-
Eu realmente deveria ir atrás dele! – Disse Ana vendo as portas do elevador se
fecharem.
-
Não vai mesmo. – Respondeu Christian. – Eu passei a noite louco pra arrancar
esse seu vestido Ana e te lembrar que você é minha, somente minha. Então tudo
que você não fará, é correr atrás de outro homem. Muito menos esse aí!
Christian
a virou de costas segurando seus pulsos a frente do corpo. Calmamente arrumou
os longos fios de cabelos cor de mogno por cima do ombro de Ana e, satisfeito
pelo imenso decote que exibia a delicada e perfeita pele das costas, salpicou
beijos da nuca até onde o tecido permitia. Ana só conseguia suspirar.
-
Quantos andares tem o prédio? – Perguntou.
-
37. E nós estávamos na cobertura. – Christian respondeu satisfeito em ouvir sua
voz trêmula.
-
Alguém pode chamar o elevador, Grey. Pare!
-
Não.
- Ninguém vai chamar?
-
Não sei, mas eu não vou parar de te beijar. -
Disse ele com a segurança de quem nunca é contrariado.
E
só parou de beijar quando quis ver em seus olhos o desejo que já ouvia em seus
gemidos. Virou Ana e beijou, com força, muita força, seus lábios. Apertou o
quanto pode seus seios. Lembrou que não tinha visto a alça do sutiã nas costas
nuas.
-
Está sem sutiã. – Era uma costatação
-
Estou com um adesivo. – Respondeu Ana antes de lembrar que não devia
satisfação.
-
Logo não estará!
Logo
Ana sentiu suas mãos descerem. Droga! Como assim? Ele acha que pode sair
apertando a minha bunda em locais públicos? Uma olhadinha no painel do elevador
e ainda estavam no 15º andar. Desce mais rápido!
Ele
tinha ótima coordenação nessas horas. Ana estava encostada na parede
acinzentada. Grey com apenas uma mão segurava seus dois pulsos, a boca
acariciava, e provavelmente marcava, seu pescoço enquanto a outra mão apertava
sua bunda. 11º Andar! Vamos elevador. Mais rápido antes que eu cometa uma
loucura. A mão passou por baixo da saia do vestido e entrou na calcinha.
-AAAaaaa...não,
não pode. Aqui não...aaaa. – Ana não sabia se gemia ou reclamava.
9º
Andar.
-
Porque não? Eu sempre achei que os elevadores nos faziam muito bem. Quer saber
Ana? Sempre quis te fuder no elevador.
Droga!
Sempre adorou Christian Grey falando sacanagem. Na verdade, adorava Grey
falando qualquer coisa, em qualquer idioma. Ou mudo. AAAA INFERNO!
7º
Andar.
-
Estamos chegando Grey!
-
Não! Muito cedo pra você chegar lá amor...sem orgasmos ainda. – Ele respondeu
com uma daquelas pisadelas que só ele sabia fazer soar sensual.
6º
Andar.
-
Não. O elevador tá chegando.
5º
Andar.
-
Tira a calcinha! – Ele ordenou. Pronto.
Agora ele estava no modo dominador.
-
O que?
4º
Andar.
-
Você só sai daqui depois que a sua calcinha estiver no meu bolso. – O brilho
negro que estava em seus olhos dizia que ele falava sério.
3º
Andar.
-
Não. Isso seria indecente. Eu não sou mais a sua mulher.
Ele
pareceu mais irritado com essa lembrança.
2º
Andar.
-
Eu posso te arrancar dela, Anastásia, e te fuder aqui mesmo. Com força. Do
jeito que vocâ gosta. Nós dois sabemos que você não ia dizer não.
-
Mas...
-
Tira a calcinha e coloca na minha mão!
1º
Andar.
Anastásia
correu, atrapalhada pelas mãos trêmulas e saltos altos e, arrancando a
minúscula calcinha preta fio-dental, colocou nas mãos de Grey instantes antes
do visor dizer:
Subsolo
1 – Estacionamento.
As
portas se abriram e eles saíram. Ele aparentando calma, porém com os olhos
vibrantes e um constrangedor volume nas calças. Ela trêmula, caminhando
agarrada ao seu braço.
