Ana sorria ao descer as escadas de
casa na manhã dessa segunda-feira. Havia, finalmente, conseguido convencer
Christian a deixá-la passar pelo escritório da editora. Não, ela não tinha
permissão para trabalhar, mas podia ir lá rever as amigas, resolver alguma questão
mais urgente. Estava feliz. Gostava de poder ver surgir novos autores e lindas
histórias ganharem o público. Era feliz lá. Escolheu uma roupa que marcava bem
sua barriga.
O cabelo estava bem desfiado e
penteado para um lado, ressaltando os olhos azuis.
- Mamãeeee. – Teddy estava tomando
café da manhã com o pai e olhou assustado para a mãe.
- O que foi meu príncipe? – Ela
perguntou.
- Você tá gorda! – Ele estava
apavorado.
- Theodore! – Grey reclamou. – Não
diga isso para sua mãe. Ela não está gorda.
- Mas olha o barrigão dela papai.
- O papai já explicou que é a sua
irmãzinha que está crescendo ali dentro. Você também deixou a mamãe com esse
barrigão.
- E? Mesmo? – Ele ainda tinha suas
dúvidas. – Tudo bem...falta muito pra ela sair daí?
- Só uns meses meu amor. Logo ela
estará aqui. – Ana disse.
- O que mamãe está então, Teddy? –
Grey incentivou.
- LINDAAAA! – Gritou da forma como o
papai tinha lhe dito pra fazer.
Ela passou pelo escritório, ganhou
presentes para o bebê, abraçou as outras editoras, trabalhou bem pouco e foi
para o restaurante onde marcou de encontrar com Mia e Grace para almoçar.
Comer...essa era uma questão sempre muito importante para Christian. Seu 50
tons que tinha passado fome na infância ainda se recriminava por não ter
cuidado dela na gestação de Theodore.
- Por que está tão calado Christian?
– Ana estranhou sua mudança de humor após saírem da última consulta médica.
- A doutora falou da sua
alimentação.
- Sim, falou. Ela está muito
satisfeita com meus exames. Você não precisa se preocupar.
- Ela nos parabenizou por estar
cuidando tanto da alimentação de DESSA VEZ você não teve anemia. Isso significa
que você esteve anêmica enquanto gerava Teddy! – Ele estava irritado.
- Sim, mas isso é normal no início
da gestação. Quase todas as grávidas têm um pouquinho de anemia.
- Agora você não teve. O que
significa que o que te faltou foram cuidados. Os meus cuidados. – Ele estava
afundando em arrependimento. – Será que não foi isso que causou essa alergia de
Teddy a lactose? O fato de você estar desnutrida enquanto gerava o meu filho?
De que adianta ter feito uma fortuna se nem alimentar direito minha mulher eu
consegui.
- Basta Grey! Isso é bobagem e você
sabe. Eu não estava ‘mal nutrida’, tive uma leve anemia bemmm no início e Teddy
é uma criança saudável e inteligente. Chega.
É claro que ele não sossegava e ligava a cada hora para ter certeza de que eu passava bem e tinha me alimentado. Era chato...mas seu cinquenta tons precisava disso. Luke largou-a na frente do restaurante e foi estacionar. Depois ele se colocaria numa mesa da onde pudesse me vigiar a pedido de Grey. Ainda do lado de fora Ana teve uma visão desagradável. INFERNO! Elena Cadela justamente ali. Decida a fingir que ela não passava de poste louro, seguiu em direção a porta.
- Mundo
pequeno...Anastásia. – Ela sorria de forma irônica. – Devo dizer que é um
prazer vê-la.
- Não, não deve
dizer.
- Ok. – Ela olhou
para os lados. – Grey a deixou sozinha? Estanho...ainda mais depois do que te
aconteceu.
- Isso não é da
sua conta.
- Não precisa
tanta agressividade. Sinto muito por seu cabelo...imagino que o Grey também
sinta. Ele sempre gostou de mulheres de cabelos longos. Nós duas sabemos o
motivo. Se bem que...você nunca o satisfez nessa área mesmo.
Já chega de ouvir
absurdos!
- A eu não
satisfaço? Então me diga, sua pedófila desgraçada, por que o Christian passa
todas as noites ao MEU lado e não com você? Por que foi no MEU dedo que ele
colocou uma aliança? Por que ele construiu uma casa para MIM? E olha que eu não
preciso de um chicote nem de algemas para mantê-lo ao meu lado. Ele está comigo
porque deseja. Nós vamos ter mais uma filha e isso você NUNCA vai dar pra ele!
- Porque eu não
quero, sua idiota! Se eu quisesse um filho dele, teria tido muito antes de você
aparecer para estragar nossa relação. Quando Grey era meu, eu o ensinei a ter
tudo o que deseja e a se desfazer do que não lhe serve.
