O lar de amparo dirigido por Marta
era, apesar de simples, uma casa bem conservada e bonita. E, acima de tudo, com
ares de casa de vó, daquelas onde a matriarca é respeitada e amada em grandes
doses. A primeira coisa que Rafael percebeu ao passar pelo portão, foram os
gritos das crianças mais jovens que brincavam na pracinha. Já os maiores não
estavam por ali. Enquanto esperava por Marta, Rafael ficou procurando com o
olhar onde estaria Isabely. Para nenhum lado que se virasse, conseguiu
encontrá-la.
- Ela está no quarto. – Marta o
surpreendeu. – Isabely gosta de ficar sozinha no seu tempo livre...abre
exceções ao seu filho. Eles estão conversando lá. Você veio buscá-lo?
- Não...eu vim conversar com você e
conhecer melhor a história de Isabely.
- Então vamos dar uma volta enquanto
conversamos. Logo Tales vai embora e então, talvez, ela queira conversar com
você.
Caminhando pelo local formado por
cômodos muito grandes e sempre ocupados por muitas crianças e adolescentes,
Rafael ficou sabendo que seu filho havia conseguido algo que Melissa ainda
tentava. Se tornaram amigos e mesmo que ela ainda guardasse algumas reservas,
tinha encontrado nele alguém em quem confiar. E isso, tratando-se de Isabely,
representava muito.
- Ele vem todos os dias, conversa
com ela e brinca com as crianças menores. É um menino de outro. – Marta
elogiou.
Eles
começaram pelos assuntos mais leves, porém, chegou o momento em que foi
necessário encarar a razão a trazer Rafael ali em pleno horário de trabalho.
Ele precisava entender Isabely e ver o que causou tanto magnetismo entre ela e
Melissa. Pediu então que Marta lhe
contasse toda a verdade a respeito da adolescente rebelde que estava prestes a
se tornar sua filha, inclusive a parte mais restrita da história e, que ele
desconfiava, Mel tinha lhe escondido ou também não sabia. Ninguém cresce traumatizada
daquela forma sem ter uma história muito triste na vida.
-
Me conte tudo, Marta, por favor. Não posso entrar nessa história vendado.
Marta
até tentou contar-lhe uma versão resumida, mas ele pressionou. Garantiu que foi
ali munido das melhores intenções e que nada do que ali fosse dito seria
divulgado por ele a ninguém.
-
Nem mesmo Mel. Mas eu preciso saber. – Reiterou.
Marta
não temia que ele contasse algo à esposa. Até porque Melissa tinha se mostrado
uma pessoa muito confiável e realmente disposta a lutar para ter Isabely como
sua filha. Seu temor era que a verdade afastasse Rafael ainda mais. Mesmo
assim, resolveu que a verdade seria o melhor.
-
Isa teve duas famílias, além da de sangue, mas nenhuma lhe fez bem. A mãe
biológica era usuária de drogas pesadas e deixava-a, ainda pequena, sozinha em
casa e saia para rua à procura de droga. Não é difícil imaginar como conseguia
dinheiro.
-
Prostituição. – Rafael citou, repetindo o que já lera tantas vezes em jornais.
A
diretora do orfanato confirmou e seguiu contando a história mais comum do que
deveria. Não houve confirmação, mas era bem provável que a mulher trouxesse os
clientes para a própria casa e à frente da filha ambos usassem drogas e
mantivessem relações.
-
Esses homens a maltratavam e eram um risco. Ela foi levada ao abrigo pela
primeira vez depois que vizinhos ligaram à polícia relatando que uma criança chorava
abandonada em uma casa. Isa estava há dois dias sozinha, sem comida. A mãe
perdeu o direito de guarda e respondeu processo por um tempo, mas morreu pouco
depois nas mãos de um traficante. Chegou ao abrigo anêmica e desidratada.
-
E o pai?
-
Desconhecido. Talvez ela seja fruto da prostituição, mas ninguém sabe.
-
E a segunda família? – Rafael estava enojado.