-
Você me paga Christian Grey! – Falou quando ele a acomodava no banco do
passageiro.
Christian
respondeu apenas depois de dar a volta no veículo, sentar-se ao volante, ligar
a ignição e colocar o cinto.
-
Vai querer o pagamento em beijos ou palmadas?
Ana
não sabia bem o que responder e foram em silêncio pelas ruas desertas. Estavam
chegando ao apartamento de Ana quando ela falou.
-
Como pôde nos expor assim. Alguém podia ter entrado em qualquer um daqueles
andares.
Grey
deitou a cabeça no encosto do banco e riu amplamente. Gargalhou.
-
Ainda ri da minha cara! Me tratou como se eu fosse uma vadia!
O
sorriso de Christian morreu.
-
Não diga isso JAMAIS. Eu nunca te trataria dessa forma. – Revoltado, dá um soco
no volante. - Você não percebeu?
-
O que? – Ana perguntou desconfiada.
-
Eu não te levei para o elevador principal, Anastásia. Era um elevador
exclusivo. Precisa de senha para usar e não tem câmera de vigilância. Eu jamais
iria te expor a nada que nos envergonhasse.
-
Você não é o dono daquele prédio. – Na torre funcionava uma apart-hotel
caríssimo e a editora havia alugado o salão da cobertura para a festa.
-
Mas sou muito amigo do dono do principal apartamento. Ele que utiliza o
elevador. O que dá no mesmo! Eu tive apenas que pedir o código de acesso – Ele
lhe ofereceu um olhar que alertava para não duvidar da sua palavra. – Sempre
quis ter um elevador só pra nós. Eu só queria te lembrar como nossos joguinhos
são bons. Como você sente prazer em ser dominada.
-
Isso n...
-
Não negue Ana. Você gosta de ter um comando na cama. Você curti ser dominada. E
isso é bom por que eu sei te comandar como ninguém. Agora mesmo, depois de você
ter duvidado da minha palavra...acho que eu devia te castigar.
A oferta estava no
ar. Será que desejava isso? Christian queria uma noite de dominação...nada de
baunilha. Não era arriscado...podia ser doloroso...mas seria muito prazeroso.
Com o carro parado em frente ao
prédio de Ana ambos se encaravam. Ana desejava Grey. Grey queria Ana. Era uma
questão de entender o quanto cada um era capaz de ceder frente a vontade do outro.
Eram um casal apaixonado, mas não precisavam das mesmas coisas. Grey necessita
de comando, Ana quer independência. Ela deseja família, ele liberdade.
Christian gosta da violência, da combustão do sexo, Anastásia sente prazer com
o carinho, o ‘baunilha’ que tanto ele desmerecia. Mas seriam diferenças tão
profundas a ponto de mantê-los separados?
- Eu te quero, Ana. – Ele sussurrou
em seu ouvido.
- Mas não quer ao nosso filho. – Ela
respondeu. – Quer uma mulher submissa, não uma família.
- Eu quero você, Ana. Eu preciso de
você. Seu cheiro, sua pele, suas mãos, seu toque...tudo grita que me quer. – Devagar
ele soltou o os cintos de segurança e puxou-a para o seu colo. Beijando seu
pescoço e sentindo o perfume emanado pelos cabelos castanhos e longos que ele
sempre adorou. – Passa essa noite comigo. Por favor.
- Christian eu não sei se a gente se
envolver novamente não vai apenas trazer mais sofrimento.
- Eu nunca implorei por uma mulher,
Ana. Mas por você...eu imploro.
Era impossível resistir.Mesmo com
medo de mais uma decepção, Ana não conseguiu negar a si mesma mais uma noite de
amor com Christian Grey.
- Sim. – Disse e viu os olhos
acinzentados brilharem feito diamante. – Eu não vou deixar você se arrepender.
Vou te dar a melhor noite que você já teve. Comigo, ou com outro, nenhuma vez
vai poder ser comparada a hoje.
Nossa....como ele tava romântico.