- Você é um
mostro que só ferrou com a cabeça dele mais do que já estava ferrada. Agora ele
tem a mim. Tem uma família que ama. Ele ama nossos filhos.
- Meu filho com
Grey estaria hoje com quase dez anos se eu não tivesse me livrado dele assim
que soube que estava dentro de mim! E sabe por que? Porque eu sim sempre soube
fazer aquele homem feliz. Eu o satisfazia, lhe dava prazer. Enquanto você lhe
traz problemas. Você o obrigou a aceitar dois pirralhos que ele não quer! Nunca
quis!
Ambas se
assustaram ao ver Mia e Grace se aproximarem com os rostos muito pálidos. Elas
ouviram tudo.
- SUMA DAQUI SUA
VADIA HIPÓCRITA! – Grace gritou. Avançando sobre a loura que foi sua amiga por
muitos anos. – Sua aproveitadora. Você esteve dentro da minha casa durante a
infância das minhas crianças e usou isso para machucar meu menino!
Grace esbofeteou
Elena sem medo ou vergonha por estarmos na rua. Ela bateu forte, deixando um
vergão. Elena não fez questão de revidar. Sabia que com Grace Grey não se
brincava. Ela podia ser uma mulher doce, mas não permitia que mexesse com seus
filhos.
- Nunca mais
apareça na minha frente. Me enoja respirar o mesmo ar que você, uma mulher que
não é digna de chegar perto de minha família. Anastásia é minha nora, é a mãe
dos meus netos. E uma GRANDE mãe. Tente chegar perto dela e eu mesma acabo com
sua raça. – Ela olhou em volta e a mulher de classe logo retornou. – Vamos Mia
e Ana...eu não quero atrasar o horário da nossa reserva.
Quando já tínhamos
lhe dado as costas Elena disse algo que fez meu couro cabeludo se arrepiar.
- É uma pena que
aquele incompetente não tenha me trazido seus dentes.
Me virei e vi
seus olhos faiscando de ódio. Ela...ela tinha participado.
- Ana...querida,
você está pálida. O que tem? Quer ir embora? – Grace se preocupou. – Onde está
aquele segurança?
- Luke foi
estacionar...não sei porque está demorando.
- Estou aqui
senhora. – Ele se aproximou correndo. – Estava difícil achar uma vaga.
Aconteceu algo?
- Sim Luke,
aconteceu. Ligue para o seu patrão, por favor. E peça que, se possível, ele
venha aqui. Preciso conversar com ele.
Luke fez isso,
mas não bastou. Grey fez questão de ouvir da esposa o que estava acontecendo.
- Por Deus Ana, o
que houve? Luke não soube explicar porque você quer que eu vá aí.
- Você está muito
ocupado?
- Eu já estou no
carro, meu amor. Taylor vai me levar. Mas quero que vá me contando.
- Eu encontrei
com a Elena.
- Elena?! – Ele ficou
incomodado. – Você sabe que ela é passado, Ana. Não precisa se sentir ameaçada.
- Ela participou
do meu sequestro, Christian.
Eles só voltaram
a falar quando estavam sentados a mesa. Grace, ainda brava com a recente
descoberta relação de Grey e Elena, não falou muito com o filho. Mia estava tão
nervosa que nem arriscava falar, o que para ela era algo raro.
- Você fez uma
acusação muito grave, Ana. – Grey falou assim que chegou.
- Ainda mais por
que é ELA que eu estou acusando. A SUA queridinha.
- Ela não é
minha, você é minha, eu já disse um bilhão de vezes. Não gosto que duvidem de
mim, Anastásia.
- Não ouse
critica Ana, Christian. Depois de tudo o que você fez, tem que acreditar e
aceitar cada palavra que ela disser.
- Mãe...porque
está falando assim. O que aconteceu aqui merda?!
Ana contou tudo o
que aconteceu e viu Grey empalidecer. Ele se envergonhava de Grace saber o que
ele fazia, suas perversões e paranoias. O fato da irmã mais nova estar presente
só fez pior tudo. Só mesmo a questão da segurança de Ana para fazê-lo deixar
isso de lado.
- Isso é muito
grave, Ana. Será que você não se equivocou? – No fundo, Christian não queria
acreditar que sua ‘amiga’ fora capaz disso.
- Eu só contei
para você, Chris, que o Jack falou em arrancar meus dentes. Você disse isso
para Elena?
- Não! Eu nunca
mais falei com ela.
- Então como ela
saberia disso?
Ele pensou por
mais um minuto.
- Ok, você está
certa. Ela está metida nisso...eu vou conferir essa história, Ana. Eu acabo com
ela.