-
A adotaram, mas não estavam prontos para luta que é receber em casa uma criança
com tamanho trauma. Ela não é fácil, não é amável apesar de precisar muito de
amor. Após uma discussão ela fugiu de casa e voltou para o abrigo. Ao invés
deles conversarem com ela, desistiram da adoção. Isa jamais nos disse, mas
tenho certeza que ela se sentiu abandonada e rejeitada uma segunda vez. Depois
ela não aceitou de forma alguma a aproximação de outras famílias. A mais
recente interessada levou o susto de uma fuga, foi no dia em que sua esposa
conheceu Isa.
Rafael
sentiu pena pela menina. Ela realmente merecia uma família de verdade. Sua
dúvida era se ele estava pronto para aquela luta. Se realmente a adotasse,
jamais a devolveria para um abrigo. Aquilo lhe soava desumano.
-
Eu quero, mas não sei se devo. Não sei se consigo.
Marta
então o acompanhou até a pracinha externa onde naquele momento, próximo da hora
do almoço, Isabely costumava se isolar após Talis ir embora. Não desejava
pressioná-lo, mas via em Rafael a necessidade de receber uma ajudinha.
-
Vai com calma. Mostre que aprendeu com seu filho e se torne amigo dela. Boa
sorte. – Disse a senhora, habituada a ver pais e mães nascerem.
Naquele
instante outros dois pais se encaravam. Um experiente e feliz com a família
cultivada com a mesma calma e paciência com que produzia vinhos finos. Já o
outro engatinhava com atraso na tarefa e se sentia assustado a qualquer passo
errado. Ambos assemelhavam-se apenas em uma coisa: o amor das filhas. Leonel
amava sua única filha desde o dia em que ela lhe foi entregue. Lembrava de seu
sorriso tímido e do choro forte naquela primeira noite em que ela ainda não
estava habituada ao novo quarto, preparado por ele e Giovanna com todo o
cuidado. Quando ela enfim dormiu, em seus braços, ao ser embalada pela
madrugada, ele entendeu que aquele amor já era correspondido e estaria em
Milena por toda a vida.
Já
Nathan soubera da existência de Maria Fernanda há pouquíssimo tempo. Ainda
assim, quando ela o olhava, ele tinha a certeza de que já havia algo de
especial entre eles. Maria Fernanda podia não ouvir, mas seu coração percebia
claramente o quanto de amor aquele novo amigo lhe tinha a oferecer.
Aqueles
dois pais se encontraram na entrada da casa dos Vicentin. Leonel fez questão de
esperar o visitante, lhe estender a mão e cumprimentá-lo. Manteve a educação,
mas não escondeu seu desgosto frente ao que aconteceu com sua neta. Seja por
erros de Milena, de Nathan ou do destino, fora tomado de Maria Fernanda
momentos junto com o pai que jamais poderiam ser reparados.
Já
no escritório dos Vicentin e antes de Nathan ver qualquer outro membro da
família, eles começaram a difícil conversa.
-
Sabe, Nathan, quando meus filhos entraram na adolescência e começaram a ter
interesses românticos eu os chamei para conversar e disse para aproveitarem a
juventude e namorarem bastante até que encontrassem as donas de seus corações.
Pedi a Jonas e Lorenzo apenas para serem responsáveis e não colocassem filhos
no mundo de forma irresponsável e, caso ocorresse uma gestação impensada,
agissem para que a criança não fosse penalizada pela irresponsabilidade dos
pais. Eles honraram os meus conselhos. Já você feriu minha filha e minha neta
exatamente dessa forma.
Nathan
chegara à vinícola Vicentin sabendo que teria uma tarefa difícil. Teria de se
explicar aos avós e bisavós de sua filha, além de provar a Milena que poderia
agir de uma forma mais responsável. A forma como Leonel o recepcionou não
surpreendeu. Tratava-se de um homem já idoso e muito tradicional. Além disso,
estava cercado de ótimas razões para dizer tudo aquilo. Ouviu sem esboçar
nenhuma tentativa de interromper o homem nem atrapalhar sua longa fala. Quando
ele enfim lhe estendeu uma taça de vinho, Nathan entendeu que ele havia
desabafado e oferecido a bandeira da paz. Era sua chance de falar.