- Não é da noite que eu tenho medo,
Chris. Nisso eu sei que você é um expert. Mas e amanhã? – Mas a decisão estava
tomada. – Aqui não. Deixa eu ligar pra babá.
Christian aguardou em silêncio
enquanto ela discava.
- Oi, é a Ana. Ele tá bem? – Ouviu a
resposta? – Ótimo. Tem como você ficar até amanhã cedo. Não, bem cedo eu to aí.
Não passa das 8hs. – Mais um momento de silêncio. – Obrigada.
- Pronta? – Grey disse assim que ela
desligou.
- Sou toda sua. Vai me levar pra
onde? – Mas resolveu sugerir. – Pro Escala?
Christian olhou-a.
- Você gostaria de ir pra lá? Nós
vivemos bons momentos naquele apartamento, Ana. Bons e ruins. Foi lá que nós
tivemos aquela briga e você fez as malas.
- Mas é lá que fica o
quarto-vermelho-da-dor.
Com essa Christian riu.
- Ana, Ana, o que eu faço com você?
Assim me confunde.
- Eu não sou de todo contra os seus
jogos Christian.
- Mas me deixou depois que eu te
bati com o cinto. – Grey disse tristemente.
- Não se faça de burro. Você não é.
Sabe muito bem que quando me surrou daquela forma nós não estávamos jogando.
Aquilo foi uma agressão Christian. Até onde sei, essa coisa de sadomasoquismo é
para dar prazer e eu não tive nenhum. E tem mais: a minha magoa com você vai
além das cintadas. É muito mais do que você fez naquele dia. É o que você faz
há cinco anos! Eu e o Teddy merecíamos mais que um valor mensal na conta no
banco e um cartão bonito no natal!
- Eu sei que estou em falta com
você, Ana. Com vocês...não é fácil pra mim. Por favor, vamos deixar para discutir
isso amanhã.
- Não disse pra onde vamos.
- Pra nossa casa. É injusto que você
nunca tenha dormido no quarto desenhado para você. Aquela casa tá a tempo
demais sem a dona.
Ana não caminhou pelo corredor rumo
à porta de entrada. Christian a carregou feito noivo que voltava da lua de mel.
Nesse caso, ele desejava que essa noite fosse o início. Aos beijos Ana nem
prestou a atenção a decoração do quarto. Não viu que ele era exatamente como
ela tinha imaginado quando começaram a reforma da casa. Não viu as cores
delicadas, típicas de um ambiente de casal. E, principalmente, não viu o porta
retrato na cabeceira. A imagem mostrava eles em lua de mel.
Mas Ana só tinha olhos para
Christian e viu ele assumir sua postura de macho dominador.
- Tira toda a roupa e fica de quatro
na cama. – Disse já tirando os próprios trajes.
Só de se colocar em posição, Ana já
se sentia excitada. Só de imaginar a noite que teria com seu homem...
- Pronta? – Ele perguntou.
- Pra que? – Ela respondeu.
Seu traseiro ardeu com o tapa.
- Esqueceu como deve falar comigo?
- Pronta pra que, senhor?
- Pra eu te fuder com força.
- Não sei. – Disse sinceramente. –
Eu também gosto de carinho, de baunilha.
- E quem disse que eu não te darei carinho, Anastásia.
- Você disse fuder com força.
Outro tapa estalado.
- O SENHOR disse fuder com força.
- Melhor assim. Eu vou te dar as
duas coisas Ana. A foda e o carinho. – Ele saiu da cama e quando voltou trazia
duas gravatas.
A primeira atou seus pulsos a
cabeceira da cama. A outra lhe cegou os olhos.
- Vou te lembrar como é bom ser
minha.
Era um óleo, algo que esquentava sua
pele suavemente. As mãos...essas não eram suaves. Ana sentia o corpo ser massageado.
Todo ele recebendo atenção. Até as partes mais íntimas. Christian era assim.
Com ele a palavra intimidade era levada ao limite. Ele não tem frescura.
- Seu corpo é meu. Todo onde quiser.
– E sabia como tocar.
