Agoniado, Lorenzo observava os ombros de Jéssica tremerem enquanto ela
chorava. Não era apenas pelo aluguel ou alguns mantimentos. Ela estava
desabafando por problemas muito mais profundos e dos quais não gostaria de
falar para ninguém, muito menos Lorenzo, um homem que apesar das boas
intenções, estava tumultuando ainda mais a sua vida.
Lorenzo teria se sentado ao lado dela e simplesmente esperado
ela se recompor antes de explicar que não desejava fazer nada que a
desagradasse, apenas ajudar. A maturidade havia lhe ensinado algumas coisas.
Uma delas era a ter paciência. Não precisava de pressa para agradar ou
conquistar Jéssica. Porém, quando Clara olhou assustada para a mãe, ele viu que
precisava fazer algo.
- Porque você tá chorando mamãe? – A pequena menina não
entendia a quantidade de problemas equilibrados por sua mãe.
- Nada filha. Vai brincar. A mamãe vai recolher a louça
do almoço.
- Tá bem. Tio Lorenzo, você brinca comigo?
Ser chamado de ‘tio’ era algo realmente incomum para
Lorenzo, afinal, na família Vicentin não havia crianças. Ele sorriu para Clara
tendo uma ideia.
- Brinco. Mas não aqui. Vamos ao parque? Eu, você e mamãe?
- Não. – Jéssica já tinha secado as lágrimas. – Eu tenho
que arrumar a casa e você deve ter seus compromissos.
- Sua casa não vai cair por falta de arrumação em um dia,
Jéssica. Além do mais, Chiara quer brincar no parque, não é?
- É, mamãe. Eu quero. – A menina não se continha de
alegria.
Não só Jéssica foi obrigada a aceitar o passeio, como
viu-se na frente do elegante prédio residencial onde Lorenzo agora morava. Ele
disse que não podia ir brincar no parque sem trocar de roupa. A escolha entre
ficar no carro aguardando e subir foi feita por Clara antes de sua mãe
conseguir raciocinar.
- Eu quer ver a casa do tio Lorenzo. – Ela falou
estendendo os braços para ele lhe tirar do banco de trás do carro esportivo.
- Então vamos pequena. – Ele sorria, satisfeito.
O apartamento era o típico lar de um homem solteiro.
Elegante e organizado, sem muitos adereços ou peças para acumular pó. Na parede
principal um grande quadro abstrato. Sobre um aparador algumas fotos de
família. Em uma delas uma bela mulher de cabelos louros e ondulados. Lorenzo
percebeu qual a dúvida nos olhos de Jéssica.
- É Milena, minha irmã. – Havia uma pitada de provocação
na voz dele. Como se desafiasse Jéssica a entrar outra razão para lhe afastar.
- Eu sou viúvo há muitos anos.
- Me desculpe. – Ela disse.
- Tudo bem. É algo superado. Eu vou me trocar. Fiquem à
vontade.
Cuidando para Clara não mexer em nada e observando o
lugar, Jéssica percebeu que apesar de poder, Lorenzo não a trouxe ali para
ostentar seus bens. O lugar era confortável, mas modesto. Simples, até.
Aconchegante, bonito de ver e agradável de sentir.
- Como o morador. – Falou baixinho, quase para si mesma.
- Mamãe! Eu quero brincar no escorregador! E no balanço!
– A filha lhe trouxe de volta dos devaneios. A lista de desejos de Clara era
interminável.
Não houve saída. E quando Jéssica percebeu já havia um
sorriso em seu rosto. Pudera, logo estavam no Parque Ibirapuera, aproveitando a
sombra das árvores enquanto Clara já corria junto de outras crianças. Um lugar
bonito e arborizado assim tranquilizaria até o mais preocupado dos humanos.
Mesmo assim, aquele homem lindo, charmoso e tão atencioso com ela e sua filha,
ainda lhe gerava preocupação. Não entendia porque tamanha atenção quando ele
poderia ter uma mulher de seu círculo e classe social. Ele parecia não ver o
óbvio.