-
Nada do que eu falar irá servir de perdão ao que fiz, mas eu gostaria que
ouvisse minhas razões. – Disse em português claro, apesar de Leonel falar
italiano perfeitamente.
-
Estou disposto a ouvir tudo o que tem a dizer. Se minha filha algum dia se
interessou por você, acredito que tenha algo de positivo.
-
Quando vim ao Brasil estava fugindo da minha vida na Itália. Eu estava amarrado
a um casamento inexistente, fruto de uma amizade apenas. E cujo destino foi
cruel em por fim, mas me manter amarrado.
-
Vou precisar que seja um pouco mais claro, Nathan. – Leonel falou, sem
entender.
-
Eu me casei com uma amiga da juventude. Tínhamos uma amizade colorida, jamais
nos amamos. O casamento era bom aos dois, mas tínhamos vidas separadas, com
outros parceiros sexuais e amorosos. Foi bom por um ou dois anos, mas então eu
soube que o significado de “vida livre” para Valentina era bem mais amplo que o
meu. Ela começou a fazer uso de drogas pesadas, começou a definhar e eu a
pressionei pelo divórcio. Ela aceitou, mas pouco depois sofreu uma parada
cardiorespiratória após uma overdose. Eu consegui que as cousas jamais viessem
à tona e todos em Milão choraram pela tragédia da mulher que ficara em estado
vegetativo tão jovem.
-
E você ficou amarrado a ela! – Leonel entendeu.
-
Eu podia me divorciar e casar com quem bem entendesse. Mas não parecia certo.
Passei anos tendo casos rápidos, mas dormindo no quarto ao lado dela. Minha
casa se transformou num hospital repleto de enfermeiros e remédios.
-
Então vim ao Brasil a trabalho, revi Emily e lhe propus nossa parceria
profissional. E conheci Milena. Ela mudou o rumo de tudo. Sua filha colocou cor
na minha vida. Mas as minhas obrigações na Itália permaneciam e quanto mais eu
via Milena criar sonhos com nosso relacionamento mais assustado eu ficava. Eu
sabia que o final não seria bom. Até que chegou a hora de ir embora. Mas saiba
que assim que cheguei em casa, quis voltar para o Brasil e, mesmo distante, foi
Milena a me alimentar e me manter vivo nesses anos.
Leonel
se emocionou com tudo o que ouviu. Nathan tinha uma história de vida muito
infeliz. Nada disse perdoava seus erros, afinal ele mentiu à sua filha. Porém,
ele já parecia castigado demais pela vida para alguém ainda tripudiar.
-
Minha filha sempre foi sonhadora, romântica e muito esforçada para conseguir
tudo que desejava. Mas depois da gravidez, ela mudou muito, se fechou para o
mundo. Milena dedicou sua vida a Maria e ao seu trabalho. Ela se fechou para o mundo, especialmente aos
homens.
-
Eu vou fazer de tudo para reconquistar sua filha, para ter novamente a
confiança é o amor dela. E lutarei para ter o amor de minha filha, pois desde o
dia em que vi Maria Fernanda, senti que minha vida ia mudar.
Nesse
momento o pai de Milena tornou a interromper o homem que por pouco não se
tornou seu genro e, pelo que falava, estava disposto a lutar pelo posto. Não
era contra nada daquilo. Se tinha sentimentos por Milena e Maria Fernanda,
tinha mais que lutar. Porém, que dessa vez agisse feito homem.