Quando ouviu o barulho do preservativo
se abrir Ana pensou que eram as portas do paraíso. Estava numa posição
intermediária entre a ajoelhada e de quatro. Ele a abraçou por trás fazendo-a
sentir sua ereção. Puxou seus cabelos fez uma trança.
- Assim que eu gosto...bem comportada
e gemendo na minha mão.
Sem dizer mais nada ele meteu.
Fundo. Exatamente como prometeu que seria. Com estocadas rápidas, profundas e
intercaladas por fortes tapas em seu quadril e mordidas no pescoço. Ele era
bruto. Sempre foi. Mas era uma brutalidade boa. Daquelas que faz uma mulher ver
o quanto é desejada. A cada vez que o sentia fundo dentro de si, percebia que
ele sofria com a distância tanto quanto ela.
- Ah!
- Você – é – muito – gostosa! –
Falava metendo mais fundo a cada palavra.
- Ah!Mais...vai...ah...mais.
----#----
Quando Ana abriu os olhos naquela manhã
e viu que o sol estava nascendo percebeu a burrada, pra lá de prazerosa, que
tinha feito. Eram 6h40. Tinha que levantar. Logo o cheiro de café invadiu o
quarto sendo trazido pelo mais lindo descamisado que já tinha visto. E ela ali,
nua e descabelada. Vida injusta.
- Bom dia. Você não dormiu o
suficiente.
- E a culpa é sua.
- Ninguém manda ser gostosa e insaciável.
Só voltaram a falar depois que Ana
bebeu o café, tomou banho e se vestiu. Ao vê-la pronta Grey percebeu que
deveria ter feito sua proposta antes dela acordar totalmente. Agora tinha
ficado mais difícil. Decidiu arriscar mesmo assim.
- Ana, nós tivemos mais uma noite
maravilhosa e, novamente eu te digo: não será a última. Vamos ficar juntos. É
isso que nós dois desejamos.
- Está me convidando para passar
mais noites aqui? – Ela sabia que não era isso.
- Estou dizendo que essa casa é sua
e está na hora de você vir morar no seu lar. Eu acho que estou pronto para
conviver com Teddy. A casa é grande e ele vai gostar, terá com que se distrair.
Nós podemos ser amigos...e seria um meio termo legal pra nós dois. Faremos um
acordo.
Ele achava que estava fazendo uma
grande concessão, dando um grande passo para se acertar com Ana. Ela discordou.
- Quer um conselho Grey? Fique coma
boca fechada se for pra falar besteira.
- Ana? O que foi? Ele ia gostar de
ficar aqui!
- Ele não é uma coisa, um vaso, um
quadro que você não gosta de olhar e esconde naquele cômodo que menos usa da
casa. Ele não é um bichinho de estimação pra você brincar de vez em quando. Ele
é seu filho! Merda! Quando é que você vai crescer Grey!?
- Ana...eu não achei que você fosse
ficar assim.
- E, principalmente, quando é que eu
vou deixar de ser idiota?! Chega! Vamos encarar a realidade. A gente gosta de
fuder, gosta de passar algum tempo junto, mas é só. – Ela pegou a bolsa pra
sair, mas Christian a pegou pelo braço.
- Nem pense que vai sair assim! Essa
explosão não é apenas por eu ter te feito um convite! E você vai falar!
- Quer ouvir? – Cinco anos de magoa
estavam vindo a tona. – Claro que não é só esse convite imbecil. É tudo! São
cinco anos da minha vida jogados fora. Cinco anos esperando por você cair em si
e nos procurar. E sempre que você veio foi para aumentar a decepção porque você
ia embora logo após me comer.
- Nunca foi assim! – Ele tentou se
defender.
- Foi assim e continua sendo. Você
acha que foi fácil? Criar um filho sozinha não é fácil Christian. Só não é pior
do que ter de fingir. Sorrir e dizer pra todos que está tudo perfeitamente bem
quando não está. Quando tudo o que você deseja é gritar que o pai do seu filho
está fazendo falta.
- Ana eu...
- Cala a boca e ouve. Não queria a
verdade? Agora vai ter. Eu adoro a Kate. É a irmã que eu não tive na infância. Mas
eu tentei ficar afastada dela enquanto esperava Ava. Não queria sentir inveja.
