Se não confia em você, porque
permanecem casados? Ana...isso não é um casamento saudável. Casais têm de ter
confiança?
- E você e sua noiva, Alice, são o
casal perfeito?!
- Não é disso que estamos falando! –
José respondeu. – Eu ainda não casei.
- Sabe que Alice te idolatra...vai
fazer de tudo para casarem.
Ele pensou por um momento antes de
responder.
- Talvez essa decisão esteja nas
suas mãos, Ana. Eu esperaria por você. Eu não amo a Alice, Ana. Ela é uma
garota legal, mamãe acha que será a esposa perfeita, mas eu não a amo e a
largaria sem pensar duas vezes se você apenas acenasse com a possibilidade de
ser minha mulher.
Ana sentiu pena pelo primo. Era
triste estar noivo dessa forma.
- Eu vou lutar pelo meu casamento,
José. – Ela abraçou-o longamente. – Mas se não ama Alice, deve acabar com esse
noivado e esperar por quem realmente te fará feliz.
Já que a prima realmente não
desejava ir embora com ele, José resolveu partir. Sem esperar por Christian,
voltaram à fazenda para José pegar a mala e foram de carro até a pista onde
pegaria um voo particular. Era distante e demoraram bastante. Foi emocionante
se despedir do primo. Dessa vez, deixando claro que manteria contato através
dos celulares e, se fosse necessário, não deixaria de ir embora.
Antes de voltar para casa, foi procurar
Gail. A conversa que tiveram antes de seu acidente tinha sido reveladora e
desejava saber se ela tinha mais alguma informação.
- Não. Eu só sei que o Sr. Grey
chegou aqui pouco tempo depois da morte e se revoltou quando Padre Henrique
contou o que tinha acontecido. Daí os empregados contaram que ele estava
envolvido com uma mulher e ele jurou vingança.
- Mas porque eu?
- Ele diz que tem provas.
- Provas?!?! Como provas?!?!? Não
pode ter provas porque isso não é verdade.
Dois de observar a jovem amiga, Gail
perguntou se ela iria embora. Depois de tantos anos sem uma amiga, tinha
gostado de conviver com Ana.
- Eu vou tentar provar minha
inocência.
Mas não era fácil se não conseguia
sequer conversar com Christian sem iniciar um briga. Quando chegou em casa, ele
estava nervosíssimo, afinal, fora informado que no meio do dia Ana e o primo
vieram pegar a mala e sumiram. Ele entrou em choque achando que ela o havia
abandonado. Quando entrou no quarto, Ana encontrou-o com Jéssica. Ela juntava
cacos de vidro de coisas que ele tinha quebrado enquanto Christian dizia
bobagens. Estava bebendo.
- Vamos ter de nos livrar de tudo
que é dela...mas hoje não...eu quero sentir seu cheiro e...e..- Ele estava com
seu travesseiro nas mãos. Ana gostou de ver isso.
- Posso saber o que se passa no meu
quarto? – Disse claramente e viu a surpresa dos dois. – Jéssica! Saia desse
quarto agora!
- O patrão me mandou lim...
- A patroa está mandando você sair e
se não obedecer AGORA eu mesma te jogo pra fora. Essa é a MINHA casa e eu quero
falar com MEU marido. Entendeu? Agora suma da minha frente!
Quando ficaram sozinhos ela falou
com Grey.
- Nem um dia fora de casa e você já
quer se livrar das minhas coisas?
- Achei que tinha de deixado e
voltado pra casa com seu primo. Ele quer você!
- Talvez eu devesse ter feito exatamente
isso, Chris, mas eu sou sua mulher e não vou sair correndo como se fosse uma
culpada em fuga. Casou comigo! Agora terá de me aguentar. Posso ser bem
teimosa, Christian Grey!
Nenhum comentário:
Postar um comentário