Como se não bastasse minha vida já estar
confusa o suficiente com as teimosias de Ana, ataques de ciúme de Tânia,
conselhos de Jasper e provocações de Isabella, agora era meu pai a incomodar.
Ele estava ansioso para ter um neto e questionando o porquê de eu não levar
minha mulher a um médico que indicasse o período mais fértil de Isabella.
-
Não vou transar com hora marcada.
-
Como se você apenas se relacionasse com ela. – Dizia ele.
Passadas três semanas...
Nada,
nenhum sinal de gravidez mesmo tendo relações com Isabella todos os dias. Ainda
assim sua menstruação veio normalmente. Tinha percebido que ela estava mais
quieta do que o normal e também fiquei mais afastado, mas só soube mesmo porque
vi Ana dizendo que iria preparar um chá e colocar uma compressa morna para
aliviar as cólicas.
1 mês depois...
Tudo
se repetiu. Tivemos menos tempo juntos por eu ter de viajar a trabalho, mas
transamos em muitas noites e nada. No geral nossa relação seguia a mesma,
saímos algumas vezes e ela se manteve mais equilibrada. Tivemos apenas uma
discussão quando ela veio se queixar de James.
-
Ele me persegue por toda a casa e nunca permite que eu saia. Você viajou e eu
praticamente fiquei trancada aqui. Que eu saiba, não estou presa!
-
Se continuar reclamando, pode ser, não se esqueça disso.
-
Por que confia nele?
-
Não confio. Só que ele ainda não traiu minha confiança, enquanto você está bem
desmoralizada. Quando eu não estiver aqui, trate de obedecer James.
Depois
ela ficou quieta novamente, mesmo que nunca mais tocasse no assunto eu sabia
que continuava a desgostar de James. Isso era bom. Não os queria como amigos.
3 meses depois...
Nos
últimos tempos o trabalho forçou mais viagens do que de costume. Passei no
mínimo uma semana por mês fora dos EUA. Em nenhuma destas datas levei Isabela
ou Tânia como acompanhante. Isso gerou alguns problemas. Primeiro porque desta
vez foi James a reclamar que Isabella era mimada, birrenta e indigna de
confiança, segundo por Tânia estar uma chata tamanhas eram suas reclamações por
minha ausência. Como se ela não vivesse sem minha presença ou se a fatura de
seu cartão de crédito não fosse encaminhada para o meu escritório. E o outro
problema era Carlisle. Ele estava se intrometendo mais do que deveria em minha
vida e prometendo aparecer em minha casa. Parecia que ele acreditava que era
impossível Isabella não engravidar, a não ser no caso dela estar conseguindo
evitar sem que eu percebesse. Já havia deixado claro que não discutiria minha
vida sexual, mas era impossível ignorar as provocações dele.
-
Vão começar a comentar. Vocês têm anos de casados e todos sabem que o bebê está
nos planos. Quer que digam que não é homem?
-
Pai, por favor!
-
Por favor, digo eu. Já faz meses que estão tentando. Arraste ela para algum
médico!
-
Calma. Talvez este mês. Vamos esperar.
Mas
não adiantou. Isabella ficou menstruada novamente e só agora eu percebia que,
coincidentemente, eu estava viajando em seus últimos períodos. Fiquei surpreso
quando fui acordado no meio da noite. Por reflexo olhei para baixo buscando por
ela em sua cama improvisada e não encontrei. Vi minha esposa um pouco curvada,
com uma das mãos no abdome e com a outra se amparando num móvel.
-
Algo errado? – Falei e ela se ergueu por reflexo.
-
Nada, volte a dormir.
Foi
o que eu tentei fazer, mas ouvi o chuveiro ser ligado e fiquei ainda mais
curioso. Por que tomar banho no meio da madrugada? Sequer estava quente, já que
era início do outono e tínhamos temperaturas bem amenas. Quando achei a demora
demais, fui até o banheiro e encontrei a porta destrancada, ainda bem ou era
capaz de arrombar. Ela tinha feito um coque nos cabelos negros e estava
inclinada na parede, apenas com a parte baixa das costas sendo banhadas pelas água quente.
-
Vai dizer o que tem?
-
Já disse que nada! – Ela fechou a água se abriu o box sem nenhuma vergonha. –
Eu já vou retornar. Vá dormir.
Eu
não queria iniciar uma briga às 4hs da manhã, mas estava muito claro que bem não
era a palavra certa. Fui deitar e logo ela estava em seu colchonete. Eu não
consegui dormir e nem ela, a julgar pelo barulho, ela não parava de se virar e
contorcer.
-
Chega! – Acendi a luz, pulei da cama e gritei.
-
O que é Edward?
-
Diga logo o que tem. Normal não está.
-
Quer saber o que tenho? Problemas femininos.
-
O que? – Como se isso fosse claro.
-
Cólicas, Edward. Cólicas menstruais.
Inicialmente
fiquei um pouco decepcionado, afinal isso significava que novamente ela não
estava grávida. Depois comecei a me preocupar com problemas objetivos.
-
Já tomou remédio?
-
Sim, várias doses.
-
O que posso fazer?
-
Ficar quieto e dormir.
Era
impossível dormir com ela naquele estado. Mesmo com ódio da situação, chamei
Ana para ajudar. Depois que rapidamente expliquei tudo, fiz apenas uma
pergunta:
-
O que faço?
-
Deixe que eu já vou lá. Mas pode começar tirando ela daquele chão frio.
-
O chão do quarto não é frio.
-
Durma você nele então. Como pode tratá-la assim? É todo mês isso e nem sequer
bem tratada ela é.
-
Eu nunca soube que ela passava mal assim!
-
Claro, afinal, oportunamente você sempre viajava nessa etapa do mês.
Não
adiantaria dizer que nada fora planejado, que minhas viagens foram
coincidência. A realidade era que Isabella vinha passando repetidas vezes por
um sério mal estar e eu sequer sabia. Voltei ao quarto e sem dizer nenhuma
palavra tirei Isabella do chão e coloquei na cama. Ela não questionou, sinal
que realmente não estava bem. Ana chegou com compressas e remédios. Ela
carregava também duas bolsas de água quente.
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