Porque doía olhar nos olhos do Elliot e ver o amor que ele já tinha pela filha,
e ficar me perguntando porque eu e o Teddy não merecíamos aquilo. Porque eu
tinha que ir sozinha ao médico enquanto todas as outras grávidas tinham maridos
ansiosos por ouvir o coração de seus bebês baterem. Porque não tinha ninguém pra
cuidar de mim quando eu ficava enjoada? Porque não tinha ninguém pra rir dos
meus desejos estranhos no meio da noite. Sabia que um dos seus seguranças foi
comprar sorvete pra mim?
- O que?
- Sim, o cara que você colocou na
minha porta no primeiro ano do nosso divórcio para espantar os fotógrafos e
tal...ele me ajudou uma noite. Eu estava com uma barriga de mais de 8 meses e
louca por sorvete de flocos com calda de chocolate. Ele fez a boa ação de
buscar.
- Me desculpe por não ter estado lá.
– Christian estava sofrendo.
-Mas, é claro, eu continuei sendo
burra e criando esperanças. Quando Teddy nascesse você não iria conseguir
desprezá-lo. Nem o seu coração seria tão duro. Eu alonguei aquele parto o
quanto pude na esperança de você aparecer. Até a médica me dizer que Teddy
correria perigo se não fizéssemos a cesárea. Eu apaguei com a anestesia ainda
achando que você viria conhecer seu filho.
- Eu não estava no país! Eu voltei,
estive no hospital. Comprei o leite especial que ele precisava.
- Como dá uma esmola na esquina! Não
quis vê-lo! Não quis ver seu próprio filho! Como Grey? Me explica como? Como
você conseguiu ouvir ele chorar e não sentir nada?
- E quem disse que eu não senti? Eu
fiz o que eu podia por ele, Ana. Por isso eu nunca quis ser pai. Não posso
fazer mais que isso. Naquele momento eu nem consegui encarar você. Pedi pra te
enviarem flores e fui embora.
- Flores que eu joguei no lixo. O
tempo passou e nada Grey. Você não evoluiu em nada. Daí eu me pergunto...se um
filho não foi capaz de amolecer seu coração, alguma coisa faz você ter
sentimentos?
- Você! Eu te amo Merda!
- Não! Ama merda nenhuma. Se amasse
não tinha me deixado criar nosso filho sozinha. Não sabe como eu desejei ter
podido dividir com você cada evolução dele, cada dor. As madrugadas de cólica,
o nascimento dos dentinhos, a primeira palavra, o primeiro passo. Para nada o
Teddy teve o pai. E o pior é não ter com quem dividir o medo.
- Não tem porque temer. Ele é saudável.
Nunca vai acontecer nada com Teddy.
- E comigo? Eu fico pensando no que
aconteceria com Teddy se alguma coisa me acontecesse. Pra onde ele iria? Kate e
Elliot? Grace e Carrik? Um lar adotivo. A sua casa...esse lugar aqui, o sonho
de qualquer criança, aqui é o último lugar que me passaria pela cabeça. Porque
aqui Theodore não é bem vindo. A não ser em finais de semana esporádicos quando
ele que aliviar a consciência e se ilude achando que minimiza seus erros
posando de amigo do Teddy. Meu filho quer um pai, não de um amigo com quase 30
anos mais que ele.
Ana chorava compulsivamente. Sentia
que estava dando um ultimato em Christian. E excluindo-o de sua vida. Ele
abraçou-a e deixou o pranto correr.
- Eu não queria te fazer sofrer
assim Ana.
- Eu sei. Me leva pra casa?
Antes de responder o celular tocou.
Ana não conseguiu ouvir a conversa, mas era grave. Christian parecia ainda mais
irritado. Só que ele não quis dizer nada e fizeram a viagem em silêncio. Em
frente ao apartamento Ana o pressionou.
- Diz logo o que há!
Ele pensou, mas depois respondeu.
- Eu terminei com uma submissa há
pouco tempo.
- E? – Isso não era novidade.
- E ela apareceu morta essa
madrugada.