- NÃO! – Ana foi
categórica. – Você não vai chegar perto dessa lunática. Eu não quero. Ela é
doente por você, Christian. Ela acha que criou você e o terá para sempre. Eu
tenho medo de você perto dela.
Ninguém tinha
tocado no almoço. Após pagar a conta Christian levou a todos pras respectivas
casas e resolveu repousar. Ana o encontrou pensativo no escritório.
- Ela chegou a
esperar um filho meu, Ana. Ela o matou.
- Você não tem
culpa disso. Foi a muito tempo e você sequer soube.
- Sim, mas...o
que me incomoda é que, se eu tivesse ficado sabendo, eu teria concordado.
Naquela época eu teria concordado.
- Não, não teria.
– Ele não era assim. – Você teria demorado, como foi com Teddy, mas, ao seu
tempo, iria ficar louco por seu filho.
- Não Ana.
Naquela época eu era tão controlado por meu passado que eu teria sim aceitado
me livrar do meu filho. Ela matou uma criança para me agradar. – Lágrimas escorreram
por sua face. – Isso é culpa minha.
Ana o abraçou
apertado. Ele estava carente, precisando de carinho, precisando de amor.
Christian precisava dela, do corpo dela. Essa era a sua forma de ultrapassar os
problemas. Ele precisa de sexo para extravazar todo aquele sentimento ruim que
se acumulava.
E aqui estava
ela, presa aos seus recentes demônios. Querendo ser de seu homem, deixá-lo
livre de suas dores. Precisava ultrapassar seu trauma para ajudar Grey.
Precisava e desejava ser dele.
- Vem pra cama
comigo, Christian. – A frase era dúbia.
- No meio da
tarde, senhora Grey?
- Sim...não é pra
dormir. – Ela disse beijando seu pescoço.
- Não quero te
forçar a nada Ana...você não precisa fazer nada só para me fazer sentir melhor.
Ele tinha a
entranha mania de conseguir descobrir o que estava em seus pensamentos.
- Eu quero ser
sua...tentar pelo menos. Também sinto sua falta Christian, do seu toque, da sua
pele, da sua voz, do seu cheiro. Christian Grey é sempre Christian Grey.
Christian a
carregou no colo para o quarto. A senhora Jones viu e sorriu docemente. Era um
casal reencontrando a sua sexualidade da forma mais doce e apaixonada possível.
Entre muitos
beijos Christian a fazia esquecer do que havia se passado meses atrás. Só agora
Ana percebia que estava pronta para isso. Desejava estar com ele.
- Sabe que pode
me mandar parar a qualquer momento, não sabe?
- Sim, sei. Se me
sentir desconfortável com algo, eu te direi.
Confiante nisso
Christian tirou cada peça de roupa. Ia dando atenção a cada parte descoberta.
Conhecendo e reconhecendo as partes onde ela gostava e aquelas que agora eram
um pouco desconfortáveis. O pescoço continuava deixando-a nervosamente excitada.
- Eu passarei a minha vida te
venerando com meu corpo, amada Ana.
- Você está tãooo baunilha hoje.
- Isso foi uma reclamação?
- Não...baunilha é tudo o que eu
preciso por hoje, Grey.
- Eu também, Ana, eu também. Aliás,
tudo o que eu sempre preciso é você.
Já os seios é uma região difícil.
Sensível por conta da gravidez, mas que evocava lembranças dos desrespeitos de
Jack. Rapidamente Christian teve que escolher se ignorava a região ou dava
atenção a ela e corria o risco de ter de parar caso ela surtasse. Preferiu o
mais difícil.
- Seu seio é lindo, Ana. E está
ainda mais belo agora. Quero te beijar aqui...posso?
E o fez assim, sempre falando para
ela saber que era ele a tocá-la. Seu companheiro e pai de seus filhos. Ela
estava bem...estava confiando que podiam recomeçar. Já nu e se aproveitando do
fato de não ter de usar preservativos, Christian, após uma eternidade de
carinhos, entrou em Ana.
- Abra os olhos, Ana. – ela o fez. –
Quem está com você?
- O meu 50 tons!
Devagar, muito devagar, Grey foi se
desfazendo com ela. A cada investida os gemidos dos dois iam se misturando. Cada
estocada mais forte que a anterior, sentindo-a e apreciando suas novas curvas.
Ela estava ainda mais doce. Aquela mulher era seu céu e seu inferno. Vivia
apenas por ela. Depois de gozarem juntos, ele a abraça pelas costas.
- Não sei como é possível, senhora Grey, mas você
esta ainda mais gostosa. Se antes você já era a baunilha mais doce, agora você
ganhou um tempero especial.
- Uhuuu – Ela não tinha forças para mais nada. Até a
deusa sensual tinha ido dormir de tão satisfeita.
- Durma minha doce Ana.
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