-
Minha neta é uma criança especial, que mesmo com seu problema físico não tira o
sorriso do rosto. Todos nós da família a apoiamos e ajudamos Milena, durante a
gravidez e a primeira infância de Maria. Isso não vai mudar. Milena tem família
para defendê-la. Então só te falo mais uma coisa: se você fizer minha filha e a
minha neta sofrerem, acabo com a sua vida. Não importa se você estiver aqui, na
Itália ou em outro planeta, vai se comportar feito homem e honrar as calças que
veste. Ou se entenderá comigo.
-
Não irei lhe decepcionar. – Nathan falou, honestamente. E estendeu a mão.
-
Ótimo. Agora vamos comer. Mais tarde tomaremos um mate e você e Milena terão de
conversar com Maria. Essa menina precisa saber que tem pai.
Isso
era tudo o que Nathan desejava.
Márcia
esperou por Rafael na JRJ até o relógio marcar 14hs. Ele havia saído no meio da
manhã e não retornou. Segundo a secretária, via WhatsApp afirmou que viria para
reunião depois de resolver uma questão pessoal. E essa palavrinha estava
irritando Márcia além da conta. Ninguém naquela empresa poderia ter mais
problemas pessoais que ela. Ainda assim, ela jamais deixava sua vida pessoal se
sobressair a profissional. Trabalhava horas a fio sem dar atenção ao filho, nem
sair com amigas. Se dedicava algumas horas por semana no salão de beleza era
estritamente por saber que aparência era algo importante à profissão. Tudo
sempre se resumia ao trabalho. E, ainda assim, não conseguia dar conta de tudo.
E isso se devia, em grande parte, porque seus sócios viviam bagunçando a agenda
dela devido aos problemas pessoais dele. Se Rafael não estava lá, ele foi
cobrar de Jonas uma atitude.
-
Ele teve um problema familiar e eu o aconselhei a tirar a manhã de folga para
resolver. Assumi sua participação numa agenda importante. Ele deve chegar logo
e aí vocês conversam.
-
Problema de família! Sempre, problema de família! Eu não trago meus problemas
pessoais para o local de trabalho. Acho que vocês deveriam deixar esse tipo de
problema para ser resolvido nos horários de folga! – Ela explodiu.
Jonas
ouviu tudo e pensou em quantas vezes ele já tivera conversas similares com
Márcia. Muitas, nesses meses de sociedade. Poderia responder para ela com a
mesma agressividade, aos gritos e dizer-lhe que para ser um homem ou uma mulher
com sucesso profissional não era preciso abdicar da família. Ele mesmo tivera
muitas brigas com Emily por ele crer que ela trabalhava demais. Nunca, porém,
Emily escolheu seus restaurantes quando ele e as crianças precisavam dela em
pleno horário do almoço. E por isso ele abria mão de qualquer coisa quando ela
lhe telefonava. A verdade é que Márcia precisava urgentemente criar uma vida de
verdade e assim entender o que tinha valor na vida. Como uma mulher que fora
casada e tem um filho ainda não descobriu isso era algo que ele jamais
entenderia. Preferiu, porém, falar com calma e lhe mostrar como a segurança
afetiva fazia bem.
-
Aqui na empresa primamos primeiramente a família. Se um de nós tem problema,
nos entendemos, apoiamos e ajudamos um ao outro a resolver. Sempre foi assim.
Rafael muitas vezes assumiu minha agenda. Inclusive quando me licenciei por
meses. Então, Márcia, pare de gritar e sente-se se quiser conversar comigo.
-
Conversar não resolve problemas!
-
Discordo. É um ótimo exercício. Qual o problema tão urgente você tem que não
pode esperar algumas horas? – Jonas perguntou, sabendo que não havia nada além
de uma reunião interna. Aquilo não passava de irritação sem sentido.
-
Eu também tenho meus problemas e nem por isso....
-
Você não traz os seus problemas para a empresa. Eu já sei. Mas isso não
significa que você seja uma executiva melhor, apenas não sabe se
abrir...aliás...eu gostaria de conhecer você melhor. Fale-me sobre você.
-
Eu quero trabalhar. Não ir a um terapeuta, Jonas! – A calma do sócio a irritava
ainda mais.