- Porque faz isso? Clara vai se habituar a tê-lo por
perto. Não deve mal acostumá-la e mimá-la assim.
- Mimá-la? Não estou fazendo isso. Não ofereci a Chiara
nada além do que é direito de qualquer criança. Alimentação, atenção e lazer.
Veja como ela está feliz.
- Só que daqui alguns dias ela vai pedir para vir aqui
novamente, ela vai querer mais chocolate, vai pedir por coisas que eu não tenho
como dar. E não posso me tornar dependente de alguém a quem eu não conheço. Eu
não sou burra, Lorenzo. Porque está fazendo isso!?!? Não me diga que leva ao
parque todas as crianças que conhece. Ou que paga o aluguel de suas casas
sempre que as mães não são boas o bastante! Você nem nos conhece!
- Mas quero conhecer. Gostei de você, encantei-me por
Chiara. E não estou te pedindo nada em troca.
- Não faz sentido! Olhe para você e olhe pra mim! E agora
ainda estou te devendo meses de aluguel! Eu não quero depender de você!
- E não depende. Foi um presente para Chiara. – Quando
ela lhe olhou feio ele explicou melhor. – Eu trabalhei a vida toda, Jéssica.
Desde menino. A minha família e de Jonas têm uma fazenda no sul do país.
- Fazem vinhos, eu sei. Todos na construtora sabem.
- É. Eu trabalhava nas colheitas da uva e recebia um
salário por isso. Mesmo ainda na escola. Eu sei o que é trabalhar duro. Fiz
isso a vida toda. Ainda faço. Porque amo o trabalho. Mas hoje eu vejo que só
trabalho não traz felicidade. A natureza é muito sábia. Pra da terra nascerem
frutos, não basta apenas plantar, é necessário a luz do sol e a vida trazida
pela chuva. Com a gente também é assim. Não adianta só ganhar dinheiro se não
repartimos com aqueles que nos são importantes.
- Eu nem sei quem você é!
- Então pergunte! Diga, Jéssica. O que você deseja saber?
– Quando o silêncio ecoou em resposta, Lorenzo inverteu a pergunta. – Então
começo eu mesmo. Porque cria Clara sem a ajuda do pai dela? Onde ele está?
- Não sei. E prefiro assim. É bom que fique longe dela.
Lorenzo queria saber qual o problema ali. Ela tinha todas
as razões e o direto de exigir que esse homem contribua para o sustento da
filha, mas preferia arcar com tudo para mantê-lo à distância. Deveria haver
alguma razão.
- E sua família? Pai, mãe, irmãos? Eles conhecem Clara?
- Não. Eu me afastei deles quando estava grávida. Eles
não gostavam do pai dela e eu fui embora de casa. Independência é algo lindo e
muito desejado quando não se tem contas para pagar.
- Mas se o pai dela já não está com você, porque não
volta? Fala com eles. Duvido que virarão as costas para uma neta como Chiara.
Família é o que há de mais importante na vida. Eles vão lhe acolher.
- Melhor não.
- Porque não?
- Você está curioso demais. – Ela disse sorrindo, para
disfarçar a reclamação.
- Já que você não quis falar nada, eu aproveitei. Mas
estou disposto a responder tudo o que deseja saber.
- Se valoriza tanto a família, porque não está casado e
com vários filhos? Você mesmo disse que ficou viúvo há bastante tempo.
- Eu me casei aos 18 anos, Jéssica. E fiquei viúvo aos
19. É provável que eu tivesse alguns filhos já crescidos, caso minha falecida
esposa ainda estivesse comigo. Mas a vida não quis assim. Nem me apresentou
alguém com quem eu desejasse formar uma família. Hoje tenho 44 anos e aquele
modelo de família com o qual sonhava há duas décadas não me importa mais.
- Não deseja mais formar uma família?
