Para Bella e
aqueles que a amam as últimas semanas tem sido dolorosamente lentas. Ver Arthur
dormindo no colo de outra mulher foi muito sofrido. Era fácil ver que ele era
bem cuidado pela família adotiva. Ele confiava naquela mulher. Ela era a MÃE
que ele conhecia. Arthur era amado.
- Mas ele tem a mim. Arthur tem
família! Porque me tomaram ele se tem tanta criança por ai precisando de um
lar? – Bella vivia se perguntando.
Os Swan e os Cullen estavam unidos
na investigação. O principal suspeito era Peter, mas até o momento não tinham
provas para acreditar que ele tinha roubado a criança. Charlie, advogado
experiente, investigava o histórico policial de Peter enquanto Carlisle tentava
descobrir o que se passou na noite do nascimento do Bella. Alguma enfermeira
deve ter auxiliado na fuga, mas era um enigma até o momento a razão de
justamente esse bebê ter sido escolhido.
Do momento em que o menino nasceu e
Bella o viu ainda na sala de parto, até irem procurá-lo no berçário perceberem
seu desaparecimento passou-se pouco tempo. Na época todas as enfermeiras foram
interrogadas e nenhuma confessou participação, delatou um colega ou afirmou ter
visto alguma movimentação estranha. Essa foi a principal razão para a
investigação jamais ter alcançado resultados. Era um nó realmente difícil de
ser desvendado.
O estado de nervosismo de Bella só
fez piorar no momento em que começou a receber ligações estranhas. Alguém
telefonava para a casa, pedia para falar com ela e, quando pegava o aparelho,
simplesmente não dizia nada. Ela preferia ignorar, mas algo lhe dizia que algo
de muito estranho iria ocorrer.
- Era tudo o que eu precisava!
Alguém fazendo trotes! – Reclamava.
Edward sempre buscava deixar sua
rotina mais agradável. Tinham uma vida relativamente normal, até por que
ninguém na cidade podia desconfiar do que se passava com suas famílias. Eles
passeavam, jantavam fora, iam ao cinema e passavam os intervalos na escola
grudados. Mesmo com as severas regras da instituição de ensino que proibia
beijos e amassos, eles estavam sempre tocando carícias escondidas e escapando
dos monitores e professores. Não era um namoro escondido, mas ambos achavam
divertido trocar um beijos escondidos.
- Sabe Edward...você faz com que eu
me sinta uma adolescente.
- Mas você é! – Respondeu ele.
- Mas eu não me sentia assim. Passei
tempo demais fugindo do meu padrasto dentro da minha própria casa e, depois de
todo aquele inferno, procurando meu bebê. Sobrou pouco da antiga Bella.
- Isso não é verdade Bella. – Ele
começou a lhe fazer cócegas só para ouvir gargalhadas. –Eu vou procurar essa
Bella e ela vai reaparecer. Você vai ver.
Isabella não sabia se acreditava ou
não, mas desejava que ele estivesse certíssimo.
Quando as investigações completaram
20 dias as duas famílias se reuniram. Mas as notícias não eram boas. A
documentação da adoção de Arthur estava correta. Tudo foi legal. O menino teria
sido abandonado pela mãe num abrigo em uma madrugada três dias depois de Bella
ter dado a luz. Não tinham informações da mulher, mas ela alegava não ter como
ficar com filho, deixou-o, saiu andando na rua e nunca mais retornou.
- Bella...isso é um problema porque,
mesmo comprovando que Arthur é seu, a justiça entende que ele foi abandonado
por você num lar para crianças adotivas e acolhido por Peter e Carmen.
- Mas podemos provar que eu ainda
estava no hospital nessa data!
- Sim, podemos. Mas não será
simples. – Charlie disse. – Além do mais, ainda precisamos descobrir qual a
ligação de Peter com essa história.
- Se é que há alguma. Ele pode muito bem apenas ter adotado
o menino. – Esme torcia para que ele não fosse um criminoso.
- Sim, é claro, Esme. Mas porque ele
foi a um abrigo do outro lado do país e não aqui na região? Algo me diz que
Peter sabia muito bem o que ira iria encontrar naquele abrigo. – Charlie estava
decidido.
- Mas por que? – Carlisle não estava
convencido.
- Ainda não descobri. Mas talvez,
ele seja a chave para descobrir como Arthur foi raptado hospital e quem é a
mulher que o abandonou passando-se por mãe dele.
Todos trocavam olhares desconfiados.
Estavam unidos na causa da descoberta e entendiam que daquele mistério também
dependia a felicidade de Bella e Edward. O relacionamento deles, ainda tão
jovem, não suportaria um drama sem solução. Bella só conseguiria se dedicar ao
namorado, depois que resolvesse o mistério e tivesse o filho nos braços. Ou,
ainda, caso Arthur não se confirmasse o bebê certo, ela talvez começasse a
cogitar desistir das buscas. Mas uma mãe desiste de um filho? Seria capaz
disso?
Sabendo que a filha precisava de uma
vida normal, Charlie sugeriu, mesmo com ciúme, que Edward não fosse embora.
Passasse a noite ali, com Bella. Ela estava triste e ele poderia fazê-la
melhorar, sentir-se bem, sentir-se amada.
- Como amigo. Fique aqui como amigo
da Bella. – Disse Charlie, mas não era bem isso que Edward tinha em mente.
Algumas horas depois a casa estava
escura, silenciosa e adormecida. Todos dormiam menos Bella e Edward. Eles
seguiam abraçados e trocando beijos. Edward queria continuar, ir além, fazer
amor com Bella. Quando suas mãos desceram e tentaram entrar por baixo do pijama
da namorada, ela travou-o.
- Não Edward, desculpe, mas eu não
estou pronta.
As lembranças que Phil deixou ainda
estavam presentes no íntimo de Bella. Ela não teve nenhum namorado, nenhum toque íntimo...só agora junto de Edward é que
percebia como isso podia ser difícil.
- Vamos dormir? Está tarde. – Ela
disse se aconchegando ao travesseiro.
- Vamos. – Respondeu Edward
aconchegando-se a ela. – Boa noite. Durma bem.
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