-
Nós não somos amigos, sei disso. Mas tá na cara que você tem algum problema
que, chega sim aqui no escritório porque torna você mais irritadiça e
impossível. Às vezes colocar pra fora é um bom remédio para que o problema
comece a ser resolvido. – Jonas disse e viu Márcia ficar de boca acerta. Achou
que ela iria voltar a gritar, mas então viu uma lágrima rolar por seu rosto.
Jonas então puxou duas cadeiras e viu que o assunto seria longo. -Todos nós
temos problemas, então, se quer conversar, sei que você está precisando.
Márcia
estava triste consigo mesma. Insatisfeita com os rumos da própria vida. Poucas
vezes alguém se disse disposto a ouvir seu desabafo. Realmente não era amiga de
Jonas. Mas seus amigos estavam em Minas Gerais. E ela precisava de um ombro
amigo. Abriu-se com o sócio, confiando que ele lhe seria leal.
-
Não sei nem por onde começar. Sempre fui sozinha e tive de lidar com tudo sem
ajuda. Eu trabalhei ao lado do meu marido sempre. Fundamos e fizemos crescer
uma empresa. Era...perfeito. Fomos colegas de faculdade e, achei, tínhamos a
vida perfeita. Até que descobri sua amante. Não uma pulada de cerca breve, mas
uma amante mantida com o nosso dinheiro em um maravilhoso apartamento que ele
visitava com frequência.
-
Imagino o quanto foi difícil. – Disse Jonas, sem entender o que levava um homem
a fazer algo desse tipo.
-
Eu pedi o divórcio e tirei tudo o que pude dele. Metade do patrimônio, mais uma
gorda pensão mensal para Joaquim. E, se eu pudesse, o teria deixado na miséria.
Me mudei para São Paulo não pela JRJ, mas para fazê-lo sofrer sem o filho.
-
Ele não era um bom pai?
-
Era. Sempre se dedicou ao filho. Por isso mesmo eu usei essa arma para feri-lo
fundo. Ele sofreu como eu sofri. Recentemente ele entrou na justiça alegando
que eu dificulto visitas e o afasto de Joaquim.
Jonas
sentiu pena do homem. Sabia o quanto Márcia podia ser difícil quando irritada.
Traída, deve ter sido cruel. Triste era ter uma criança no meio disso.
-
Ver vocês com suas famílias felizes é um tanto doloroso. – Humilhada ela
reconheceu. – Não pense que os invejo. Não. Jamais. Apenas sofro ainda mais.
Mas se isso chegou de alguma forma a afetar meu trabalho, peço desculpas.
-
Não tem nada a ver com trabalho Márcia. Apenas...gosto de trabalhar com pessoas
felizes.
-
É meio difícil quando até meu advogado desistiu do caso alegando não me
suportar. – Mesmo triste, Márcia reconheceu ser engraçado tudo aquilo. – Não
deixarei que meu ex tome Joaquim de mim. Ele que vá ter filhos com aquela
vagabunda!
-
Não pense nele...aja pelo bem do seu filho. Ele não sente saudade do pai?
-
Muita. – Márcia reconheceu.
-
Então mostre para o juiz que o melhor é seu filho ficar com você, mas deixe que
seu ex visite Joaquim, pois é o melhor para ele. Nenhuma criança deve crescer
sem um dos pais.
Márcia
se calou e enfim olhou para Jonas como um amigo e não apenas um sócio.
Reconheceu que ele era um bom homem, que amava os filhos e, assim como Rafael,
tentava equilibrar família e empresa, sem deixar nenhum de lado. Esse
equilíbrio é exatamente o que lhe falta exercitar.
-
Agora eu preciso ir. – Ele apontou para o grande porta-retrato que enfeitava a
mesa. -Tenho três pessoas me esperando. Apague a luz quando sair. E fique o
tempo que precisar em minha sala, aqui é um ótimo lugar para pensar e colocar
os sentimentos em ordem. Falo por experiência própria.