- Eu não luto contra o destino, Jéssica. Eu não preciso
de filhos para ser feliz, mas, se eles surgissem no meu caminho, ficaria feliz.
Mesmo que fosse uma menina já crescida e louca por chocolate e batata frita.
- Você não sabe o que está falando.
- Porque diz isso? É tão impossível assim eu gostar de
você? Querer cuidar de você? Zelar por Chiara?
- Impossível não. Mas é muito difícil. Olha pra mim e
olha pra você.
- Quanto mais eu olho, mais perfeita te vejo.
Impossível não sorrir frente a um elogio tão simplório e
carinhoso. Ele era realmente apaixonante. E Jéssica já sentia um imenso medo de
envolver-se e se decepcionar quando o conto de fadas acabar. Ele deve ter
percebido seu temor porque não hesitou em lhe dar alternativa. A saída a qual
ela não tinha como nem desejava escapar.
- Vamos nos conhecer melhor. Se é de tempo que você
precisa, eu lhe dou. Só não me afaste por completo. Somos...amigos. Está bem
assim?
- É, amigos. Mas tem uma condição. Tem que me prometer
que irá parar de levar coisas para Clara. E não vai mais pagar nenhuma conta.
Eu não quero depender de você.
- Está bem, eu prometo. – Só não sabia como iria cumprir
sem deixá-la passar necessidade.
Quase sem perceber, claramente selando e desrespeitando
aquele acordo ao mesmo tempo, Lorenzo foi se aproximando. Não foi exatamente um
beijo, apenas um roçar de lábios, tímido e carinhoso. Ali apareciam aquelas
diferenças tão vistas por Jéssica. Sua pele, tão macia e jovem sentiu a
aspereza da barba cerrada dele. Ela só não esperava querer se aranhar nela,
desejar que ele continuasse aquele toque. Sentia vontade de passar os braços
envolta dele e devolver o carinho oferecido.
- Tio Lorenzo! Vem brincar! – Chiara interrompeu-os.
Lorenzo não disse nada. Apenas, sorrindo, deixou Jéssica sozinha para ordenar
os próprios pensamentos.
Naquela noite, Emily e Jonas conversaram abraçados na
cama. E falaram da estranha situação vivida por Lorenzo. Jonas não queria e
sabia que não tinha o direito de se intrometer em nada tão pessoal. Mas ficou
preocupado. E Emily não demorou a perceber a mudança em seu noivo.
- Fale o que te preocupa, Jonas. Posso fazer algo para ajudar?
- Não pode. Não depende de nós. Eu falei com Lorenzo
agora ao anoitecer. Não vai acreditar no que ele fez hoje. Almoçou e passou a
tarde com Jéssica, a moça que serve cafezinho na construtora. Está interessado
nela, apaixonado, talvez. Agora me diga, isso tem alguma chance de dar certo?
- Deixe de ser preconceituoso. Porque não teria?
- Não é preconceito! Eu não ligo para o fato dela não ter
grana. Lorenzo tem o bastante, fruto do trabalho dele. Mas ele é um homem
sensível. Está sozinho há muito tempo. Sofreu muito quando perdeu Alice.
- Como ela morreu?
- Um acidente de carro. Ela dirigia há poucos meses e
estava descendo a serra em direção a Porto Alegre. Um motorista alcoolizado
perdeu o controle do carro e invadiu a pista no sentido contrário. Ela não
conseguiu frear a tempo. Morreu no local. Nós achamos que Lorenzo nunca ia se
recuperar. Ele só pensou em trabalho depois disso.
- Foco no trabalho é bom. Faz com que alcancemos nossos
objetivos.
- Falou a senhora empresária Emily Fruett. – Jonas
brincou. – Sim, é bom. E ele conseguiu ótimos resultados. Quando eu e Lorenzo
éramos jovens a vinícola era uma empresa muito pequena, foi ele a ampliá-la e
fazê-la render mais dinheiro. Ele é muito competente e dedicado.
- Então eu acho que você deveria estar satisfeito de seu
irmão estar encontrando felicidade. Ele já fez muito pela empresa.
- Não é dinheiro, Emily. Se Lorenzo jogasse fora todas as
reservas financeiras da Vinícola Vicentin, eu ficaria feliz em ajudar minha
família com os recursos da construtora. Meu medo é ele estar depositando tanta
esperança numa menina, muito jovem e cheia de problemas que vai acabar decepcionado.
Ele me contou que ela e a menina não tinham o que comer. Ele comprou
mantimentos e hoje quando chegou lá com uma refeição pronta, ela estava
cozinhando feijão. Ele disse todo feliz que a menininha adorou as batatas
fritas.
- O feijão era bom? – Emily perguntou tendo uma ideia.
- Não sei. Encantado como está, acharia gostoso até
pedra.
- É só por me amar que você gosta da minha comida então?
Bom saber.
- Não é isso. Você sabe! Mas por que você quer saber do
feijão?
- Nada. Deixa pra lá. Não implique com seu irmão, Jonas!
- Eles vivem em mundos diferentes.
- Mas que podem se complementar. Eu lembro de comer massa
com salsicha no orfanato quando as verbas do governo atrasavam e Marta não
tinha como nos oferecer nada melhor. Às vezes só o que a gente precisa é de uma
oportunidade.
- É. Mas e se Jéssica apenas usar Lorenzo como
oportunidade? Ele diz que ela não quer seu dinheiro, mas, mesmo assim, acho
arriscado. Ele quer que a empresa terceirizada que contratou Jéssica pague
melhores salários.
- É ótimo que ela não queira que ele a banque. Ela
precisa de um salário digno.
- Não é tão simples. Existe um contrato com a empresa
terceirizada.
- E quem da JRJ cuida desses contratos?
- Juliana é a diretora administrativa. Ela já me adiantou
que não seria simples rever isso com a terceirizada.
O nome de Juliana não fez nenhum bem ao humor de Emily.
Não gostava da ideia daquela mulher trabalhando junto de Jonas todos os dias.
Enquanto ela estava envolta com suas panelas e especiarias, Juliana estava ao
lado dele.
- Deveria você mesmo revisar esses contratos. Não gosto
dessa Juliana.
Jonas sorriu, encantado. Adorou ver aqueles olhos
brilhando de desconfiança. Emily, sempre tão elegante e segura, perdia a
compostura por sua sócia. Ele sabia o motivo. Melissa havia falado demais e
contato que ele e Juliana tiveram um relacionamento. Aquilo, porém, fora tão
sem importância que não fazia sentido brigar.
- Isso é ciúme! Emily Fruett com ciúme?!?! Isso é uma
ocasião especial! – Ele puxou-a ainda mais para seus braços. A perna dela por
cima de sua cintura, colando-os.
- Não sou ciumenta. Apenas cuido do que é meu.
- Ei! Essa frase é minha!
Eles continuaram na cama por algum tempo. Até que Emily
lembrou a Jonas que não poderia passar aquela noite toda com ele, em seus
braços, por mais que desejasse. Ao contrário da maior parte das profissões, não
tinha folga domingo. Ela precisava ir trabalhar.
- Mas nós já estamos na cama. – Jonas reclamou.
- Nós passamos a tarde toda na cama, Jonas. Eu preciso
ir. Não faça essa cara de surpreso. Amanhã é segunda, o restaurante não abre e
vou ficar em casa enquanto você tem suas reuniões. Não vou pedir para você não
ir.
- Podemos negociar. Você não vai hoje e eu também não vou
amanhã. Que acha?
- Nos tornaríamos uma bela dupla de desocupados.
- Garanto que seria muito agradável. – Jonas ofereceu.
Para evitar brigas, Emily sugeriu que eles ficassem
juntos no restaurante. Enquanto ela comandava a cozinha do restaurante, ele
poderia jantar. Como sozinho não era agradável e ela não poderia ficar lhe
dando atenção, ele marcou com Rafael e Melissa. O casal veio lhe fazer
companhia enquanto se deliciava com os pratos oferecidos. Quando sobrava um
tempo Emily vinha até eles. Não que isso impedisse Jonas de desejar tê-la com
ele o tempo todo.
- Não adianta você ficar assim Jonas. Emily ama seu
trabalho e não vai, por nada, abandonar o restaurante. Ela ama esse lugar.
- Eu sei. E não quero que ela abandone nada. Apenas sinto
falta dela quando está trabalhando. – Ele respondeu.
- Eu compreendo Jonas. – Rafael afirmou. – Adoro o fato
de chegar em casa e encontrar você em casa, Mel.
- É diferente. Eu fui modelo. Fiquei velha demais. Emily
trabalhará por toda a vida.
- Eu consigo lidar com isso. Só espero que Emily consiga
tirar uma licença quando nosso filho nascer. Ao menos isso. – Jonas não se
importava dela trabalhar apenas se preocupava com os problemas de saúde da
noiva. E assustava-se com a possibilidade dela piorar e não conseguir realizar
o sonho de ser mãe.
Eles voltaram para casa juntos e confiantes que a vida
iria ser boa para eles. Que conseguiriam conciliar a vida profissional e a
familiar. E superar os problemas causados pela endometriose de Emily. Ambos já
faziam planos para aquele bebê. Imaginavam se era menino ou menina. Sonhavam em
tê-lo ali. E ele sentia uma grande apreensão pela possibilidade daquela
inseminação não ter dado resultado. O sofrimento que aquilo traria a Emily
seria imenso. Por trás de toda aquela força, Emily era frágil. Só não gosta de
mostrar sua fraqueza. E Jonas desejava afastá-la de tudo que pudesse lhe trazer
dor, física e emocional.
Não conseguiu. Dias depois, espantou-se ao chegar em casa
por volta das 19hs e encontrar Emily. Ela estava no banho e ele achou muito
estranho tê-la ali a essa hora da noite. O mais normal era ela vir no meio da
tarde, durante o intervalo do movimento de almoço e janta no restaurante e
retornar depois. Naquele momento ela sempre já estava de volta às suas
ocupações.
- Emily? Tudo bem? – Ele gritou batendo na porta
trancada.
- Eu já vou sair. – Ela respondeu sem dizer que tudo
estava bem.
Quando veio para junto dele, Emily usava uma camisola
discreta, longa e parecia pronta para se deitar, apesar da hora. Sua pele
estava corada pela água quente, mas não escondia os olhos inchados pelo choro.
Ela esteve em prantos e ele já desconfiava o motivo. Só ressentia-se dela ter
preferido chorar sozinha a lhe telefonar.
- O que aconteceu? Fale comigo Emily. Por favor.
- Nada. Só que comecei a sentir cólicas. Está descendo
minha menstruação. Só isso.
Não era ‘só isso’. Era simplesmente o seu sonho sendo
desmanchado sem que ela tivesse a menor chance de impedir. Estava destruída. E
não queria que ele a visse assim. Ninguém via, nunca permitia. Precisava passar
por aquilo sozinha.
- Me deixa quieta um pouco, Jonas. Por favor. Eu preciso.
- Não, precisa ficar comigo. Esse bebê é desejado por nós
dois. – Ele não entendia como ela podia preferir sofrer sozinha.
- Por favor! Deixa-me sozinha. Só um pouco. Eu preciso
assimilar essa dor. Aprender a suportar. E eu só sei encarar isso sozinha.
- Está bem. Não tranca a porta. Eu vou preparar um chá
para você e já volto. – Ele disse e, contra sua vontade, saiu.
Sentada na própria cama, Emily abraçou o corpo e o sentiu
tremer. As lágrimas rolaram novamente por seus olhos. Na frente dele não
conseguia chorar. Sozinha o sofrimento fluía. A dor física da cólica que lhe
apertava o ventre, mas a emocional trazida pelo sonho desfeito era realmente
insuportável.
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